FANFIC - "O PODEROSO CULLEN" - CAPÍTULO 35

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CAPÍTULO 35 - EM SUAS MÃOS

Bella POV
As coisas mudavam em minha vida com uma velocidade impressionante.   Num momento estava uma calmaria e em seguida vinha a tempestade. Às vezes me via jogada pra lá e pra cá sem condições de agir com clareza. Ficar três semanas sem Edward foi angustiante, torturante.
No instante seguinte ele já quis ficar a sós. Viemos para o Caribe passar um tempo. Edward estava certo. Eu precisava relaxar. Às vezes achava que não iria conseguir aguentar tanta coisa. Sou forte, como ele mesmo já disse várias vezes. Mas nem sempre minha mente agüenta tanta coisa.
Fiquei maravilhada com a dedicação dele em querer me proporcionar dias mais calmos. Entretanto aquela idéia de abandonar o mundo ilegal não era bem vista aos meus olhos. Eu não sei explicar. Amo Edward de todas as formas possíveis e explicáveis. Mas aquele jeito durão, implacável e rude me excitava além da razão. Eu tinha medo que isso se perdesse caso ele se desligasse mesmo da máfia.
Mas eu discutiria isso com ele outra hora. Se ele queria que me ver descansada e livre de preocupações... Então eu ficaria quietinha. Entretanto eu sempre me esquecia da sua bipolaridade. Depois de fazer sexo comigo de forma intensa e apaixonada, ele simplesmente dizia que iria sair com uma amiga? Que merda de amiga era essa que eu nem tinha consciência? E eu iria ficar aqui enquanto ele ia se divertir com uma ordinária qualquer?
-EDWARD BERLUCCI CULLEN! QUEM È ESSA AMIGA?
Ele apenas riu e fechou a porta.
-EDWARD.
Eu berrei já sentindo minha pulsação acelerada. Isso não... Hoje eu iria matar Edward antes que ele me matasse. Revirei minhas coisas e peguei um vestido qualquer. Ele não iria fazer isso comigo. Já começava a imaginá-lo na praia com alguma loira do lado. Minha garganta se fechou e lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto. Ele nem queria me tocar direito.
Olhei-me no espelho tocando o ventre volumoso. Será que eu estava tão feia assim? Tremendo, eu calcei as sandálias e estavam prontas para sair quando a porta se abriu e Edward apareceu novamente. Olhei para o rosto perfeito e um pouco assustado, o peito másculo desprovido de camisa... me subiu uma raiva tão grande que avancei pra ele já esmurrando seu peito e chorando incontrolavelmente.
-Seu maldito, desgraçado... por isso que me trouxe aqui? Para matar as saudades de suas vagabundas? Vai ficar por ai se divertindo enquanto eu fico trancada aqui?
-Calma... perdoe-me, por favor.
-Calma? Meu marido já vai sair com outra e quer que eu tenha calma?
Eu já estava cansada. Somente agora eu percebia o quanto minha mente estava desgastada. Deixei minha cabeça cair em seu peito enquanto continuava a chorar.
-Eu não suporto outra mulher perto de você, Edward. Não faça isso comigo.
-Venha cá... sente-se aqui.
Sentei-me na cama e ele se ajoelhou aos meus pés. Seu olhar era angustiado.
-Perdoe-me, por favor. Foi uma brincadeira estúpida e imatura.
-Brincadeira?


Eu perguntei limpando as lágrimas com as costas das mãos.
-Mas você me ofende também. Quantas vezes preciso repetir que so amo você? Eu nunca irei trair você meu amor.
Ele se levantou e foi até a jarra pegando um copo com água para mim.
-Beba... acalme-se.
Admito que extrapolei no ciúmes. Edward já me provou de todas as formas possíveis o quanto ele me ama. Mas tinha que dar um desconto também. Passei por coisa demais, sem contar meus agitados hormônios devido à gravidez.
-Quem é ela, Edward?
-Acalme-se um pouco... você irá comigo.
Então existia mesmo uma amiga. Isso não aliviava em nada meu coração. Meu Edward... meu poderoso chefão da máfia tinha uma amiga aqui no Caribe?   Lembrei-me dos dias em que ficou fora... já no primeiro dia o Emmett disse que não duvidava nada que ele tivesse vindo pra cá... Pra ficar com ela? Poderia ser infantilidade, mas eu jamais aceitaria a amizade de Edward com uma mulher. Mulher nenhuma iria querer ser apenas amiga dele..
-Diga-me quem é ela, Edward?
-Está melhor?
-RESPONDA, PORRA!
Ele suspirou.
-Brigitte. Vamos lá... irá conhecê-la.
Brigitte...até o nome não me enganava...
Edward levantou-se e estendeu a mão para mim. Ignorei e segurando na borda da cama, levantei-me.   Já entrava no sétimo mês de gestação e estava mais difícil me levantar sem apoio.
-Vai assim? Sem camisa?
Ele revirou os olhos e pegou uma camiseta que apenas jogou sobre os ombros.
Saímos pela enorme porta da cozinha que dava acesso ao extenso jardim. A piscina ficava um pouco mais afastada, mas ainda assim era possível vê-la perfeitamente.
