Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 13° capítulo de "O Contrato". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.
Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?
Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulo 13
Bella pov’s
Quando olhei o interior do carro senti que algo não havia saído de acordo com meus planos. Jess disse que apenas nós duas sairíamos e agora lá estava eu com um casal e um rapaz. Ao menos eu teria a companhia do rapaz, pensei. Jessica tagarelava como doida sobre alguma coisa da empresa. Mike a ouvia, ou pelo menos fingia ouvir. Fiquei calada ainda pensando em Edward, no modo como me olhou...
–Não me apresentei ainda, não é? –O rapaz ao meu lado falou. Virei-me para ele.
–Sim? –Perguntei confusa por ele ter falado comigo.
–Ah, Bella, quase me esqueci. Este é o Jacob, colega de trabalho do Mike. Estamos dando uma carona para ele. –Jess falou. Jacob sorria e estendeu a mão para um cumprimento. Eu a aceitei.
–Jacob Black, trabalho na empresa concorrente da sua empresa. –Falou. Eu sorri.
–Muito prazer, sou Isabella... –Parei pensando em que sobrenome dizer. Anteriormente dizia meu nome de casada, mas isto não era mais necessário. –mas pode me chamar de Bella. –Falei.
–Eu sei, Jessica falou a seu respeito. Você é casada com o proprietário da empresa de publicidade Cullen, não é? –Ele falou amigavelmente, mas minha reação não foi amigável. Fiquei calada, sisuda.
–É, sou casada com ele. –Afirmei virando-me para olhar para frente. Jacob ficou a me olhar, confuso pela minha reação. Enquanto mantinha minhas mãos entrelaçadas e em meu colo notei a protuberância de minha aliança. Por Deus, fiquei pasma ao perceber que ainda não havia tirado a aliança de meus dedos! Como pude me esquecer de me desfazer daquele símbolo de união? Eu a retirei enquanto Mike puxava assunto com o tal Jacob sobre alguma banalidade e a coloquei em minha bolsa.
Senti que Jessica encostava o carro.
–Chegamos à sua parada, Black. –Ela falou divertida.
–Tchau cara. –Mike se despediu.
–Até amanhã Mike. Valeu pela carona Jess e... –Virou-se para mim. –Até mais Bella. –Pegou minha mão beijando-a, fiquei sem graça. Jacob saiu rapidamente, desceu em frente a um prédio. E então éramos Mike, Jess e eu. Bufei. Segurar vela não estava nos meus planos. Olhei para Jessica mortiferamente, ela notou.
–Não me olhe assim! Originalmente iríamos sair sozinhas, mas o Mike apareceu em casa enquanto eu me arrumava. –Notei então que Jessica estava tão irritada quanto eu pela intervenção.
–O que? Achou que eu deixaria você sair sozinha? Nem pensar! Eu não quero minha namorada em um lugar cheio de machos loucos por carne nova! –Mike esbravejou.
–Viu Bella? Ou nós saiamos com o Mike ou não sairíamos. Preferiria ficar em casa? –Ela me olhou interrogativa pelo espelho retrovisor.
–Não, acho que prefiro segurar vela a ficar em casa. –Falei amuada.
–Não se preocupe Bella, não vamos deixar você segurar vela. –Mike disse virando-se para sorrir para mim.
...
E como imaginei lá estava eu sentada em uma mesinha de frente para o casal apaixonado. Jessica e Mike agarravam-se como duas doninhas disputando território. Bufei. Que bela noite eu estava tendo!
–Olha, eu vou até o bar. –Avisei sabendo que não estavam me ouvindo. Atravessei a danceteria abarrotada de gente. Sentei em um banquinho no bar e pedi um drink. Sabia que não poderia beber em excesso, mas ficar sóbria estava fora de questão. Além disso, era só ficar a toa para pensar em Edward. Tudo aconteceu tão rápido! Em um momento eu estava tão bem com Edward, fazendo planos, e no outro eu estava na merda vendo-o me tratar como um lixo. Eu me perguntava por que ele havia feito isso comigo. Imaginei que ele havia ficado assustado pelo casamento e esperei que aceitasse, mas não era isso. Ele apenas se entediou de mim num tempo muito menor do que o previsto. Bebi mais uma dose. Eu o odiava tanto, mas me odiava mais por que, embora não fosse admitir, tudo o que eu fazia era por ele. Mesmo que ligados pelo ódio, nós ainda estávamos conectados. Eu queria me libertar, mas como faria isso? Nem mesmo o divórcio me livraria de minhas dores, do ressentimento.
“Como posso me libertar se no fundo eu quero estar presa a ele ainda?”.
...
Minha cabeça doía, meu corpo parecia exausto.
–Merda. –Murmurei tentando me situar. Eu sabia o que tinha acontecido. Eu bebi e dancei até ficar num estado deplorável. Provavelmente Mike e Jessica me levaram para casa. Sentei na cama enquanto minha visão de acostumava com a luz.
Primeiro senti o choque de me deparar com o desconhecido.
–Meu pai. –Disse enquanto notava que não estava em meu quarto em casa. Era em um lugar diferente, em uma cama diferente. Eu estava perdida!
...
–A culpa não é minha que você não tenha percebido que estava no meu quarto!
–Jess esbravejava enquanto me servia algumas panquecas que fez. –A culpa é sua por beber tanto que tive de trazê-la para cá.
