Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 24° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano!
CAPÍTULO 24
Carlisle voltou depois do pôr-do-sol e veio direto até nós, verificando como Edward e Elizabeth estavam.
"Qual o prognóstico?" eu perguntei baixo para evitar acordá-los.
"Não é maravilhoso" Carlisle suspirou enquanto removia seu estetoscópio. "A condição do Edward parece não ter mudado quase nada, mas a Sra. Masen...seus pulmões estão piores. Parece que eles têm mais fluido do que ontem. E sua febre aumentou".
"Eu acho que ela desistiu" eu disse a ele. Seus olhos estavam pesarosos mas resignados, e de um marrom mais escuro. Ele obviamente não teve tempo para caçar ultimamente.
"Isso é muito freqüente" ele disse. "Pelo que ela perdeu e continua a perder, eu posso imaginar como isso seria mais fácil".
Por um momento, ele pareceu estar falando por experiência própria, e imaginei se ele estava relembrando seus primeiros dias como vampiro, como ele tentou se destruir sem sucesso. Mais uma vez, eu admirei a força de caráter que o impeliu a continuar vivendo, a ajudar os outros, a suportar mais de duzentos anos de solidão. Por mais que me condoesse pela perda da vida humana do Edward, uma parte minha estava contente que ele em breve estaria com Carlisle. Ninguém tão bom como Carlisle merecia ficar sozinho por tanto tempo.
"Você considerou deixar o hospital um pouco?" Carlisle sugeriu. "Você não ajudará ninguém se desgastando".
Eu balancei a cabeça. "Eu não posso, Carlisle". Eu já havia tido essa discussão antes. "Como posso ir para casa deitar, sabendo que ele está aqui e que posso perdê-lo a qualquer momento?".
"Você podia pelo menos considerar sair por poucos instantes para conseguir alguma comida decente", ele disse pesarosamente. "O que eles tem aqui cheira tão mal que eu fico relutante em dar aos pacientes"
Dei uma risada tremula. "Vou considerar isso". Mas nós dois sabíamos que eu não iria sair.
Com Carlisle de volta eu relaxei um pouco, e consegui dormir de novo. Eu acordei várias vezes durante a noite, meu corpo doendo de rigidez por causa da cadeira dura. Eu esticava os nós e logo o sono me encontrava novamente. Eu estava tão cansada que isso era inevitável.
Perto de amanhecer, um estranho e rápido som me impediu de voltar a dormir. Eu olhei em volta procurando o causador até realizar que era Elizabeth. Sua respiração era o som, conforme o fluido em seus pulmões atrapalhava a circulação de ar. Eu estremeci quando vi a expressão dolorida em seus olhos.
"Tem alguma coisa que eu possa fazer?" eu sussurrei para ela.
Sua cabeça chacoalhou e ela lutou para falar. "Não tem nada a ser feito agora".
O conhecimento de que ela estava absolutamente certa se instalou em meus ombros como um chumbo.
O dia seguinte não trouxe melhoras. A pele de Edward ficou ainda mais quente, apesar do constante cuidado que eu tentava dar a ele. Eu sempre soube que ele provavelmente não seria capaz de resistir à doença, que talvez não era para ele a superar, mas eu não estava nada preparada para ele ir piorando diante de meus olhos.
Eu também tentei cuidar de Elizabeth, mas ela continuamente me afastava. "Cuide do Edward", ela insistia repetidamente. Eu queria insistir para que ela não desistisse, mas como eu podia discutir com o amor de uma mãe?
De qualquer maneira, Edward continuou a piorar conforme o pôr-do-sol se aproximava.
Eu tinha me largado no chão para descansar por um momento, encostando minha cabeça ao lado da cama de Edward, quando escutei Elizabeth mais uma vez lutando para falar.
"Dr. Cullen..."
Eu paralisei, sem olhar para cima. Eu queria escutar o que ela ia falar a Carlisle, e algum instinto me avisou para não interromper.
"Sra. Masen?"
