"MEU ETERNO AMOR"
Sinopse: O que aconteceria se Bella Swan não fosse uma adolescente tímida e desajeitada e se Edward Cullen não fosse um vampiro solitário "escondido" em uma cidade chuvosa, chamada Forks? Em “Meu Eterno Amor” Bella é uma jovem do século XIX que luta bravamente pela liberdade e igualdade das mulheres, mas por causa de uma situação inesperada, acaba reencontrando o seu amor de infância – Edward Cullen. Bella acredita que o único homem que faz o seu coração palpitar, jamais olhará para uma moça como ela.
Edward é conhecido como um excelente treinador de cavalos, e possui uma vida tranquila no rancho “Silver Star”, mas a chegada inesperada de Bella Swan faz com que lembranças adormecidas, voltem a despertar sentimentos que a muito tempo estavam guardados. Ele sabe que as diferenças sociais e um grande segredo o impedem de viver o amor com sua eterna Bella. Mas o que fazer diante da tentação? O fascínio e o desejo por Bella o fazem querer voltar no tempo. Será que se cair em tentação, ele terá forças para afastar-se novamente, ou arriscará tudo para ficar com a mulher que o faz arder de desejo?
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Olá!! Hoje vamos postar o 11º capítulo da nossa história de amor! Para relembrarmos os últimos acontecimentos, segue o link do capítulo 01 e capítulo 02, capítulo 03, capítulo 04, capítulo 05, capítulo 06, capítulo 07, capítulo 08, capítulo 09 e capítulo 10! Divirtam-se!
CAPÍTULO 11 - O BAILE
O dia do baile da duquesa de Richmond amanheceu lindo. O céu estava claro e prometia um glorioso dia de verão. Não se falava de outra coisa na cidade além do baile. Todas as damas e suas criadas pareciam ter caído vítimas da febre da excitação quando falavam sobre a festa. Maravilhosos vestidos estavam sendo tirados dos armários e das embalagens onde haviam sido acondicionados para não se estragarem. Ferros eram esquentados nos fogões para alisar qualquer amassado dos trajes de cetim e sedas. Enormes chaleiras aqueciam água para o banho perfumado daquelas damas que tiveram a sorte de terem recebido um convite daquele que prometia ser o mais badalado acontecimento da estação de festas.
Bella acordou com os prenúncios de uma dor de cabeça. Seu primeiro pensamento foi como sempre para Edward, e ela sentiu a inquietação habitual que lhe tirava a capacidade de pensar com coerência. Ficou deitada sobre os travesseiros e tentou não pensar, permitindo-se apenas ouvir os barulhos confortantes dos passarinhos no parapeito da janela do quarto.
As Caleches seguiam em direção a Pall Mall, para por fim juntar-se as outras tantas, das quais desciam passageiros à porta da residência dos Bulligam. Carlisle e Jake desceram primeiro a fim de ajudarem Esme, Alice, Rosalie e Bella descerem dos veículos. Olharam para o pórtico da residência e Esme balançou a cabeça.
- A mansão é simplesmente linda. Adoro essa influência grega na construção.
- A Senhora Bulligam ficaria envaidecida diante de sua observação – Carlisle observou, oferecendo-lhe o braço para conduzi-la até o interior da enorme residência.
Nem bem pisaram no salão, cabeças se voltaram na direção deles para depois juntarem-se, enquanto sussurros e mexericos se multiplicavam. Aquilo fez com que Bella pensasse imediatamente num ninho de insetos. Lembrou-se do que Alice havia lhe dito sobre os moradores da cidade e tentou imaginar que aqueles olhares eram apenas de curiosidade. Afinal, ela era a novidade na cidade.
Procurando afastar os pensamentos negativos, Bella olhou ao redor, impressionada com a opulência do lugar. O interior tinha oito lados emoldurados por colunas de mármore com ranhuras em vermelho. As paredes, também decoradas por ornamentos, erguiam-se para tocar o teto elaboradamente entalhado. Aquele excesso criava uma atmosfera capaz de aturdir os sentidos.