–Sinto muito pelo trabalho que causei. –Murmurei sem graça.
–Francamente Bella por que você encheu a cara? –Jess virou-se deixando a louça que estava lavando de lado para me encarar.
–Eu só consigo esquecer o que se passa comigo quando bebo, só consigo me soltar quando bebo. Uma válvula de escape.
–É Bella, você precisa de uma outra forma de esquecer. Seu fígado agradece.
–Eu sei Jess. –Fiquei bebericando meu café e mordiscando uma panqueca.
–Ah, eu falei para meu pai do lance de morar sozinha enquanto você dormia. Ele achou uma boa idéia. Faço a mudança hoje, o que você acha?
–Jess, o apartamento não é aberto há algum tempo. Precisará de uma faxina.
–Isso não é problema! Eu compro algumas coisas no supermercado e hoje mesmo faço a mudança.
–Então tudo bem.
–E você? Quer me ajudar com a mudança? Ou quer ficar em casa o domingo todo? –Jess me olhou especulativa.
–Que pergunta Jess! Você sabe que eu quero ficar longe daquela casa. Mas acho que precisarei ir para mudar de roupa e tudo mais. –Disse olhando para mim, ainda vestia a roupa da noite anterior.
–Não se preocupe. Tome um banho e vista umas roupas minhas. Que tal?
–Perfeito. –Disse.
...
Não bastou irmos apenas nós duas, precisávamos de mais gente para colocar meu antigo apartamento em ordem. Logo Jess convocou Mike, Angela e o namorado de Angela (colega de trabalho de Mike) Ben para ajudar.
Enquanto Angela, Jess e eu limpávamos o local, os rapazes carregavam as caixas que trouxemos da casa de Jessica. Foi divertido. Não me lembrava de fazer algo, ainda que bobo, com meus amigos. Comemos bobagens, ouvimos musica, dançamos, enquanto deixávamos tudo em ordem. Olhar meu apartamento me trouxe lembranças de uma época em que, embora amasse Edward, eu não sofria tanto assim. Mas também aquilo não era uma vida, apagada como estava. Eu tinha que agradecer a Edward, graças às atrocidades que fez comigo eu havia me tornado alguém mais forte.
–Hei Bella você não se importa se eu fizer uma festinha aqui, não é? –Jessica perguntou. Estava sentada no colo de Mike que estava sentado no sofá.
–Não. Quem tem que se importar e opinar são os seus novos vizinhos. –Disse sarcástica.
–Eu vou convidá-los também. –Jess falou. Mike a interrompeu beijando-a. Desviei os olhos. Eu não gostava de testemunhar casais felizes diante de mim, fazia eu me sentir miserável por dentro. Senti que aquela era a minha hora.
–Gente eu preciso ir. –Anunciei levantando-me do outro sofá em que estava sentada. Angela, que estava na cozinha com Ben preparando algo para que comecemos, apareceu.
–Mas já? Espere pelo menos a pizza que estou preparando! –Angela pediu com Ben ao seu lado.
–Eu agradeço, mas já anoiteceu e... Bom eu estou precisando descansar direito. Vemos-nos amanha na empresa. –Falei. –Obrigada pelas roupas que me emprestou Jess. Levo amanhã ou depois. –Olhei para a camisa de flanela colada ao meu corpo, a calça jeans e as sandálias.
Sai rapidamente de lá.
Eu não queria voltar para casa, mas que escolha eu tinha? Além do mais não seria tão ruim. Bastaria eu me refugiar em meu quarto e ponto! Munida de minha bolsa de mão e uma sacola com as roupas da noite anterior, cheguei em casa de taxi. Cumprimentei ao porteiro, subi até a cobertura pelo opulento elevador. Certamente Edward não estava em casa, devia voltar a sua rotina de sair para noitadas com suas vadias. Crispei meus lábios com o pensamento. Odiava, mesmo na atual situação, sentir ciúmes.
Quando adentrei o apartamento e não ouvi barulho algum pensei que estaria só. Procurei ser silenciosa. Eu só queria entrar no meu quarto e criar raízes lá até amanhã. A sala estava escura, mas não teria problemas para chegar ao meu quarto. Para a minha surpresa a luz do abajur próxima ao sofá foi acessa. Estaquei e vi, pouco iluminado pela luz amarela, Edward, sentado no sofá com seus olhos em mim.
Procurei manter uma expressão nula. A expressão de Edward era furiosa.
–Está aqui em pleno domingo? Testemunhei um milagre! –Falei num tom debochado. Isso só deixou a feição de Edward mais irritada. Como se eu ligasse! Caminhei em direção ao corredor, iria para meu quarto.
–Espero que essa prática de noitadas suas não comprometa seu desempenho na empresa. Eu não gostaria de tomar alguma atitude caso isso ocorra.
–Atitude? Ora não seria difícil para você me demitir, não é? Demita-me se eu faltar com a empresa, eu não me importo. Mas devo alertá-lo que isso não vai acontecer. –Dei mais um passo para meu quarto, meu refugio. Senti alguém me deter, Edward. Segurou-me pelo braço. Eu o olhei, aturdida. Como ele ousava ser tão indelicado?
–Solte-me. –Pedi num tom calmo, muito diferente de como eu sentia.