-Venha com cuidado.
Ele falou caminhando à minha frente. Mostrei língua às suas costas, numa atitude infantil. Mas não conseguia desviar meu olhar das costas e bunda musculosas que andavam a minha frente. Quando ele morresse iria pagar por ser tão gostoso assim.
Ele parou, as mãos na cintura e assoviou. Franzi meu cenho e parei um pouco atrás dele. Era assim que ele mostrava que havia chegado?
Minha boca foi se abrindo em espanto quando vi uma enorme cadelacadela marrom e branca da raça Husky Siberiano se aproximar correndo e pular em volta de Edward.
-Oi menina... que saudade de você...
Ele se agachou, acariciando a cabeça dela que se apoiou nas patas, a língua pra fora, adorando os carinhos dele.
-Amor... venha conhecer a Brigitte.
Meus olhos se fecharam enquanto caminhava para mais perto. Parei ao lado de Edward e dei um tapão em sua cabeça.
-Ai...
-Nunca mais faça isso comigo, palhaço.
Ele levantou a cabeça e me encarou.
-Não tenho culpa se não confia em mim.
Levantou-se ainda me encarando.
-De pé, Brigite. Tem que receber bem a minha esposa.
Ela obedeceu e eu me derreti. Ela era linda e pelo pouco que vi, Edward tinha verdadeira adoração por ela.
-Oi Brigitte...
Ela abanou o rabo, a língua ainda para fora.
-Ela está eufórica. Preciso levá-la para passear. Pode vir caminhando até a praia? Não vou tocar em você, já que peguei nela.
-Basta ir devagar.
-Então vamos...
Caminhei ao lado dele que ia tranquilamente, como se há pouco não tivesse quase me feito ter um colapso. O vento desmanchava os cabelos dele e os meus. Contrariando o que disse anteriormente sobre não me tocar, ele afastou uma mecha do meu rosto, colocando-a atrás da orelha.
-Eu amo seus cabelos.
Apenas pensei comigo mesmo.
E eu amo você inteiro, seu filho da puta.
Chegamos à praia e esperei enquanto Edward olhava para os lados como se procurasse alguma coisa.
- O que foi?
Brigitte permanecia ao lado dele, abanando o rabo, a língua ainda pra fora.
- Procurando um lugar para se sentar. Não é bom sentar-se na areia.
-E desde quando sabe disso?
-Desde sempre. Já ouvi minha mãe dizer.
Por fim sentei-me em uma pedra enquanto Edward tirava seus tênis. Abaixou-se e ficou com o rosto próximo ao meu.
-Ainda brava comigo?
Como eu poderia ficar brava com aquele verde intenso me encarando? Aquela boca sexy se movendo e a voz rouca causando calafrios em minha pele?
-Não...
Diante de minha negativa, ele me beijou suavemente. Roçou os lábios e depois penetrou sua língua calmamente. Eu suspirei fazendo- o rir.
-Quietinha ai.
Então ele correu... forte e másculo com Brigitte ao seu lado.
-Anda, menina... tá fora de forma?
Estava ai mais uma faceta do meu poderoso. Em nossa casa não havia animais tão mansos. Apenas quatro cachorrões que eu tinha até medo de olhar para eles. Jamais ficavam à vista, felizmente.
Quando eu poderia imaginar Edward assim? Livre, solto, despojado...correndo pela praia com uma cadela e sorrindo feito uma criança? Pegou algo no bolso da calça que eu não tinha percebido antes. Parecia um osso artificial. Atirou-o longe e sem qualquer ordem, Brigitte disparou para buscar.
Ele me olhou ainda sorrindo e não pude reprimir um sorriso também.Eu poderia ficar o dia inteiro aqui vendo essa cena. Edward e Brigitte brincando na praia, deixando sempre um sorriso em meu rosto. Gargalhei quando Brigitte se embaralhou nas pernas de Edward, jogando-o ao chão.
Agora eu entendia seu desejo de abandonar a máfia. Apesar de toda a casca que usava, Edward era um homem comum. E estava cansado de ser durão o tempo todo. Agora eu o via livre como jamais vi e imaginei em minha vida.
Sorri novamente quando ele me olhou. Era esse o pai que meus filhos teriam. Passei a mão pelo meu ventre sentindo-os se mexendo.
-Vocês não imaginam o pai maravilhoso que espera por vocês, meus anjos.
Outro chute forte foi a resposta.
-Fiquem felizes mesmo. É o melhor pai do mundo.
E eu tenho o melhor marido do mundo também. Ainda que me fizesse raiva, nervosismo... ele me deixava cada vez mais apaixonada.
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Eu estava encarapitada num banco alto à mesa da cozinha. Mordiscava um palito de cenoura enquanto observava a empregada Evangeline preparar uma salada.
Eu não me lembrava de Edward ter dito que teria mais alguém na casa além de nós, mas tudo bem. Ela parecia ser boa pessoa. Além do mais, passei uma manhã tão maravilhosa com Edward na praia que nada iria estragar meu dia.