Eles passaram por uma sala ampla, decorada em tonalidades de azul e cinza, desde os luxuosos tapetes até a mobília de entalhes, tudo refletindo nas facetas brilhantes do imenso candelabro.
Todos os convidados estavam entretidos nas danças e conversas pelos cantos do salão, mas Bella sentia falta de um par de olhos dourados faziam suas pernas tremerem e seu coração disparar. Ele ainda não tinha chegado.
Bella hesitou. O que estava acontecendo com o seu senso de humor? Os giros com Marley Stewart e Jake pelo salão teriam afetado não só seu equilíbrio, mas também suas expectativas? De repente, a festa havia perdido o brilho. As conversas estavam sem graça.
- Marley foi extremamente inconveniente ao indagar sobre a renda anual de seu pai. – Alice opinou. – Se eu fosse você, diria a ele que se ele continuar se portando assim, você não tornará a falar com ele novamente.
- Esses flertes estão começando a me cansar, Alice. Tanto Marley quanto os outros rapazes não tinham imaginação. As brincadeiras são sempre as mesmas e as conversas também.
- O mais surpreendente é que os rapazes acreditam que esse tipo de assédio é agradável. – resmungou Alice.
- Para ser sincera, resolvi fazer um voto. – Bella declarou e olhou ao redor para aumentar o impacto da revelação. – A partir de agora, eu conversarei apenas com homens que souberem se comportar como cavalheiros e saibam flertar com inteligência.
A atenção de Alice e Bella se voltou com a proximidade de Jake que disse:
- Ouvi um pedaço da conversa de vocês e ouso afirmar que eu poderia lhes apresentar um ou dois sujeitos sérios e cultos. – ofereceu Jake. -, mas sou capaz de apostar que vocês se entediariam com eles em dois minutos.
- Por que diz isso?
- Porque homens bem-comportados são maçantes, minha cara. É por isso que vocês me escolheram para ser o par de vocês esta noite.
Bella brincou e o esnobou com olhares e insinuações de superioridade. Mas ela sabia que Jake estava certo. Homens sérios eram monótonos, antiquados e dominadores. Não gostava que lhe dessem ordens, que duvidassem de sua inteligência. Os boêmios e irresponsáveis ao menos a divertiam.
A atenção geral se voltou, subitamente, para a porta do salão. Marley parecia estupefato. Bella hesitou entre a curiosidade por seu estranho comportamento e a chegada do novo convidado.
- Minha nossa! – Marley exclamou, sem afastar os olhos da entrada. – Não posso imaginar que esse sujeito está aqui... na minha festa.
- Vigie seu linguajar, está bem? – Jake observou. – O convite era extensivo a todos. Além do mais, Edward é da família.
Bella também estava reprovando o anfitrião quando se deparou com a figura mais atraente e máscula que já tivera oportunidade de ver. Naquele momento, ela se esqueceu do que Marley dissera, do que Jake dissera e do que ela própria ia dizer.
- Bella! – Alice segurou Bella pelo braço e gracejou. – Eu acho que o recém-chegado está olhando para você. - gracejou.
O coração de Bella batia tão forte que ela mal conseguia respirar. O homem era seu amigo de infância, mas tinha certeza que nunca o tinha visto tão bem arrumado assim antes.
Se um Deus Grego entrasse no salão de Lady Bulligam naquele instante, ele não seria muito diferente do garboso moreno. O modo como caminhava pelo salão, em seu traje cinza-escuro de talhe perfeito, demonstrava autoconfiança e determinação. Sua postura era de um nobre. O modo, entretanto, como mantinha o olhar fixo em Bella, embora se dirigisse a outras pessoas, o tornava um predador como as dezenas que se espalhavam naquele salão.
Bella estava acostumada a lidar com predadores. Ela conhecia, aliás cada um deles. Homens em busca de diversão fácil se encontravam disponíveis em cada salão da cidade. Nenhum jamais fizera sua pulsação acelerar... como ele fazia.