–Se você me trair, e isto cair na boca da imprensa, você terá de sofrer as conseqüências. –Falou autoritário, quase soando como o marido que nunca foi. Não me segurei. Soltei uma gostosa gargalhada.
–Sofrer as conseqüências? E quais seriam essas conseqüências, Edward? Vai me demitir? Ótimo, faça isso. Eu tenho competência suficiente para encontrar outro emprego. Vai aparecer por ai com suas vadias para me atingir? Faça isso, eu to pouco me lixando! –Eu me aproximei de seu rosto, provocativa como nunca ousei, e sussurrei. –Vai me pedir divorcio? Faça isso. Se você está tão louco para se livrar de mim já deveria tê-lo feito.
Eu me afastei e segui para o meu quarto sem olhar para trás.
Ao chegar ao meu quarto, em silencio, fiz uma dancinha ridícula da vitoria. Eu estava me sentindo tão poderosa e isso era bom! Deixei a sacola com minhas roupas na cama assim como minha bolsa de mão. Tirei a aliança de dentro da bolsa e joguei num canto qualquer do quarto. Que as empregadas encontrassem e jogasse fora, eu não ia precisar daquilo. Rumei para o banheiro e tomei um relaxante banho. Após o banho, já alimentada, fui dormir. Eu estava moída pelo serviço em meu antigo apartamento e pelas noites mal dormidas. Dormi feito uma pedra.
...
Manhã de segunda-feira. Eu estava com as energias renovadas. Até agora tinha deixado minha produção para minhas noitadas, mas decidi me produzir para o trabalho. Peguei uma saia preta, meia calça preta, salto alto preto e uma blusa branca super decotada. Coloquei maquiagem, acessórios não tão chamativos, e deixei meus cabelos soltos. Recebi elogios das empregadas que serviram meu café. Agradeci. Não vi Edward durante o café, o que foi ótimo para mim. Peguei uma bolsa preta, coloquei meus pertences e sai. Acreditava que não veria a cara do infeliz, ele poderia estar dormindo ainda ou já estaria na empresa, mas me equivoquei. Como se não bastasse à reprimenda que o miserável me deu noite passada agora era isso!
–Entra. Vou lhe dar uma carona. –Disse. O carro estacionado em frente ao nosso condomínio, a porta do carona aberta. Bufei.
–Quem disse que vou com você? Prefiro ir à roda do ônibus lotado! –Falei seguindo para a parada.
–O que? Agora vou ter que paga-la para que aceite uma simples carona? –Ele perguntou zombeteiro. Parei.
–É. Pague-me bem e posso reconsiderar. –Cruzei os braços em frente ao corpo esperando. Edward sorriu com cinismo. Retirou um talão de cheques e encostou-se em seu carro.
–Diga seu preço. –Falou sem olhar para mim.
–Acho que podemos começar com dois mil reais. –Falei. Edward deu um meio sorriso, assinou o cheque e olhou para mim.
–Você não é nem um pouco gananciosa. Poderia ter pedido um pouco mais. –Falou passando o cheque para mim. Eu o peguei e coloquei em meu decote. Edward olhou atentamente o movimento que fiz.
–E então, vamos? –Perguntou. Eu entrei no carro, Edward fechou a porta. Encostei-me na janela do carro olhando para fora. Edward felizmente não disse nada durante o trajeto. Eu acreditei que deixaria sair do carro assim que cheguei, mas depois da sua atitude na noite anterior comecei a duvidar se sairia. Quando o carro de Edward estacionou, eu me apressei em abrir a porta, mas a trava não estava aberta.
–Pode abrir a porta para mim? –Eu me virei sem nenhuma vontade. Estaquei ao vê-lo retirar o paletó. –O que está fazendo?
–É pra você. –Ele me passou o paletó. –Caso não tenha percebido suas vestimentas estão em desacordo com o código da empresa. –Ele falou frio como sempre. Segurei a minha língua para não mandá-lo a merda. De esguelha vi uma pessoa se aproximar do carro.
–Ao invés de criticar minhas veste por que não dá o seu paletó para ela? –Apontei para Tânia que vinha em nossa direção. –Ela estava completamente fora dos padrões. –Falei fria e sai.
Tânia ficou surpresa ao me ver, olhou-me dos pés a cabeça. Eu caminhei tentando ser natural enquanto andava de salto. Após o choque passar, Tânia me olhou com a expressão furiosa. Eu parei e a olhei.
–O que é? Cara feia pra mim é fome! –Disse e sai enquanto ela bufava atrás de mim. Eu não iria descer do salto, mas também eu não iria engolir sapo.
...
Por algum motivo chamei a atenção dos homens que trabalhavam em diferentes setores da empresa. Isso me surpreendeu. Eu não estava acostumada a isso. Jess e Angela me elogiaram pelo look. Procurei me ocupar com o trabalho o quanto pude tentar esquecer a ação de Edward desde ontem. Não contei as meninas a mudança de atitude, eu não sei por que. Eu ainda estava atordoada com aquela nova faceta de Edward.
Na hora do almoço eu pretendia comer com as meninas, mas surge uma visita inesperada.
–Oi cunhada! –Era Alice.
–Oi Alice. –Levanto-me da minha mesa. Alice me olha da cabeça aos pés.
