FANFIC "ONLY HUMAN" - CAPÍTULO 23!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 23° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.

O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano! 


CAPÍTULO 23

Carlisle não podia vir por mais duas horas por causa do sol. Edward ainda estava forte o suficiente para ir para a cama com a minha ajuda, apesar que ele tropeçou. Eu o coloquei na cama, e me doía ver o seu corpo tremendo.

"Você devia ir", ele sufocou. "Você pode ficar doente também. Vá para a casa do campo..."

"É muito tarde para isso", eu murmurei, passando a mão por seu cabelo úmido. "Além disso, não posso te deixar agora. Meu amigo Carlisle está vindo para nos ajudar. Ele vai me ajudar a te levar ao hospital".

"Hospital...e depois você vai", ele insistiu. Sua mão apertou a minha com uma força surpreendente.

"Não", eu disse, balançando a cabeça. "Carlisle vai convencê-los a me deixar ficar. Eu não vou partir até que seja absolutamente necessário".

"Você é tão teimosa", ele suspirou, fechando os olhos cansado. "Não tem senso de autopreservação".

"Apenas aceite isso", eu disse com um pequeno sorriso. "Me deixe fazer o que preciso".

Eventualmente, ele caiu em um sono inquieto. Eu fiquei ao seu lado, colocando alternativamente um pano molhado com água fria em sua testa e enrolando meu corpo ao dele para tentar amenizar seus calafrios. Logo após o pôr-do-sol, Carlisle apareceu no batente da porta. Ele entrou sozinho na casa. Era reconfortante, de uma maneira estranha, ter um vampiro por perto com todas as suas peculiaridades de vampiro. Isso me lembrava de casa.

"Eu arranjei uma cama para ele ao lado de sua mãe. Ela vai ficar arrasada. Ela conversou horas comigo noite passada sobre ele quando ela descobriu que eu te conhecia".

Outra rachadura se formou no meu coração. "Você me disse, no futuro, que ela se esgotou tentando cuidar dele. Que ela podia ter sobrevivido, se não tivesse tentado cuidar dele também".

"Não posso dizer que esteja surpreso" Carlisle disse. "Ele é tudo pelo que ela está vivendo nesse momento. Ela não tem muita escolha. Lutar por ele é lutar por ela mesma. Eu acho que você pode entender isso".

"É claro", eu respirei. "É só que...é tão difícil assistir, e não fazer nada".

"Eu sei" Carlisle concordou pesaroso. "Mas nós fazemos o que podemos. Vamos levar o Edward até o carro, está bem?".

Não tinha realmente um "nós" nisso. Carlisle o levantou da cama com a mesma facilidade que teria para levantar um travesseiro. Edward parecia tão pequeno e frágil nos braços de Carlisle, e ele estremeceu violentamente com o toque frio. Eu finalmente comecei a chorar. Era assim que o Edward tinha se sentido, me vendo machucada no chão do estúdio de balé? Tão impotente, incapaz de proteger a única pessoa que mais importava.

Carlisle colocou o Edward no banco de trás,e eu me juntei a ele, colocando sua cabeça em meu colo. Ele estava meio acordado agora mas não totalmente consciente. Ele resmungava coisas sem sentido e agarrava os panos da minha saia. Tentei evitar que minhas lágrimas o tocassem.

"Carlisle?"

Seus olhos me olharam pelo espelho retrovisor. "Sim, Bella?"

"Por que isso acontece tão rápido?" eu perguntei. Apenas horas atrás, ele estava feliz, nós estávamos paquerando e brincando como se tudo estivesse normal. E agora...agora eu não estava certa de que ele soubesse meu nome.

"Não posso te dizer com certeza" Carlisle respondeu. "A doença causa pneumonia. Sangrando nos pulmões. É isso que mata tão rápido. Mas porque chega tão de repente, eu não sei dizer. É simplesmente...uma doença muito agressiva".

"Ele vai sofrer muito?" Eu tinha que saber.

Carlisle suspirou. "Se ele se manter alerta, talvez. Mas se ele continuar nesse estado...eu duvido que ele saberá o que está acontecendo".

"E...você vai transformá-lo, não vai?".

"Se e quando a hora chegar for aparente que ele não sobreviverá sem a minha ajuda, então sim, eu irei transformá-lo",

Eu respirei em alívio. "Obrigada".

O hospital estava muito mais quieto que no dia anterior...tinha passado realmente apenas um dia desde que trouxemos Elizabeth? Tudo estava acontecendo tão rápido, era difícil acompanhar.

