Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 26° capítulo de "Bella Problema x Edward Solução". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.
Autora : Lunah
Classificação: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Gêneros: Aventura, Comédia, Drama, Lime, Romance
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Drogas, Heterossexualidade, Violência, Homossexualidade.
3ª Fase: Capítulo 2 - Ônibus do Terror
Bella´s POV
– FEDEU! – Emmett murmurou apavorado. – Eu vou preso!
– Ou lixado pela sociedade protetora dos animais. – Completei.
– Marius, acorda! – Edward chacoalhou o corpo magro do provável defunto.
– Eu vou é fugir! – Emmett tentou sair correndo pela porta da frente. Lógico que eu e minha irmã impedimos.
– Não vai a lugar nenhum, vamos levar seu admirador pro hospital. – Rosalie, séria, se pôs à frente da porta, bloqueando a passagem.
– Ou pro necrotério. – Mais uma vez, ressaltei, pondo uma mão no ombro do bisonho, que me olhou assustadíssimo.
– Já era para termos chamado Carlisle. – Edward aproximou-se, deixando o defunto abandonado no meio da sala. Agora, éramos quatro em um círculo, tentando resolver a situação.
– Se você fizer isso. . . eu. . . eu. . . mato você também! – Definitivamente, era o dia do serial killer atacar.
– Não permito! – Rosalie riu. – Ei, será que depois do assassinato, ainda vamos para Veneza?
– EU ADORO VENEZA! HU! . . . OHOHOHOHOHOH!
– AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH! – Gritamos, sendo pegos de surpresa.
MEU DEUS, ERA UM VIADO ZUMBI?
– Er. . . você está bem? – EDIZINHU perguntou receoso.
– Quem são vocês? Onde estou? – Perguntou Marius analisando o ambiente.
– É, fedeu mesmo! – Falei com os olhos arregalados. Pela minha visão periférica, notei meu namorado engolir seco.
Após alguns segundos de um silêncio desconcertante, a pior gargalhada ecoou pela sala.
– HU! . . . OHOHOHOHOHOHOH! Peguei vocês, danadinhos! Ficaram preocupadinhos, foi? – A bichona folgada estava se divertindo com nossa cara.
– Não teve a menor graça, Marius! – Rose resmungou.
– Você tem razão, loira sebosa. – Ele tirou um celular de dentro da bolsa. – Graça vai ter agora.
– O que está fazendo? – Perguntou ela, enquanto eu ria descontroladamente do “loira sebosa”.
– Contatando meu advogado. Vocês vão saber o que é um processo por agressão, judiação e maltratação! – O pavão parecia enraivecido.
– Judiação? Maltratação? Isso existe? – Perguntei confusa.
– Vai passar a existir assim que eu enquadrar todos vocês nele! – Respondeu, virando a cara.
– Foi um acidente. – Edward tomou o telefone das mãos da biba. – Emmett, vai se desculpar.
Encarou, carrancudo, o irmão.
– Não vou não! – O serial killer cruzou os braços, bravo. – Essa coisa mereceu.
– Vou te processar, pokemon reprimido! Irei arrancar todo o dinheiro que tem e que um dia vai ter. – Marius sorriu, achando-se muito esperto.
CARA, QUE BICHA MAQUIAVÉLICA!
– Facilita, mano. Vamos acabar logo com isso. – Edward interveio.
– Isso mesmo! Tudo será esquecido se você me der apenas um beijinho. – A piscadinha que o pavão deu para seu objeto de desejo, foi federal.
– O QUE? NÃO! NÃO VOU BEIJAR GAY NENHUM! – O bisonho alterou-se.
– Daqui beijinho em mama! – Pois não é que o chantagista ainda provocou?
– BEIJA LOGO, DROGA! – Gritei, querendo ver o circo pegar fogo.
– Vou dar uma colher de chá. Pode ser na minha linda bochechinha. Vem com tudo, bonequinho. – Ele apontou para o próprio rosto.
– Beija, cara! – Meu Cullen incentivou, prendendo o riso.
– Ok, caçador. Me passa o telefone, já perdi tempo demais. – O prego bateu o pé no chão, contrariado.
