FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 12

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 12° capítulo de "O Contrato". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.



Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?


Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Capítulo 12



Bella pov’s



Minha cabeça girava loucamente. A luz machucou meus olhos quando eu os abri. Demorou um pouco até eu reconhecer meu quarto, ou melhor, o quarto que Edward me dera após o casamento. Como vim parar aqui? Estava seminua trajando apenas um lingerie e um cobertor me cobria. 


Sentei na cama e olhei o quarto, tudo estava calmo ao meu redor. Procurei pelos fragmentos de memória da noite anterior e logo eles vieram.


–Bella, você compra e nós escolhemos! –Jess disse enquanto olhava as araras com roupas de uma boutique. Eu assenti. Naquela boutique gastei todas as minhas economias em roupas escolhidas por Jess e Angela.


E mais memórias vieram deixando-me ainda mais zonza.


Eu olhei para Edward que me fitava. Eu queria avançar em seu pescoço e esganá-lo, mas nada fiz. Passei por ele emitindo a frieza que até então ele dirigia a mim e sai para cair na gandaia. 


As memórias da boate eram extremamente falhas. Lembro-me das luzes ofuscantes, da música alta, dos risos, bebida, dança e... 


–Meu pai amado! –Disse enquanto a única lembrança que não estava tão embaçada era vivida por mim. Lembro de um rapaz bonito que arrastei para fora da pista, lembro do seu abraço, seu hálito em meu rosto... 


Era oficial: e tinha traído Edward. 


Sorri com o pensamento. 


...


Apesar do banho gelado, do comprimido para dor de cabeça, eu estava mal. Nunca fui de beber e havia bebido mais do que provavelmente beberei em toda a minha vida. Apesar de sentir um vazio no estômago eu sabia que se comesse em excesso eu iria vomitar. Fiquei bebericando um chá que Magdalena fez para mim enquanto lia o jornal da manhã. 


Infelizmente eu tinha que trabalhar, mas não fiquei triste com o fato, mesmo estando de ressaca. Agora o que eu mais queria era ficar longe da casa, de Edward. Consegui me controlar em nosso primeiro encontro após saber que ele me traia, mas não saberia dizer se conseguiria essa proeza novamente. 


Para a minha infelicidade, Edward acordou antes que eu saísse. Enquanto bebericava o meu chá e mantinha meus olhos fixos no jornal, Edward caminhava até a mesa e sentava-se próximo a mim. Eu podia sentir seus olhos me sondando. 


–Ah então acordou cedo. Estou surpreso! Com a bebedeira de ontem pensei que teria que acordá-la também! –Falou num tom sarcástico. Não me movi. Continuei a agir com naturalidade, fingindo ler uma matéria qualquer do jornal. Eu não ia perder a cabeça, já tinha passado muito tempo bancando a sentimental.


–Hei, está me ouvindo? Bebeu tanto que afetou sua audição? –Ele disse ríspido, provocativo. Eu não ia me estressar com esse infeliz! 


Com toda a calma do mundo, olhando-o com uma indiferença tediosa, eu o encarei. Minha cabeça apoiada em uma das mãos e a outra mão segurando o jornal.


–Está falando comigo? Ah é que estou tão acostumada a ser ignorada que não notei. –Falei num tom sarcástico. Edward arregalou os olhos como se tivesse levado um soco no estômago. Eu sabia que não conseguiria agir com frieza durante muito tempo, não quando minha vontade era de pegar a faca de cortar pão de cima da mesa e degolá-lo. Levantei pegando minha bolsa que estava em cima da mesa. 


–Aonde vai? –Edward perguntou. 


–Trabalhar. –Disse e segui para a porta.


–Você sempre vai comigo. –Ele disse, a voz um pouco estressada. 


Virei e lancei uma expressão de pura zombaria.


–Odeio as músicas que você ouve naquele carro, prefiro as músicas escolhidas pelo motorista de ônibus. –E assim a sendo eu saí.