"Salve ele!". Foi o mais forte que sua voz tinha sido o dia inteiro, mas qualquer pessoa podia ouvir o que isso tinha custado a ela.
A voz de Carlisle não pareceria agitada para alguém que não estivesse acostumado em ouvi-la. "Eu farei tudo que estiver em meu poder" ele disse a ela.
"Você deve! Você deve fazer tudo que estiver em seu poder. O que outros não podem fazer, é isso que você deve fazer por meu Edward"
Eu agarrei a beirada da cama, sabendo pela primeira vez exatamente quanto tempo eu tinha. Carlisle tinha me dito que Elizabeth morreu menos de uma hora depois de fazer sua demanda. Ela tinha perdido a consciência e não se recuperou mais. Depois que ela morresse, ele ia levar Edward do hospital.
Eu olhei para Carlisle, e seus olhos estavam sombrios.
"Não vai demorar muito", eu sussurrei.
"Não" ele concordou. "Você está preparada para isso?"
"De jeito nenhum eu poderia estar preparada", eu suspirei.
"Não, não acho que tenha. Eu vou fazer minhas rondas. Voltarei o mais rápido possível"
"Tá bom". Eu queria pedir para que ele ficasse; eu estava com medo de ficar sozinha para encarar a morte iminente de Elizabeth. Eu só podia ter esperança que ele fosse voltar antes desse momento.
Eu segurei a mão do Edward enquanto escutava a respiração irregular de Elizabeth. As inspirações e expirações ficavam cada vez mais rápidas conforme ela lutava para introduzir oxigênio suficiente. Era doloroso escutar isso. Eu segurei a mão do Edward com mais força, apesar dele não perceber. De repente, me senti desesperadamente sozinha. Eu daria qualquer coisa para ter meu Edward inquebrável comigo agora.
Eu achei que o tempo passaria rápido, do jeito que passa quando um evento temido se aproxima, mas cada minuto pareceu ser uma hora, preenchida com os sons de sofrimento.
Quando ela arfou em busca de ar repentinamente, eu senti como se meu coração tivesse parado. Eu disse o nome de Carlisle em voz alta, esperando que ele ouvisse de onde estivesse. Ele levou um minuto para voltar, para se esquivar seja do que estivesse fazendo. Quando ele chegou, limitado a um passo humano, tudo já tinha acabado.
Carlisle debruçou sobre ela, verificando o pulso. Quando ele não encontrou batimentos, virou para encarar meu rosto marcado pelas lágrimas e colocou uma mão no meu ombro.
"Sinto muito" ele murmurou. "Eu tenho que levá-la ao necrotério agora. Então...então eu voltarei para buscar o Edward"
Eu concordei com a cabeça. Era assim que tinha que ser. Eu já não lutava mais contra isso. Eu observei enquanto Carlisle levou a cama e depois me voltei para Edward. Eu o estudei atentamente agora, sabendo que era apenas uma questão de tempo antes que fosse mordido e começasse a se transformar no Edward que eu conheceria em 2005. Seu rosto estava corado, traços de vermelho alto em suas bochechas. Seu rosto era tão macio, apenas escondendo o maxilar definido e as altas maçãs do rosto que a transformação revelaria. Doce como um querubim agora, logo seria um anjo caído.
Carlisle retornou um pouco mais hesitante do que quando partiu. "Bella? Você acha que consegue chegar na minha casa sozinha?"
"Sim" eu balancei a cabeça. Depois disso, eu não ligava muito para o perigo representado pelas ruas escuras. Como eu podia sobreviver a essa provação apenas para morrer na rua?
Carlisle empurrou a cama do Edward para onde tinha levado a de sua mãe. Me doía fisicamente vê-lo partir, mas eu levantei do chão e segui para a saída. Eu vi pelo canto do olho enfermeiras me olhando com simpatia, mas permaneci com a cabeça abaixada. Era mais fácil desse jeito.