– Ok. – Emmett bufou, dando-se por vencido. – Só um e, se alguém falar sobre o assunto, JURO QUE VAI VIRAR COMIDA DE MINHOCA! – Enfatizou as últimas palavras.
Marius, feliz da vida, aproximou o rosto de seu pokemon. Já ele, visivelmente enojado, fechou os olhos, provavelmente não crendo no que estava fazendo. Então, beijou rápido a bochecha do viado, o qual deixou o corpo cair sobre meus braços, sorrindo que nem um maníaco.
– Não desmaie novamente. – Pedi.
Sem me responder, saiu saltitando pela sala como uma bailarina.
– ELE ME BEIJOU! ELE ME BEIJOU! – Berrou em êxtase. Isso era só o começo, pois o lunático começou a cantar:
– I believe I can fly (Eu acredito que eu posso voar. )
I believe I can touch the sky (Eu acredito que eu posso tocar o céu.) I think about it every night and day (Eu penso nisto todas as noites e dias.)
Spread my wings and fly away… (Abro minhas asas e voo. . .)
Olhei para o meu lado e quase passei mal de rir ao ver o bisonhento esfregar a boca com o boné fedido.
Cerca de duas horas depois, eu e toda a minha família, estávamos na estação de Verona, vendo, com cara de panacas, o trem, em que deveríamos ter embarcado, partir sem nós. Mesmo com toda a correria para tentar chegar a tempo, o melhor que conseguimos foi alcançar a rampa com as passagens nas mãos.
– Tudo culpa desse idiota! – Apontei para Emmett, irada.
– É mentira! – Defende-se, tristonho.
A viagem estava toda cronometrada por meu pai. Infelizmente, o cara mais burro do mundo, passou cerca de uma hora discutindo dentro de um táxi com Jasper, que recusava-se a viajar se o Toicinho fosse também. Foi um pandemônio absurdo. Pois todos tivemos que intervir. O porco roncava de uma lado, Marius dava pití do outro, Esme choramingava, e, por fim, o suíno teve que ser escondido em uma caixa fortemente protegida pelo bisonho.
Agora estávamos fadados a adiar a viagem.
– Não tem outro trem? – Perguntou Alice, decepcionada.
– Esse foi o último para Veneza hoje. Parece que vamos ter de esperar até amanhã. – Respondeu meu pai, desanimado.
– Não podemos ir de avião? – Falou Jasper.
– O ideal seria trem, afinal, são apenas 3 horas de viagem. Se formos de avião, o porco vai ter que ficar. – Carlisle olhou pra Emmett, que logo fez cara feia.
– Com licença. – Nos viramos para dar atenção à voz grossa. – Meu nome é Valentina, não pude deixar de ouvir a conversa. – Ergui uma sobrancelha ao perceber que a dona da voz era uma mulher gorducha, alta e de macacão jeans. – Posso ajudar vocês!
– Como? – Meu pai tomou a frente da conversa.
– Tenho um bom ônibus. Sempre faço o trajeto Verona/Veneza. Ao invés de esperarem para partir amanhã, posso levá-los onde quiserem por míseros 400 euros.
– Eu não sei. – Meu pai fitou Esme. – De ônibus, a viajem será mais longa.
– VAMOS CARLISLE! VAMOS! SERÁ UMA AVENTURA! – Fofolete animou-se.
– Alice tem razão, meu amor, estamos na Itália para nos divertir. Algumas horas a mais não vão fazer diferença. – A nojenta da mosca morta fez um carinho em meu pai e eu notei que ele concordaria com tudo que ela decidisse.
– Vamos votar, então! Quem quer ir de ônibus? – Ele perguntou sorridente.
Todos concordaram, exceto eu e Jasper. Por sermos minoria, fomos totalmente ignorados.
– Ótimo, me acompanhem. – A motorista me olhou estranho ao dizer aquelas palavras e eu ainda não entendia o porque.
Saímos da estação de trem arrastando as malas até chegar ao estacionamento onde o grande ônibus estava.
Por fora, me pareceu um veículo de luxo, vidros fumê e pintura branca impecável. A tal Valentina, muito educada, nos ajudou a guardar a bagagem. Aquela mulher era muito suspeita, seu jeito masculino estava me fazendo criar teorias.