Não pude me segurar. Quando entrei no elevador para descer, soltei uma gostosa gargalhada. Eu até tinha esquecido o som de minha risada durante os dois meses de depressão que vivi. Após rir histericamente eu olhei minha face no espelho ao fundo do elevador. Eu estava um horror com olheiras e sem maquiagem para disfarçar. O pior foi perceber, naquele momento, que eu tinha perdido Edward. A única coisa que eu poderia ter era a minha vingança, nada mais. E doía, doía por que mesmo sentindo ódio por ele, uma parte de mim ainda o amava. 


–Como eu sou ridícula! –Murmurei para a imagem decadente no espelho.


...


–Bom dia! –Jess me cumprimentou.


–Bom dia. –Murmurei com a voz cansada sentando-me em minha mesa.


–Credo Bella sua cara tá horrível! Por que não passou um pouco de maquiagem? –Jess perguntou levantando-se e vindo em minha direção.


–Eu mal sabia onde estava Jess. –Resmunguei juntamente com um bocejo. Jessica voltou a se sentar.


–E ai, como foi com o Edward? Você só nos contou como foi para ele vê-la bonita.


–Eu contei? –Virei para ela. Jess me encarou.


–Deixe-me adivinhar: você ficou tão porre ontem que não se lembra de muita coisa, não é? –Ela perguntou com uma expressão facial engraçada no rosto.


–Acertou! Não me lembro de quase nada. Que tal você refrescar a minha memória com um resumo da noitada?


Jess fez cara de pensativa enquanto murmurava um “hmmmm” e então botou tudo para fora.


–Você gastou uma fortuna na boutique em que a levamos. Lembra-se disso?


–Não, mas vou me lembrar quando verificar minha conta bancária. E o que mais? –Eu perguntei ansiosa pela parte da festa em que eu fico com um cara, ou penso ter ficado. 


–Após as compras você foi para a sua casa, se arrumou. Angela e eu fomos pega-la. Você nos contou no carro que Edward ficou boquiaberto ao vê-la e que pensou que estava arrumada para um jantar que ocorreu na casa da sua cunhada. Fomos para uma boate, mal chegamos e você foi para a pista. Dançou feito uma louca! Nem mesmo eu tive pique para acompanhá-la. Você chamou muito a atenção dos rapazes, até dos comprometidos. Um carinha muito lindo dançou com você. Eu pensei que você tinha ficado com ele, já que sumiu da pista, mas...


–Mas? –Eu não gostava do ”mas”. Jessica franziu os lábios. 


–Quer mesmo saber da parte deprimente da noite? –Ela perguntou deixando-me mais alarmada. Dei de ombros para disfarçar a tensão.


–Pior do que está não pode ficar. –Murmurei olhando para o piso.


–Você veio minutos depois de ter desaparecido com ele. Sentou em nossa mesa e pediu algo alcoólico. Disse que não conseguiu ficar com o cara, que viu o rosto do Edward quando fechou os olhos para beijá-lo. Começou a chorar e a encher a cara se lamentando o tempo todo.


Ouvir aquilo me chocou. Então eu não tinha conseguido afinal. Os laços que me prendiam a Edward ainda eram fortes demais para simplesmente pular no pescoço do primeiro. 


–E depois? –Perguntei.


–Nós a levamos para casa, você estava completamente bêbada! Ninguém conseguiu fazê-la parar de beber. Nós a deixamos até a porta da cobertura e então saímos. O resto eu não sei. Pronto! Agora como foi a sua manhã? –Ela perguntou empolgada. Sorri.


–Dei um gelo nele. Ele está furioso comigo. Eu não ligo, mas...


–Mas? Ah Bella não me venha com arrependimento!


–Não é isso Jess. É só que... Eu não vou obter a vingança que eu quero simplesmente ignorando-o. O Edward pode até ficar aborrecido, mas nada mais que isso. Talvez seja melhor apenas pedir o divórcio e...


–AH NÃO ME VENHA COM ESSE PAPO! Bella é isso o que ele quer, eu aposto! Não fraqueje agora amiga!


E Jessica estava certa, claro. Dar o divórcio tornaria tudo perfeito para ele e eu continuaria na merda. Ele tinha que pagar de alguma forma!


–Tem razão. –Disse olhando-a. Jess sorriu satisfeita. 


