Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 22° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano!
CAPÍTULO 22
Tinha sido três semanas de trabalho e economia, e depois implorando à minha mãe para me emprestar o restante, mas eu tinha conseguido. Eu finalmente tinha dinheiro suficiente para colocar um anel no dedo da Bella. Não era muito, mas eu sabia que ela não se importaria, e além disso, eu compraria um melhor para ela um dia. Esse era sobre tornar oficial. Fazê-la minha aos olhos do mundo.
A pequena joalheria não parecia muito boa, mas um amigo do trabalho a tinha recomendado, e estava em seu alcance de preço.
O vendedor, um homem de cabelo escuro na casa dos trinta anos e com um bigode que enrolava nas pontas, sorriu quando entrei. Não era realmente um sorriso amigável; ao contrário, era um sorriso de alguém que tinha acabado de olhar para um alvo.
"Em como posso te ajudar hoje, jovem?", ele perguntou. "Procurando por um presente especial para sua namorada, talvez?".
A idéia me divertiu. Minha namorada. Bella era muito mais que isso. "Estou procurando por um anel de noivado, na verdade".
"Ah", ele sorriu com ar de quem conhece as coisas, como se eu tivesse acabado de compartilhar um segredo. "Nós temos uma ótima seleção de anéis", ele continuou, retirando de um estojo uma bandeja para que eu olhasse. "Veja se tem algum que você goste aqui".
Tinha diamantes, fileiras e fileiras de diamantes de diferentes formas e tamanhos, diferentes arranjos de tiras, mas nenhum deles era bem certo. Bella não era um diamante, alguma coisinha brilhante e bonita para esfregar nos narizes dos outros durante festas e receber 'ohhhs' e "ahhhs'. Ela era algo muito melhor.
"Você tem algo mais...único?".
Sua expressão registrou surpresa, mas ele não falou nada; ao invés disso ele pegou outra bandeja. "Talvez um desses te agrade mais".
Essa continha mais diamantes, mas também tinha outras pedras – configurações de rubis, pérolas, opalas...todos pareciam muito extravagantes ou muito...de menina para a Bella. Ela era uma mulher que merecia um anel de mulher.
Quando meus olhos pousaram no de safira, praticamente escondido do lado, eu sabia que era aquele. Profundo e elegante, pequeno mas poderoso...era bem Bella.
"É esse aqui".
Sua aceitação do anel foi tão risivelmente fácil que eu quase me senti ofendido...quase. Mas eu podia ver em seus olhos o que meu eu humano não queria reconhecer – o medo, a culpa, a tristeza. Mesmo eu ter permanecido ditosamente sem conhecimento no passado, Bella sabia o que estava chegando, e ela não se atreveria arruinar minhas últimas lembranças humanas discutindo sobre anéis e casamentos. Eu estava agradecido por isso, porque naquelas lembranças, eu estava ditosamente feliz. Quase tão feliz quanto estive quando vi a Bella caminhando ao meu encontro até o altar.
Me perguntei se ela tinha alguma ideia do quão perto do fim estava. Eu tinha acordado como um vampiro em 29 de setembro. Nove dias, incluindo a transformação, segundo meus melhores cálculos, a não ser que ela mudasse algo no passado. Mas ela podia? Se eu não fosse transformado no momento preciso, será que eu estaria sentado aqui revivendo lembranças agora? Isso era...impossível. Mais impossível que vampiros e lobisomens ou viagens no tempo induzidas por pedidos.
Eu nunca tinha visto meu pai doente antes. Ele tinha estado saudável todos os dias de sua vida, pelo que eu sabia. Minha mãe estava assustada; eu podia ver isso toda vez que ia verificar como eles estavam. Bella estava sempre ali, segurando minha mão, mas eu sabia que ela se sentia tão inútil quanto eu.
"...ele fica chamando por você..." A voz da minha mãe ficou em segundo plano enquanto eu pensava em subir as escadas e entrar naquele quarto, mas eu me forcei a fazer isso de algum modo. Ele estava incrivelmente pálido, branco como os lençóis embaixo dele, mas ele forçou um sorriso para mim.