–Quem é você e o que fez com minha cunhada? –Falou num tom cômico.
–Sou eu Alice, só estou com um pouco de maquiagem.
–Ah Bella não miniminiza suas mudanças! Você está ótima e graças as minhas dicas de beleza, minhas e de Angela.
–Nossa, vocês fizeram um bom trabalho! Mas estou magoada cunhada, se queria mudar deveria ter pedido minha ajuda. Poxa eu seria tão útil! –Alice começou a choramingar.
–Alice, você veio até mim por um motivo. Qual seria? –Perguntei.
–Vim convidá-la, ou melhor, intimá-la a almoçar comigo.
Antes que eu tecesse qualquer comentário sobre o convite, Alice pegou-me pela mão e saiu em disparada comigo.
–ALICE! –Eu a chamei.
–Não temos tempo, já fiz as reservas e se chegarmos muito atrasadas! –Foi tudo o que disse.
Alice era uma figura mesmo!
...
–Então vamos parar de falar de mim, quero saber de você. Por que não foi no jantar que preparei? –Ela perguntou emburrada. Estava tão alheia que demorei a perceber que Alice fazia uma pergunta para mim. Se ela soubesse que não dei atenção a ela enquanto falava de sua viagem com Jasper...
–Eu não estava bem. –Disse.
–Foi isso o que o Edward disse, mas... Eu não acreditei muito. Vai Bella desembucha! O que está acontecendo? Tenho notado você estranha desde o casamento e agora você muda radicalmente novamente. O Edward está raivoso, parece um cachorro com raiva e não diz o motivo. Vocês não estão bem, não é? –Alice me sondava e por alguns instantes pensei em me abrir. Eu tinha dito tudo para Jess e Angela, por que não dizer a ela? O problema era que Alice poderia tomar partido de mim e reclamar co Edward. Eu não queria que Edward soubesse que eu ainda sofro.
–Está tudo bem Alice, mais do que bem. O Edward deve estar estressado pelo trabalho afinal logo a carga de trabalhos dele vai aumentar já que ele assumirá o lugar de seu pai. Olha pra mim, acha que eu estou mal? –Sorri para tentar convencê-la, mas Alice tinha uma expressão facial que extrapolava a palavra desconfiança.
–Sinceramente Bella não acredito em você, mas se não quer me contar então tudo bem.
–Não há o que contar Alice. –Disse com convicção. Alice deu de ombros.
–Deixa pra lá. Novo assunto. Já que você está aceitando ajuda nas suas vestimentas bem que você poderia aceitar as minhas. –Falou emburrada.
–Poxa Alice eu já gastei toda a minha grana com estas roupas.
–Não se preocupe, é por minha conta como presente de casamento! –Ela falou sorridente.
–Você já me deu seu presente, fez meu casamento. –Falei azeda.
–Mas eu não paguei nem um centavo por tudo, quem pagou foi o Edward. Agora é hora de presenteá-la. Após seu expediente você vai às compras comigo e não se atreva a negar meu pedido! –Sua expressão era demoníaca. Concluí que o melhor para mim seria aceitar.
–Tudo bem. –Disse e suspirei. Mas também era uma boa fazer algo a fim de evitar Edward. Eu estava aceitando qualquer coisa ultimamente.
...
–Bella, até que enfim você chegou! –Jess disse assim que voltei do meu horário de almoço.
–Você fala como se eu tivesse me atrasado. Eu cheguei até mais cedo. –Falei colocando minha bolsa em cima da minha mesa.
–Você perdeu a cena! Edward saiu com a tal Tânia de mãos dadas, foram embora de carro.
As palavras de Jessica me açoitaram. Tentei manter indiferença diante de suas palavras.
–Não me importo. –Falei numa voz fraca enquanto ligava meu computador.
–Que bom, isso significa que você está se curando do amor que sente por aquele traste! E ai qual a programação para depois do trabalho?
–Eu vou sair com a Alice. Agora que aderi ao habito de compras ela quer comprar coisas pra mim. E um “não” não iria detê-la.
–Que sorte você tem! A senhora Hale tem um ótimo gosto para roupas, ela vai te deixar ainda mais deslumbrante! Eu vou querer ver o que ela vai comprar para você, viu?
–Tudo bem Jess.
Eu tentei me concentrar em meu trabalho, mas uma parte de minha mente amaldiçoava Edward pelo desrespeito. Até agora eu não o tinha envergonhado. Parece que eu era a única a manter dignidade.
“Você vai me pagar caro Edward!”.
...
Compras com Alice. Tentei dissuadi-la a não gastar uma fortuna comigo, mas ela não me deu ouvidos. Tenho que admitir que seu gosto por roupas é esplêndido. Jamais imaginei que ganharia roupas tão sofisticadas como as que ela comprou. Jantamos juntas e conversamos sobre bobagens. Alice era fantástica, pensei em perguntar se Edward era filho bastardo de Carlisle.
Após passar o restante do dia com Alice, voltei sem nenhuma vontade para casa. Eram nove e trinte e três, cedo para meus atuais padrões. A casa estava silenciosa, Magdalena e sua filha já deveriam ter ido embora. Liguei as luzes da sala, mas Edward não estava lá. Talvez nem estivesse em casa. Não pensei em procurar pela casa a fim de encontrá-lo, ele que se explodisse com aquela vadia em algum motel!