–Eu sei. –Ela retribuiu o sorriso.


O restante do dia transcorreu quase que normalmente. Ainda pensava em Edward, ainda pensava no que ele havia feito comigo, mas a dor estava um pouco menor. É claro que ajudava o fato de eu estar tão imersa no trabalho e no fato de não vê-lo. No entanto quando eu o visse eu sabia que poderia perder o controle. Até agora consegui me controlar, mas até onde meu controle suportaria? Quando eu apenas pensava nele eu sentia o ódio me queimar.


Na hora do almoço fui com as meninas para o refeitório da empresa. Contei a Angela a atitude de Edward esta manhã e ouvi mais detalhes de minha noitada anterior com elas. Eu estava me sentindo bem, pelo menos bem melhor do que pensei que estaria. Mas eu não conseguia sorrir, fingir sorrir sim, mas sorrir era diferente. Fiquei preocupada, talvez eu não conseguisse mais sentir o que era ser feliz.


–Olha quem está aqui! –Jess disse. Iria me virar para olhar, mas ela segurou minha cabeça com ambas às mãos. –Você não vai olhar! É o Edward.


Assim que ouvi o nome dele congelei. O que ele estaria fazendo no refeitório? 


–Ele está procurando alguém... –Angela murmurou. –Deve ser você, Bella.
Sorri de forma sarcástica.


–Definitivamente eu não sou o motivo. Deve estar procurando outra pessoa. –Disse e minha voz falhou. Eu ainda estava tão ferida! Angela percebeu, afagou minha mão por cima da mesa.


–Bella, amiga, ainda está doendo, não é? –Perguntou com brandura. Fiquei encarando meu prato. É claro que doía! –Bella, talvez vingança não seja o caminho. Isso vai acabar mal para você. Por que simplesmente não pede divorcio?


–E deixar a diversão de lado! Poupe-me dos seus conselhos Angela! Eu sei o que é melhor para Bella e o melhor é botar um belo par de chifres nele! –Jessica disse entusiasmada. Sorri tristemente.


–Jess, por mais que o Edward mereça isso, eu não vou conseguir. Isso não sou eu, entende? Não posso mudar assim. 


–E você não precisa mudar Bella. –Angela disse com convicção. –Seja você mesma.


–Olha Bella se quiser continuar uma pamonha por detrás das cortinas, tudo bem, mas quando estiver diante dele aja como um vadia louca por sexo e...
Angela calou Jess com a mão. Jessica retirou a mão de Angela de sua boca.


–To brincando! –Ela não estava brincando, nós sabíamos. –Mas curtir a night você pode, não é? Ontem foi ótimo e hoje será melhor. Que tal?


–Eu nem me recuperei da noitada, essa eu passo. –Angela disse. 


–Então vamos só nós duas e nada de bebida em excesso. Eu não levo jeito para cuidar de porre.


–Tudo bem Jess. Pegue-me em casa. Afinal é domingo amanhã, vou poder descansar. Mas acho que não vou dormir em casa. Posso dormir na sua casa, Jessica?


–Claro Bells! Vamos nos divertir muito! Ah e estou querendo alugar seu apartamento pra valer. 


–Pode ocupá-lo, depois acertamos o aluguel. Ele está mobiliado. –Disse.


–Então vou providenciar a mudança o quanto antes! Eu farei uma festa para comemorar a minha emancipação! Você deixa, né Bella? –Jess perguntou com os olhos lacrimejantes. Bufei.


–Faça o que quiser. –Disse numa voz entediada enquanto empurrava a comida que comprei. 


Eu me agarraria a qualquer desculpa para poder ficar longe de casa, se preciso for sairia todas as noites com Jess. Eu precisava manter minha mente ocupada para não pensar.


...


Fim de expediente. Era comum eu esperar por Edward e ir para casa com ele. A única coisa que o desgraçado me dava era carona! Não mais. Sai às pressas com Jess e Angela. Fui para casa de ônibus. Apenas cumprimentei as empregadas e segui para o meu quarto. Eu queria sair antes que Edward chegasse.


“Talvez ele chegue de madrugada por estar com alguma vadia como ele fazia antes” –Pensei cheia de fúria. 