"Pai..."
"Edward, eu quero me...desculpar". Uma tosse. "Nós sempre pensamos que sabemos como a vida de nossos filhos deve ser". Outra tosse. "Faça o que te faz feliz, Edward. Não desperdice um único momento que você tem com ela".
"Por favor, Pai", eu disse, tentando aliviar o momento. "Amanhã você vai estar se sentindo de volta ao normal e vai imediatamente voltar a me dizer o que fazer".
Sua risada se transformou em uma tosse longa. Ele segurou um lenço em sua boca, abafando o horrível som seco. Quando ele afastou sua mãe, o pano estava manchado de sangue. Eu só podia encarar horrorizado.
"Essa não é uma gripe ordinária de verão, Edward. Você devia...se preparar para o pior".
Eu me senti doente por completo com o quão facilmente meu pai discutia sua própria morte. Ele estava sério, e eu queria que isso fosse uma piada.
"Cuide de sua mãe", ele continuou. "E se segure na Bella. Nada nunca te motivou como ela motiva. Elizabeth estava certa...ela é exatamente o que você precisa".
Eu engoli pelo calombo na minha garganta e lágrimas arderam em meus olhos. "Pai...eu..."
Ele sorriu; isso parecia um esforço. "Pode ir agora, filho. Você não precisa ficar e me escutar tossir".
Eu realizei com horror que ele estava tentando me poupar a dor de vê-lo morrer, e então eu tive que fugir. Isso era impossível. Ele era jovem. Ele era saudável. Impossível.
Essa era uma estranha lembrança de se reviver. Desde quando fui transformado, eu lutei para lembrar como era chorar. Agora, enquanto eu experenciava novamente cair nos braços da Bella em pesar, eu podia sentir as lágrimas rolando e a maravilhosa sensação de alívio e limpeza que vinha junto com elas.
Eu sentia...tranquilidade. Por tanto tempo, eu tinha sido deixado no escuro, me perguntando como meus pais tinham sido, como eu interagia com eles...as memórias que ficaram nunca foram suficientes para responder por completo essas perguntas, e eu tinha sido impossibilitado de lamentar o que tinha perdido – como podia lamentar por pessoas que eu não conhecia?
Agora eu podia confirmar coisas que tinham me falado ou que eu tinha adivinhado antes – que minha mãe era bondosa e perceptiva e que me amava muito. Que meu pai aprovava minhas escolhas. Que eu era feliz e amado.
E agora eu tinha o benefício de saber que eles amavam minha Bella. Eu esperava que eles estivessem orgulhosos agora em ver que eu tentei fazer o melhor dessa vida que tinha sido me dada, e que eu encontrei uma forma de redenção no amor.
"Eu acho que às vezes, o destino tem algo maior planejado do que a maioria de nós consegue ver, e às vezes essas coisas que parecem tão injustas e tão erradas podem servir a um propósito maior".
Meu eu do passado não tinha sentido o verdadeiro significado de suas palavras, mas eu tinha. Eu tinha perdido muita coisa quando a gripe espanhola tinha atacado – minha família, meus sonhos – mas eventualmente eu tinha ganhado algo muito maior. Ela. E pela primeira vez, vendo minha antiga mortalidade, eu me sentia afortunado em trocar uma vida humana por uma eternidade com a mulher que eu amava.
Estava cada vez mais difícil permanecer nas lembranças dolorosas, mas eu permaneci, determinado em observar a Bella até que eu a tivesse de volta em meus braços. E ela me surpreendeu. Minha Bella tinha um enorme e amoroso coração, e ela se apegava fácil às pessoas. Eu sabia que minha família não era uma exceção, e eu imaginava, conforme eles fossem morrendo, que eu precisaria consolá-la. Mas ela nunca desabou. Era ela que me consolava, que me acalmava, que cuidava da minha mãe, até cozinhava quando as criadas precisavam dormir. Eu me enchi de orgulho a vendo tão forte e capaz, tão...crescida. E ainda assim isso veio com uma apreensão, me forçando a imaginar o que tinha inspirado essa força...e eu tive que admitir que eu queria que ela precisasse de mim em momentos difíceis.