Abri a porta do meu quarto e fiquei paralisada lá. Eu poderia imaginar encontrar qualquer coisa no meu quarto, até um ladrão, menos Edward.
Ele estava deitado em minha cama com roupa e tudo. Eu me aproximei cautelosa. Ele cheirava a bebida.
–Que ótimo! –Disse. Peguei uma cadeira e coloquei bem próxima da cama. Sentei-me e fiquei encarando um Edward inconsciente. Como eu ia remover aquele ser da minha cama? Ao olhar seu rosto comprimido em meu travesseiro tive uma enorme vontade de acariciar os cabelos acobreados, sentir o calor do seu corpo... Minha mão estendeu involuntariamente, mas eu a detive.
Eu temia fraquezas como esta, eu temia desistir de tudo. Como eu era patética! Mas também mentir para mim mesma não era correto. Enquanto meu coração só tivesse Edward como ocupante, eu continuaria sendo patética. Eu queria amar outro alguém, mas até agora...
Levantei-me e ajeitei Edward melhor na cama. Retirei seus sapatos, afrouxei sua calça e sua camisa, retirei a gravata deixando seus pertences à vista. Fiquei indecisa sem saber o que faria, se deveria expulsa-lo do meu quarto ou procurar outro lugar para dormir. Decidi tomar um bom banho primeiro e foi o que eu fiz. Após isso vesti uma camisola, algo que Alice comprou para mim por algum motivo insondável. Na hora de dormir eu não precisava ficar produzida. Após tudo estar pronto, eu estar pronta para cair na cama, fiquei em um dilema. Acordar Edward e expulsa-lo ou dormir no seu quarto?
“Melhor acordá-lo.” –Pensei aproximando-me dele. Foi naquele momento que notei as marcas de batom em seu pescoço. A raiva me possuiu de tal modo que foi difícil me segurar. Como ele se atrevia a sujar-se com outra e dormir em minha cama.
–Então é guerra Edward? Vai ter guerra! –Disse rumando para o meu closet. Eu me arrumei, peguei uma bolsa com pertences e sai de casa. Mesmo cansada eu não iria simplesmente dormir. Eu ia fazê-lo pagar de algum modo! Peguei um taxi em frente ao condomínio. O motorista olhou para mim muito mais do que a cortesia permitia. Perguntei-me se o tomara que caia preto justíssimo ou os saltos vermelhos estavam muito sensuais.
–Para onde senhorita? –Perguntou.
–Leve-me a um lugar badalado. –Disse. Ele sorriu encarando-me pelo espelho retrovisor.
–É pra já! –Disse acelerando com o seu carro. Eu relaxei no banco enquanto tramava o próximo passo.
Edward pov’s
Eu estava muito irritado, ou talvez “irritação” não fosse à palavra ideal. Bella passou o dia INTEIRO, no domingo, fora de casa. Sem mencionar o fato de que ela não dormiu aqui. O pior de tudo era que este acontecimento me incomodava profundamente.
“Ela vai fazer alguma bobagem e a imprensa vai me crucificar!” –Pensei. Eu não me preocupei até então com o que Bella poderia fazer caso ela se revoltasse com o modo como eu a estava tratando. Pensei que aceitaria calada. Perguntei-me qual foi o estopim para a mudança abrupta que estava ocorrendo nela. Pensei em Alice, teria ela contado do contrato? Não, se Bella soubesse eu já não estaria respirando.
–Que se dane! Eu não vou deixar aquela pirada mexer comigo. –Disse em voz alta procurando o meu celular. Em breve eu teria diversão.
...
Estar com lindas mulheres costumava ser ótimo, mas agora...
A prostituta acariciava meu peito após a transa enlouquecida que tivemos naquela tarde. Estávamos deitados em uma cama, no seu quarto. Eu bebia vodca. Olhava o teto tentando relaxar com o toque, apreciar o momento. Em vão.
–Inferno. –Murmurei.
–O que disse querido? –A prostituta perguntou. Levantei-me desvencilhando suas mãos de meu corpo. Sorvi o restante de vodca e me apressei em pegar minhas roupas.
–Já vai? Pensei que ficaria o dia inteiro aqui. –A mulher cujo nome eu desconhecia disse amuada. Ignorei. Do jeito que eu estava uma pilha não ia perder meu tempo.
–O programa já está pago. –Anunciei assim que estava completamente vestido. Saí rapidamente.
Uma transa casual ajudou-me como forma de distração por algumas horas. Bella deveria estar em casa e eu descansaria pelo resto do dia. Pensei em perguntar onde esteve, mas isso poderia estabelecer um precedente ruim. Antes de ir para casa, porém, tratei de almoçar em um restaurante qualquer.
Eu não imaginei que naquele momento eu me sentiria só. Enquanto comia, sorvia o vinho e olhava para o ambiente requintado, eu sentia algo estranho, muito incômodo. O vazio.
Não era a primeira vez que eu me sentia assim, eu já senti tal coisa tantas vezes! Quando você tem pais que se destacam na sociedade pelos seus status, pela sua riqueza, acostuma-se com a solidão. Alice e eu fomos criados por empregados. Termos um ao outro ajudou a conter um pouco a solidão. Então tudo foi tirado de mim. Meu pai se foi, ocupado demais com seu trabalho e mulheres promiscuas; minha mãe morreu de tristeza; Alice encontrou Jasper e agora tinha sua própria família. Eu não tinha ninguém. Culpar os outros pela minha condição de solitário é fácil, muito fácil. Admito que a culpa seja minha, eu procurei por isso.