A primeira coisa que fiz ao entrar em meu quarto foi olhar meu closet. Fiquei assustada com a quantidade de sacolas lá, muito mais do que havia imaginado. 


–Nem quero ver o rombo nas minhas finanças. –Estremeci com minhas palavras. Haviam muitas roupas bonitas, difícil escolher. As roupas da noite passada estavam limpas e passadas em cima da cama, obra de alguma das empregadas. Guardei a roupa e escolhi o que vestir: saltos cor de caramelo, um vestido tomara-que-caia preto com detalhes em caramelo no busto. Tratei de tomar meu banho passando mais tempo do que deveria. A água em minhas costas parecia me deixar mais relaxada. Após sair comecei a me arrumar lembrando-me de alguns toques que Jess e Angela me deram durante o dia sobre acessórios e maquiagem. 


Nunca fui de me arrumar, eu não gostava de gastar com inutilidades. Agora parecia imprescindível estar apresentável. Eu queria mostrar que eu poderia ficar tão bonita quanto as prostitutas que Edward assediava. Eu queria mostrar o que ele estava perdendo, ou pelo menos essa era minha intenção. Talvez eu estivesse sendo ridícula, não tinha como eu não afeta-lo. Mas eu precisava fazer algo caso o contrário eu ficaria perdida. 


Já estava quase pronta, penteando meus cabelos que estavam soltos e não tão rebeldes, quando um vulto passou pela minha porta. Ignorei. Continuei a me embonecar usando mais maquiagem que o habitual, querendo ficar irresistível para os olhos de Edward ou para os olhos alheios. 


Peguei uma bolsa de mão dourada, olhei para mim mesma no espelho sentindo-me após tanto tempo bonita. Sorri. Eu era tão diferente com um pouco mais de produção! Perguntei-me estupidamente se eu teria mantido Edward fiel e amoroso caso fizesse isso antes do nosso casamento falir. Queria me socar. Por que eu não conseguia me livrar da sensação de que a culpa era minha? 


–Estúpida. –Murmurei para a minha imagem no espelho e sai do quarto.


Foi repentino.


Ele estava de pé, olhando-me fixamente. 


Por alguns instantes ficamos parados, nos encarando, sem sorrir. Notei que os olhos de Edward me avaliavam e tentavam reprimir a surpresa em me ver tão arrumada. Eu só conseguia sentir ódio. Travava meu corpo para não fazer nada precipitado. Quando vi os lábios de Edward se entreabrir, na certa para falar algo, eu passei por ele, segui rapidamente para fora do prédio. Ele não me seguiu claro. Fiquei um minutinho no saguão até Jess aparecer. Ela estava em seu carro, o que usava só para sair já que ele viva sem gasolina. Para a minha surpresa eu vi que ela não estava só no carro. Mike estava no lado do carona e no banco de trás estava um rapaz moreno que nunca vi. 


–Vem Bella! –Ela chamou. Eu andei cautelosa até o seu carro. O rapaz moreno se apressou em sair e abriu a porta para mim.


–Senhorita. –Cumprimentou divertido. Eu sorri.


–Obrigada. –Disse. Logo o rapaz entrou sentando em seu lugar. Jess aumentou o som do carro e acelerou. 


Minha noite só estava começando.



Edward pov’s



“Aproveite o jantar.” –Murmurou com a voz sedosa, algo que me surpreendeu. Saiu sem mais delongas deixando um rastro de seu perfume pelo corredor. As lembranças de Bella estavam vividas. O olhar, as palavras, o cheiro, tudo ficou marcado. Eu ainda estava digerindo o que vi e ouvi.


–Edward, tudo bem? –Jasper perguntou. Naquele momento percebi que estava na casa de Alice bebendo uísque com Jasper. Suspirei. Eu não devia deixar um fato insignificante me atingir, mas lá estava eu abobalhado com o fato.


–Eu estou um pouco cansado. Só isso. –Disse sorvendo o restante de meu drink. 


–E a Bella, por que não veio? –Ele perguntou. Dei de ombros. 


–Ela estava cansada e decidiu ficar. –Disse. O que eu queria dizer era...
ELA DEVE ESTAR SE ACABANDO EM UMA BOATE!


