Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 19° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano!
CAPÍTULO 19
Eu acordei tarde no dia seguinte; o quarto estava claro com o sol da tarde. Por um momento eu não me mexi, aconchegada e confortável como estava na curva do braço do Edward. Seu peito se movimentava abaixo de mim, erguendo-se suavemente com cada respiração, e seu coração batia fortemente. Naquele momento, o sentindo quente e saudável ao meu lado, nada parecia tão ruim.
Quando levantei minha cabeça, eu vi que ele estava acordado, me observando. Eu ofereci um leve sorriso enquanto estudava rigorosamente seus olhos verdes, querendo guardar a tonalidade exata na minha memória.
Edward tinha outras idéias. Ele pegou meu rosto entre suas mãos e me puxou para um beijo urgente. Pela primeira vez, ignorei minha regra do hálito matinal – ele tinha minhas falhas humanas também, afinal de contas – e movimentei meus lábios ansiosamente contra os dele.
Ele nos rolou, me prendendo embaixo dele conforme seu beijo foi aumentando de intensidade, sua língua entrando em minha boca. Nossa respiração se misturou calorosamente enquanto seu corpo se movia contra o meu, e eu correspondia desamparadamente. Meu corpo agia com as agudas demandas do meu coração, que reconhecia no Edward seu verdadeiro par.
Eventualmente ele se afastou para respirar, os olhos muito brilhantes, e seus polegares continuaram a acariciar a linha do meu maxilar. "Sinto muito – eu precisava te sentir aqui", ele respirou. Seus dedos se entrelaçaram no meu cabelo, livre de sua prisão usual de grampos.
"Não se desculpe por isso", eu sussurrei em resposta. "Fui feita para ser o que você precisar".
"Então é assim que você faz isso tão facilmente", ele sorriu, massageando meu couro cabeludo suavemente. Era difícil não ronronar em deleite.
"Eu amo você". Parecia ser a única coisa apropriada a ser dizer no momento, e mesmo assim, não era nem de longe suficiente.
Ele suspirou em contentamento e sorriu enquanto acariciava minha bochecha com a ponta do nariz. "Você não faz idéia de como essas três palavras me fazem sentir. É como se nada pudesse estar completamente errado enquanto você me amar".
"Eu entendo melhor do que você pensa", respondi.
Nós ficamos deitados aconchegado um no outro por mais alguns minutos antes de eu achar que deveríamos levantar.
"Talvez eu devesse ver como sua mãe está", sugeri. Eu não sabia por quanto tempo os sintomas da gripe levavam para aparecer, mas se ela era a próxima...
"Ela iria gostar disso", Edward concordou. "Eu me preocupo com ela... ela parecia tão perdida ontem a noite. Eu não sei como ela vai se recuperar. Eu não sei como vou lidar com tudo isso, para dizer a verdade... tem os negócios do meu pai para considerar, todas suas obrigações...".
"Ei, ei", eu o acalmei, retirando seu cabelo da testa. "Não se estresse. Você só pode fazer uma coisa de cada vez, então não adianta se preocupar com isso antes da hora certa. Por agora, vamos nos preocupar com as necessidades básicas. Nós perdemos o café da manha e o almoço, pelo que parece. Vou verificar como sua mãe está e encontrar algo que possamos comer".
Ele riu, um som trêmulo de alívio e tranquilização. "Você é um milagre, Bella. Como consegui um dia viver sem você?".
"Esse é um dos maiores mistérios do mundo, eu suponho", eu caçoei, saindo de seu abraço e vestindo meu robe. "Você se troque e se lave. Te encontro lá embaixo".
"Obrigado, Bella", ele suspirou com um sorriso agradecido.
"Claro".
Me troquei rapidamente e depois fui espiar dentro do quarto que Elizabeth tinha usado. Ela ainda estava dormindo, seu rosto esboçando a exaustão da noite anterior. Decidi deixá-la descansar um pouco mais. Eu lembrava, do tempo que o Edward tinha me deixado, como a inconsciência podia ser reconfortante quando o mundo não era um lugar agradável.
Lá na cozinha, encontrei Mary debruçada em cima de uma tigela de batatas que ela estava tentando descascar.
"Você chegou a dormiu um pouco?", eu perguntei, retirando com cuidado a faca dela, antes que ela sofresse um acidente caso cochilasse.
"Não muito", ela admitiu. Enquanto todos as criadas obedeciam a um código de formalidade estrita com a família, eu era tratada com um pouco menos, o que não me incomodava exatamente.