Tão logo ele subiu para um banho, eu corri para a cozinha. Meu estômago já estava reclamando. Foi então que encontrei a senhora na cozinha. Aparentava ter mais de sessenta anos, era baixinha e gordinha. Mais parecia uma vovó com os óculos na ponta do nariz.
-Está aqui há muito tempo?
-Há anos. Desde quando Carlisle comprou essa casa. Está vendo a intimidade não é? O menino Jasper ainda nem era nascido.
-Mesmo? Nossa... mais de vinte anos...acho lindo isso. Você mora aqui ou não?
-Carlisle permite que eu fique numa casa bem lá no fundo... acho que nem chegou a ver. Mas geralmente não fico aqui. É meio isolado de tudo e às vezes pode ter alguma mulher precisando de mim. Fica complicado sair daqui a tempo.
-Como assim? Não entendi.
-Eu sou parteira. Se ficasse aqui todos os dias... acho que você não viu a distância daqui até o centro mais habitado.
-Não mesmo. Mas me diga uma coisa...disse que é parteira. Faz parto assim...sozinha...sem um médico por perto?
- Às vezes simplesmente não dá tempo, Isabella. E outras vezes as próprias mães escolhem isso.
-Ai... sem anestesia...sem nada?
-Antigamente a maioria das mulheres tinha o parto em casa... Eu fui enfermeira durante vinte anos. Quando conheci os Cullen eu tinha acabado de deixar o hospital. Eles precisavam de alguém para cuidar de tudo. Acabei ficando
-Entendo... então conhece Edward desde criança?
-Sim...era um garoto lindo. Aliás é até hoje.
-Ele sempre foi assim? Mandão e turrão?
Ela riu.
-Até me assustei quando o vi à frente dos negócios do pai. Ele sempre foi muito decidido, desde criança. Mas era sempre tão carinhoso que sinceramente... jamais o imaginei nessa vida. Ele só me chamava de Dinda.
-Caramba...
-E pra mim ele era sempre o meu menino. Vivia perambulando aqui pela cozinha. Mas depois cresceram, as visitas ficaram cada vez mais raras. E quando vinha, na maioria das vezes estava sozinho. Ai passava horas com a Brigitte.
-Brigitte é dele?
-Sim. Foi um presente de Carlisle. Era um filhote ainda.
-Edward não vinha com os pais... nem com as namoradas?
-Desde quando conheço meu menino... você foi a única que veio aqui com ele. As outras vinham... mas nunca com ele.
Era impossível não me sentir lisonjeada. Nenhuma das ex mulheres dele estiveram aqui ao mesmo tempo em que ele... apenas eu. Era ou não era para me sentir poderosa?
-Pra ser sincera eu nem sei onde estamos exatamente.
- Porto Rico. Essa é uma das áreas menos habitadas da região. Pra chegar até aqui de carro leva em média meia hora, quarenta minutos. Aposto que o Edward vai levá-la para conhecer tudo. Ele ama esse lugar. Sempre quando vem pega o veleiro e desaparece por ai... e sempre Leva a Brigitte.
Levantei-me para pegar um suco e vi que ela reparava em minha barriga, franzindo o cenho.
-São dois bebês?
-Sim. Como sabe?
-Sua barriga está grande... como se fosse ter os bebês a qualquer momento, mas ela ainda não está na posição...então imaginei que seria mais de um.
-Estou entrando no sétimo mês
-Hum... então está perto. Sabia que na maioria das vezes quando a gravidez é múltipla não se chega aos nove meses.
-mesmo?
-Não é uma regra, claro.
-Vejo que estão se dando bem.
Olhei para a porta da cozinha a tempo de ver meu marido em toda sua beleza entrando e passando a mão pelos cabelos.
Foi até Evangeline e a abraçou.
-Dinda... não sabia que estava aqui.
-Nem vou perguntar como está. Estou vendo que está ótimo.
Edward beijou a cabeça dela, numa demonstração rara de carinho. Creio que nem mesmo com Esme eu o vi agir assim.
-Cheguei hoje cedo. Esme me avisou que viria... e que sua esposa está grávida.
Edward rolou os olhos.
-E claro pediu que ficasse de olho em mim.
-Conhece sua mãe, menino.
Somente então Edward veio até mim, sentando-se ao meu lado.
-Não está cansada?
-Não. Estava aqui conversando com ela e acabei me distraindo.
Edward passou a mão em meu ventre enquanto conversava com Evangeline. Era como se eu estivesse ao lado de outro homem. Um irmão gêmeo dele. Totalmente a vontade, conversando numa cozinha. Raramente eu via Edward com outra roupa a não ser seus ternos caríssimos. Eu babava, admito. Mas vê-lo assim... apenas de calção... sem camisa... descalço... hum...coisa rara e deliciosa de se ver.
-Como está o Henry?
-Trabalhando muito. Já disse que está na hora de se aposentar. Mas ele não quer sair daquela delegacia de jeito nenhum.
-Ele está forte ainda. Pode trabalhar por um bom tempo.
Depois disso dediquei-me apenas a prestar atenção na conversa dos dois. Teria que me acostumar com as mil faces do meu marido. Cada uma mais linda e encantadora que a outra. Difícil escolher.