O pensamento era difícil de acreditar, mas não consegui pensar em mais nada. Para onde ela iria com aquelas roupas? Para a igreja? Eu duvidava. Sem perceber meus pés batiam o piso e minhas mãos tamborilavam no braço da almofada.


Alice apareceu do nada, bonita, com um vestido chique demais para um jantar em família.


–Boa noite! Espero não ter demorado. –Disse. Jasper se pôs de pé e a beijou carinhosamente. 


–Está linda. –Murmurou. Olhei para o outro lado segurando a ânsia de vomito. Odiava presenciar casais apaixonados. Fiquei olhando o nada esperando pela fúria de Alice ao perceber que eu não tinha trazido Bella, ou melhor, que Bella não quis vir.


–EDWARD! CADE A BELLA? –Gritou histérica. 


–Não veio, estava cansada. –Menti sabendo que ela não acreditaria.


–Mentiroso! Não acredito que não a trouxe! Eu vou ligar para ela! –Ameaçou caminhando para seu quarto a fim de pegar o celular. E eu sabia que teria um jantar daqueles! Definitivamente deveria ter ficado em casa.


...


Alice contou com detalhes sua viagem com Jasper, eu fiquei encarando a comida. De vez em quando Alice comentava que não conseguiu falar com Bella pelo celular e blá blá blá. CHATISSE! Se já não bastava Bella e seu teatrinho de “foda-se maldito” pra mim agora tinha que ouvir Alice e seus sermões de “você é um péssimo marido!”. Tentei me concentrar em qualquer coisa como a conversa tediosa, a comida boa, o sexo que eu tive com Tânia ontem... Mas inevitavelmente meu pensamento vagava para ela. Nunca Bella tinha agido daquela forma. O que havia acontecido com ela?


Eu iria descobrir, assim que o jantar acabasse o que não demorou. 


...


Olhei o relógio. Quatro e quarenta e oito da madrugada. Bella não havia voltado ainda. Tentei dormir, tentei. Não consegui. E embora nunca fosse admitir era a preocupação que não me deixava pregar o olho. Bella não estava muito normal quando partiu, poderia estar por ai em algum apuro. 


“Vou ter que sair para procurá-la. Se acontecer algo a ela...” –Pensei levantando-me da cama e caminhando para meu closet. Alice dissera que ligou, mas Bella não atendeu. Certamente não me atenderia também. Seria melhor procurá-la muito embora eu não soubesse onde começar a procura. 


Não precisei sequer retirar a primeira peça do meu pijama.


Um barulho chamou minha atenção. Parei o que estava fazendo e olhei para a minha porta. Não pensei duas vezes, rapidamente rumei até a sala. Queria ver Bella, temia que não fosse ela. Temia que tivesse acontecido algo a ela.


A primeira coisa que senti foi alivio. Era ela afinal. Entrou trôpega pela porta fechando com dificuldade a mesma. E então o alivio foi substituído pela irritação. Estava visivelmente bêbada. Eu me preocupando com ela enquanto ela ficava de farra por ai? Ela caminhou apoiando-se nas paredes. Por alguns instantes pareceu não me notar ali, em pé, próximo a ela. Ergueu a cabeça tentando enxergar naquela penumbra. De fato estava um pouco escuro, mas eu conseguia vê-la. Liguei a luz com um comando de voz e Bella pôde me ver. 


Sues olhos castanhos fixaram nos meus. Estava um pouco suada, as vestes amassadas, a maquiagem um pouco borrada e os cabelos em desalinho. Estava definitivamente em alguma farra. 


–Bella... –Comecei, a voz alterada, pronto para lhe dar um sermão, mesmo que eu não fosse a pessoa mais indicada. Bella tentou ficar ereta e olhou não para mim, mas através de mim como se eu não estivesse diante dela. Novamente eu era invisível para ela, como aconteceu antes de Bella sair de casa. Tal percepção do fato me incomodou e isto era frustrante. E então ela desabou. Se eu não tivesse sido rápido em pega-la, Bella cairia no chão. 