Os cabelos de Edward ainda encontravam-se úmidos, dando a entender que havia se arrumado há pouco tempo. Bella olhou diretamente para Edward, e a intensidade do olhar dele era tanta que ela teve a impressão de que aquele homem era capaz de enxergar-lhe o fundo da alma.
O vestido de Bella não escondia as belas formas femininas, aderindo-se as curvas sinuosas, como uma segunda pele. O decote era profundo, revelando boa parte da curva dos seios. Os olhos de Edward percorreram-na de alto a baixo. Por um longo momento, limitou-se a observar os detalhes sensuais que o tecido fino deixava transparecer.
Aquela mulher era a fantasia de qualquer homem. O silêncio era infinitamente pesado e Bella percebeu que fora o seu vestido que o deixara furioso. A sra. Betiny havia se superado. A delicada peça do vestuário dava a nítida impressão de que ela não estava usando nada por baixo. Embaraçada esticou a mão para alcançar o manto que estava apoiado na cadeira.
Nada poderia prepará-lo para a visão que ele estava tendo neste momento. Imediatamente sentiu ciúmes dos inúmeros rapazes que ladeavam aquela que povoava seus sonhos durante as noites.
Ao redor, as pessoas trocavam especulações similares ao que Marley havia dito anteriormente. Bella sentiu a tensão aumentar, com o burburinho se somando a música e ao sapateado dos dançarinos. Não conseguia distinguir o que falavam.
- O que ele está fazendo aqui? – Lady Ashley observou quase para si mesma. – Um bastardo que trabalha na fazenda por caridade. Como ousa freqüentar uma festa como se fosse realmente da família?!
- Está tentando se misturar a sociedade para tentar livrá-lo do estigma de ser um bastardo abandonado. – observou lorde William com maldade, antes de fingir um sorriso cordial. – Como vai, Edward? Que surpresa vê-lo aqui na festa de Lady Bulligam.
Edward inclinou a cabeça em saudação.
- Eu gosto de surpresas.
Bella não conseguia afastar os olhos da figura imponente. Não era de admirar que todas as mulheres no salão estivessem de queixo caído. As conversas haviam sido interrompidas. O filho bastardo do irmão de Carlisle, além de empregado da fazenda Silver Star se tornara o centro das atenções. Seu físico era magnífico. A calça preta moldava cada músculo, a capa cinza aderia aos ombros largos e realçava os quadris estreitos.
Os olhos, de um dourados não sorriam como seus lábios ao pousarem no grupo de rivais. Bella cogitava o que poderia estar passando na mente daquele homem. Ele a assustava com a força de seu magnetismo. Parecia ser do tipo que jogava uma mulher sobre o ombro quando queria subjugá-la aos seus desejos. No entanto, como o mais gentil dos cavalheiros, Edward lhe fez um meneio.
- Srta. Mackenzie.
A voz grave ressoou por todo o corpo de Bella. Um arrepio lhe subiu pelas costas. Edward esbanjava sensualidade em cada gesto. Uma mecha de cabelos pretos caiu subitamente sobre a testa bronzeada e Bella precisou cerrar os punhos para conter o impulso de devolvê-la ao seu lugar.
Jake a trouxe de volta de seu devaneio.
- Edward! Não esperava vê-lo na festa. Venha comigo que vou apresentá-lo para alguns amigos.
- Jake, meu primo, se não se importa... eu gostaria de trocar duas palavras com Bella.
Jake olhou de um para o outro percebendo a tensão no ambiente e se retirou.
- Talvez possamos conversar durante a próxima dança. – disse Edward
A orquestra estava iniciando os acordes de uma nova música. Um arrepio de excitação tornou a se espalhar pelo corpo de Bella. Ela deveria obrigar seu bom senso a prevalecer. Por mais atraente que fosse Edward Cullen, ele não pertencia a seu mundo agora. Uma desculpa se fazia premente, e ela deu a primeira que lhe ocorreu.
- Esta dança foi prometida ao Sr. Parrish.
Edward nem sequer se deu ao trabalho de olhar Lionel Parrish.
