Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 17°(último) capítulo de "Paixão Selvagem". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
CAPÍTULO 17 - NOVOS RUMOS
Bella POV
Eu olhava, aflita para a estrada à minha frente. Estava preocupada com Edward. Foi chamado às pressas para ajudar numa busca. Não disseram do que se tratava. Por isso mesmo fiquei apreensiva. Talvez se tratasse de algum animal grande e perigoso. E temi por mim e por meu filho. Greg iria completar dois anos daqui a uma semana e corria pela varanda atrás do carrinho dado por Carlisle. Estava cada dia mais parecido com Edward. Já balbuciava algumas palavras e eu me divertia com os erros dele. Logicamente a primeira palavra que disse foi Papai. Edward quase explodiu de felicidade, mas ao mesmo tempo ficou com medo que eu ficasse com ciúmes. Mas eu não me importei. Edward era maravilhoso e fez de tudo por nós, nada mais justo que essa “homenagem”.
Greg já percebia os sinais. Sabia que quando estávamos na varanda, e eu de pé, olhando a estrada era sinal que esperávamos por Edward. Aproximou-se de mim e puxou levemente meu vestido.
- Papai...
- Ele já está vindo, meu anjo. Volte a brincar.
Ele voltou a correr, os pés descalços, apenas de bermuda. Era isso que Edward e eu planejávamos para ele. Uma vida saudável, livre de toda poluição da cidade grande. Por isso mais uma vez adiamos nossa idéia de sair da fazenda.
Não sei se fiz certo. Na verdade eu queria voltar a estudar, me formar e queria ver Edward formado também. Estava de fato, muito indecisa.
Novamente Greg voltou para perto de mim, puxando meu vestido.
- Papai...
Abaixei-me a frente dele, passando a mão por seus cabelos. Tentava mantê-los curtos, mas não tinha jeito. Cresciam rápido demais e eram tão rebeldes quanto os do pai.
- Também estou sentindo falta do papai, meu amor. Mas logo ele estará aqui. Agora... que tal se a gente fizesse um lanche? Suco?
Ele riu e bateu palmas. Adorava suco de laranja.
- Mas antes temos que guardar o carrinho, não é? Lembra-se de onde deve colocá-lo?
Ele correu, pegou o carrinho e foi até o pequeno baú em seu quarto, onde guardávamos os brinquedos.
- Muito bem, meu anjo. Aprendeu rapidinho.
Peguei-o no colo e coloquei-o sobre a bancada da pia, enquanto separava as laranjas para fazer o suco.
Ele se divertia atirando as laranjas pela cozinha. Dava gargalhadas tão gostosas que eu acabava rindo também.
Olhei mais uma vez pela janela e nada de Edward.
As coisas mudaram muito por aqui nesses anos. Alice e Jasper se casaram e moravam numa das casas da fazenda. Rose e Emmett engataram um namoro, mas ainda não falavam em casamento. Moravam juntos na casa de Carlisle. Ele aceitou bem o relacionamento dos dois, afinal, Rose era ótima e estava ajudando-o na casa.
Minha mãe voltou para a cidade tão logo eu me recuperei da depressão. Mas vinha sempre para visitar o neto. Meu pai e Edward estavam ainda mais unidos. Edward praticamente carregava a fazenda nas costas. Mas já estava preparando Emmett para exercer as mesmas tarefas que ele. Nunca mais falou nada, mas sei que ele quer se mudar.
Peguei Greg e coloquei-o sobre o cadeirão, colocando o copo com o suco à sua frente.
- Beba tudo, está bem?
O dia estava ainda mais quente que o normal. Meus cabelos estavam presos num rabo de cavalo, mas alguns fios grudavam em meu pescoço suado.
Greg bebeu o suco e depois jogou o copo, como sempre fazia.
- Quantas vezes já falei para não fazer isso? Vou ficar brava com você.
Ele bocejou e esfregou os olhos. Ele não costumava dormir nesse horário, mas como não dormiu após o almoço, o sono chegava agora.
- Vamos tomar um banho primeiro? Depois a mamãe coloca você para dormir.
Ele apenas ergueu os bracinhos para que eu o pegasse. Dei um banho rápido e depois coloquei-o na cama. Dormiu quase imediatamente.
Aproveitei para tomar um banho também. Vesti um short e uma camiseta e deixei meus cabelos soltos para que secassem. Voltei para a varanda e deitei-me na rede.
Balancei-me nela, pensando na vida. Eu não tinha absolutamente nada do que reclamar. Um filho lindo e saudável e um marido perfeito. O que mais uma mulher poderia desejar na vida? Algumas desejam uma carreira bem sucedida, fama. Eu não pensava mais nisso. Já cheguei a pensar. Mas estava gostando tanto dessa vida de cuidar de marido e filho que não me via fazendo outra coisa, pelo menos nesse momento.