–Bella! Droga! –Praguejei ajeitando-a até que pudesse erguê-la. Quando o fiz me apressei em levá-la ao seu quarto. Bella murmurou palavras desconexas, seus olhos fechados. Pareceu voltar a si quando eu a deixei em sua cama. 


–O que deu em você? Por que bebeu? –Falei numa voz refreada. Eu sabia que ela não poderia me ouvir, bêbada como estava. Subitamente começou a tirar peças de roupas. Eu fiquei parado diante dela sem saber o que fazer. Quando trajava apenas um lingerie, Bella deitou-se. Fechou os olhos rapidamente. Eu acompanhei a cena toda atordoado. Jamais imaginei que um dia testemunharia um porre da perfeita Isabella Swan. O que havia dado na garota? Teria se tornado usuária de drogas ou algo assim? 


Bella adormeceu diante de meus olhos incrédulos com a sucessão de fatos. Eu a vi estremecer pelo frio. Procurei cobri-la com o edredom e passei uns bons minutos fitando seu rosto, tentando entender o que foi tudo aquilo? Surto psicótico? Possivelmente. Catei suas roupas que estavam no chão colocando-as em uma poltrona afastada da cama. Sai do quarto sem conseguir tirar os olhos dela que agora ressonava tranqüila. 


Alguma coisa estava acontecendo, alguma coisa se movia por debaixo dos meus pés. Senti que isso era só a ponta do iceberg.


...


Era de dia. Eu não havia dormido bem. O cheiro de Bella ainda estava em mim. Definitivamente deveria ter trocado de pijama. Levantei cansado, irritado, para mais uma manhã. Eu queria que Bella me esclarecesse os fatos, dissesse o que deu nela, mas eu não deveria perguntar. Bella poderia interpretar meu ato como preocupação, como um modo de demonstrar carinho. Eu não poderia esquecer-se de ser frio, eu ainda tinha um plano a seguir. Mesmo que o ato da noite passada de Bella tivesse fugido do meu planejamento, eu não iria me alterar.


Tomei banho, me vesti e sai para a cozinha. Comeria algo rápido e Bella e eu iríamos para a empresa como em todos os dias desde que casamos. Caminhei despreocupado certo de que Bella devia estar inconsciente na cama, ela havia ingerido muito álcool afinal. Para a minha surpresa encontrei com Bella na mesa de jantar onde o café fora servido pelas empregadas.


Bella lia um jornal, parecia despreocupada e sonolenta. Lembrei de minha preocupação e isso me deu raiva. Enquanto eu pensava que algo havia acontecido a ela, Bella curtia a vida! Sentei na cadeira, próximo a ela. Ela não estava mais clamorosa, sem maquiagem, os olhos inchados pela falta de sono, as velhas roupas feias que usava para trabalhar... Mas havia algo de diferente nela. 


–Ah então acordou cedo. Estou surpreso! Com a bebedeira de ontem pensei que teria que acordá-la também! –Falei sarcástico. Ela nem sequer me olhou. Seus olhos em alguma matéria do jornal. Aquilo me enervou ainda mais. 


–Hei, está me ouvindo? Bebeu tanto que afetou sua audição? –Disse querendo atenção, querendo explicações, querendo que ela agisse de alguma forma. 
Com toda a calma do mundo, olhando-me com indiferença, ela me encarou. 


–Está falando comigo? Ah é que estou tão acostumada a ser ignorada que não notei. –Falou. Eu congelei. O que Bella havia dito mesmo? Ela realmente foi sarcástica agora? O que havia acontecido com a Bella apática que eu estava acostumado a lidar? Quem era essa estranha? Bella levantou-se e pegou a bolsa em cima da mesa enquanto eu tentava compreender o que se passava com ela.


–Aonde vai? –Perguntei. Nem sequer me olhou. 


–Trabalhar. –Disse. Não parou seus passos.


–Você sempre vai comigo. –Falei alterado. Eu deveria deixá-la ir, era o correto de acordo com meus planos, mas não consegui. Ela se virou e lançou um olhar zombeteiro.