Finalmente, as portas do ônibus se abriram e todos entramos.
– Que porcaria é essa? – Perguntei de olhos arregalados, vendo que o interior do transporte mais parecia um chiqueiro. As poucas poltronas estavam empoeiradas, havia lixo no chão, algumas teias de aranha no teto e um cachorro mal encarado no fundão, próximo a um velhote de óculos escuros, segurando uma bengala totalmente alheio à nossa presença.
Carlisle pigarreou chateado.
– Acho que vamos desistir da viagem. – Disse horrorizado com o local.
– NÃO VÃO, NÃO! – Valentina gritou bruta, fechando as portas do ônibus.
– Minha senhora, não há a menor condição de viajarmos nesse veículo. – A mosca morta tentou intervir.
– TODO MUNDO SENTADOOOO! – Gritou a valentona, assustando-nos.
Alice e Marius realmente sentaram amedrontados.
– Abre a porta que eu quero descer, eu não estou aguentando, é muita sujeira. PELO AMOR DE DEUS, ME TIREM DAQUI! – Jasper surtou com a imundice e chutou a porta do ônibus, que não abriu.
– NÃO VAI SAIR NINGUÉM DESSA PORRA, SENTEM AÍ. QUERIAM IR PARA VENEZA E VÃO PARA VENEZA OU NÃO ME CHAMO VALENTINA TRÊS OITÃO! – Minhas suspeitas estavam confirmadas. Estávamos nas mãos de uma motorista sapatão bipolar.
Os protestos vieram de todos os lados. Confesso que fiquei confusa com a gritaria. Foi aí que a truculenta enganadora sentou-se à frente do volante e acelerou o ônibus, mesmo contra a nossa vontade. O solavanco foi tão grande que caí para trás. Edward, inevitavelmente, desabou sobre mim e, por último, Emmett nos esmagou.
Juro que nessa hora vi estrelas.
– SAÍ DE CIMA, SEU MONSTRO! – Gritou meu Cullen para seu irmão retardado, que ria, divertindo-se.
– Bella está ficando roxa. – Alice tentou me salvar.
Nem acreditei que estava inteira, quando os grandalhões saíram de cima de mim.
– Você está bem? – EDZINHU, preocupado, sussurrou.
Nem respondi. Furiosa, explodi.
– PUTA MERDA! PÁRA ESSE ÔNIBUS! – Meu corpo inteiro doía.
– Acomodem-se, a próxima parada será em três horas. Vou colocar uma musiquinha para descontrair o ambiente. – Valentina respondeu tranquilamente, sorrindo.
– Eu vou quebrar a cara dessa sapatão! Ah, vou! – Tentei alcançar a motorista, mas fui impedida por Edward, que segurou-me pela cintura.
– Bella, acalme-se. – Meu pai aproximou-se. – Essa mulher deve ter algum desvio de personalidade. Hora ela é tranquila e amigável, hora é bruta e mandona. Nesse caso, é melhor não contrariar. – Murmurou.
PORQUE TÍNHAMOS TENDÊNCIA A ATRAIR LOUCOS?
– Já estamos saindo de Verona. Vamos fazer o que seu pai disse. – Meu namorado falou.
Me desvencilhei chateada e fui para o fundo do ônibus.
Sentei em uma poltrona fétida próxima a janela, bem atrás do velhote que permanecia feito uma estátua de cera, indiferente ao tumulto. A maldita lata velha disfarçada de buzão, produzia um barulho ensurdecedor, enquanto chacoalhava incessantemente.
Steppenwolf - Born To Be Wild (tradução)
Deixe seu motor funcionando
Dirija-se para a auto-estrada
Em busca da aventura
Não Importa o que aconteça em nosso caminho
Sim querida, faça isso acontecer
Pegue o mundo num abraço carinhoso
Dispare todas as suas armas ao mesmo tempo
E exploda espaço afora
Eu gosto de fumaça e relâmpago
O estrondo do trovão correndo com o vento
e o sentimento que ele provoca em mim
Sim, querida, faça isso acontecer
Pegue o mundo num abraço carinhoso
Dispare todas as suas armas ao mesmo tempo
E exploda espaço afora
Como um verdadeiro filho da natureza
Nós nascemos
nascemos para ser selvagem
podemos escalar tão alto
eu nunca quero morrer
nascido para ser selvagem
nascido para ser selvagem.