Queria me formar, sim. Mas queria trabalhar em alguma coisa que não me afastasse da família por muito tempo.
Levantei minha cabeça aos ouvir os cascos do cavalo e sorri ao ver meu marido que se aproximava. Entretanto fiquei apreensiva. Seu semblante era cansado, mas também triste, chateado.
Levantei-me e esperei por ele aos pés da escada da varanda. Não pude deixar de notar a elegância do meu marido ao descer do cavalo. Céus... esse homem é perfeito demais. A calça jeans ajustava-se ao corpo másculo, a camisa aberta até o umbigo deixava à mostra o tórax perfeito. Era muita tentação para um homem só.
Diferentemente das outras vezes, ele não sorriu ao notar minha inspeção em seu corpo. Mas abraçou minha cintura e me beijou.
- Oi amor.
- Está tudo bem? Está com uma cara péssima.
- Coisas desagradáveis.
- Quer falar?
- Sim, mas primeiro irei tomar um banho. Estou me sentindo... sujo.
Fiquei apreensiva com essas palavras. Por que ele estaria se sentindo sujo? Sim, porque compreendi perfeitamente bem que ele não se referia a sujeira por trabalho ou coisa assim.
- Está com fome? Posso ir preparando...
- Não estou com fome. Eu já volto.
Fui obrigada a segurar minha ansiedade. Seja lá o que tenha acontecido... deixou Edward pra baixo.
Ele voltou pouco tempo depois, vestido apenas com o calção do pijama. Sentou-se na rede e puxou meu corpo de forma a me deixar ver seu rosto.
- Seu pai me pediu ajuda hoje. Na verdade, o senhor Denalli pediu ajuda. Tânia estava desaparecida há um dia.
- Tânia? Mas ela não tinha ido embora daqui?
- Veio visitar o pai.
Depois de perceber que não conseguiria mesmo me separar de Edward, Tânia mudou-se. Nunca mais ouvi falar em seu nome até hoje.
- Pois então... saímos à procura dela. Reviramos essas terras. Por fim... fomos à cachoeira. Não a encontramos lá. Nem sei por que tive a idéia de ir até a campina. Quase ninguém conhece aquela região.
Ele fechou os olhos, angustiado.
- Foi horrível, Bella. Sei que Tânia nos atrapalhou demais, mas mesmo assim...
- Fale Edward. O que houve?
- Ela estava lá... morta. Seu corpo estava mutilado e já dava sinais de...
- Ai... pare, pelo amor de Deus.
Meu coração estava disparado. Isso me fez lembrar de quando Jacob tentou me violentar. Era horrível. Por mais que eu odiasse a Tânia, nenhum ser humano merecia isso.
- Ela foi barbaramente violentada e morta.
- Meu Deus. Mas quem pode ter feito isso? Algum homem da fazenda? Não conseguiram pistas?
- Pegamos o cara. Estava prestes a fugir pela fronteira.
Ele me olhou intensamente e pude perceber em seus olhos. Não era preciso me dizer quem foi.
- J... Jacob?
- Ele mesmo.
- Meu Deus...
Minha cabeça girou... medo intenso. Comecei a respirar com dificuldade, as palmas das mãos suadas.
- Ele não teve tempo de dizer nada, Bella. Nem sabemos ao certo o porquê de ter agido assim. Disse apenas que a Tânia era uma vadia. O pai dela estava transtornado, obviamente.
- Imagino.
- Antes que pudéssemos impedi-lo, ele disparou contra Jacob. Uma... duas... várias vezes, Bella.
Enterrei minha cabeça no peito de Edward. Estava explicado o porquê de se sentir tão sujo. Sentia-se péssimo por ter presenciado, não só Tânia morta, como ver Jacob ser assassinado.
Não que ele não merecesse. Mas pensando bem... a morte era pouco para pessoas como ele.
Abracei Edward com força e acariciei suas costas. Seus músculos estavam tensos.
- Sei que é difícil, mas tente esquecer, amor. Não fará bem a você.
- Eu sei. Foi chocante, mas não adianta ficar remoendo. Pelo menos... eu sei que aquele cachorro não virá mais atrás de você.
Estremeci. Isso ainda me apavorava.
- Mas agora só quero pensar em nós. Cuidar de você e do nosso filho.
Sua boca passeou pelo meu pescoço.
- Amá-los mais e mais a cada dia.
- E nós também, meu amor. Te amando como você merece. Por ser esse homem lindo, pai e marido maravilhoso.