Logo minhas lembranças se tornaram sombrias mais uma vez. O cuidado de Bella tinha feito maravilhas para melhorar meu estado de espírito desde a morte do meu pai, mas tudo virou de cabeça para baixo quando eu entrei no quarto da minha mãe e a encontrei no mesmo estado de quando meu pai tinha morrido.
Eu nunca tinha sentido tanto medo em toda minha vida. Eu odiava ter que deixar minha mãe sozinha no hospital, mas os médicos não me deram escolha. Eu só podia me voltar à Bella mais uma vez, apesar de me sentir culpado em colocar tanto do meu fardo nela. Eu não podia evitar. Ela era tudo que eu tinha, e eu precisava de sua força.
"...não pense", ela disse. "Apenas sinta. Foque no aqui e agora".
E seus lábios me fizeram esquecer tudo. Eu sabia que devia parar; eu tinha prometido que a trataria do jeito que ela merecia. Mas ela estava me oferecendo tudo, e eu não queria parar de sentir o que os seus beijos quentes me davam.
Eu estava nervoso. Meu conhecimento a respeito desse ato intimo era incrivelmente limitado – eu simplesmente sabia o básico sobre qual parte ia aonde. Eu sempre evitava escutar sobre isso quando os garotos da escola brincavam e riam sobre suas experiências. Meu pai tinha me dito que não era nada que eu precisava saber a respeito antes da minha noite de núpcias, então ele tinha evitado me explicar...e agora ele nunca explicaria.
Bella parecia saber o suficiente por nós dois, mas eu não perguntei como. Se ela tivesse estado com outra pessoa antes eu não queria saber, e eu não sabia se tinha uma maneira de saber. Isso era uma das coisas que eu nunca tinha aprendido. O que importava é que ela era minha agora, nos meus braços e usando meu anel, e ela me amava o suficiente para ficar comigo nessa hora terrível.
Seu corpo era a coisa mais bonita que eu já coloquei os olhos, mais bonita que qualquer Deusa grega, mais bonita que qualquer mestre italiano já tinha pintado. Eu podia olhar sua pele por horas, traçar as curvas macias de seus seios e quadril, me deliciar com sua forma trêmula.
Ela me mostrou onde tocá-la, e eu senti um desejo poderoso com a visão de sua reação, sua boca aberta enquanto ela arfava e o arquear de suas costas. Meu dedo escorregou para dentro de sua abertura, e a sensação de sua pele ao meu redor me levou além do ponto de esperar. Eu precisava estar com ela tão desesperadamente, mas eu não sabia como dar voz a esse desejo.
Ela parecia saber isso mesmo sem ser dito, e de algum modo, mesmo com minha falta de jeito e vergonha, eu ainda me encontrei em seus braços, dentro dela, na maior e mais divina sensação que eu já conheci.
As imagens na minha mente eram tão vívidas, tão recentes que eu me surpreendi em não estar suando com a intensidade. Quão ingênuo eu era, e tão sortudo. Tinha sido tudo que eu poderia querer ou precisar para me perder completamente nela, movendo, tocando, beijando sem pensar.
Eu estava com inveja do meu passado. Eu a queria comigo agora; eu queria poder me sentir daquele jeito com ela. Experenciar tudo pela primeira vez com ela ao invés de testemunhar isso por meio dos pensamentos sórdidos de outros.
Por mais que eu tentasse, eu não podia fundir as novas lembranças que filtravam em minha mente com meu próprio passado. Eu não podia me sentir como a pessoa que estava tendo aquelas experiências quando eu estava aqui as vendo pela primeira vez.
Eu sabia que não me sentiria certo novamente até que a Bella estivesse comigo, onde eu podia vê-la e tocá-la e falar com ela. Eu precisava de respostas vindas de seus lábios. Eu precisava da sua asseguração. Eu precisava mais do que nunca saber quais eram seus pensamentos e sentimentos.
Mas eu não conseguia afastar o medo aborrecedor que ela não voltaria em condições de me prover essas coisas.
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