Carlisle acalmou a todos e não demorou para que eles se acomodassem nos poucos assentos. Acho que os covardes estavam era com medo da sapatão bipolar.
Mais insatisfeito que eu, só o suposto maconheiro, que precisou ser abanado por Alice enquanto dava chilique de mulherzinha por causa da sujeira. Meu pai e Esme ficaram abraçadinhos, rindo por algum motivo que eu, com certeza, não queria saber. Emmett sentou-se sozinho com seu porco nojento, mantendo o máximo de distância possível de Marius, que lhe enviava beijinhos sacanas. Edward sentou-se metros à minha frente. Rosalie, vendo que havia uma poltrona vazia ao lado dele, não perdeu tempo e acomodou-se lá. Eu bem queria ter ficado junto dele, mas isso daria muita bandeira. O vi esquivar-se um pouco da loira sebosa — como disse a bichona — enquanto mexia no celular.
Segundos depois, meu telefone vibrou no bolso da calça. Disfarçadamente, li a mensagem.
Para:Meu Frango
De:Tesudo
[Na próxima parada vamos fugir?]
Não pude deixar de rir ao ler aquela frase. Logo tratei de responder.
Para:Metido
De:B.
[A pé? Só se me carregar nas costas!]
Cerca de 20 segundos depois, a resposta chegou.
Para:Meu Frango
De:Tesudo
[Tenho cara de cavalo?]
Gargalhei escrevendo.
Para:Metido
De:B.
[Lógico que não, de pangaré, benzinho rsrsrsss]
Pude ouvi-lo rir quando a mensagem chegou ao seu celular.
Para:Meu Frango
De:Tesudo
[Porque namora um pangaré?]
Como ele ainda tinha coragem de perguntar aquilo? Digitei rapidamente.
Para:Metido
De:B.
[Porque sou uma burra apaixonada. Não percebeu ainda?]
Edward, ao receber a mensagem, olhou rapidamente para trás, sorriu e respondeu.
Para:Meu Frango
De:Tesudo
[Uma burra e um pangaré?Somos um casal perfeito! Deve ser destino! Agora me responde, porque já está me traindo?]
Não entendi a última pergunta até olhar para o lado. Sobressaltei com a mão no peito, assustada ao ver o velhote de óculos escuros sentado ao meu lado.
MEU DEUS! COMO ELE VEIO PARAR AQUI?
– Há quinze anos que eu moro nesse ônibus. – O homem falou entre os dentes, imóvel.
Não consegui dizer nada. Com os olhos arregalados e trêmula, ergui um braço, pedindo por ajuda. Edward e Emmett logo vieram, curiosos.
– O que foi? – Perguntou meu Cullen.
– Há quinze anos que eu moro nesse ônibus. – O velho repetiu com a voz sombria.
– O QUÊ? – Emmett gargalhou.
– Como isso é possível? – Edward embasbacou.
– Um dia peguei esse ônibus por engano e nunca mais consegui sair dele. – Os Cullens e eu trocamos olhares. Um calafrio percorreu minha espinha. – O mesmo vai acontecer com vocês. – O passageiro estranho balbuciou, sinistro.
– Já chega! Eu quero dar o fora daqui! – Arrepiada, levantei-me e passei para o corredor.
Edward´s POV
Emmett e eu, boquiabertos, não conseguíamos tirar os olhos do senhor bizarro. Meu irmão se colocou em frente à ele e, lentamente, passava a mão espalmada rente ao rosto cadavérico para se certificar de que estava consciente, pois seus óculos grandes e escuros escondiam a expressão de seus olhos.
– Eu sou cego, não idiota. – Falou o homem, desferindo um golpe certeiro de bengala na cabeça do bisonho.
Este, depois de acariciar tristemente a parte machucada, voltou o olhar pasmo para o velhote.
– Cara, ele é sinistro.
Tentei tirar Emmett de seu transe, cochichando:
– Ei, vamos voltar para nossos lugares. Não vê que o homem está caducando? – Tinha certeza que a figura não havia escutado, mas logo em seguida. . .