“Teria sido muito melhor casar com a Tânia. Foi um erro me casar com a Bella, mas como eu poderia saber que ela seria um peso?”.
Eu me perguntei se aquilo iria durar. Se eu já estava uma pilha com a abrupta mudança de Bella, ocorrido há poucos dias, então como seria daqui a algum tempo? Eu ainda teria que esperar durante um ano e desde tempo só dois meses e alguns dias se passou.
“Ou talvez eu deva fazê-la pedir o divorcio, mas se até agora ela não pediu por que pediria se eu tomasse uma atitude?”.
...
Bella não havia chegado. A pouca tranqüilidade que consegui reunir durante o dia desapareceu com essa descoberta. Felizmente Magdalena e sua filha não haviam ido trabalhar, domingo era o dia de folga, e isso ajudou. Agora eu poderia mostrar minha irritação sem me preocupar com os olhares. O que estava acontecendo com a Bella? Por que essa mudança? Se ela tivesse descoberto algo do contrato, ela jogaria na minha cara. O que eu poderia fazer para ter a Bella apagada, aquela que não me causava preocupações?
Tomei um longo banho, vesti roupas confortáveis, tentei trabalhar em casa. Consegui fazer algumas bobagens do trabalho, mas à medida que os minutos se passavam minha impaciência impedia-me de pensar ou fazer qualquer coisa. Acabei indo para a sala, sentar no sofá na penumbra da sala, enquanto esperava por ela. Como eu a encontraria? Bêbada? Drogada? Com marcas de chupões no pescoço?
Não demorou mais de vinte minutos.
Ela entrou timidamente, esforçando-se para não fazer barulho. Não se incomodou em acender as luzes na certa não querendo chamar a atenção para si. Eu acendi a luz do abajur para que ela me visse. Bella pareceu se assustar quando me viu. Então sua expressão facial foi mudando até ser uma expressão nula. Aquilo me enervou. Até quando ela continuaria a agir daquela forma desmedida? Senti seus olhos castanhos analisando-me e então se manifestou.
–Está aqui em pleno domingo? Testemunhei um milagre! –Falou num tom debochado. De fato antes de Bella mudar eu costumava passar o domingo inteiro fora. Bella me ignorou e passou a caminhar em direção ao corredor.
–Espero que essa prática de noitadas suas não comprometa seu desempenho na empresa. Eu não gostaria de tomar alguma atitude caso isso ocorra. –Disse. Incapaz de conter a irritação que grasnava em mim.
–Atitude? Ora não seria difícil para você me demitir, não é? Demita-me se eu faltar com a empresa. Eu não me importo. Mas devo alertá-lo que isso não vai acontecer. –Deu mais um passo para se refugiar em seu quarto. Eu não iria deixá-la escapar, não depois de me fazer de palhaço! Eu a segurei pelo braço. Ela não esperava pelo meu ato, deu para perceber.
–Solte-me. –Pediu calma, mas sua respiração e pulsação aceleradas a denunciavam.
–Se você me trair, e isto cair na boca da imprensa, você terá de sofrer as conseqüências. –Falei. Era a única desculpa que havia pensado para explicar minha atitude, mas eu sabia que era outra coisa que me motivava, algo indefinido para mim. O que ganhei com minha atitude? Bella gargalhou com vontade.
–Sofrer as conseqüências? E quais seriam essas conseqüências, Edward? Vai me demitir? Ótimo, faça isso. Eu tenho competência suficiente para encontrar outro emprego. Vai aparecer por ai com suas vadias para me atingir? Faça isso, eu to pouco me lixando! –Aproximou-se de mim de um jeito provocativo, algo que jamais havia feito até então. –Vai me pedir divorcio? Faça isso. Se você está tão louco para se livrar de mim já deveria tê-lo feito. –Ela se afastou e em momento algum olhou para trás.
Ela me deu a única alternativa que eu não poderia ter: divorcio. Se eu pedisse algo assim antes de um ano eu perderia tudo o que consegui. Estava fora de cogitação pedir o divorcio.
“Seria tão mais fácil se eu não me importasse com o que ela anda fazendo, mas...”.
Novamente fiquei a especular o motivo desta mudança. Nada me ocorria, muito embora os motivos estivessem diante de mim.
“Talvez esteja usando drogas...”.
Era estúpido, eu sabia, mas após esperar alguns minutos caminhando para lá e para cá eu fui para o quarto de Bella. Ela não estava à vista, tomando banho, então aproveitei para vasculhar as suas coisas enquanto estava ocupada. Eu procurei nos mais variados compartimentos do quarto tentando ser rápido e silencioso. Não encontrei maconha, cocaína, anfetamina, crack nem nada similar.
“Talvez eu esteja exagerando...”-Pensei. Mais uma rápida olhada e notei um brilho dourado no chão. Curioso, eu me aproximei e catei o objeto do chão.
