"MEU ETERNO AMOR" - CAPÍTULO 01



“MEU ETERNO AMOR” 


Olá queridas leitoras! Vamos conferir o capítulo de estréia de "Meu Eterno Amor". Romance histórico, ambientado no ano de 1881 e que vai conquistar o coração de todos vocês. Não esqueçam: Uma paixão proibida traz sempre uma escolha escandalosa...


CAPÍTULO 1  – MUDANÇAS SÃO NECESSÁRIAS 

Nova York, 1881 

Isabella Marie Swan olhou o gramado pelas grandes janelas da sala de estar da mansão com a testa franzida. 

- Está me pedindo para ir embora? – Bella Swan arregalou os olhos diante do pai. 

- Não seja melodramática. – Charlie fingiu pouco caso. – Não quero que vá embora.. apenas que se afaste de Nova York por uns tempos. 

Bella fitou a mãe de esguelha. 

- Pois eu não concordo com isso. – Renée apoiou a filha, com seu sotaque escocês característico. – Não quero me afastar de nossa filha, Charlie. 

- Não me importo de viajar e ficar fora por uns tempos – Bella falou com ansiedade. - Só não posso acreditar que Charlie esteja pedindo que eu só retorne após as eleições! Tenho compromissos com o Clube das Single Ladies! 

Charlie Swan era um dos homens mais ricos e poderosos de Nova York, ou talvez do país. Era o fundador da ferrovia Northeast, um sistema de transporte que se expandira para o oeste além do Mississipi até a Califórnia, Nevada e o Colorado, seguindo a trilha das descobertas do ouro e da prata. Era dono de uma imensa propriedade ao redor do Central Park que lhe dava um excelente retorno financeiro quando vendia uma faixa de terra para os interessados em construir mansões. Era uma das pessoas mais influentes da cidade. Contava entre seus amigos, seis senadores, cinco congressistas e um presidente. Conseguira até granjear as simpatias do prefeito de início hostil e era considerado um conselheiro por outros industriais. Financiava projetos de arte, ciência e política. Conhecido como “o Chefe”, despertava respeito que muitas vezes beirava a reverência e inveja em seus adversários políticos. 

Charlie não se preocupou com a irritação de Renée. Saberia como domá-la. A filha, apesar do espanto, mostrava-se intrigada. Sabia muito bem como interpretar o brilho dos olhos castanhos de Bella e as covinhas que se formavam dos lados da boca generosa. 

- Preciso afastá-la da cidade e se necessário até do país. Irei iniciar um projeto que causará grande repercussão na sociedade e não quero que minha família seja envolvida em nenhum problema que possa surgir em virtude disso e, por isso resolvi afastá-la por uns tempos. 

- Então esse negócio é perigoso? Renée, incerta, procurava entender o significado daquela conversa. 

Charlie levantou-se da mesa de jantar, foi até o aparador e serviu-se de uísque escocês. A sra. Cavendish entrou na sala para avaliar o sucesso da refeição. Renée comentou a excelência do peixe e Bella pediu delicadamente para a cozinheira não repetir o sorvete de abacaxi. A sra. Cavendish divertiu-se, mas Bella foi advertida pela mãe pela falta de tato. 

Charlie não deixou de se alarmar em pensar na partida da única filha, mas tratou de esquecer o receio e ofereceu-lhe um cálice de vinho. Renée e Bella preferiram chá. 

- Então estarei fugindo de um possível atentado que possa vir a sofrer por causa desse projeto? Bella perguntou e afastou os fios de cabelos castanhos e rebeldes do rosto. 

- Fugindo? – Charlie tornou a se sentar. 

- O que não deixa de ser uma fuga. – Renée recriminou-o. 

- Por favor, mamãe, eu quero escutar o que papai tem para me dizer. – Bella sorriu para a mãe que hesitou antes de anuir. – Papai fale-me a respeito dessa conspiração. 

Charlie pôs os óculos e hesitou a contar toda a narrativa. 