– Acostumem-se, vão ficar aqui comigo para sempre. – Disse ele, parecendo um fantasma.
Foi, então, que a pirralha endoidou.
– Eu vou sair desse filme de terror barato agora! – Ela correu feito uma bala até a frente do veículo, onde, discutindo com Valentina três oitão, tentou tomar a direção. As duas xingavam-se, cada uma pegando em um lado do volante.
Todos saíram de seus lugares apavorados, tentando conter a Swan possessa. Nem mesmo eu consegui chegar perto dela, devido o excesso de pessoas na parte frontal da lata velha.
A briga pela direção do ônibus resultou em um zig-zag perigoso pela estrada, fazendo o veículo chacoalhar descontrolado. Os gritos histéricos vieram de todos os lados, alertando-nos para um possível acidente.
– SE ESSA PÔRRA NÃO VIRAR, OLÊ, OLÊ, OLÁ, . . . EU CHEGO LÁ! – Cantarolou Marius, sendo jogado para um dos bancos devido o balançar violento.
Aquelas palavras do pavão só contribuíram para aumentar o drama. Minha mãe parecia que ia enfartar, Carlisle a socorreu, Jasper estava mais pálido que papel, Alice chorava, Rose segurava-se em uma poltrona e Emmett corria atrás do porco, que aproveitou a baderna pra fugir da caixa. Quanto a mim . . . bem, já sentia cheiro de desastre. E ele não demorou a chegar!
– AAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – Todos gritamos quando uma explosão foi ouvida. Isso fez o ônibus do terror sair da estrada e, já sem velocidade, bater em uma árvore. O impacto nos fez ir ao chão.
– MORREMOS? SE ALGUÉM ESTIVER MORTO, AVISE! – Eu não vi o dono da voz, mas aquela pergunta idiota só poderia ter vindo de Emmett.
As portas do veículo de abriram e todos saímos, cambaleando.
– Alguém está ferido? – Perguntou Carlisle.
Quase todos respondemos “não”, com exceção de Valentina, que mancava com o tornozelo machucado.
Meia hora depois, minha família e eu estávamos sentados à beira da estrada, sem ânimo. Esperávamos a sapatão maluca consertar o motor do ônibus que havia pifado, causando a tal explosão, que, minutos atrás, nos assustou. Carlisle tentou ligar para um reboque, mas nossos celulares estavam sem sinal.
– Onde será que estamos? – Perguntou Bella, sentada próximo a Alice.
– No fim do mundo, já que não passa uma alma penada nessa estrada. – A anãzinha respondeu melancólica.
– Deveríamos ir andando, talvez achemos um posto de gasolina aqui próximo, ou algum sinal de civilização. – Jasper sugeriu.
– Não é uma boa ideia. É melhor não nos separarmos. – Meu futuro padrasto mostrou-se preocupado.
– É o seguinte, o motor não tem jeito. Vamos ter que ficar aqui e rezar para aparecer um carro que nos socorra. – Valentina disse, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
– Ai, saco! – Falei, esfregando o rosto cansado.
– Desculpem minha reação dentro do ônibus, ando muito estressada. Não queria assustá-los, é que, às vezes, fico alterada com a frescura de vocês gringos. Só pensam em luxo. – A sapatão até parecia outra pessoa. – Só estou querendo ganhar o meu dinheirinho.
– Er. . . foi muito estranho, mas tudo bem. . . acho. – Carlisle sorriu amigável.
– Já que vamos ficar aqui sem fazer nada, quero lhes oferecer um bom e legítimo vinho italiano que guardo no ônibus, só para mostrar que não há ressentimentos. – A louca animou-se.
Valentina trouxe duas garrafas de vinho e algumas taças.
Nos serviu gentilmente e sentou-se. Alguns minutos de conversa foram suficientes para percebermos que a mulher não era tão demente quanto imaginávamos. Nos contou sobre suas viagens, passageiros americanos que sempre caem no truque do ônibus que, por fora é um luxo e, por dentro é uma lata velha. Ouvindo a versão contada por ela, até pareceu cômico.
– Eu tenho uma dúvida, aquele senhor cego. . . – Apontei para o velhote que estava sentado próximo a Emmett, o qual ainda o fitava, hipnotizado. – Está realmente trancado no ônibus há 15 anos?