- Você não se importa, não é, Parrish?
- Não, se a Srta Isabella não se importar – o outro respondeu diplomaticamente.
- Eu me importo. – declarou Marley.
- Esta valsa não era sua – Edward retrucou, a mão estendida para Bella, não como um convite, mas como uma intimação. – Bella?
O comportamento de Edward deixava a desejar. Porém como Bella não queria fazer cena, talvez devesse calar sua contrariedade e passar despercebida perante os outros convidados até o final da festa.
- Foi rude de sua parte ignorar a vez de Lionel. – Bella protestou assim que sentiu o toque em sua cintura. Precisava anular o poder que aquele homem exercia sobre ela, custasse o que custasse.
- Não encaro dessa forma. – Edward retrucou, prendendo-a pelos olhos. – Prefiro pensar que eu simplesmente consegui o que queria.
- E o que queria?
- Você. – ele respondeu sem hesitar.
Um suspiro acompanhou a confirmação de que o primeiro instinto de Bella não falhara. Edward era igual aos outros. Sua aproximação fora igual. O modo de falar igual.
- Devo entender que entre todas as mulheres presentes, eu fui à única com quem desejou dançar?
- Primo por meu gosto impecável.
- Ou seria o caso de todas as outras terem lhe recusado esta valsa por conhecerem sua reputação de conquistador.
- Você a conhece. No entanto está dançando comigo.
- Você não me deu escolha.
- Eu não seria um vencedor se lhe tivesse permitido a vitória, não acha?
- Considera uma simples valsa um troféu? – Bella respondeu com provocação.
- Oh não. Para mim, a valsa significa apenas o começo.
O ar foi arrebatado dos pulmões de Bella, aos intermináveis volteios. Com a mão firmemente apoiada em sua cintura, Edward a conduziu ao redor da pista. A sensação de impotência a dominara no primeiro instante em que o viu e se acentuou. Sua cabeça rodava ainda mais que seu corpo. A lucidez, contudo não a abandonara.
- O começo?
- Eu seria um tolo, ou um fantasma se não tivesse planos a seu respeito, Bella.
A confissão abalou Bella, apesar de ela continuar sorrindo.
- Esperava que eu fosse corar com essa declaração, Edward?
- Eu não diria que sim. Não no momento. – Um brilho divertido iluminou os olhos de Edward. – O que eu tenho em mente poderá surpreendê-la no devido tempo.
- Por que não tenta me surpreender agora?
Ele riu baixinho.
- Por agora, basta o meu pedido de desculpa por hoje à tarde.
Bella sorriu. O homem era esperto. Mas ela não ficava atrás.
- Você estava certo. Eu não poderia ajudar em nada no nascimento daquele potro.
- Fui grosseiro e acho que não devia ter falado daquela maneira. Você só quis ajudar e eu a tratei mal por isso.
- Edward , você apenas falou a verdade. Somos de universos diferentes... nunca lidei com animais. – Bella percebeu que ele ficara sério e se atrapalhou com as palavras. - Não vamos mais falar sobre isso. Não o culpo por me falar a verdade.
- Espero que me dê à oportunidade de reparar essa minha atitude. Eu jamais imaginei que pudesse magoá-la. – Edward fez uma pausa e olhou ao redor. Quando tornou a falar, sua voz adquiriu um tom íntimo. – Conhece algum lugar onde eu poderia lhe pedir desculpas sem testemunhas?
O atrevimento era uma das características que se apresentava sem floreios em Edward. Mas Isabella Swan estava acostumada a contornar ataques frontais como aquele.
-Lady Bulligam certamente mandou que trancassem todas as portas que possam dar em ambientes reservados a seu uso particular. – Bella quase deixou escapar um sorriso satisfeito ao notar a contrariedade de Edward. – Exceto o jardim.
Sem dizer nada a princípio, Edward se limitou a encará-la. Quando retribuiu o sorriso, Bella teve certeza de que fora o mais malicioso que já lhe fora dirigido.
- Eu posso, então, me desculpar com você no jardim, Bella?