"Você devia ir dormir um pouco. A Sra. Masen ainda nem está acordada. Eu posso cozinhar por você. Você não tem utilidade exausta desse jeito".
"Tem certeza, Senhorita? Eu sei que vão precisar de você...".
"Eu realmente gostaria de me sentir útil agora, na verdade".
Mary hesitou por um momento antes de levantar depressa da cadeira. "Ah, obrigada. Tenho que admitir que duvidei de você no começo. Mas estou contente que você está aqui agora".
"Obrigada... eu acho", eu murmurei enquanto ela se apressou em sair do cômodo. Deixada sozinha na estranha cozinha, eu fiz o melhor que pude com o que tinha. Eu quase coloquei fogo na casa ligando o fogo, e eu queimei algumas coisas tentando me ajustar a cozinhar em cima das chamas.
Edward entrou na cozinha antes que eu pudesse terminar, me procurando.
"Você está cozinhando?", ele notou com surpresa. "Onde está a Mary?".
"Eu a mandei dormir. Temo que esteja preso com meus dotes culinários por hoje", o informei, lhe entregando um prato de batatas fritas. "Desculpa, tenho recursos limitados".
"Está tudo bem", ele riu. "Tem um cheiro delicioso".
Depois de deixar o Edward com um prato de comida, eu preparei uma bandeja para levar à Elizabeth, junto com um bule de chá. Por alguma razão, chá parecia ser a bebida mundial do conforto.
Quando entrei no quarto pela segunda vez, ela se mexeu, piscando contra a luminosidade da tarde. Ela não disse nada, mas sorriu agradecida quando coloquei a bandeja na mesa de cabeceira.
"Eu não tenho certeza se você vai gostar da comida", eu disse nervosamente, insegura e agindo de maneira cuidadosa ao sentar na beirada da cama. "Eu cozinhei para que Mary pudesse dormir um pouco...mas espero que esteja boa. Se você precisar ou quiser algo, por favor me avise. Eu quero ajudar".
Elizabeth sorriu – mas ele não atingiu seus olhos – e deu tapinhas na minha mão. "Você é uma boa menina. Eu acho...eu gostaria de ficar um pouco sozinha hoje. É difícil para mim aceitar o que – o que aconteceu. Eu sei que nem preciso pedir, mas você cuidaria do Edward? Eu não acho que consigo ser o que ele precisa nesse momento...mas você pode".
"Eu farei o meu máximo", eu prometi, sentindo lágrimas formarem em meus olhos.
"Obrigada". Sua voz estava ofegante com uma mistura de esforço e alívio.
Quando voltei para baixo, eu vi que o Edward já tinha terminado de comer e tinha saído. Faminta de repente, eu tirei um minuto para me alimentar antes de sair procurando-o pela casa.
Ele não estava em nenhum dos cômodos principais, ou em seu quarto. Eventualmente, eu o encontrei no escritório de seu pai, arrumando os conteúdos das gavetas da mesa. Seus olhos estavam atormentados quando ele olhou para cima quando me escutou entrar.
"Os criados cuidaram de tudo urgente, mas todas suas coisas... eu não entendo metade desses papéis. Seu testamento, suas contas bancárias... eu não sei onde está nenhuma dessas informações".
Eu me aproximei cuidadosamente, não querendo desarrumar nenhuma das pilhas que ele criou ao seu redor, e estiquei minha mão para tocar seu rosto. Ele fechou os olhos e suspirou.
"Lembra do que falei? Uma coisa de cada vez", eu disse, olhando para a bagunça ao redor. "Nós vamos fazer o que pudermos com o que entendermos e vamos encontrar alguém para nos ajudar com o que não entendermos. Talvez Car- Dr. Cullen possa nos ajudar. Ele entenderia algumas coisas de finanças, pelo menos".
"Certo", Edward assentiu. "Você me ajuda?".
"É claro. Você nunca precisa pedir".
Nós passamos o resto do dia no chão do escritório, olhando papéis e livros de contabilidade e tudo o mais que estava ali. Em certo ponto, nós achamos o testamento de seu pai e a informação sobre as contas bancárias, o que foi um alívio para o Edward, sabendo que ele e sua mãe teriam como se sustentar. Vez e outra nós achávamos outros objetos, sem relação com negócios – o cachimbo de seu pai, um estranho elefante deformado que o Edward tentou entalhar quando criança depois deles terem visitado o circo. Eu escutei as histórias do Edward sobre esses itens com extasiada atenção – enquanto isso fazia parte do processo de luto para ele, eu estava sugando conhecimento sobre sua infância. Quando terminamos, eu senti como se tivesse sido apresentada a um Edward totalmente novo...mais uma vez.