Mal terminei de falar e a grandalhona começou a rir.
– É o meu avô, ele gosta de contar essa história para assustar os passageiros, ou se finge de cego para ganhar algum trocado. – Respondeu, divertindo-se.
Bella, Emmett e eu rimos, envergonhados por termos caído na lábia do velhote safado, que tirou os óculos e se serviu de um pouco de vinho.
– O incrível é que as pessoas sempre acreditam. – Disse ele, com uma expressão divertida, diferente da estátua que antes parecia.
Relaxado, pude apreciar a paisagem, o sol se pondo, campos verdes, colinas no horizonte e a Swan sorrindo para mim disfarçadamente. Eu bem já conhecia aquele sorriso maroto. Ela deveria estar maquinando algo. Então, levantou-se sacudindo a poeira.
– Aonde você vai? – Perguntou Alice.
– Eu já volto, vou só procurar meu anel que deve ter caído dentro do ônibus. – Antes dela se afastar, piscou o olho para mim.
Esperei cerca de três minutos antes de levantar-me também.
– Vou tirar a água do joelho. – Informei, antes que alguém perguntasse. Felizmente, todos estavam distraídos com o vinho e as histórias hilárias da sapatão.
Bella´s POV
Escondida atrás do ônibus, esperei por Edward, que estava demorando. Isso me deixou impaciente. Me perguntei se ele teria entendido os sinais que havia lhe mandado. Foi aí que senti braços fortes me agarrarem por trás. Sorri, já sabendo quem era. Meu Cullen, gentilmente, me girou, pondo-me de frente para si, pressionou meu corpo contra a lataria do ônibus e, sem dizer uma palavra, beijou-me.
Imediatamente, meu coração acelerou ao toque daquela boca tão desejável. Coloquei meus braços em volta do pescoço dele, abraçando-o fortemente. Podia sentir as suas mãos deslizando por minhas costas, o que fez minha pele reagir arrepiando-se por completo. Nossas línguas tocavam-se em dança sensual, os lábios ardiam dominados pela paixão. Mais uma vez Edward estava me tirando o fôlego, ele era o único que conseguia tal proeza. Era tão bom tê-lo em meus braços, que o risco de sermos pegos nem importava.
– Senti falta da sua boca. – Sussurrei ofegante, com minha testa colada à dele.
– Também senti falta da sua. – Respondeu sorrindo. – Está sendo mais difícil ficar sem tocar você do que eu imaginei.
– Será que vamos enlouquecer em Veneza? – Questionei antes de lhe mordiscar o lábio inferior.
– E já não estamos loucos? – A boca dele deslizou do meu rosto até a orelha, onde sugou o lóbulo, fazendo-me gemer baixinho. – O seu cheiro é tão bom. – Falou com a voz rouca.
Sorri constrangida e totalmente a mercê do metido.
– Quer fugir agora? – Perguntei em um fio de voz, sentindo-me entorpecida.
Edward riu, achando que era brincadeira. O pior é que eu estava falando sério. Queria ficar a sós com ele, bem longe da família. Se possível, da humanidade! Já não suportando ficar sem o sabor dos lábios dele, o beijei, sedenta, trêmula, querendo prolongar aquilo ao máximo.
Nesse momento, ouvimos gritos e nos separamos subitamente.
– LÁ VEM UM ÔBINUS, LÁ VEM UM ÔNIBUS! – Dava para reconhecer a voz de Emmett.
Insatisfeita, saí do esconderijo, deixando meu namorado para trás, na tentativa de evitar suspeitas.
Ao me aproximar dos outros, percebi o que estava acontecendo. No final da estrada, um ônibus podia ser avistado. Torci para que eles pudessem nos ajudar.
– Será que vão parar e prestar socorro? – Perguntou Rosalie.
– Ah, queridinha, vão ter que parar, nem que eu me jogue na frente. – Marius colocou as mãos na cintura, decidido.
Edward juntou-se a nós, disfarçando o rubor dos lábios com o vinho tinto.
O veículo já estava bem próximo, quando Esme gritou.
– SINALIZEM! – Ela ergueu os braços.