- Não se trata de fuga, mas de um afastamento. Comprei a futura patente e paguei por cada etapa do processo de desenvolvimento de um invento que pode revolucionar os meios de transportes. E o que torna tudo isso perigoso é que a Notheast possui um conhecimento que outros industriais não possuem. Trata-se de uma invenção, ou melhor, uma locomotiva que será provida de energia a vapor. Será usado um subproduto do Petróleo. Algo similar ao querosene. Muito mais potente e mais leve de tudo que foi empregado até hoje. E proporcionará maior velocidade. As possibilidades de aplicação são imensas. Cientistas do mundo todo estão trabalhando nisso. Pretendem desenvolver um engenho muito mais eficaz de que os atuais. O impacto dessa invenção será enorme e as possibilidades de emprego inumeráveis. 

Bella mostrou-se impressionada e Renée, curiosa, apesar das restrições. 

- Rockefeller interessou-se muito. Imaginem as implicações de tal invento para o Standard Oil. 

Charlie, Renée e Bella sorriram. 

- Consegui comprar a patente e vou iniciar os testes nas viagens da Notheast ainda esse semestre. Vocês podem imaginar o que isso pode nos ocasionar... 

Renée franziu a testa. Lembrou-se de que Charlie, alguns anos, sofreu uma tentativa de assassinato por causa do controle da ferrovia. Impossível afirmar que não se tratava de um negócio arriscado. 

- Bem... preciso pensar... não posso abandonar todos os meus projetos de uma hora para outra. Irei até a casa de Mary Francis para ajudá-la a organizar todas as cestas básicas que conseguimos angariar na festa da Igreja. Voltarei cedo para casa. - Bella saiu correndo da sala, sem dar tempo para protestos. 

- Renée, nunca vou me acostumar com essa agitação de Bella. - Charlie abraçou a esposa. 

- Você não consegue domá-la, é isso. 

- Eu ficaria satisfeito se ela resolvesse casar e enchesse essa casa de netos. Ela só pensa em ajudar os menos afortunados e esquece que já vai fazer 21 anos e ainda está solteira. 

- Charlie, diga-me o que tem em mente. Sei muito bem que não arriscaria a segurança de nossa filha. 

Charlie estendeu a mão para a esposa e ajudou-a a levantar-se. Segurou-a pela cintura. Depois de 23 anos juntos, ele a achava cada vez mais linda. 

- Vamos até a sala de estar. 

Renée ficou na ponta dos pés, beijou o marido na boca e acompanhou-o.

****

- Ele quer que você se afaste da cidade? Por quê? - Mary Francis Pendergass sacudiu a cabeça. 

- Não seja melodramática – Bella repetiu as palavras do pai e continuou a andar pelas ruas apressadamente. – Estamos falando de Charlie , lembra-se? 

- E como eu poderia esquecer? – Mary Francis Pendergauss suspirou e meneou a cabeça novamente. – Seu pai não gosta de mim. 

Mary Francis Pendergauss era a melhor amiga de Bella. Elas cresceram juntas e frequentaram a mesma escola para moças. Há quatro anos resolveram criar o Clube das Mulheres Solteiras (Single Ladies) que tem por objetivo ajudar mulheres e crianças vítimas de maus tratos e abandono. 

- Não seja injusta. Ele apenas acha que a sua companhia me influencia a não querer casar. – Bella continuou – Ele nunca proibiu nossa amizade. 

- Claro, apenas disse que sou rebelde e insolente demais para que algum homem queira se casar comigo. – Mary Francis afirmou sem um pinguinho de rancor. 

Bella e Mary Francis atravessaram a rua e entraram na casa amarela com janelas brancas que ficava em frente ao Central Park. Era lá que o clube das Moças Solteiras se reunia para traçar metas e ajudar os menos afortunados. Assim que entraram na grande sala de estar se deparam com Lucinda Barrett e Georgiana Halley. 

- Georgie! Lucinda! Que surpresa agradável! – Bella exclamou ao sentar na poltrona em frente à escrivaninha. 

- Viemos ajudá-las com a distribuição dos alimentos. – Georgiana afirmou e sentou-se ao lado de Bella. 

Georgiana parecia a mais animada em ajudar. Tinha um temperamento dócil e possuía uma beleza exótica com seus longos cabelos e olhos pretos. Lucinda também tinha uma beleza diferente, com seu rosto oval, cabelos avermelhados, olhos verdes e sardas na ponta do nariz. 

- Precisaremos catalogar todas as famílias que irão receber os donativos. Lucinda você poderia organizar essa parte? – Mary Francis perguntou. 