Eu estava a menos de dez passos da porta quando uma mão surgiu de uma das camas e segurou a barra da minha saia. Eu me assustei. As histéricas alucinações das vítimas da febre podiam chegar a todos os tipos de insanidade. Eu tive um tipo diferente de espanto, no entanto, quando olhei e percebi que reconhecia aquele rosto, pálido e cansado como estava.
"Norman!"
"Bella". Sua voz estava áspera. Ele parecia péssimo. Seu cabelo loiro parecia castanho, molhado como estava de suor, e sua respiração falhava, parecida com a de Elizabeth em suas horas finais. Eu estremeci. Independente de gostar ou não de Norman, eu não desejaria esse destino para ele.
"Bella", ele disse novamente. "Eu quero me desculpar"
"Se desculpar?" eu não esperei por isso.
"Pelo jeito como a tratei. Pelas coisas que disse. Por tentar arruinar sua felicidade. Sinto muito".
Eu encarei momentaneamente em choque, tentando processar sua mudança de comportamento. Mas suponho que a perspectiva de morrer tinha um jeito de mudar as pessoas...especialmente aquelas com motivos para uma consciência culpada.
"Eu te perdôo" eu finalmente disse. Ele não tinha feito mal algum no final...se ele acabaria fazendo ou não, eu não podia dizer com certeza. Mas não tinha motivo em guardar ressentimentos agora que tudo tinha mudado.
"Obrigado", ele suspirou, fechando os olhos e soltando minha saia. Então eu saí. Talvez eu tivesse ficado mais por piedade em outro momento...mas Edward e Carlisle estavam esperando.
Do lado de fora, as ruas estavam quietas como um túmulo. Eu não estava surpresa. Qualquer pessoa que já não estiva doente ficaria melhor se mantendo longe do caminho do perigo. Eu corri pela escuridão. Passe por algumas pessoas, algumas doentes, outras não, mas ninguém me incomodou. Eu estava agradecida; eu não podia agüentar muito mais nessa noite.
Carlisle me encontrou na porta da frente e me apressou para dentro da casa. Eu escutei um gemido vindo de lá de cima e estremeci.
"Eu já fiz", Carlisle explicou. "Eu fiquei...com medo que ele não agüentasse tempo suficiente até que você chegasse. Eu não queria correr nenhum risco. Além disso, provavelmente foi mais seguro você não estar presente"
"Certo" eu concordei. "Eu posso ficar com ele? Você se importa?"
"Não, claro que não", Carlisle sorriu gentilmente. "Talvez nós possamos te deixar um pouco mais confortável aqui. Você deve estar exausta"
"Eu realmente não consigo dizer agora", eu disse pesarosamente.
Carlisle me guiou para subir as escadas até um dos quartos normalmente desocupados. Edward estava em cima das cobertas, retorcendo-se de dor. Seus dedos apertavam a cama abaixo dele, seu corpo estava tenso com o esforço de conter seus gritos. Eu corri, tropeçando, para seu lado. Eu supus que Carlisle permaneceu no quarto, mas eu não tinha certeza.
"Edward? Edward, vai ficar tudo bem", eu prometi, com medo de tocá-lo, caso lhe causasse mais dor. "Dr. Cullen vai cuidar de você"
Seus olhos abriram rápido para encontrar os meus, seus lábios tremiam. "B-Bella?". Ele mal falou meu nome e o som se transformou em um grito de tortura. Seus olhos não continham nada além de dor e medo, e eu desejei que tivesse encontrado uma maneira de avisá-lo, de prepará-lo, de deixá-lo saber que isso tudo valeria a pena no final.
"Sim, Edward, estou aqui", eu disse, tocando tentativamente seu rosto. Ele não se afastou, e sim se pressionou contra minha mão.
"Es-estou...morrendo?"
"Não", eu disse rapidamente. "Não, apenas mudando. A dor vai passar, e você vai ficar bem"
"Fique", ele implorou. "Fique comigo"
"É claro". Eu não permitiria que fosse de outra maneira.
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