Eu até ia fazer isso, mas me distraí vendo o pavão correr para o meio da estrada. Ele ficou pulando e chacoalhando os braços, não querendo deixar, de maneira alguma, a nossa salvação escapar.
– SAI DAÍ, TU VAI MORRER, VIADO! – Berrei e fui ignorada.
Confesso que assustei-me ao ver que o ônibus, em alta velocidade, aproximava-se do lunático. Fechei os olhos, me recusando a ver o atropelamento.
Ouvi o barulho dos pneus arrastando no asfalto. Então, o grito a seguir diminuiu a tensão. Abri os olhos, alarmada.
– EU SOU FODA! – Marius comemorou a parada do veículo.
Para a nossa sorte, o ônibus que a bichona forçou a parar, estava cheio de turistas indo para Veneza. Carlisle convenceu o motorista a nos levar junto. Foi um alívio entrar em um ônibus normal. Valentina e seu avô foram conosco, o velhote começou a contar suas histórias bizarras e ganhou alguns euros, fingindo-se de cego. Acabei dormindo o resto da viagem. Quando acordei, já havíamos chegado ao nosso destino.
Meu pai pagou a sapatão como combinado, mesmo ela tendo nos feito passar por toda aquela confusão. Nos despedimos e os dois trambiqueiros desapareceram de nossa vista (espero que para sempre).
Hospedamo-nos no hotel Holiday Inn. Não haviam muitas vagas, pois, segundo o recepcionista, uma banda de rock famosa e sua equipe estavam hospedados lá para um show na cidade. Meu pai conseguiu com o gerente algumas acomodações. Ele e a mosca morta ficaram em uma suíte de luxo. Marius, como não conseguiu ficar com Emmett no mesmo quarto, insistiu para ficar sozinho. Jasper e Alice enrolaram um pouco, mas acabaram decidindo ficar juntos em uma suíte. Edward teve que dividir um quarto com o irmão bisonhento e, por fim, sobrou pra mim, aturar com Rose.
Estávamos tão cansados por conta da viagem, que nem fomos ao restaurante do hotel para jantar. Assim como os outros, comi no quarto e, logo que acabei, joguei-me na cama. Eu não dormi, praticamente desmaiei de cansaço.
Meus olhos estavam pesados, mal os consegui abrir. A luz do sol que entrava pela janela parecia ferir-me a íris.
– AI, QUE LINDO!
Sentei-me, esfregando o rosto.
– O que foi? – Perguntei sonolenta. Rose saltitava pelo quarto com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.
– Essas flores não são maravilhosas? – Ela exibiu-as como se fosse um prêmio.
Dei de ombros e voltei a me aconchegar na cama.
– Edward, dessa vez, se superou. – Sussurrou.
Levantei-me abruptamente.
– Foi o Cullen que te deu essas rosas? – Perguntei embasbacada.
– Lógico, e um cartão. Escuta, vou ler pra você. – Ela pegou o pequeno envelope branco e o abriu feliz. – Espero que essas flores te deixem mais animada essa manhã. Te espero na piscina. Beijos molhados para a garota que me faz enlouquecer. Assinado, Edward Cullen.
Tive uma vontade quase incontrolável de estraçalhar as rosas e o maldito EDZINHU. Fui para o banheiro e entrei embaixo do chuveiro, na tentativa de esfriar a cabeça, que ameaçava explodir. Infelizmente, meu plano não deu certo.
Após o banho, troquei-me rápido e marchei até a piscina, onde o futuro defunto deveria estar à espera de minha irmã. Não consegui raciocinar, estava tomada pela raiva e dor.
Na parte de lazer do grande Holiday Inn, avistei Edward de sunga preta, próximo à água olhando para o relógio. Aquilo só aumentou a minha ira. Os passos que dei até chegar a ele, pareceram-me longos e demorados, embora eu não tivesse certeza.
– Bella, o que foi? – Ele percebeu minha expressão nada satisfeita.
Sem responder, o empurrei com força para dentro da piscina. O imbecil demorou alguns segundos para voltar a superfície, mas quando voltou, de forma inesperada, me puxou pela perna, derrubando-me também dentro da água.
(Continua...)
2 comentários:
To me roendo pra saber o q vai acontecer na piscina, ai ai.
Kkkkk
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