Mary acordou para cozinhar um jantar tardio, ainda bem. Embora Edward tivesse elogiado minha comida, eu não imaginava que alguém sabia bem o que pensar dos meus pratos. Comida do futuro, eu chamava assim. Coisas que eles nunca tinham sido apresentados. Eu levei outra bandeja para Elizabeth e a encontrei basicamente igual a como estava mais cedo. Imaginei se ela voltaria ao seu normal, calorosa e animada, um dia... e depois me ocorreu que ela não teria tempo de se recuperar desse sofrimento. Com esse pensamento, eu não consegui evitar que as lágrimas fluíssem. Ainda bem que o Edward tinha uma boa razão para confundir minha aflição, e me abraçou sem fazer perguntas.
O dia seguinte seguiu sem grandes mudanças. Edward e eu passamos a manhã terminando as coisas no escritório. Nós decidimos deixar tudo que não sabíamos o que fazer para outro dia, e depois do almoço fomos descansar na sala de estar. Elizabeth finalmente saiu de seu quarto e se juntou a nós por um curto período, mas ela não disse muita coisa. Na maior parte, ela olhou para o nada, apesar dela segurar um livro na sua frente, e depois do jantar, ela se recolheu novamente.
Edward parecia estar melhor, mas eu não conseguia relaxar completamente. Eu sabia que era apenas a calma antes da tempestade.
Na manhã seguinte, eu acordei com o Edward levantando da cama. Eu estiquei o braço em sua direção, tentada em puxá-lo de volta para mim.
"Eu vou ver como minha mãe está essa manhã", Edward explicou, apertando minha mão. "Eu sinto como...se devesse estar fazendo mais por ela".
"Não Edward, não se sinta culpado", argumentei imediatamente. A tendência do Edward de se culpar por tudo era certamente um de seus traços inatos. "Eu não acho que tenha algo que qualquer pessoa possa fazer. Ela só precisa de tempo".
"Eu sei", ele reconheceu tristemente. "Eu só posso imaginar como seria se...bem, eu não posso imaginar. Talvez esse seja o objetivo".
"Não estou te entendendo", admiti, sentando para assistir sua aflição. Eu gostava do movimento desajeitado dele colocando sua camisa e o ato engraçado de equilíbrio enquanto ele colocava as calças.
Ele mordeu o lábio e seu olhar caiu intensamente em mim. "Estou falando sobre perder a pessoa que amamos. Eu não sei como seguiria em frente...".
"Oh". Foi quase um sopro de ar. "Eu sei o que você quer dizer".
Ele terminou com os botões e sorriu quase saudosamente para mim. "Te vejo lá embaixo quando estiver pronta". Ele inclinou sobre a cama para me beijar. Eu o segurei por mais tempo do que ele pretendia ficar, pressionando meus lábios firmemente contra os dele. Eu precisava que ele sentisse o quanto o amava; parecia especialmente importante hoje por algum motivo.
Quando ele se afastou, estava sorrindo. "Se toda manhã puder ser desse jeito, nunca vou reclamar".
Eu o vi partir com uma sensação apreensiva, mas me livrei disso, sabendo que me sentiria melhor quando estivesse com ele novamente. Eu desci da cama como sempre e peguei meu robe. Eu mal o tinha amarrado quando a voz do Edward chamou por mim, seu tom agudo e frenético.
Sabendo na boca do estômago o que estava vindo, eu corri em direção ao som. Edward estava no quarto de sua mãe, debruçado sobre ela. De alguma forma, ela não tinha acordado com o grito do Edward, e eu percebi com horror que ela estava corada e encharcada de suor. Eu olhei para o Edward, afetada dolorosamente pelo nítido pânico em seu rosto.
"Eu não sei o que fazer por ela", ele falou com a voz baixa e áspera. Eu vi a compreensão em seus olhos que ela estava sofrendo a mesma doença que tinha matado seu pai, a compreensão que ela poderia morrer também. Eu queria abraçá-lo, mas agora não era o momento.
"Eu também não sei", eu admiti. "Talvez...devemos levá-la para o hospital?".
