FANFIC "UM AMOR INESQUECÍVEL" - CAPÍTULO 1

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 1° capítulo de "Um Amor Inesquecível". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.


CAPITULO I

Bella apoiou os braços sobre a mesa da sala de jantar e resmungou: - Se eu não conhecesse a tradição da cidade, juraria que a encenação seria impossível!

Do outro lado da mesa, Angela Weber ajeitou os óculos. Aos trinta e cinco anos de idade, era dez anos mais velha do que a amiga.

— Não me diga que está com medo! Para quem é capaz de vacinar um bando de crianças apavoradas, a organização da festa deveria ser uma brincadeira!

— Seria, se a estrela principal não tivesse fugido ontem com o facínora, e se Jessica Stanley fosse se in­cumbir do planejamento da festa, como faz todos os anos.

— É verdade, mas eles não tiveram outro jeito senão se casarem às pressas, e Jessica precisou ir a Waco, para cuidar da filha que adoeceu.

— O único consolo é que todos na cidade conhecem a história.

— Ainda bem, pois se havia um script da peça, ele se perdeu nas brumas do tempo — Angela declarou. — Quem você acha que poderia fazer o papel de Amy Cullen-Taggart, a heroína, no lugar de Mary Jane? E o de Blake, o misterioso pistoleiro? Quem poderia, também, representar Jack Guthrie, o nobre xerife; James Cullen-Taggart, o irmão protetor; e sua es­posa, Diana?

— Não tenho a menor ideia.

— Eu tenho uma lista de nomes — Angela afirmou. — Bud Williams se ofereceu para ser Jack, o xerife, e Harry Meeks, Balke, o fora-da-lei.

— Você está brincando! Bud Williams no papel de Jack?
Não simpatizo com ele. No último inverno tentou me namorar. E Harry Meeks não tem o tipo.

— Eu sei, mas na falta de alguém melhor...

— Quem mais consta de sua lista?

— Lee Cox como James Cullen-Taggart, e a sobrinha de Jenny Merton, Chelsea, como Diana, a esposa de James.

Ambas ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Quem será Amy? — Bella fez a pergunta óbvia.

— Ninguém sabe ainda. Eu convoquei uma reunião de emergência para discutir o assunto. O comitê de Showdown precisa tomar uma decisão rápida a respeito.

Era verdade. Amy Cullen-Taggart seria a rainha da festa. Todos os olhos estariam centrados em sua figura. Quando adoles­cente, Bella sonhara com o papel, mas isso fora há muito tempo. Para começar, ela não era nativa de Showdown, ou de qualquer outra cidade do Texas, embora adorasse o lugar.

Tenho certeza de que hoje a noite o problema será solucionado — Bella tentou acalmar a amiga.

— Obrigada, mas, infelizmente, esse não é o único pro­blema.

— Há mais?

— O vestido de noiva que vem sido usado desde 1961 está em péssimo estado.

— O que pretende fazer?

— Arrumar outro, é claro. Quem sabe alguém encontre um em seu sótão e faça uma doação. Se não, será preciso providenciar um novo.

— Não olhe para mim. — Bella arregalou os olhos. — Não sei costurar.

— Pode deixar que tenho outros planos para você. — A outra se pôs a rir.

De repente, uma sineta estridente lhes chamou a atenção. 

— É a terceira vez, em quinze minutos, que Carlisle me chama — Bella se queixou.

— O homem anda irritado.

— Você também ficaria se tivesse um neto tão ingrato que não responde sequer uma ligação sua.

— Ele não quer que você avise Emmett e Rosalie? Afinal ele sofreu um acidente.

Bella negou com um movimento cie cabeça.

— Eles estão em viagem de segunda lua-de-mel para a Austrália. Rosalie está novamente grávida.

Angela se inclinou e colocou a mão sobre a da amiga.

— Você não me parece muito contente com a notícia.

— Oh, não, não se trata disso. Eu gosto de Emmett como se ele fosse meu irmão, e também gosto de Rosalie, embora não a conheça muito bem. E que o caso me faz pensar o quanto estou só...

— Bella! Se não me atender imediatamente, juro que vou me levantar desta maldita cama!

Bella e Angela trocaram um olhar de tolerância. Toda a cidade conhecia a tendência de Carlisle Cullen para o drama.

Conforme corria para junto do leito, Bella ouviu o frear de um carro no pátio do rancho, mas não foi até lá para conferir. Deveria ser apenas mais uma visita. Depois do acidente, quase toda a cidade se revezara na tentativa de acalmar o amigo.