Recusar o convite naquele instante estava fora de cogitação. Afinal fora ela quem sugerira o local.
- Não é preciso se desculpar comigo. Mas eu aceitaria uma explicação, se for de sua vontade.
Como o ar da noite estava bastante fresco, vários casais procuravam as varandas da mansão para se refrescar e sair do abafado salão de baile.
Eles se encontravam perto da varanda. Poderiam passar quase despercebidos por uma das portas-balcao que se abriam ao longo da parte leste da varanda. O jardim de lady Bulligam vinha merecendo todos os prêmios como o mais bonito e exótico da cidade. Era realmente maravilhoso, com seus canteiros de plantas exuberantes margeando os caminhos iluminados por tochas que levavam a uma praça circular arrematada por um pitoresco lago.
A cada passo, Bella cogitava sobre a forma com que se daria a aproximação. Ela seria capaz de apostar que Edward não esperava que seu flerte fosse se revelar ineficaz, uma vez que a dama em questão era sua amiga de infância que o evitava quase diariamente. Bella admitia que a presença de Edward colocara um ponto final no seu tédio.
- Edward? – Bella insistiu.
- Ainda não temos privacidade suficiente. – Edward respondeu enquanto prosseguia rumo à praça do lago, segurando-a levemente pelo cotovelo.
O toque, por mais suave a fez adivinhar a força por trás daquela mão. Longe de assustá-la essa demonstração a excitou.
Eles pararam sob uma arvore esplendorosa, carregada de flores roxas que exalavam um perfume adocicado naquela noite quente de verão. Edward se colocou diante de Bella, sem lhe soltar o cotovelo.
- Onde estávamos? Ah, sim. Estou lhe devendo uma explicação.
Bella aguardou que ele falasse. Edward tinha algo em mente. Ela soubera disso desde o primeiro momento. Mesclado ao brilho do seu olhar, ela reconhecia a frieza do gelo, assim como o toque de veludo pelo murmúrio dos violinos e pelo balanço das folhas a brisa noturna.
- Eu estava enganada. – Bella achou por bem quebrar o silencio que estava se prolongando.
- A respeito de quê?
- Não consigo me afastar de você. Disse para mim mesma que não iria me importar com nada que dissessem a respeito de você. E aqui estou eu... esperando uma explicação.
Com a ponta do indicador, Edward afastou uma mecha de cabelos do rosto de Bella.
- Por que você queria me evitar?
Bella estremeceu pela forma com que sua mão roçou em sua pele.
- Não queria sentir o que senti quando fui embora dessa cidade.
- E o que sentiu?
Bella engoliu em seco. Ele estava tentando acuá-la!
- Essa conversa não vai nos levar a nada. Acho melhor voltarmos para o baile.
O modo como Edward a estudou a tênue claridade das tochas a fez perceber que havia algo além de um simples flerte em seus planos.
- Você fala como se nossa amizade nada significasse. Quero entender o que aconteceu no dia que você foi embora. – Edward a fitava. – O que eu fiz? O que sentiu?
Blla se encolheu ao ser indagada sobre o dia de sua partida há 10 anos atrás.
- Não quero falar sobre isso. – Bella gesticulava nervosa. - Na verdade nem me lembro daquele dia. Nada significante aconteceu... apenas percebi que eu não era tão importante para você.
Ele ficou sem palavras por um instante, mas logo respondeu.
- Você não sabe o que está falando. – Edward a fitava com intensidade. – Nunca a esqueci. Você sempre foi importante pra mim...
- Pare já com isso. Se eu fosse realmente importante, você teria ao menos escrito alguma carta.
- Sempre escrevia cartas contando minhas novas descobertas – ele disse suavemente. – Quase toda a tarde eu ia até os Correios para verificar se você tinha me respondido ou mandado alguma nova mensagem... e eu até hoje aguardo alguma carta sua... mas eu nunca recebi nada. Você nunca me escreveu!
Bella apoiou as mãos na cintura.