Depois do almoço fomos para o quarto. Edward queria sair e me mostra tudo, mas eu estava realmente cansada. Então ele simplesmente deitou-se ao meu lado na cama enquanto conversávamos.
-Bella... está com pressa de voltar pra casa?
-Eu estou com você. Já me sinto em casa.
Edward ergueu seu corpo e prensou sua boca na minha com força.
-Sempre tem que me desarmar, não é?
-Então baixe a guarda. Pouparia-me trabalho.
Ele riu e deitou-se em meu colo. Meus dedos automaticamente se enfiaram em seus cabelos.
- Por que pergunta?
-como eu já te disse... quero descansar um pouco. E não é so por mim. Principalmente por sua causa e dos bebês.
-Mas se ficarmos mais tempo como farei com minhas consultas?
-Não estamos numa selva, Bella. Claro que aqui existem hospitais, maternidades. Podemos ligar para Rosalie e pedir que envie seus histórico para o médico que escolhermos aqui.
-É uma idéia tentadora.
Ele se virou ficando de barriga pra cima e me encarando.
-Preciso sair mais com você. Fazer coisas que os casais normais fazem.
-Definitivamente não somos um casal normal
-Então passou da hora de sermos.
Baixei um pouco a cabeça para me encontrar com ele, buscando sua boca.
-Eu vou adorar isso... embora eu não possa imaginar minha vida melhor do que já é.
-Sempre há uma coisinha para consertar.
Não falei mais nada. Se ele queria melhorar, por mim tudo bem. Eu sabia que não tinha como melhorar o que já era perfeito.
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Eu poderia nomear os últimos dias como os melhores de minha vida. Eu nem de longe imaginei que Edward poderia sim, conseguir melhorar o que já era perfeito. Hoje, quarenta dias após termos chegado a Porto Rico, éramos um casal normal, como ele mesmo disse. Saímos várias noites para jantar, visitamos outras ilhas, saíamos para velejar, como agora. Sem nunca esquecer, é claro, das minhas consultas que agora estavam mais freqüentes.
Foi uma luta conseguir uma médica que me agradasse... ou seja... nada de linda demais feito a Rosalie. Edward por outro lado não aceitava um homem como médico. A barriga já estava imensa e às vezes até respirar ficava difícil. Sem contar que para fazer amor com Edward foram várias tentativas até encontrar a melhor posição.
Ele se afastou completamente dos negócios. Depois de dar uma resposta atravessada ao Emmett ele não voltou a ligar para falar dos negócios. Estavam se virando por lá. Pelo que Edward me disse, Carlisle voltou a ativa. Victoria e Bree continuavam morando com ele. E Tânia estava quase conquistando de vez a confiança de Dom Matteo e assumindo o negócio de tráfico de menores. Edward se animou com essa notícia. Carlisle e Tânia estavam com um plano, mas preferimos ficar de fora.
-Está se sentindo bem?
Olhei para Edward que remexia nos botões do painel de controle do veleiro. Estava levemente bronzeado, os cabelos esvoaçando... vontade de avançar nele e beijar muito.
-Estou bem. Pensando em nós dois.
-Coisas boas, espero.
-Existe coisa ruim entre nós?
Terminou de ajustar as coisas e sentou-se ao meu lado.
-Já existiu.
-Num passado tão distante que nem me lembro mais.
-Mas infelizmente está chegando a hora de voltarmos.
-Por que tem tanto medo que nossos bebês nasçam aqui, Edward?
-Não é medo, Bella. Mas nossa família ficará triste por não poder vê-los assim que nascerem.
-Eu irei quando quiser.
-Faremos o seguinte... passamos esse final de semana e depois iremos. Ai faltarão apenas duas semanas para o provável dia do parto.
Abracei seu meu pescoço e me aconcheguei em seu peito.
-Vou sentir falta daqui. Está tão bom.
Senti seus lábios pressionarem meus cabelos por um bom tempo.
-Podemos voltar sempre. Podemos morar aqui se quiser.
-Seria delicioso... ver você nadando nu como hoje...
Ele se afastou e me olhou com um ar incrédulo.
-tudo isso pra me ver pelado?
-Não imagina a delícia que você estava... saindo da água com esse corpão nu...esses cabelos molhados e aquele ...
-Pau duro.
-Isso.
Falei e estremeci fazendo Edward gargalhar.
-Será que vai continuar tão safada assim depois que nossos filhos nascerem?
-Eu já era antes, Edward...quer dizer...fiquei depois que conheci você.
-Ah...ta bom..quem ficava assistindo filme pornográfico do irmão?
Sorri, meio envergonhada, meio pervertida.
-Mas você ficou louco quando eu fiz o que aprendi.
-Bella...pra ser sincero eu fiquei louco por você desde a hora que passou pela minha porta, já te disse isso.
Apertei-me mais a ele.
-Seremos sempre assim? Eu te amo tanto.
Ele inspirou e soltou o ar com tanta força que cheguei a ficar apreensiva.
- Olhe pra mim...
Olhei em seus olhos e não soube dizer o que vi ali: medo...angústia...quase desespero.
-Jura pra mim que não vai me deixar...eu não digo no sentido de ir viver sua vida longe de mim. Eu digo no sentido de... partir dessa vida e me deixar aqui...sem rumo.