O pobre homem ficara impossível desde que um cavalo o derrubara, há dois dias, quebrando-lhe uma perna. E o nervosismo aumentara a partir da noite anterior, quando ten­tara inutilmente falar com o neto.

Apesar de tudo, Bella nunca perdia a paciência com ele. Além de ser enfermeira, e preparada para cuidar de pessoas doentes, ela o amava. Carlisle Cullen fora o único pai que conhecera e o primeiro homem em quem confiara o sufi­ciente para depositar seu amor. O segundo fora seu neto, Edward, que acabara desapontando-a.

Bateu na porta.

— Precisa de alguma coisa?

— Claro que preciso! Ou acha que eu estaria estourando minha garganta de tanto gritar, se não precisasse?

Ela se encaminhou para o leito e ajeitou os lençóis en­quanto aguardava a ordem que não vinha.

— Está com dores?

— Não. — Ele segurou-lhe a mão e suspirou. — Você é uma boa menina, Bella. Não sei como suporta um bode ranzinza como eu.

O homem não era dado a lamentos, nem a demonstrações de carinho. Isso a deixou preocupada.

— Carlisle, você sabe que eu...

— Tudo o que sei é que o tempo está passando e que não sou mais o homem que costumava ser. Um dia destes, não poderei mais dirigir o rancho.

Bella se sentou, sem largar a mão do pai, que era como o considerava.

— Bobagem. Você tem saúde para dar e vender. A perna quebrada foi um acidente.

— De qualquer forma, não irei durar para sempre. E quando eu me for, quem cuidará do rancho?

Eu poderia dirigi-lo, ela gostaria de responder, mas não por seu valor monetário. Aquele era o único lar que conhe­cera. Mas ela não era uma Cullen.

— Emmett... — tentou dizer.

— Emmett reformou a velha casa e é lá que deseja morar.

— Você tem dois netos. Se Emmett não está interessado, talvez Edward o assuma.

— Ele é a minha última esperança. Quem sabe me sur­preenda, algum dia.

Eu duvido, Bella pensou, com vontade de se levantar e beijar o rosto enrugado. Mas nunca o beijara antes e temia desagradá-lo.

— Quer que eu leia um pouco?

— Não. Sei que a bela Angela Weber está lá embaixo, aguardando.

— Você deve ter me chamado por algum motivo.

— Esqueci.

— Não estava com sede, por acaso? Quer água? Suco?

— Nada, a menos que me ofereça um conhaque. O que eu queria era...

— Um pouco de companhia?

Um arrepio percorreu as costas de Bella. Ela conheceria aquela voz em qualquer lugar.

— Edward, você veio! — murmurou Carlisle com um sorriso de satisfação.

Bella não suportou encarar a vulnerabilidade daquele rosto. Virou-se. A sua frente, alto e forte, estava Edward Cullen.

Mas ele não deveria estar lá. Não lhe dera tempo para se preparar. O máximo que conseguiu foi lhe dirigir um sorriso trémulo, que ele não notou. Com um rápido cum­primento, passou por ela e se colocou junto à cama.

Por um momento, ela acreditou que Edward fosse abraçar o avô, mas ele segurou-o por ambos os braços. O gesto, porém, foi longo e carregado de emoção. Com os olhos marejados e um nó na garganta, Bella saiu do quarto e fechou a porta.

Por que ficara tão abalada ao rever Edward?

Angela a esperava com um largo sorriso.

— Carlisle conseguiu o remédio de que precisava. Ele não está ainda mais bonito do que antes?

— Não reparei — Bella mentiu.

— Você pode estar furiosa, mas não é cega! Mas, voltemos para o nosso trabalho, ou a cidade ficará sem festa este ano.

Ficaram mais alguns momentos juntas, mas a cada minuto a concentração de Bella diminuía. Ora ouvia risadas, ora re­criminações. O ciúme começou a torturá-la.

Depois de uma hora, Angela se despediu.

— Basta por hoje.

— Mas não fizemos quase nada — Bella observou.

— Agitada como você está, querida, eu trabalharei melhor sozinha.

— Sinto muito. E que você não viu a expressão de Carlisle ao rever o neto.

— Qual o problema?

— Agora que Emmett e Rosalie se reconciliaram, ele não quer mais viver entre eles.

— Nesse caso, o que há de errado em Edward ajudá-lo?

— Ele não mais faz parte de nosso mundo, Angela. Tor­nou-se um habitante sofisticado do leste.

— Sou mais velha e experiente do que você e acredito que os opostos se atraem.

