FANFIC "ONLY HUMAN" - CAPÍTULO 16!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 16° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.

O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano! 




CAPÍTULO 16

Enquanto Setembro avançava, Edward finalmente encontrou emprego. Demorou um tempo – auxiliares ganhavam bem menos do que Edward estava disposto a aceitar como salário, e no final, precisou o pai dele cobrar alguns favores e oferecer mais alguns em troca para alguém oferecer um emprego à Edward.

Eu podia notar que ele não estava nada satisfeito com a situação. Apesar de ele nunca mencionar isso, eu sabia que se aborrecia com a idéia de dever algo a alguém. Ele já estava arrepiado por ter de seguir os passos do pai.

"... E a pior parte," ele continuou a falar irritado enquanto eu o observava remexer sua gravata em sua primeira manhã no emprego, "é que eu não vou ganhar o tanto que ganharia fazendo outra coisa, e mesmo assim tenho que ser grato pela 'oportunidade' porque é apenas um favor".

Eu lutei valentemente para manter uma expressão séria, porque ele podia me ver pelo espelho, sentada na cama atrás dele – mas eventualmente ele notou que eu estava sacudindo de rir e franziu a testa – o que só me fez rir mais.

"Ah, Edward", eu levantei e fui até ele, alisando seu colete. "É só um emprego, lembra? É só até você satisfazer seu pai, não para sempre. E o mais importante, vou esperar por você. Você não precisa ganhar todo o dinheiro do mundo para que possa se apressar a me levar ao altar. Eu ainda estarei aqui".

Meu discurso de incentivo obteve o resultado esperado – a boca do Edward se repuxou em seu sorriso involuntário, e senti seus ombros relaxarem sob minhas mãos.

"Talvez você possa esperar", ele disse, "mas não tenho certeza se eu posso".

"Você apenas terá que lembrar que a paciência é uma virtude", eu disse, ficando na ponta dos pés para beijá-lo. "E eu sou, afinal de contas, a guardiã da sua virtude. É melhor você me escutar".

Edward bufou, apesar de manter nossos corpos próximos. "Estou começando a achar que você é a pior guardiã possível que eu poderia encontrar para a minha virtude. Eu me encontro comprometido em toda situação".

"Sujo, mal lavado", eu disse sucintamente, apontando para ele e em seguida para mim. "Agora, eu acredito que você tem aproximadamente vinte minutos. É melhor se apressar".

Ele relutantemente se afastou e colocou o paletó sobre seus ombros. Vestido como um apropriado homem de negócios, ele parecia devastadoramente bonito. Suas calças e paletó azul-marinho destacavam-se em contraste perfeito com seu cabelo cor de bronze; um colete listrado enfatizava seu torso magro e sólido; e a gravata era como uma fita no lindo pacote esperando para ser aberto. Eu não estava mais entusiasmada com sua partida do que ele.

"Te vejo quando chegar em casa", ele suspirou, me beijando uma última vez.

"Estou ansiosa por isso", eu disse enquanto o seguia até a porta da entrada. Ele me lançou um sorriso por cima do ombro antes de sair para a rua.

Enquanto os homens estavam fora, Elizabeth tentou me ensinar a tricotar. Isso era incrivelmente doméstico, e eu não tinha certeza se realmente gostava. Eu nunca fui muito boa em domesticação.

"Não se preocupe, isso não foi uma coisa natural para mim também", Elizabeth disse, lutando para não rir do emaranhado que eu fiz da minha lã. De algum jeito eu formei uma pilha de nós no meu colo ao invés de uma fileira de pontos como era suposto que eu fizesse.

"Eu nunca fui muito boa nesse tipo de coisa", eu suspirei, flexionando meus dedos cansados que passaram horas segurando uma agulha. "Você sabe, coisas astutas. Tudo que sei fazer realmente é cozinhar".

"Bem, essa é a importante", Elizabeth riu. "Edward não vai se importar se você não conseguir remendar suas meias se estiver bem alimentado".

Eu me atrapalhei para falar com meu espanto, para o qual ela sorriu gentilmente. "Sim Bella, eu sei. Edward me contou que queria casar com você – mas mesmo que não tivesse contado, eu saberia. Eu consigo ler meu filho como um livro aberto. E é por isso que sei que você é exatamente o que ele precisa. Estou feliz por saber que ele terá você cuidando dele".

Minha garganta estava muito apertada, fazendo com que respirar ficasse difícil. Será que ela sentiria a mesma coisa se soubesse ao que eu estava condenando o Edward o deixando ficar na cidade? "Eu espero – eu espero conseguir", eu disse finalmente, pegando minha pilha de tricô fracassado.

"Eu sei que conseguirá", Elizabeth respondeu, dando tapinhas na minha mão. "Eu não quero dizer bem fisicamente...ele é um garoto, então eu duvido que ele vá esquecer de comer. Mas ele se perde tanto em sua própria cabeça às vezes que ele perde a figura maior de vista. E eu acho que você é a garota para fazê-lo ver".