Segurei seu rosto, o mesmo desespero que via agora em seus olhos, ameaçando me dominar também.
-Está falando sobre o parto? Está com medo que eu não resista?
Ele enterrou as mãos em seus cabelos...eu nunca vi Edward assim...tão vulnerável...nem quando estava a beira da morte.
-Porra... você é tão pequena...tão frágil...
-Amor... se os médicos perceberem que não darei conta...irão fazer uma cesárea e tudo certo. Você ouviu a médica...estou em perfeitas condições assim como nossos filhos.
-Eu não quero ser apenas metade para os meus filhos, Bella.
Engoli com dificuldade, minha voz saindo num sussurro.
-O que quer dizer?
-Se você se for...metade de mim irá também...a melhor parte de mim.
Abracei-o com tanta força que meus braços começaram a formigar.
-Isso não vai acontecer. Eu serei forte porque eu quero estar com vocês... nossos filhos irão crescer saudáveis e nós dois ficaremos velhinhos sentados numa cadeira de balanço a espera deles.
Ele colocou a mão em meu ventre e deitou a cabeça em meu colo. Estava quieto mas seu corpo tremia ligeiramente. Eu podia dizer com certeza que ele chorava.
Eu não tinha medo. O fato de ter dois filhos jamais me assustou. Eu sabia que teria que ser forte. Aliás eu era bem resistente a dor. E na verdade... eu so tinha um pequeno medo pelos bebês...sei lá... Mas por mim...a tão falada dor do parto não me amedrontava. Eu já senti uma dor com certeza, bem pior que essa. A dor de quase perder o melhor pai que meus filhos poderiam ter...e o amor da minha vida.
  
Edward POV
Nunca imaginei que precisaria de tão pouco para me sentir inteiramente livre e realizado. Eu digo pouco no sentido de lugar... porque se eu for olhar a pessoa maravilhosa que tenho ao meu lado...ai sim...era muita coisa. Então posso dizer que sou um homem de sorte. Tinha a mais perfeita das mulheres e ainda estava no paraíso. Descobri que era isso que precisava para ser livre, feliz.
Pensei que seriam alguns dias de descanso... um momento a dois para colocarmos nossa vida em dia. Mas já no segundo dia eu percebi que eu precisava de mais. Sentia falta de sair com Bella, conhecer novos lugares. Claro, já conhecia praticamente o mundo inteiro. Mas tudo teria um sabor especial ao lado dela.
Por isso fomos adiando nossa volta. Nossos dias viraram meses...quase dois meses ... ela e eu.
Fizemos de tudo...jantares...passeios ao luar... nadamos nus...ou uma simples caminhada pela praia. Foi como se eu estivesse na adolescência ao lado da minha primeira namorada. Infelizmente o fim de semana chegava e teríamos que voltar. Bella perguntou e nem eu mesmo sabia a resposta... não sei por que insistia em não ter nossos filhos aqui. Sei lá... parecia que o fato de estar perto da família me daria mais segurança.
Estiquei meu corpo na cama, espreguiçando-me. Dormimos tarde na noite anterior, vendo filme ate altas horas. Pelo jeito o sábado de Bella seria na cama. Ela estava de costas pra mim e não resisti a passar os dedos pela pele macia das suas costas.
Ela gemeu e remexeu-se, tentando se virar. Estava tudo mais difícil pra ela e não era raro ela me pedir ajuda a noite para mudar de posição na cama.
-Quer se virar, Bella?
-Não. Estou com muito sono.
-Então fique quietinha ai.Mas vou buscar alguma coisa para você comer.
-Não precisa, amor.
Levantei-me e dei a volta na cama, agachando-me à sua frente.
-Tem certeza que está tudo bem? Sua voz está estranha.
-Estou, Edward. Minhas costas é que estão doendo demais.
-Não quer se deitar de costas na cama?
-Não... nessa posição eu não consigo respirar direito.
-Humm...será que uma bolsa com água morna resolveria?
-Talvez.
-Vou buscar pra você.
Passei os dedos pelo seu rosto, fazendo-a sorrir fracamente.
-Não foi por causa de ontem, foi?
-Claro que não. Você estava bem contido ontem.
-Que alivio.
Dei um beijo rápido nela e desci até a cozinha.Realmente ela estava certa..na noite anterior eu estava mais contido. Fizemos amor lentamente, sem pressa, sem selvageria. Isso foi antes de assistirmos ao filme. Parece que ficamos até mais relaxados, já que ficamos ate tarde com a TV ligada.
Assustei-me ao entrar na cozinha e encontrar Evangeline sentada enrolando pães. Seu rosto parecia triste.
-Bom dia. Eu te disse que poderia ir ontem, não disse?
-Bom dia, Edward. Eu sei que disse. Mas não ouviu o alerta?
-Que alerta?
Perguntei enquanto enchia a bolsa e colocava para esquentar.
-Há um alerta de um tsunami. O temporal que caiu aqui perto ontem já causou estragos. E ao que parece... já está chegando aqui.
Fez um sinal em direção à janela e quando olhei me assustei. Parecia noite.
-Caramba...tomara que passe logo . Tenho que levar Bella daqui.