Seus olhos brilharam, mas antes que falasse ou agisse, começou a rir. Ouvíamos apenas os passinhos descalços pela casa.
- Papai?
- Desceu do berço de novo, Greg?
Edward gargalhou e abriu os braços para pegar o filho.
- Venha cá, garotão.
Greg pulou no meio de nós dois, enlaçando Edward pelo pescoço.
Era assim que eu queria nossa vida: feliz. Claro que existiram obstáculos, dificuldades, brigas. Mas tudo isso fazia parte. Era apenas uma chance para que renovássemos sempre nosso amor e confiança um no outro. Essa era, em minha opinião, a receita para o sucesso de um relacionamento. E o nosso, com certeza, já era sucesso.
PEDRAS NO CAMINHO?GUARDO TODAS, UM DIA VOU CONSTRUIR UM CASTELO...(Fernando Pessoa)
Edward POV
De pé na varanda, ergui meus braços, espreguiçando-me. Mesmo aos domingos, eu acordava cedo e vinha até a varanda ver o nascer do sol. No começo Bella também vinha comigo. Mas ultimamente preferia ficar na cama até tarde. Eu não me importava, é claro. Greg estava mais sapeca a cada dia e sei que ele consome as energias dela durante o dia. Quando chega a noite, eu esgoto o resto de sua energia. Nada mais normal que descanse num domingo, dia em que não precisava ir à fazenda.
Apaguei de vez da memória o ocorrido com Tânia há três semanas. Sei que Bella e eu ainda teríamos muitas provações pela frente, portanto eu estava focado em estreitar ainda mais nossos laços de amizade, respeito e confiança. Amor, tínhamos demais.
Conversamos bastante a respeito de nossa mudança e estava decidido. Daqui a três dias mudaríamos em definitivo para Londres. Sei que, pelo menos pra mim, seria difícil me adaptar. Estava acostumado ao calor insuportável daqui, à vida natural. Mas queria que Bella voltasse a estudar e eu também, no fundo, queria me especializar em alguma coisa. Nunca é tarde para começar.
Nosso filho em breve começaria a freqüentar uma escola também. Precisava ter contato com outras crianças. Sair um pouco do mundo dos adultos.
Ergui minha cabeça ao sentir o cheiro. Aquele cheiro delicioso que me inebriava e que eu simplesmente amava.
Estendi minha mão sorrindo para a mulher maravilhosa que se aproximava vestindo apenas a curta camisola branca.
- Bom dia, amor.
- Bom dia.
Ela se aconchegou em meu peito.
- Seria melhor se tivesse acordado com você ao meu lado.
- Sabe que sempre faço isso, linda. Poderia ter vindo comigo.
- Eu não. Você acabou comigo na noite passada.
- Deixa de ser mentirosa, Bella. Você ainda queria mais.
Ela riu escondendo ainda mais o rosto em meu peito.
- A que horas iremos à casa do meu pai?
- Está marcado para a hora do almoço.
Charlie fez questão de fazer uma festa de despedida. Eu ainda me sentia mal por deixá-lo assim, mas ele afirmou várias vezes que seria melhor pra mim e para minha família.
Felizmente Emmett estava mais que preparado para ajudá-lo tão bem quanto eu.
***********
Mal entramos na casa de Charlie, e Alice veio correndo até nós. Greg por sua vez pulou do colo de Bella e correu até onde estavam seus avós. Meu pai e Charlie conversavam animadamente sentados na varanda da casa.
- Bella... ah... minha amiga.
- Que isso, Alice? Que desespero é esse?
- Ah, não enche, Edward. Vou morrer de saudades de vocês.
- Eu também vou, Alice. Todos nós, aliás. Mas eu prometo que viremos sempre para visitar vocês.
- Espero que venham mesmo. Sei como Edward é enrolado.
- Epa... enrolado nada. Apenas falta de tempo.
- Sei...
Fui até meu pai, recebendo um abraço apertado. Estava bem de saúde, até engordou um pouco nos últimos meses. Ele ficava bravo quando eu dizia isso.
- É impressão minha ou está mais gordo?
- Vá a merda, Edward.
Eu e Charlie gargalhamos.
-Não fale assim que seu pai vai querer começar uma dieta radical.
- Dieta? Aquela Rose é louca. Me obriga a comer várias vezes ao dia. E muito.
Nós rimos novamente.
- Ouvi um rabugento falar meu nome?
Virei-me e vi Rose e Emmett se aproximando.
- Olá, Edward.
- Como vai, Rose?
- Sobrevivendo. Seu pai está cada dia mais ranzinza.
- Imagino.
Emmett me deu um tapinha nas costas.
- E aí, mano? Já de malas prontas?
- Quase tudo pronto, Emmett.