Meu sorriso foi um pouco lacrimoso, mas eu não pude evitar. Essa mulher era melhor do que eu poderia sonhar que a mãe do Edward fosse, e ela estava sendo tão gentil comigo. Ia ser tão doloroso dizer adeus a ela.

"Muito obrigada. Por tudo".

"Não precisa me agradecer por nada", Elizabeth disse. Ela esticou o braço e pegou meu projeto torturado. "Eu acho melhor desistirmos desse aqui".

Eu concordei sinceramente.

Quando Edward chegou em casa, a expressão em seu rosto sugeria que ele tinha acabado de voltar de uma zona de guerra. Ele estava exausto, e um pouco rabugento. Eu não me importava realmente; comparado com um dos humores do meu Edward, esse Edward era simplesmente fofo.

Edward não pediu permissão antes de entrar escondido no meu quarto aquela noite, e eu não podia culpá-lo. Seria ridículo, dada sua óbvia exaustão e a carranca em seu rosto, acusá-lo de qualquer intenção impura.

"Foi mesmo tão ruim?" eu perguntei quando ele deitou a cabeça no meu ombro. Percorri meus dedos por seu cabelo despreocupadamente; isso sempre o relaxava.

"Suponho que poderia ter sido bem pior" Edward suspirou. "Eu não devia reclamar. Mas o trabalho é tão tedioso, e fico sempre fazendo serviços e recebendo ordens, pelo que parece. Eu preferia estar fazendo trabalho manual que desperdiçando poder mental nesse absurdo".

Eu bufei. "Que tipo de lei é?".
"Imobiliária" Edward disse insipidamente. "Terrivelmente chato. Eu deveria ter exigido algo na área criminal. Pelo menos lá teria boas histórias".

"Você daria um advogado de acusação terrivelmente virtuoso" eu ri, imaginando Edward fazendo um papel em Law and Order. Nenhum júri teria chance contra seus poderes de persuasão.

"Eu discutiria, mas estou cansado demais" Edward suspirou, enterrando seu rosto no meu pescoço. "Não posso apenas me esconder na sua cama para sempre?".

"Poderia, mas tenha a impressão que alguém iria pensar em te procurar aqui. Especialmente se eu ficasse com você".

"Hmm..." Ele já estava quase dormindo. Eu beijei sua testa e o abracei apertado; a necessidade de protegê-lo, de cuidar dele, surgiu forte dentro de mim. Ele era tão vulnerável, da maneira humana e das maneiras que aborreciam meu Edward também, apesar que ele tentava escondê-las bem mais. Me ocorreu que eu nunca fiz o tanto que poderia para proteger meu Edward – não de ameaças externas, mas de si mesmo. Se eu voltasse...quando eu voltasse, isso iria muda. Eu cuidaria dele como ele precisava, como ele merecia.

Os dias passaram voando enquanto eu caí numa rotina fácil. Edward me dava um beijo de despedida toda manhã e ia trabalhar. Eu fazia tudo que podia para ajudar na casa – por mais que Elizabeth insistisse que não era necessário, e por mais que Edward dissesse que seu pai não tinha nada contra mim, eu ainda me sentia um estorvo, e eu não queria dar a nenhum deles um motivo para mudarem de idéia a meu respeito. Então eu ajudava na cozinha e na limpeza, apesar de que Elizabeth tentava me convencer continuamente de que as criadas davam conta do trabalho. Eu fazia serviços, ajudava no jardim, e até continuava me esforçando com a costura e o tricô, embora não tenha melhorado muito.

Hoje era dia 12 de Setembro. Um dia antes do meu aniversário, não que o meu aniversário significasse alguma coisa nessa época. Tinha se passado apenas dois meses desde que eu celebrei meu aniversário no meu tempo. Eu ainda não sabia porque meu pedido significou me mandar para o dia 17 de Julho, entre todos os dias, mas eu tinha desistido de questionar isso.

Eu estava indo até a loja de tecido para buscar linha. As ruas estavam cheias hoje; era o dia mais fresco desde o dia em que cheguei. Eu não podia culpá-los por querer sair.

Dentro da loja tudo estava quieto. Tinha outras duas mulheres fazendo compras juntas, olhando sedas delicadas. Eu fui até a prateleira com fileiras de linha do outro lado da loja, olhando as variações de cores. Eu não tinha certeza de qual pegar.

Eu estava debatendo entre duas tonalidades de amarelo para combinar com o tecido na qual seria usada quando senti o distinto arrepio que alguém estava me observando. Olhando por cima do meu ombro, eu vi a última pessoa que queria encontrar hoje se aproximando com um sorriso nada menos que selvagem.

"Bella, eu estava começando a perder as esperanças de um dia te ver de novo", Norman disse, se colocando ao meu lado. Eu dei um passo para trás; ele fazia minha pele formigar desagradavelmente.

"Eu estava ocupada com o Edward", eu disse intencionalmente, cruzando os braços protetoramente sobre meu peito.