-Tomara...e que não cause muitos estragos.
-Fique aqui,Dinda...senão ficarei preocupado. Use qualquer um dos quartos que precisar.
-Com certeza ficarei aqui. Não gosto muito de temporais.
-Medrosa.
Esperei enquanto a bolsa aquecia e reparei numa bolsa grande ao chão.
-Você e suas tralhas.
-Levo pra todo lugar que vou. Nunca se sabe quando vai aparecer uma grávida em trabalho de parto.
-Que horror...fora de um hospital deve ser horrível.
-Bobagem...a única diferença é a falta de anestesia.
-Ah...mas não é mesmo.
Ela riu e continuou a preparar os pães. De repente um estrondo tão forte que parecia que caía o mundo. Evangeline deu um pulo e levou as mãos ao peito.
-Jesus...
-Vou ver Bella...deve ter se assustado. Pode ir para o quarto, se quiser. E qualquer coisa me chame.
-Fique tranqüilo. Com você aqui, eu fico mais calma.
-Ah...poderia levar alguma coisa pra ela comer? Vou levar essa bolsa pra ela. Está com dores nas costas.
-Já levo.
Apertei a bochecha dela e subi correndo até o quarto. Bella estava sentada na beira da cama, com os olhos arregalados.
-O que foi isso, Edward?
Fui até a janela e abri as cortinas, mostrando pra ela o temporal que ameaçava cair.
-Isso...
-Meu Deus...feche isso, Edward.
Eu ri.
-Boba... com medo que a chuva caia aqui dentro?
-Eu não tenho medo de chuva. Esses barulhos é que me assustam às vezes.
-Vamos lá...deite-se ai. Vou colocar a bolsa para você.
Ajudei-a a deitar-se de lado enquanto colocava a bolsa.
-Daqui a pouco melhora... E a dinda logo vem trazer alguma coisa para você comer.
-Nem estou com fome.
-Mas precisa comer. Sabe disso.
Nesse momento meu celular tocou. Bella estendeu a mão e o pegou.
-É o Emmett.
-Não vou atender.
-Pode ser importante.
Bufei.
-Coloque no viva voz.
Ela o fez e falei.
-Fale, Emmett...e seja rápido.
-Vocês precisam voltar.
-Iremos na segunda. O que houve?
-Renné...
Bella retesou-se ao meu lado.Merda.
-O que tem ela?
-Victoria não estava mantendo contato...ou melhor estava, mas Renne estava desconfiada. Acabou vindo atrás dela...e quer ver a Bella.
-O recado está dado. Converso com você depois, Emmett.
Desliguei antes que ele dissesse uma cagada maior.
Bella permaneceu de costas pra mim enquanto eu segurava a bolsa de água em suas costas. Tudo bem que estivesse com dor ou cansada, mas geralmente não ficava tão calada assim.
-Bella?
-Então ela está mesmo viva...
-Sim.
-Eu...não estou preparada.
-Então so irá falar com ela quando achar que deve. Eu prometo. Está bom assim?
Ela assentiu.
-Tem certeza que está bem, amor?
-Sim.
Lógico que não acreditei, mas não toquei mais no assunto.
Pouco depois Evangeline trouxe uma bandeja e deixou ao lado da cama. Sua expressão era preocupada ao olhar pra Bella.
-Está tudo bem?
-Só um pouco cansada.
A chuva agora caía torrencialmente. Aliás nem era chuva, parecia um dilúvio. Raios cortavam o céu a todo instante e até formavam um belo espetáculo. Ajudei Bella a se sentar para poder comer. Entretanto Bella apenas bebeu o leite e o suco. Estava começando a me preocupar com ela. Deitou-se novamente de lado, as pernas encolhidas.
-Você está sentindo dor...eu vejo.
-Nas costas, Edward. Só que as vezes parece que vai descendo.
-Vou chamar a Dinda.
Sai antes que ela dissesse qualquer coisa. De repente eu percebi que o medo começava a me dominar. Deus não iria fazer isso comigo... olhei pela enorme janela do corredor... Não dava para enxergar nada exceto as pedras de gelo que caíam com a chuva.
Evangeline vinha subindo as escadas com toalhas nas mãos.
-Dinda... pode olhar a Bella? Estou preocupado.
-Também a achei um pouco estranho.
Era isso que eu temia ouvir.
-Bella? O que está sentindo,querida?
-Só umas dores não fortes, mas que me incomodam.
Colocou as mãos nas costas e nos quadris. Evangeline me encarou e eu tive vontade de gritar e falar que não me dissesse o que estava prestes a dizer. Mas eu não o fiz e ela acabou falando.
-Eu já vi isso inúmeras vezes, Edward. Ela vai entrar em trabalho de parto.
-Ah...meu Deus... me ajude, Dinda. Eu preciso tirá-la daqui.
-Como? Com alerta de tsunami? Com esse temporal? Não conseguirá autorização para voar, Edward.
-Então ligue para a emergência...bombeiros...para o papa, mas eu tenho que tira-la daqui.
-Calma, filho... eu disse que ela vai entrar... talvez a chuva passe e...