Era a aliança de casamento que eu havia dado para Bella. Não acreditava que ela tivesse perdido, provavelmente jogou fora. Fiquei olhando aquele aro dourado por alguns minutos tentando entender por que eu estava chateado com o ato de Bella e foi nesse momento que notei que a porta do banheiro de Bella estava escancarada. Olhei rapidamente, quase que por reflexo, para lá e eu a vi. Estava de costas para mim, ocupada com o seu banho, imersa em qualquer outra coisa. Pude ver através do Box de vidro seu corpo com uma nitidez impressionante.
Eu não sabia o que dizer ou o que pensar; eu estava abismado, confuso. Eu nunca imaginei que, por detrás daqueles moletons grandes e calças largas, existia um corpo tão bonito, tão convidativo ao toque. Claro que eu já havia visto Bella com roupas diminutas, inclusive a vi de lingerie, mas nunca nua.
Eu queria tanto...
Refreei o pensamento antes que ele viesse. Sai rapidamente do quarto e me refugiei em meu próprio aposento. Estava bestificado com a imagem de Bella e com o pensamento que quase exteriorizei. Eu devia estar louco!
...
Manhã de segunda-feira. Eu estava... Um caco.
Não havia dormido bem. Ainda sim levantei cedo, tratei de me arrumar. Magdalena e sua filha já estavam em casa. Tomei meu café alheio a tudo tentando controlar a confusão que sentia. Eu não estava sendo mais racional com Bella e isso me assustava. Talvez eu devesse ficar fora de casa, pensei. Alugar um espaço e dormir lá algumas noites. Mas eu não queria isso, apenas admitia que fosse o melhor pra mim. O que eu faria? Após o café segui para o estacionamento pegando meu carro. Eu queria entende-la, mas para isso eu precisava de um pouco mais de proximidade. Talvez fosse um erro, mas era o que eu faria.
Estacionei em frente ao meu condomínio. A aliança que Bella jogou fora estava guardada no bolso interno do meu paletó.
Ela não demorou a sair, estava diferente. As roupas que vestia, com um toque de ousadia, lembraram um pouco as vestes de Tânia. Aquilo me enervou. Por que estava usando estas roupas provocativas? Queria me enfurecer? Ela me notou e olhou-me espantada.
–Entra. Vou lhe dar uma carona. –Disse. Nem eu sabia o que eu estava fazendo. Ela bufou.
–Quem disse que vou com você? Prefiro ir à roda do ônibus lotado! –Falou seguindo para a parada.
Admito, se tinha uma coisa que eu odiava era perder. Eu não iria perder, não sem antes lutar.
–O que? Agora vou ter que paga-la para que aceite uma simples carona? –Perguntei. Bella parou. Isso era bom.
–É. Pague-me bem e posso reconsiderar. –Cruzou os braços em frente ao corpo esperando. Sorri. Retirei meu talão de cheques que sempre estava no bolso interno do meu paletó e encostei-me ao carro para assiná-lo.
–Diga seu preço.
–Acho que podemos começar com dois mil reais. –Bella disse. Sorri. Se ela soubesse que gasto isso quando compro gravatas para mim...
–Você não é nem um pouco gananciosa. Poderia ter pedido um pouco mais. –Falei enquanto passava o cheque para ela. Ela o pegou, dobrou, e colocou em seu decote. Acompanhei seu movimento sem perceber.
–E então, vamos? –Sua voz soou acordando-me de meu devaneio. Ela entrou no carro e em seguida fechei a porta. Claro que Bella agiu com indiferença o caminho todo até a empresa. Olhava para fora da janela. Não quebrei o silencio. Eu a olhei de esguelha, suas roupas atiçavam-me e certamente atiçariam outros funcionários. Quando chegamos à empresa, fui logo tirando o meu paletó. Não abri as travas de propósito sabendo que, se o fizesse, Bella escaparia.
–Pode abrir a porta para mim? –Virou-se para mim. –O que está fazendo? –Perguntou surpresa com meu ato.
–É pra você. –Passei o paletó para ela. –Caso não tenha percebido suas vestimentas estão em desacordo com o código da empresa. –Falei frio. Ela iria estranhar meu ato, mas eu não estava nem ai.
–Ao invés de criticar minhas veste por que não dá o seu paletó para ela? –Apontou para fora do carro, avistei Tânia. Merda! –Ela estava completamente fora dos padrões. –Disse e saiu. Suspirei frustrado. Enquanto saia eu notei a tensão entre as duas. Tânia nunca gostou de Bella, mesmo que Bella nunca tenha feito nada por ela. Estudei os fatos. Tânia a olhou dos pés a cabeça surpresa com as vestimentas ousadas de Bella. Bella notou o rápido estudo de Tânia e sua cara antipática para com ela. Bella procurou ignorá-la caminhando casualmente. Tânia a olhou com fúria. Bella parou.
–O que é? Cara feia pra mim é fome! –Disse e saiu. Eu não me agüentei. Reprimi fortemente uma gargalhada e quando Bella estava longe demais para ouvir eu ri com vontade. Tânia me olhou mortiferamente.
–Por que está rindo? E o que deu na pirada da sua esposa? –esbravejou. Dei de ombros.
–Não sei. Ainda estou tentando entender. –Caminhei e Tânia prontamente passou a caminhar ao meu lado.