Edward assentiu, tentando parecer calmo, embora eu soubesse que ele não estivesse. "O hospital. Certo, essa é uma boa idéia. Eu vou...vou chamar as criadas para me ajudarem a levá-la até o carro para que você termine de se arrumar".
Eu concordei e fui até meu quarto vestir com dificuldade meu vestido de costume. Meus dedos estavam tremendo e era difícil fechar os botões, mas de alguma maneira eu consegui. Antes de sair, eu verifiquei os bolsos, me certificando que os anéis que vieram comigo do futuro ainda estavam ali. Eu não queria arriscar perdê-los nesse tempo.
"Bella!", Edward correu na minha direção assim que apareci. "Mary também está doente. Hannah está ajudando ela...você pode ir até elas? Vou levar minha mãe para fora...".
"Claro", eu concordei, já descendo as escadas correndo. Meu estomago remexia com meu pânico. No meu medo por Edward e sua família, eu nunca considerei que as criadas pudessem ficar doentes também. Eu senti lágrimas escaparem pela mulher com quem eu tinha formado uma certa amizade, mas não havia tempo para tomar conhecimento da dor.
Lá embaixo no quarto da Mary, a arrumadeira Hannah tinha sentado a Mary e a estava enrolando num xale. Os pobres olhos da cozinheira estavam vidrados de febre.
"Nós precisamos levá-la até o carro para levá-la ao hospital junto com a Sra. Masen", eu disse enquanto me espremia para entrar no pequeno quarto. "Você consegue me ajudar a carregá-la?".
Foi preciso um manejo difícil, e Mary estava sem condições de ajudar, mas nós conseguimos meio guiar, meio carregar ela até o carro, onde o Edward tinha enrolado sua mãe no banco traseiro. Ele estava inquieto do lado de fora no lado do motorista.
Assim que colocamos Mary no banco traseiro, eu pulei no banco do passageiro. Edward já tinha ligado o veículo, pronto para partir, e nós saímos em direção ao hospital. O carro não corria o bastante para o gosto do Edward, e nós éramos obstruídos ocasionalmente por carroças puxadas a cavalo e por enlutados aflitos. A cidade estava claramente em pânico, e era muito mais aterrorizador que qualquer suposto mostro que eu tinha enfrentado. Pelo menos vampiros podiam matar de maneira rápida e indolor.
Do lado de fora do hospital tinha uma multidão – pessoas saudáveis, pelo que parecia. Eu percebi, conforme algumas delas imploravam com um homem bloqueando a porta, que eles estavam tentando entrar para visitar seus entes queridos.
"Sinto muito, está simplesmente cheio demais", o homem dizia, balançando a cabeça. "Nós estamos ficando sem camas; não tem espaço para todo mundo ficar parado atrapalhando!".
"Espere aqui", Edward gritou por causa do barulho da multidão antes de sair do carro. Eu o observei andar por entre as pessoas, o perdendo por um momento antes dele aparecer novamente lá na frente. Ele falou rápida e calmamente com o homem na porta e lhe foi permitida passagem. Minutos depois, ele voltou com um jovem médico de cabelo cor de areia. Eu fui instruída a esperar do lado de fora mais uma vez enquanto o Edward carregava sua mãe e o médico carregava Mary. Nenhuma das duas tinha forças para andar. Era de partir o coração ver o Edward lutar contra o peso; ele era muito mais fraco do que eu estava acostumada, e isso só enfatizava sua vulnerabilidade.
A multidão se separou quase que imediatamente quando perceberam que mais pessoas doentes estavam sendo carregadas. Alguns cobriram os rostos com suas mangas, como se isso fosse impedir que eles pegassem a doença também. Eu não sabia porque eles achavam que estar dentro do hospital com centenas de pessoas doentes seria seguro.
Edward voltou vários longos minutos depois sozinhos, com o rosto calmo e vazio. Eu o olhei com preocupação.
"Eles não permitem que ninguém fique com ela", ele disse sem parecer acreditar. "Eu posso voltar para vê-la uma vez por dia, mas é só isso. E se – e se ela...".
"Eu sinto muito Edward", eu sussurrei, jogando meus braços ao seu redor. "Mas ela é forte. Ela vai aguentar por você".
"Eu espero que você esteja certa", ele disse derrotado no meu ombro. "Eu não posso perdê-la também".
Enquanto nos abraçamos no pequeno banco dianteiro do carro, eu o acompanhei lágrima por lágrima.
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