Nesse momento Bella deu um gemido alto de dor e corri para o lado dela.
-Bella... o que foi?
-Dói... dói demais...
Olhei horrorizado para Evangeline, o coração quase pulando pela boca. E a chuva e os estrondos lá foram so aumentavam.
-Bella... vamos começar a olhar o intervalo dessas dores, tudo bem?
Ela apenas balançou a cabeça. E ali começavam as piores horas da minha vida.
************************
Meu Deus do céu... o que eu faria? As estradas estavam bloqueadas... nem o carro de emergência passava. Voar nem pensar. Sentei-me na poltrona completamente derrotado. A cada gemido mais alto de Bella, meu corpo inteiro estremecia.
-Edward... me ajude..
Levantei-me imediatamente e ajudei-a a ir até o banheiro. Ela mal conseguia andar. Dei graças a Deus por Evangeline estar aqui. Ela e as tralhas dela. Monitorava a pressão de Bella e fez inclusive a odiosa limpeza. Aquilo me irritou... o que isso? Colocar aquela mangueira no corpo da minha mulher, num lugar que nem eu toquei.
Evangeline me recriminou.
-É necessário, Edward. Quer que seu bebê nasça cheio de fezes?
-Ah...para...
Isso nem era relevante pra mim. O pior de tudo era ver Bella assim há quase cinco horas! Como as mulheres agüentam isso, pelo amor de Deus?
Um grito de Bella me fez correr para o banheiro. Eu simplesmente não sabia o que fazer. Evangeline veio logo atrás.
-Encha a banheira, Edward. Deixe a água bem morna...
Fiz o que ela pedia antes mesmo de terminar de falar.
-Está piorando...
Bella respirava com dificuldade, as mãos sob o ventre.
-Pode entrar com ela se quiser, Edward.
-Eu quero...por favor, Edward...venha comigo.
Eu estava sendo um inútil mesmo...teria mais é que fazer isso. Entrei na banheira e coloquei Bella sentada à minha frente. Aos poucos ela começou a controlar a respiração exatamente como Rosalie ensinou. Não sei quanto tempo ficamos la até que Evangeline pediu para que saíssemos. Enrolei-me no roupão e quando ia ajudar Bella eu vi o liquido escorrendo pelas suas pernas.
-DINDA...
Eu gritei e ela voltou correndo.
-A bolsa se rompeu... traga-a para cama, filho.
Peguei Bella no colo ainda toda molhada e coloquei na cama. E eu que pensei que ela já tinha sofrido tudo o que era possível. As dores começaram mais fortes, menos espaçadas e Bella gemia e se contorcia de dor.
Eu juro que não iria suportar isso. Corri até a janela de novo e nada de parar a chuva. Vi Evangeline esterilizar algumas coisas e senti minha cabeça girar. Eu não queria isso... não queria. Ela tinha que estar numa maternidade, cercada de todo conforto, não aqui com uma parteira e um marido estúpido.
-Ahhh....ahhh...ohh...Edward...
Corri para o lado dela enquanto Evangeline parava em frente a suas pernas abertas e levava a mão ao sexo dela. Há quanto tempo durava essa angustia? Cinco...seis horas.
-Respire, amor...como Rosalie ensinou.
-Não...não saia de perto de mim, Edward.
-Nunca...estarei aqui.
-Já está com oito centímetros de dilatação, Bella. Seus bebês estão quase chegando.
Minha cabeça girou novamente. Era so o que me faltava... desmaiar agora. Mas eu não agüentava mais o sofrimento de Bella. Ela chorava e trincava seus dentes querendo não gritar. A dor dela era a minha dor. Daria tudo para estar no lugar dela agora...embora tivesse a certeza que não suportaria nem metade disso.
Evangeline pegou uma bacia e toalhas limpas, gazes e mais um monte de coisa e colocou aos pés da cama.
-Ahhhh...
Bella não se segurou e apertou minha mão. E que força.
-Bella...tenta não gritar. Quando a dor vier...faça força para empurrar e não gritar...tudo bem?
Ela concordou, mas a primeira tentativa foi falha. Gritou novamente. Evangeline abriu mais um pouco as pernas dela e sorriu.
-Estão quase vindo,Bella. Faça o que eu disse...tente não gritar....morda alguma coisa e force.
Olhei para seu rosto vermelho e suado, a respiração ofegante e os olhos arregalados me encarando. Novo grito de dor e não pensei duas vezes. Coloquei meu braço próximo a sua boca.
-Morde...
-Não.
-A dor nem irá se comparar à sua, Bella...por favor...eu só...
Nova onda de dor e ela cravou os dentes em meu braço , abafando seu grito e visivelmente fazendo força.
-Isso....isso...perfeito, querida...
Meu braço estava dolorido, mas eu nem me prendia isso. Apenas rezava fervorosamente ao meu jeito...tentado a todo custo me lembrar das orações que minha mãe ensinou e eu fiz questão de esquecer. Mas eu precisava pedir a Deus... não permita que minha esposa e filhos paguem por mim, por ter me tornado esse ser monstruoso e que tantas vezes falhei com o Senhor. Se alguma coisa de ruim tiver que acontecer que venha tudo sobre mim, mas proteja a mulher que amo, proteja meus filhos.