— Não estou entendendo.

— Aos quinze anos, você se apaixonou por ele, e não adianta negar, porque eu notei como o fitava na festa.

Bella sentiu que corava.

— Aquilo foi paixão de adolescente. Não tem nada a ver com o presente.


— Tem tudo a ver, pois a seus olhos, Edward nunca mais fez algo de acertado. Na minha opinião, você estendeu sua rejeição para Carlisle, para o rancho e também para o Texas, Ele se afastou daqui há anos!

— Mas não porque a rejeitou. Querida, como Edward poderia rejeitá-la, se nem sabia que você existia? Ainda era uma criança e ele um homem feito. Por que não lhe dá uma outra chance?

Angela ligou o carro e acenou.

— Não se esqueça da reunião geral do comitê, na quinta-feira, às seis horas.

Bella ainda estava no pátio, imóvel e furiosa, bem depois da partida da amiga.

— Então, o que achou? — perguntou, ríspida, meia hora mais tarde, quando Edward entrou na cozinha.

— Achei que ele está abatido, mas não derrotado. Con­tinua sendo o mesmo velho teimoso que sempre foi.

— Ele sentiu sua falta.

— Eu também senti a dele.

Ela bateu a porta da geladeira com toda a força e o encarou com as mãos na cintura.

— E mesmo?

O homem a sua frente estreitou os olhos. Não era mais o mesmo. Parecia um boneco saído de uma loja cara. Seu rosto, entretanto, continuava tão lindo ou mais do que antes. O nariz aquilino e a boca generosa também conti­nuavam os mesmos.

Ele atravessou a cozinha e se sentou. Era ainda mais alto do que o irmão, e seus bíceps continuavam rígidos. Era óbvio que frequentava academias de ginástica, na cidade.

— Muito bem. Agora, diga-me o que foi que fiz. Deve ter sido algo horrível.

A vergonha a fez virar-se de costas.

— Não sei do que está falando. Mas bem que poderia ter avisado sobre sua vinda.

— Nunca imaginei que fosse necessário pedir permissão a alguém para vir à minha própria casa.

O emprego daquela palavra a surpreendeu por um ins­tante. Embora não dissesse nada, Edward notou sua reação.

— Sim, minha casa. Foi aqui que cresci. Por mais longe que eu viva e por menos que a visite, sempre será minha casa.

Ela não soube o que pensar. A declaração poderia ter diversos significados. Mas, afinal, Edward sempre fora mais reservado do que Emmett com respeito a sua vida pessoal. E mais frio.

Não sorriu para ela, nem demonstrou desagrado. Sim­plesmente indiferença.

De repente, aconteceu o inesperado. Ele sorriu e ela se viu perdida.

— Fiquei surpreso quando Emmett e Rose me contaram que você havia voltado. Surpreso e contente — ele acrescentou.

— Ainda bem que você estava aqui quando Carlisle se acidentou.

— Fico contente com seu contentamento — ela ironizou.

Soube que é enfermeira — Edward prosseguiu sem se importar com o sarcasmo.

— É verdade.

— Sorte do meu avô.

— Não se trata de sorte. Foi ele quem me proporcionou a chance de estudar. Eu devo a ele mais do que jamais poderei pagar.

Ela detectou um leve franzir na testa dele, mas isso foi tudo.

— Jantará conosco?

— Sim, e também tomarei o café da manhã. Onde está Esme?

Bella engoliu em seco. Ele ficaria! Ao menos por alguns dias. O que lhe perguntara mesmo? Sobre a governanta?

— Ela tirou férias para visitar os netos no Colorado. Só voltará em setembro.

— Você tem tempo para cuidar de tudo?

— Estamos no verão e as crianças não vão às aulas. Tenho ajudado o dr. Preston, na clínica, mas só na parte da manhã, três vezes por semana. Além disso, gosto de fazer companhia a Carlisle.

Ela tinha certeza de que a observação provocaria uma discussão aberta entre os dois. Mas Edward a surpreendeu novamente.

Isso é ótimo. Ele também gosta muito de você. Agora, se me dá — licença, vou desfazer as malas. Coloquei-as em meu velho quarto.

— Você o quê!?

O velho quarto ficava ao lado do de Emmett, que agora era dela!

— Algum problema?

— Não, é claro que não — Bella respondeu, tensa. — Quanto tempo pretende ficar?

— O suficiente para convencer Carlisle a vender o rancho e vir para o leste comigo.

1 comentários:

Juh Araujo disse...

Essa é uma fic diferente das outras. Tô gostando.

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