- Cara... juro que não consigo imaginar essa fazenda sem você. Acha mesmo que irá se adaptar, Edward?
- Emmett... a única certeza que eu tenho nessa vida é que se eu estiver com Bella e com meu filho, posso estar em qualquer lugar desse mundo. Meu corpo só vai onde minha alma está.
- Ai, Edward. Que coisa linda. Quem dera que o Emmett me dissesse essas coisas.
- Um dia ele dirá, Rose. Pode ter certeza.
Meu pai e Charlie riam alegremente, alheios a nossa conversa. Olhei na mesma direção em que eles olhavam e vi Greg no lombo do cavalo segurado pelo Jasper.
Ele e Alice eram os padrinhos de batismo do Greg. Apesar de ser muito calado, meio na dele, Jasper era excelente pessoa. Como Bella havia escolhido Alice para madrinha, achei por bem escolher o Jasper para padrinho. E não me arrependia disso. Greg simplesmente o adorava.
Os dois se aproximaram minutos depois, rindo a valer.
- Esse seu filho dá uma canseira, Edward.
- Bella que o diga. Corre atrás dele o dia inteiro.
Passamos um dia agradável ao lado da nossa família e amigos. Nossa última reunião em família. Percebi como Bella estava tristonha e tratei de sentar-me ao lado dela enquanto Jasper e Alice cantavam.
- Amor?
Ela deu um meio sorriso, segurando minha mão.
- Vou sentir tanta falta disso, Edward.
- Eu também. Vivi muito mais tempo aqui do que você. Mas está na hora de mudar nosso rumo, Bella. A vida é feita de mudanças. Temos que nos adaptar a elas.
- Eu sei. Acho que sou emotiva demais. Ou... sei lá. Nossa história começou aqui, Edward.
- Às vezes eu me pego pensando nisso. Passa tudo nitidamente como num filme. A primeira vez que te vi quando veio passar as férias... tão linda. A primeira vez que nos beijamos, que fizemos amor.
Bella colocou a cabeça em meu ombro.
- Eu também penso muito nisso. E as coisas ruins também. Minha briga com Tânia...
Eu ri, lembrando-me das chicotadas.
- Amor... olhe pra mim.
Segurei o rosto dela em minhas mãos.
- Nossa história é linda, intensa... e começou aqui. Mas não irá parar aqui, com certeza. Mas quando já estivermos velhinhos, cansados, cheios de cabelos brancos causados por nossos filhos...
Bella sorriu novamente, mais feliz.
- Nós iremos voltar para cá... onde tudo começou. É uma promessa.
- Que bom. Sei que sempre cumpre o que promete. Traremos nossos netinhos...
Beijei-a de leve e ela voltou a pousar a cabeça em meu ombro. Estávamos prontos para partir.
*******************
Bella olhava a cidade que se abria sob nós. Os olhos ainda inchados pelo choro. Veio chorando desde que saímos da fazenda. Greg dormia a sono solto. Estávamos em Londres, enfim.
Segurei sua mão e apertei levemente. Ela me olhou tentando sorrir, mas limpando suas lágrimas. Falou antes que eu dissesse alguma coisa.
- Triste e feliz ao mesmo tempo. Triste por deixar parte da nossa vida na fazenda. E feliz porque mudam os lugares, mas o nosso sentimento não muda. Exceto quando aumenta.
Sorri, concordando plenamente com ela.
- Sim, amor. Não importa o lugar... se estivermos juntos, não existem barreiras intransponíveis.
Seu sorriso foi maior dessa vez, mordendo ligeiramente os lábios.
- Sempre juntos?
- Eternamente.
Assim que descemos do jatinho, Bella abriu os braços, observada por mim e por Greg.
- Vida nova...
Abracei-a levando nosso filho junto. Os três abraçados... sorrindo... completamente felizes.
- Vida nova... amor antigo.
- Mas que se renova sempre... e cada vez mais intenso.
Colei meus lábios nos dela, embora Greg me empurrasse.
O futuro era aqui... e agora.
“A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.” (John Kennedy)
FIM
6 comentários:
putz meu' muito lindo o FIM, pena que acabou! ='(!
aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que lindooooooooooooooooo.eu não acreditooooooooooooooooooooooooo acabouuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
[AAAAAAAAAAAAAAAAAA] Que fic liiiiiiiiiiiiiiinda ! Acabou ? Poxa:/
haaaaaaa acabou linda!!!!!!!!!!
Ameiiiiiii...perfeito.
Incrível, já li quase todas do site e a sua é uma das melhores, meus parabéns! É uma paixão verdadeira, nem melosa demais e nem com putaria demais, tudo na medida perfeita! Continue escrevendo, ficou ótima a história, um abraço :D
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