-Edward? Edward?
Olhei para Evangeline sem enxergar e percebi que chorava. Bella me mordia com mais força, ainda empurrando.
-Empurre acima do ventre dela, ajude seus filhos a descerem...
Olhei horrorizado para a enorme barriga.
-Não... não serei capaz. Vou machucá-los...ela vai sofrer ainda mais...eu....
Ela veio para o meu lado às pressas, segurando meu braço e forçando Bella a abrir a boca.
-Fique lá embaixo enquanto eu empurro.
Congelei.
-Eu? Ali? Pra...pra...segurar os bebês?
-É o único jeito, menino. Quer que seus filhos caiam ao chão?
Empurrou-me e feito um robô parei em frente a Bella. Era engraçado. Eu a via nua e quase explodia de tanto desejo...e agora era só medo...medo de perdê-la.
-Não posso...não posso.
Bella gritou novamente e Evangeline debruçou-se sobre seu ventre.
-Não grite, querida... não grite. Estão vindo, Edward?
Neguei...completamente em choque.
-Ed...Edward...
Bella chorava, gemia, mas me olhava quase implorando.
-Eu confio...em você. Ajude-me, amor...
Como? Como eu iria ajudar se meu corpo era pura cartilagem? Eu estava trêmulo, ofegante, a cabeça girando... eu não iria conseguir.
-Ahhhh...
-Força, Bella...empurre...
Senti uma queimação dentro do peito e meu corpo foi impelido para frente. Apoiei-me na cama ao ver o que imaginei ser uma cabeça.
-Está vendo alguma coisa,Edward?
-Sim... acho que está vindo...
-Força, Bella.
Percebi sua barriga endurecendo. Olhei para o seu sexo novamente e o vi se abrir inteiramente. Comecei a chorar.
-Nosso bebê, amor.
Instintivamente levei a mão à pequena cabeça que surgia.
-Segure firme, mas não puxe, Edward. Estou ajudando aqui.
Era uma sentimento inexplicável. Eu via o corpo da minha mulher se abrir e minhas mãos seguravam a cabeça e a seguir o corpo daquela coisinha que já saiu berrando, enrugado e sujo.
Eu chorava feito ele...levando-o junto ao peito. Olhei para o sexo e sorri.
-Só podia ser... é nossa garotinha, amor. Nossa princesinha.
Bella sorriu entre lágrimas e gritos de dor.
-E agora?
-Corte o cordão umbilical.
Arregalei os olhos.
-Não...isso não...
-Sim. Faça como eu digo.
Minhas mãos tremiam vergonhosamente, mas eu fiz, chorando feito um maldito bebezão.
-Coloque o bebê naquele cercado que coloquei, Edward...o outro já vem...
Vi que Evangeline olhou as horas.
-Dezenove e cinco.
Antes que eu colocasse minha filha no cercado, Bella gritou.
-Está....saindooo...
Evangeline correu e pegou minha filha das minhas mãos.
-Vá pegar o outro, Edward...
Eu já não tinha mais medo. Apesar da dor...Bela parecia bem. E eu ainda chorando, segurava a cabeça do meu garoto que finalmente vinha ao mundo. Demorou um pouco para chorar, mas o fez. E sem medo...cortei o cordão umbilical.
-Nosso garoto, Bella.
Ela sorriu...cansada e fechou os olhos.
-Eu amo vocês.
-Deixe-me pega-lo, Edward.
Entreguei o bebê para Evangeline e fui até Bella segurando sua mão. Nós dois chorávamos incontrolavelmente.
-Obrigada, Edward...por ser...
-Eu amo vocês também. Muito.
Seus dedos tocaram meu braço.
Eu não me importava com as mordidas. Todos estavam bem. Isso era o mais valioso.
-Quero vê-los.
Angelina já trazia os dois ainda sujos, enrolados num lençol.
-São lindos, Bella.
Colocamos um em cada lado. A garotinha tinha os meus olhos e cabelos, apesar de ralos. O garoto tinha os olhos de Bella e mesmo mais carequinha, dava para perceber a penugem mais puxado para o tom de Bella.
   Abaixei-me ao lado deles, beijando o rosto de Bella. Estava explodindo de felicidade, agora que passou o pior. E ao pensar no pior... olhei pela janela...onde estava aquele temporal? Peguei meu filho no colo e depois minha filha. Talvez esses acontecimentos tenham sido realmente obra divina. Um sinal... sei lá.
Essa era a minha vida. Ser pai, marido, amante...um apaixonado pela minha família. Deus me deu a oportunidade de trazer meus filhos ao mundo.
Mais uma vez chorando, eu percebi que eu não era como Deus... onipresente e onipotente... mas pela minha família eu poderia ser grande. E nesse momento, eu me sentia um gigante.
Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível.” (Gandhi)

3 comentários:

Alice disse...

Tenso, mas muito bom!!!Parabéns!!!!!

Isa ¬¬' disse...

RII Muitoo!! Edward kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Julia neves disse...

Ameei!!!!!
Foi emocionante mal posso esperar pelo próximo capitulo....
Isso q è amor d verdade.

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