"Ah sim, Edward", Norman sorriu sombriamente. "Eu ouvi que ele decidiu largar a escola, que ele aceitou um trabalho como auxiliar. Quão indigno. Você não quer alguém mais refinado? Uma garota como você merece um homem de verdade".

Eu bufei em sua cara de desprezo. "Eu tenho um homem de verdade, obrigada. Falando nisso, você não deveria estar na escola agora, levando às escondidas no seu quarto garotas jovens inocentes?".

"Eu já acabei", Norman respondeu tranquilamente. "Eu estava um ano na frente do Edward. Agora não tente me dizer que o pequeno Edward está satisfazendo todas as suas necessidades".

"Nada a respeito do Edward é pequeno", eu disse irritada. "E estou perfeitamente satisfeita".

Norman se encostou contra as prateleiras com os braços cruzados, tentando sorrir preguiçosamente – mas pareceu mais com um sorriso malicioso. "Tem certeza, Srta. Swan? Ele te faz gritar? Porque se não, ele está fazendo algo errado".

Meu temperamento estava aflorando, e eu sabia que estava me aventurando em território perigoso, mas ele me provocou. "Ele está fazendo certo", eu sibilei. "E se você não me deixar em paz, eu juro que vou te chutar aonde te fará gritar".

Isso não teve o resultado esperado. Ao invés de fugir de mim, ele riu alto. "Então você deixou o Edward subir sua saia, deixou? Eu imagino o que os pais dele iriam dizer se soubessem disso".

Eu não podia muito bem admitir que eu na verdade nunca tinha feito sexo com esse Edward quando tinha acabado de defender sua proeza, mas sua ameaça me abalou.

"Eles não vão saber".

"Ah, mas eu devia informá-los", Norman disse inocentemente. "Eles devem saber o tipo de garota que o filho deles está se associando".

Eu estreitei meus olhos, fechando minhas mãos em punhos. Senti meus ductos lacrimais reagindo, como sempre faziam quando eu estava com raiva. "Eles nunca acreditariam em você ao invés de no Edward".

"Não se preocupe, Bella. Eu posso ser bem persuasivo quando preciso ser. Eu fiz minha pesquisa, Bella. Eu sei que você não tem família, não tem amigos. Quando eles te colocarem na rua, talvez você reconsidere sua atitude a meu respeito".

Com essa ameaça final, ele me deixou sozinha. Eu esperei até que ele saísse tranquilamente da loja antes de me virar para a linha esquecida, lágrimas escorrendo por minhas bochechas. Ele não podia me tocar, eu disse a mim mesma. Eu iria explicar o que aconteceu para o Edward, e ele entenderia. Elizabeth iria acreditar em nós, não no Norman. E Elizabeth podia convencer o pai do Edward. Não tinha com o que me preocupar, nada mesmo.

Mas isso ainda não impediu que minhas mãos tremessem um pouco quando fui pegar um dos carretéis, sem prestar a menor atenção a qual tonalidade tinha agarrado.

Edward cutucou meu lado, me tirando do meu torpor. "Qual o problema?", ele perguntou, tirando o livro que eu não estava lendo das minhas mãos. "Você esteve distante a noite toda".

"Ah, er...bem...eu tive um encontro desagradável hoje", eu admiti, sabendo que era inútil resistir a ele. Ele iria me persuadir a contar de um jeito ou de outro.

Edward estreitou os olhos. "Que tipo de encontro desagradável?".

"Norman Bouchard", eu suspirei, observando suas mãos formarem punhos automaticamente. Seu pescoço tinha ficado vermelho; eu me preocupei que ele fosse se machucar – ou machucar alguém.

"O que ele falou para você?" Edward exigiu. "Ele... ele investiu contra você novamente? Porque eu juro...".

"Foi apenas o habitual", eu o cortei. "Ele tentou insinuar mais uma vez que eu não estava... você sabe, satisfeita, e eu... bem, eu estava brava, então eu meio que insinuei que... que você estava... me satisfazendo". Indiretas eram um saco.

As bochechas do Edward ficaram rosadas, mas parecia que um pouco da sua raiva tinha diminuído. "E como ele reagiu a isso?".

Eu franzi a testa. "Ele ameaçou contar aos seus pais".

Edward considerou isso por um momento. "Isso parece bem a cara do Norman".

"Você não está preocupado?", eu perguntei, buscando tranquilização. Edward na verdade revirou os olhos para mim.

"Bella, meus pais te amam e confiam em mim. Não tem nada com o que se preocupar. Mesmo se nós tivéssemos... digo, estamos noivos. Não que eu aprovaria isso", ele gaguejou, "mas se nós vamos nos casar de qualquer forma, isso não seria bem um escândalo... agora eu suponho que você realmente precisará de um anel".

Eu olhei boquiaberta para Edward, mas ele já tinha começado a murmurar cálculos para si mesmo sobre seus pagamentos e quando ele seria capaz de me comprar um anel decente. Eu suspirei e peguei meu livro de volta. Deixe para o Edward usar uma situação ruim como desculpa para ser ainda mais... matrimonial.

Eu teria que dizer ao meu Edward que ele não tinha mudado nem um pouco.

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