–Por que ela estava toda emperiquitada? Por um acaso está tentando seduzi-lo já que você não dá a mínima pra ela? –Ela perguntou retoricamente. Eu estaquei. Não pensei nessa possibilidade, que esse jeito todo de Bella fosse para chamar minha atenção. Mas se era esse o objetivo por que ela era fria, ríspida, até ignorante comigo? Estaria ela querendo agradar os meus olhos ou os olhos de outra pessoa? A desconfiança me tomou. Ela saia por ai, talvez estivesse com alguém...
–Edward, que cara é essa? –Só então notei que estava parado, olhando para o chão e Tânia me sondava com o olhar. Procurei me recompor.
–Não é nada.
...
Bella estava estranha, mas minha reação as suas mudanças era mais estranha ainda. Eu não estava mais surpreso com ela, mas comigo mesmo. Eu deveria agradecer aos céus por Bella me ignorar, era tão mais fácil conviver com alguém que não ligava para você! Mas ao invés disso eu estava inquieto, frustrado, tenso, furioso... Um jorro de sentimentos que me açoitavam.
Como pude deixar Bella me modificar desse jeito?
–Edward! –A voz de Tânia soou. Tapei meus ouvidos.
–Não grite. –Ordenei.
–Então pare com isso! Por que está ai todo bobo? É por causa daquela songa monga que agora quer se produzir?
–Tânia, se não calar a boca, eu faço isso por você. –Ameacei. Ela calou-se.
Segui com meus compromissos, mas não consegui me focar inteiramente nisso. Eu me arrependi de ter pagado para Bella aceitar uma carona minha, mas não estava muito racional naquele momento.
Tânia estava furiosa comigo, mas calou-se. No entanto eu a conhecia e sabia que a qualquer momento ela iria se manifestar. Dito e certo. Quando estávamos no horário do almoço ela despejou.
–Tá assim por causa da Bella?
–Não Tânia. Tire essa idéia ridícula da cabeça. –Disse tranqüilo enquanto olhava minha caixa de e-mails.
–Não negue Edward. Parece até que... Que você está apaixonado por ela.
As palavras de Tânia me paralisaram. Eu fiquei perplexo por alguns minutos. Eu nunca pensei nessa possibilidade, nunca. Era absurdo! Eu nunca me apaixonei e não seria agora que me apaixonaria. Levantei-me e olhei com fúria para Tânia, ela se encolheu.
–Edward? –Perguntou quando viu que eu me aproximava dela. Peguei sua mão com força.
–Vou mostrar para você como está errada! –Disse ríspido e sai rebocando Tânia de minha sala. Ignorei os olhares lançados para mim, os demais funcionários estranhariam minha atitude. Afinal eu era casado e estava de mãos dadas com minha secretaria. Não me importei. Que vissem e falassem para Bella! Que ela se revoltasse com meu ato e aproveitasse para pedir o divorcio! Eu não estava nem ai!
–Edward, o que está fazendo? Aonde vamos? –Ela perguntou atordoada com meu ato. Eu devia estar agindo como louco e ela estava alarmada achando que eu iria bancar o psicopata.
–Para um motel. –Falei frio. Ela sorriu sensualmente. Claro.
...
Assim que passamos pela porta Tânia foi se desvencilhando das próprias roupas e veio me beijar. Eu a tomei com ferocidade chegando a machucá-la, mas Tânia não reclamou. Eu a joguei na cama. Tânia, trajando apenas lingerie, veio me beijar no pescoço enquanto eu tentava retirar meu paletó. Por alguns instantes eu me deixei envolver pelo erotismo daquele momento querendo apenas retirar minhas roupas e me deliciar com o corpo de Tânia. Mas quando fui abrir meus olhos após retirar a gravata e o paletó, quando tentei olhar para Tânia eu vi outra coisa.
–DEUS! –Gritei afastando-me. Os cabelos castanhos que antes vi espalhados pelo travesseiro foram tornando-se loiros e então a imagem que tive de Bella na cama voltou a ser Tânia.
–O que há amor? –Perguntou. Eu peguei meu paletó no chão assim como a gravata e me vesti.
–Vamos embora. –Disse.
–O QUE? COMO ASSIM? –Tânia reclamou; eu ignorei suas reclamações.
Deixei Tânia na empresa pedindo para que adiasse meus compromissos e sumi com o carro. Eu precisava ficar só para pensar, para tomar decisões. Eu não sei. Eu estava preso em um turbilhão de sentimentos, um lugar caótico. A única alternativa para esquecer tudo encontrada por mim foi beber.
...
Não sei quanto eu bebi, só sei que consegui chegar em casa sem bater meu carro em algum poste. Ainda sim eu estava zonzo, mal conseguia ficar de pé. Nas mãos tinha uma garrafa de vodca que não havia aberto. Eu a abri quando estacionei meu carro e fui bebendo enquanto seguia para a minha cobertura.
Bella não estava lá naturalmente. Onde deveria estar? Em algum lugar me colocando um belo par de chifres? Eu sentei no sofá e bebi todo o conteúdo. O problema era que antes de terminar a garrafa eu perdi a noção de tudo, entrando na inconsciência.
Continua...
2 comentários:
nossa que luta esses dois e de perder o foligo espero que logo eles fique juntos ja estou sofrendo de tanto ver esta briga deles beijos e uma linda noite e um final de semana super especial para vce
não tem jeito não consigo em pensar em outra coisa a não ser IDIOTA....
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