- Hum... O quê? Desculpe Mary Francis, mas não ouvi o que disse. – Lucinda Barrett parecia prestes a espumar de raiva. 

- O que aconteceu? Você parece a ponto de esganar alguém! – Helena indagou. 

- Ficaram sabendo o que aquele homem fez agora? 

Isabella Swan, Mary Francis Pendergauss e Georgiana Halley se entreolharam. Claro que sabiam exatamente a quem Lucinda se referia. E como não saberiam, já que ele era o pior homem dos Estados Unidos? 

- O quê? – Bella perguntou ao largar as cartas que estava separando. 

Depois de sacudir a cabeleira vermelha e alisar o vestido de musselina verde, Lucinda se sentou e suspirou. 

- Eleonora Blythem e sua criada foram pegas de surpresa pela chuva esta manhã. Elas caminhavam para casa quando aquele homem passou em sua carruagem a toda a velocidade sobre uma poça de água e encharcou as duas. – Lucinda tirou as luvas e bateu na mesa com elas. – Felizmente, a chuva tinha apenas começado. Senão, ele as teria afogado no meio da rua! 

- Ele nem sequer parou para socorrê-las? Georgiana indagou. 

- Para se molhar também? Claro que não! – Lucinda jogou um punhado de açúcar em sua xícara de chá e mexeu o líquido vigorosamente. Os homens eram tão enervantes! – Se não estivesse chovendo, ele teria parado para escoltar Eleonora e a criada, mas para a maioria dos homens, a “nobreza” não é um estado de espírito; é um estado de conforto. 

- Um estado de conforto monetário – Bella completou. – Mas não espalhe para ninguém - disse com ironia. 

Mary Francis serviu-se de chá. 

- Embora vocês duas sejam cínicas, tenho que admitir que a sociedade parece relevar a arrogância quando o cavalheiro tem dinheiro e poder. A verdadeira nobreza desapareceu. 

- Exatamente. – Lucinda concordou. 

- Um cavalheiro deveria saber que uma dama é dona da própria vontade! – Bella continuou. – Eles deveriam saber que as regras são diferentes para conquistar o coração de uma mulher. Por exemplo, eu não gostaria de me associar a um homem que tenha como hábito partir o coração das damas, por mais charmoso e rico que ele seja. 

Georgie se levantou e foi até a escrivaninha do outro lado da sala. 

- Precisamos escrever sobre isso. – ela sugeriu, pegando os papéis em uma gaveta. – Nós quatro possuímos muita influência, principalmente no que se refere aos cavalheiros para os quais essas regras se aplicam. 

- E prestaremos um serviço inestimável às outras damas – Mary Francis concluiu. 

- Mas uma lista não fará nada a ninguém, a não ser nós mesmas. - Lucinda afirmou 

- Fará sim quando propusermos nossas regras em prática – Georgiana continou. – Proponho que cada uma de nós escolha um homem e lhe ensine o que precisa saber para impressionar uma mulher. 

- Claro! Que idéia incrível! – Bella bateu palmas. 

Ao começar a escrever, Georgiana riu. 

- Poderíamos publicar nossas regras no New York Times. O título seria: “Lições de Amor de Quatro Damas Distintas”. 

A lista de Bella: 

1 – Nunca parta o coração de uma dama; 

2 – Sempre diga a verdade, a respeito do que acredite que uma dama queira escutar; 

3 – Nunca faça apostas que envolvam os sentimentos de uma dama; 

4 – Flores são bem-vindas; mas certifique-se de que sejam as preferidas da dama em questão. Lírios são particularmente adoráveis. 

2 comentários:

francy cullen 4ever disse...

kkkkkkkkkkkkkkk amei esse 1° capitulo dessa fanfic.
adoreiiiiiiiiiiiiiii

francy cullen 4ever disse...

adoreiii a lista da bella
 
A lista de Bella: 

1 – Nunca parta o coração de uma dama; 

2 – Sempre diga a verdade, a respeito do que acredite que uma dama queira escutar; 

3 – Nunca faça apostas que envolvam os sentimentos de uma dama; 

4 – Flores são bem-vindas; mas certifique-se de que sejam as preferidas da dama em questão. Lírios são particularmente adoráveis. 

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