–Odeio as músicas que você ouve naquele carro, prefiro as músicas escolhidas pelo motorista de ônibus. –Falou e saiu. Fiquei atônico por alguns instantes, encarando a porta. E apenas uma pergunta ecoava na minha mente:


O que diabos fizeram com a Bella?


...


–Bom dia amor. –Tânia disse, eu passei direto por ela. –Hei, não me ouviu? –Perguntou atrás de mim.


Eu caminhei apressado para minha sala, mas antes passei pelo setor da contabilidade. Logo eu a vi conversando com sua amiga, toda despreocupada. Maldição!


Eu me refugiei em minha sala não permitindo nem mesmo a entrada de Tânia. O que mais me irritava é que eu não deveria ligar para o que Bella faz com a sua vida, mas lá estava eu ligando.


“Isso não deve ser nada. Daqui a pouco ela volta ao normal.” –Pensei na tentativa de me oferecer conforto.


–Hei, posso entrar? –Ouvi a voz de Tânia do lado de fora da minha sala. Abri a porta. Ela passou furiosa, mas quando viu minha cara de poucos amigos se conteve. 


–Que bicho te mordeu hoje? –Perguntou enquanto eu seguia para a minha mesa a fim de sentar.


–Nada. Vamos ao que interessa. Quais os meus compromissos de hoje?


–Agora será a reunião para a escolha do presidente interino enquanto você não assume o cargo. Será na sala de conferencias ao lado da sua sala. –Falou com os olhos em minha agenda. 


–Que seja. Vamos então. 


...


A reunião foi um saco, um bando de bajuladores loucos para que eu os escolha a assumir o papel de presidente por algum tempo enquanto eu não assumo. Escolhi Aro, o menos bajulador de todos que meu pai viva gabando. Após isso assinei papeis, assisti apresentações de funcionários, um dia muito agitado. Foi bom manter a mente ocupada, mas bastou chegar a hora do almoço para que meus pensamentos acabassem nela. Após nosso casamento, Bella costumava insistir para almoçarmos juntos. Eu sempre me esquivei dos seus pedidos. Agora que ela parecia possuída por algum espírito corrupto era bem provável que desaparecesse. Dito e feito! Não a vi em seu posto, mas não demorei a encontrá-la. Bella foi para o refeitório com duas colegas de trabalhos. Engraçado, eu nem sabia que a garota tinha vida social que não fosse um bicho de estimação. Conversava animada com as amigas e me perguntei se aquelas duas garotas teriam acompanhada Bella na sua empreitada ontem à noite. O que estariam conversando? O que Bella teria feito na sua saída? 


Eu não queria saber, mas a curiosidade verdadeiramente ardia em mim. Teria ela descoberto algo sobre o contrato? Por isso agia assim?


“Não tem como ela saber! A não ser que Alice tenha contado, o que eu duvido.” 
–Pensei com satisfação deixando o refeitório e voltando a minha sala.


“Talvez esteja finalmente com raiva pelo modo como tenho tratado ela, deve estar fazendo isto para chamar atenção.” –Especulei enquanto caminhava pelos corredores ignorando a cobiça nos olhos femininos que me acompanhavam. Se Bella queria chamar a atenção ela não teria êxito. Eu voltaria a ignorá-la como tinha feito desde o dia em que eu casei com ela. 


...


Peguei Tânia no escritório, ignorando o fato de que poderíamos ser pegos. Tânia achou que era a saudade dela que me motivou a ousar tanto, mal ela sabia que era a raiva pelos acontecimentos do dia. Ao sair da empresa no final do experiente eu olhei envolta, mas não encontrei Bella. Ela adorava quando eu lhe dava carona, talvez pensasse que era uma demonstração de afeto, mas para ter ido sem mim eu não estava com a bola toda como acreditava. Tânia queria que nós fôssemos a um motel terminar o que começamos na minha sala, mas rapidamente a dispensei inventando uma enxaqueca. Ela sabia que eu mentia, mas não contestou e saiu emburrada do carro quando fui deixá-la em casa. 


Enquanto dirigia pensava no que poderia encontrar em casa. Antes eu só tinha a certeza de encontrar uma Bella apática que insistia em sorrir, ou Bella inconsciente no sofá enquanto me esperava. Eu queria encontrar uma das duas opções. 