Carlisle carregou o Edward para dentro, sem se importar com a maca que uma enfermeira ofereceu pegar. Eu me arrastei atrás dele, serpenteando por meio do monte de camas que enchiam o piso térreo. Deduzi que o segundo andar estaria bem parecido. Era um péssimo ambiente. Claramente, os médicos e enfermeiros não conseguiam acompanhar os pacientes – o cheiro de sangue, suor e comadres negligenciadas enchia o ar, o tornando sufocante. Eu respirei pela boca, lutando para ignorar o mau cheiro.

Contra a parede mais afastada, eu vi a cama da Elizabeth. Seu cabelo bronze se destacava facilmente contra a roupa de cama branca. A cama provisória a seu lado estava vazia, esperando por Edward. E ela estava acordada para nos ver trazê-lo.

"Edward!" ela estava muito fraca para gritar muito alto, mas a dor era evidente em sua voz.

"Sinto muito" eu disse a ela, lágrimas ainda caindo por meu rosto, enquanto Carlisle colocava Edward em sua cama e o cobria com os cobertores providenciados.

"Não é culpa sua" ela disse, seus olhos grudados na forma trêmula de Edward.

"Nós faremos tudo possível por ele" Carlisle prometeu. De algum lugar, ele retirou um estetoscópio e estava agora escutando os pulmões do Edward.

"Tem alguma chance de eu poder ficar?" eu perguntei a ele. Eu não pretendia particularmente sair do meu lugar entre as camas do Edward e da Elizabeth, não importa o que dissessem.

Carlisle assentiu. "Vou me encarregar para que ninguém te incomode".

"Obrigada" eu respirei.

Carlisle teve que sair para fazer suas rondas mas de algum modo ele me arrumou uma cadeira primeiro – ela mal cabia entre as camas – e os suprimentos necessários para cuidar do Edward e da Elizabeth. Em troca de poder ficar, eles ficariam sob minha responsabilidade. As enfermeiras ficaram contentes, se nada mais, por terem dois pacientes a menos para se preocuparem, e elas acharam de algum modo romântico a garota que recusava deixar seu noivo que estava morrendo. Se elas entendessem alguma coisa, elas saberiam que não tinha nada de romântico nisso – eu simplesmente não podia estar em outro lugar quando o Edward estava sofrendo. Não tinha escolha quanto a isso.

Eu fiquei acordada por toda a longa noite, cuidando deles da melhor maneira que podia. Os dois dormiram na maior parte, e eu só podia manter panos frios em suas testas para tentar abaixar suas febres. Elizabeth acordava ocasionalmente, e eu lhe dava água – a única coisa que o médico sempre me recomendava para gripe – mas o Edward nunca saia de seu estado febril.

Quando a manhã se aproximava, eu adormeci debruçada na instável cadeira de madeira, não conseguindo mais lutar contra minha exaustão. Não foi um sono tranqüilo. Meus sonhos foram assombrados pelas centenas de vítimas sofredoras ao meu redor, seus lamentos ecoando em minha mente.

Quando acordei escassas horas depois, encontrei Elizabeth pairando sobre a cama do Edward, tentando convencê-lo a beber algo. Ele apenas cuspia em resposta, lutando em suas ilusões induzidas pela febre.

"Eu te diria que você devia estar descansado, mas eu sei que você não meu ouviria" eu disse. Elizabeth me olhou com um sorriso implacável. Seu rosto estava tão abatido, isso me dava vontade de chorar.

"Ele é meu filho" ela disse simplesmente. "Se ele sobreviver, qualquer coisa que aconteça comigo é um preço aceitável".

"Descanse agora" eu sugeri. "Pelo menos enquanto estou acordada? Ele não iria querer que você se esforçasse desse jeito. O preço não seria aceitável para ele".

"Você está certa" ela concordou relutante, me entregando o copo com água. "Embora eu odeie esse sentimento de que não existe nada que eu possa fazer. É mais fácil quando eu estou fazendo...alguma coisa".

Eu a ajudei a voltar para sua própria cama; ela se moveu tremulamente. "Eu sei como se sente. Infelizmente, parece que não há muito que possamos fazer sobre isso".

"O pior tipo de problema" Elizabeth suspirou enquanto deitava em seu travesseiro. "Você vai me acordar? Se qualquer coisa..."

"É claro", eu prometi.

Ela caiu em um sono exausto, e eu me forcei a acordar completamente para fazer as coisas que precisavam ser feitas. Eu fui pegar mais água fresca e um pouco de sopa para tentar alimentá-los, caso acordassem. Elizabeth estava mais descansada; sua febre permaneceu controlada, mas Edward...Edward encharcou seus lençóis de suor enquanto se revirava na cama. Isso era...horrível. Pior até que ver Jane o torturando em Volterra. Dor era uma coisa que meu Edward conseguia suportar; ele era quase invencível. Mas o garoto na cama era frágil, humano, e tão...quebrável.

Em certa hora da tarde, Edward voltou à realidade, apenas por um curto tempo. Foi o suficiente para que ele me procurasse, para sorrir para mim enquanto eu debruçava sobre sua cama.

"Há quanto tempo você está aqui?" ele perguntou.

Eu tentei força um pouco de sopa em sua boca enquanto respondia. "Quase vinte e quatro horas".

Ele engoliu com a testa franzida, "Você dormiu?".

"Um pouco" Forcei mais uma colher cheia em sua boca.

"Bella...você devia ir para casa...descansar. Eu não vou permitir que você acabe deitada no hospital também". O vendo tentar ser protetor enquanto estava claramente indefeso fez meu estômago se contorcer desagradavelmente.

"Você me conhece melhor que isso".

Edward suspirou. "Se eu não sobreviver, Bella, eu preciso saber que você estará a salvo". Seus olhos imploraram comigo; eu desviei.

"Não se preocupe comigo agora. Você precisa se concentrar em melhorar..."

"O cofre, na casa", ele interrompeu, agarrando minha mão para me impedir de silenciá-lo com sopa; sua palma estava suada. "A combinação é 8-1-7-5, por favor, prometa que vai lembrar. Eu deixei o máximo de dinheiro que consegui..."

"Shh", eu insisti. "Eu vou lembrar, prometo. Por favor, Edward. Eu não quero pensar nisso agora"

"Bella...nós ainda vamos nos casar um dia..." ele murmurou. Seus olhos estavam vidrados, e eu sabia que o estava perdendo mais uma vez. "Numa linda clareira..."

Minhas lágrimas caíram, muito quentes, na minha mão. "Sim, Edward. Nós vamos. Eu te prometo".

Ele não falou novamente, mais uma vez sob o efeito da febre. Eu sentei impotente ao seu lado, sabendo que nada que eu fizesse tornaria esse sofrimento mais fácil. Então eu chorei. Era aceitável aqui, entre dois pacientes dormindo, ainda segurando sua mão. Edward não me veria desse jeito; não importava se eu deixasse as emoções saírem do único jeito que sabiam.

Eu pulei quando senti uma mão quente cobrir a minha reconfortantemente. Eu levantei a cabeça e vi Elizabeth acordada e me olhando com compreensão.

"Meu filho está morrendo" ela disse. Se tivesse sido uma pergunta, talvez eu insistiria para ela ter esperança, que todos eles tinham uma chance. Mas não foi uma pergunta; ela sabia a verdade tão bem quanto eu, e isso estava evidente em seus olhos.

"Mas você" ela continuou. "Você conhece um jeito de salvá-lo".

Eu arfei. "O que – o que a faz pensar..."

"Quando eu te vi pela primeira vez" ela explicou cuidadosamente, "eu notei duas coisas. A primeira foi que você amava meu filho. O olhar no seu rosto não podia ser confundido com outra coisa. E a segunda foi que você usava meu anel de noivado. Eu podia ter pensado que você era uma ladra, se eu não tivesse o anel no meu próprio dedo".

"Oh" eu respirei, meu coração acelerado nervosamente. Eu tinha conseguido esconder tão bem quem era do Edward, mas Elizabeth sabia que eu tinha um segredo o tempo todo.

"Eu só podia imaginar um jeito de você ter o mesmo anel – que meu filho tinha lhe dado, depois que eu tivesse morrido...no futuro".

Eu não sabia o que dizer a ela, por onde começar a explicar.

"Você não precisa dizer nada" ela continuou. "Provavelmente é melhor que você não explique. Mas o seu amigo – o médico. Aquele estranho. Você o conhece da sua época, não é? E é ele que pode manter meu filho vivo"

Eu confirmei com a cabeça lentamente, espantada. Foi assim que Edward se sentiu com minha fácil reação ao mundo dos vampiros? Eu não podia acreditar que Elizabeth estava conversando comigo sobre viagem no tempo como se fosse um tópico comum como o tempo.

"Que bom" ela suspirou, fechando mais uma vez os olhos. "Enquanto ele for salvo, eu posso descansar sossegada"

Quando ela adormeceu, eu deixei as lágrimas caírem mais uma vez.

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