- Então era isso? Você me chamou aqui para ficarmos discutindo uma coisa que aconteceu anos atrás? – As manobras de Edward de repente fizeram sentido. - Essa conversa no jardim foi uma forma de você me culpar?
-Não. Eu a trouxe aqui para conversarmos. Estava ansioso para revê-la. – Bella tentou caçoar, mas Edward não lhe deu chance. Imediatamente seu olhar pousou nos lábios dela, obrigando-a a umedecê-los com a ponta da língua. – Venho lutando contra o desejo de beijá-la desde a primeira vez que a vi. Estivemos longe um do outro por tanto tempo...
Então os lábios de Edward se fecharam sobre os dela. Acostumada a exercer o controle sobre suas emoções, Bella se sentiu perdida por um momento. Nas nuvens, no paraíso. Ela não saberia dizer onde. Seu coração, sua mente, todos os seus sentidos entraram em tumulto conforme aqueles lábios se amoldavam aos dela, pressionando e mordiscando tentadoramente.
Enquanto absorvia a ternura da boca de Bella, Edward segurava-lhe o rosto. Incapaz de permanecer com os braços inertes, Bella os ergueu até enlaçá-lo pelo pescoço. Nesse instante ele a abraçou e a fez recuar até suas costas encontrarem a robustez de um tronco de árvore.
- Bella!!
Pela impaciência do chamado, aquela certamente não era a primeira nem a segunda tentativa de Jake de localizar a prima, mas era a primeira que os ouvidos de Bella registravam.
Fechou os olhos e se esforçou para acalmar a respiração ofegante.
- Jake?
Jake estava olhando para os primos do outro lado do lago. A força com que segurava a taça de vinho fazia pensar que o vidro fosse se partir. Bella não imaginara que o primo tivesse testemunhado sua escapulida. Ofegante até alguns segundos antes, ela agora mal podia respirar.
- O que em nome de Deus, deu em vocês? Papai vai ter um ataque se houver outro escândalo na família! E você, Edward, tire as mãos de cima de minha prima!
Imóvel como uma estátua, Bella ouviu o farfalhar da saias e passos que andavam apressados até que ouviu Esme aproximar-se.
- Bella, como pode fazer isso conosco?! Ouça, seu Carlisle não pode nem sonhar com que aconteceu aqui. – disse Esme.
- Foi só um beijo, Esme. – Bella tentou justificar.
- Só um beijo?! – Esme repetiu chocada. – Vocês estavam se agarrando em pleno jardim.
- Tia, permita-me interrompê-la. – disse Edward, já interrompendo. Seu tom de voz permanecia calmo embora sua expressão fosse de irritação. – Foi apenas um beijo, afinal. Vocês estão fazendo uma tempestade em copo d´água!
- Não foi um simples beijo! – discordou Jake. – A julgar pelo que vimos.
Bella ainda abriu a boca para se defender, mas a carranca da tia e do primo à fez mudar de idéia. Ela esperaria que eles se acalmassem para tentar se explicar.
- Basta! – Esme ordenou. – Não quero ouvir nem mais uma palavra. Ainda bem que ninguém mais os viu aqui no jardim. Vamos voltar agora mesmo para o salão.
Ao retornarem ao salão de baile Bella avistou Alice e pediu para a prima acompanhá-la ao toalete.
- O que houve? Você sumiu da festa? – indagou Alice.
- Nós nos beijamos. – Bella sussurrou para Alice. – Eu não sei o que deu em mim.
- “Nós” quem? É quem estou pensando?
- Eu e Edward. – disse Bella– Nós estávamos conversando no jardim e quando percebi estávamos nos beijando.
- Eu sabia que estava rolando um clima entre vocês! – entusiasmou-se Alice. – Ele ficou te olhando desde quando entrou no salão.
- Não! Nós somos amigos! – exclamou Bella.
- Então... o beijo foi apenas curiosidade? – riu Alice.
- Acho que sim.
- Depois conversaremos sobre isso. Vamos voltar para o salão e nos despedir de lady Bulligam, pois papai quer ir embora. – disse Alice.
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