Não foi o que eu encontrei.


Rumei para o seu quarto sem vacilar já que não a encontrei na sala. Por uma brecha da porta eu a vi se arrumando. Estava linda, eu não poderia negar. Ela era tão diferente com produção! 


“Onde será que ela comprou essas roupas? Ou será que alguém as deu para ela?” –Perguntei-me. Usava um vestido preto justo até os joelhos, salto alto, maquiagem e acessórios ousados. 


Eu deveria sair dali antes que ela me pegasse a espionando, ela poderia interpretar mal o meu ato, mas não consegui me mover mesmo quando, após terminar de se arrumar, Bella veio em minha direção. 


Eu esperava por qualquer coisa vindo dela quando a porta se abriu e ela me pegou ali. Do jeito que andava esquisita poderia fazer de tudo. Ela não fez nada. Ficamos parados, nos olhando. Eu olhei rapidamente para ela, tão diferente! Não apenas nas roupas, mas no olhar que me lançada. Como se eu não estivesse ali. Eu queria perguntar aonde ia, embora não tivesse o direito. Meus lábios abriram sem que eu quisesse, mas Bella não ficou para me ouvir. Deu as costas desaparecendo pelo extenso corredor em direção a saída. 


Atônico.


Mais uma vez ela me surpreendia e eu fiquei simplesmente parado, sem saber o que fazer. Eu sabia lidar com muitos tipos de pessoas, inclusive deprimidas, mas não sabia lidar com esta nova persona que havia tomado o corpo da antiga Bella.


Um surto passageiro? Não, eu não achava mais.


Ela saiu sem dar explicações exatamente como eu costumava fazer, como eu costumo fazer. Estaria Bella tentando agir comigo como eu agi com ela? E se era essa a verdade, ela iria até o fim? Até onde eu cheguei com Tânia e tantas outras? Eu esperava que não.


“Dane-se! Ela faz o que quiser!” –Pensei seguindo para o meu quarto. Pensei em convidar Tânia para ficar me fazendo companhia, mas a idéia não vingou. Tomei um bom banho, comi uma bobagem qualquer, bebi um drink preparado por mim, escovei os dentes e fui para a cama. Pensei que dormiria tranqüilo, mas o sono me faltou. Só consegui dormir por que peguei um livro qualquer e me pus a ler. Rapidamente peguei no sono.


Onze e vinte e quatro da noite


Meia noite e dezesseis


Uma e quarenta e um da manhã


Duas e cinco da manhã


Três horas e vinte e um da manhã...


O despertador digital me despertou. Eram sete e cinco da manhã. Domingo. Hoje a empresa não abriria como em todos os outros domingos, mas não significava que eu não trabalharia. Quando se é o sócio majoritário de uma empresa de sucesso, todo o dia é dia de trabalho. 


–Uns minutinhos na cama não vão me matar... –Murmurei fechando novamente os olhos. Eu estava me sentindo exausto embora tenha dormido relativamente bem. Fiquei satisfeito que a situação de Bella não tivesse me tirado o sono, de novo. Prolatei por mais alguns minutos na cama. Eu teria ficado lá por mais tempo se a curiosidade não estivesse a mil dentro de mim. Levantei pegando e vestindo meu hobby de seda preto. Fui até o quarto de Bella crente de que eu a encontraria adormecida e seminua, debaixo das cobertas, como ontem. Abri lentamente a porta, mas o que vi me surpreendeu enormemente. 


A cama de Bella estava feita. Caminhei apressado e vasculhei todo o meu apartamento, mas não a encontrei.


–Ela não dormiu em casa? –Perguntei para mim enquanto minha mão ia para a cabeça. O que aquela pirada teria feito?




Continua...





3 comentários:

tete disse...

nossa muito legal amei ele esta recebendo tudu que fez espero ela falar logo desabafar tudo emcima dele sei que tudo vai dar certo mas ele tem que pedir perdao de joelhos igual ela fez

Val RIBEIRO disse...

rsrsrsr bem feito idiota

Bells disse...

Bem feito babaca...rsrsrs

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário sobre o post: