Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 4° capítulo de "Only Human". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
O que aconteceria se Bella Swan fizesse um pedido que a levaria de volta ao ano de 1918? Em “Only Human” Bella é recém-casada e no dia do seu aniversário faz um pedido inesperado! Bella volta no tempo, para uma Chicago de 1918 e para um Edward humano!
CAPÍTULO 4
As velas apagaram, e inesperadamente Bella não estava mais sentada em sua cadeira.
O pânico foi instantâneo. Impossível eu simplesmente não a ter visto – escuridão não era um obstáculo para meus olhos. Apenas um traço de seu cheiro pairava no ar, e o silêncio era esmagador sem as batidas de seu coração.
"O que aconteceu?", falei com a voz áspera, olhando para os rostos desnorteados da minha família. "Onde ela está?".
Alice balançou a cabeça. "Eu não consigo vê-la".
Meus olhos percorreram pela sala esperando encontra-la em um canto. "Bella?" eu gritei, como se isso fosse fazer com que ela voltasse. "Bella!".
"Como isso aconteceu?", Alice perguntou suavemente, virando para Carlisle. "Ninguém poderia ter levado ela – nós teríamos sentido o cheiro. E a Bella obviamente não pode ter saído escondida...".
Eu também olhei mudamente para Carlisle, rezando por respostas. Como era possível minha esposa simplesmente...desaparecer?
"Eu não sei", ele disse inutilmente. "Os Volturi, possivelmente...talvez eles tenham um poder que não conhecemos...".
Eu interrompi. "O poder de fazer alguém desaparece no ar? Não, não pode ser os Volturi...".
"Então quem mais?", Rosalie falou, mas eu balancei a cabeça, me negando a acreditar. Se os Volturi estivesses com ela...
"Vou fazer algumas ligações", Carlisle disse, indo para seu escritório. "Não entre em pânico".
"Não entre em pânico, ele diz", eu resmunguei comigo mesmo. "Minha esposa desapareceu no ar e eu não devo ficar apavorado?".
Jasper colocou uma mão no meu ombro, segurando forte o bastante para que eu não pudesse tirá-la, e mandou uma onda de calma através de mim. "Você não vai trazê-la de volta nesse estado. Você tem que manter a cabeça no lugar", ele argumentou enquanto eu o encarava.
Eu me virei na direção da Alice para perguntar se ela podia ver alguma coisa, mas parei abruptamente enquanto uma visão aparecia em minha mente...
Era impossível não notá-la. Sua blusa brilhante e calça estranha se destacavam dentre a cor parda dos vestidos convencionais das outras mulheres na rua. O que chamou minha atenção, entretanto, foi a expressão em seu rosto. Eu nunca tinha visto ninguém parecendo tão perdido, ou tão vivo. O contraste atiçou minha curiosidade. Eu queria conhecê-la.
"Com licença, senhorita", eu me peguei falando, me aproximando. Ela me olhou, cheia de surpresa. Paralisada com surpresa, atualmente. Ela parecia ter visto um fantasma.
"Senhorita? Você está bem?".
Ela piscou como se tivesse saído de um transe. "Na verdade, estou um pouco perdida".
"Edward? Edward, o que foi?" Alice perguntou, balançando a mão na frente do meu rosto para chamar a minha atenção. Eu pisquei.
"Eu acho que acabei de ter uma visão" eu disse, imaginando porque diabos eu veria aquilo na minha mente.
"Do futuro?" Alice perguntou, toda cética.
"Não" sacudi a cabeça. "Do passado. Eu vi...foi uma lembrança. Conhecendo a Bella...em 1918. Mas ela estava vestindo as mesmas roupas que vestia hoje...";
"Bom, talvez ela esteja lá mesmo" Alice balançou os ombros, repentinamente calma.
"Não" eu disse imediatamente, tentando me acostumar com a idéia. "Ela não pode estar em 1918. Como ela poderia chegar lá?".
Alice balançou os ombros de novo. "Sei lá. Mas isso explicaria porque não consigo vê-la. Todo o seu futuro está no passado agora".
"Não é possível" eu disse mais uma vez, com menos força. "Ela não pode estar no passado".
"Onde mais ela poderia estar então? Devido as circunstâncias, eu acho que é a única explicação lógica. Mesmo que isso desafie as leis da física".
Tudo bem. Eu podia lidar com isso. Talvez não estivesse remotamente dentro das possibilidades da realidade, mas eu devia estar acostumado a desafiar as leis da natureza. Eu fazia isso todo dia. Mas desde quando a Bella tinha aparecido na minha vida, eu me sentia cada vez mais humano, e agora...agora eu não estava preparado para lidar com uma coisa dessas. Por mais que eu tentasse me recompor, o pânico continuava voltando.
"Tudo bem. Então ela está no passado. Como eu a trago de volta?" eu perguntei, beirando o desespero, mas o resto da minha família me olhou com pena, sem respostas. O pânico aumentou.
Eu andei em direção à porta. "Preciso de um pouco de ar", eu resmunguei antes de sair. Nós realmente não tínhamos um jardim – as árvores invadiam quase todo o caminho para a casa, e eu andei por elas sem pensar, desejando que quando eu saísse dali, descobriria que tudo foi uma ilusão.
Por que, por que isso estava acontecendo? Qual força poderia ter mandado a Bella de volta no tempo, e com qual propósito, e o mais importante, por que agora? Não fazia sentido, e não haviam respostas a serem dadas.
Meu sentimento de impotência se transformou em frustração, e eu soquei meu punho na árvore mais próxima. Isso criou um buraco nítido no centro, mas aliviar minha raiva apenas fez eu me sentir vazio. Encostei no tronco que tinha acabado de golpear, fechando meus olhos.
"Por que você a convidou para ficar conosco?" perguntei a minha mãe. Eu não estava aborrecido, eu estava contente, e eu sabia que minha mãe podia perceber isso, apesar que tentei esconder. Mas eu não entendia. "Ela é uma completa estranha".
"Ela é perfeitamente confiável. Eu acho que ela pode tomar conta de si, na verdade, mas tinha alguma coisa sobre ela. Algo que a torna única, apesar de eu não conseguir dizer o que. E eu vi o jeito que você a olhou", ela acrescentou presunçosamente. "Você nunca prestou tanta atenção a nenhuma jovem dama como fez hoje".
"Isso é ridículo", eu disse, apesar de sentir meu rosto queimando. "Me parece um súbito ato de confiança abrigar uma estranha só porque você acha que seu filho se sente atraído por ela".
"Talvez", ela disse com um sorriso enigmático. "Mas os meus instintos nunca falham".
"Nunca diga nunca", eu resmunguei, embora não pudesse discutir. Seus instintos eram mais precisos que qualquer instrumento científico, e pelo que parecia ele, tinham alguma coisa guardada para mim.
Eu abri os olhos, desorientado. Aquela era a lembrança mais clara que eu já tive da minha mãe, mas de alguma forma, pareceu que eu sempre tive essa lembrança...mesmo que eu soubesse que ela era nova para mim.
A voz da mente de Carlisle me chamou da casa, me trazendo de volta ao presente.
"Edward, não parece que os Volturi tiveram alguma coisa a ver com essa situação. Eu sinto muito, eu não tenho nenhuma resposta para te dar. Eu nunca soube que algo parecido com isso tenha acontecido antes".
"Eu fico...vendo coisas, Carlisle", eu respondi, auto o suficiente para ele me escutar da casa. "Como lembranças, exceto que são lembranças que eu nunca tive. Elas são da minha vida humana, e a Bella está nelas. Alice acha...ela acha que a Bella de algum jeito voltou no tempo".
A mente de Carlisle ficou em silêncio por um longo momento.
"Faz tanto sentido quanto as outras coisas" ele respondeu. "Eu não sei o que podemos fazer, mas vou continuar contatando velhos amigos. Talvez alguém saiba mais a respeito".
"E se eu nunca mais a tiver de volta?", eu perguntei, sufocando com meu medo. "E se -?".
"Esses pensamentos não vão ajudar. Tenha fé, Edward. E fique focado nessas lembranças. Se ela estiver mesmo no passado, você vai poder vigiá-la".
Ele estava certo, eu sabia. Eu podia apenas esperar ela voltar, se ela pudesse voltar, e observá-la. eu iria observá-la fielmente, então, até que ela voltasse para mim...porque ela iria. Ela tinha que voltar. Nós passamos por muitos obstáculos para sermos separados agora.
Eu sentei na frente da árvore que tinha ficado encostado e fechei os olhos novamente, procurando através das lembranças. Conhecendo a Bella, a levando para casa, conversando com minha mãe...e então surgiram novas lembranças. Eu a levei no mercado, e ela parecia estar feliz...mas então ela parou na frente dos anéis e uma expressão de agonia atravessou seu rosto...
"Você...deixou alguém para trás, não deixou? Em Washington?".
Sua garganta flexionou conforme ela engoliu. Eu queria esticar meu braço e tocar seu pescoço pálido, mas forcei minha mão a permanecer parada. "M-mais ou menos. Não estava em meu controle. Não havia nada que eu pudesse fazer...".
"Você estava apaixonada?", eu perguntei, sabendo a resposta antes dela falar; estava escrito em seu rosto. Uma estranha sensação de desespero se espalhou por mim. Se seu coração tivesse dono...
"Sim", ela suspirou, me olhando com seus olhos tristes. Eu desejei poder confortá-la...
Eu pensei sobre a expressão em seu rosto, sabendo que ela estava falando sobre mim como o alguém que ela tinha deixado para trás...eu vi todo o seu medo e tristeza. E eu senti duas formas de emoção – o desejo que o meu eu do passado tinha de confortá-la, e a vontade que o meu eu do presente tinha de tocá-la...
E então apareceu uma ansiedade que eu não conseguiu entender. O meu eu humano já estava apaixonado por ela, eu sabia disso – eu a amaria em qualquer época e circunstância – e o meu e humano queria ser amado em resposta. E no entanto, eu senti um estranho receio que exatamente isso fosse acontecer...talvez ela não fosse querer voltar para mim. Talvez depois de estar comigo como um humano, ela não iria mais querer o que eu agora tinha a lhe oferecer...
Não, eu disse para mim mesmo. Bella sente o mesmo. Não importará para ela o que eu sou. Mas eu não conseguia apagar essa dúvida.
Eu senti uma mão no meu ombro e abri os olhos. Eu vi a Alice e lhe lancei um olhar esperançoso e questionador.
Ela balançou a cabeça. "Não, eu ainda não vi nada. Mas eu tenho uma teoria".
"Estou escutando", eu disse, tentando esconder minha decepção.
"A Bella desapareceu quando apagou as velas do seu bolo de aniversário".
"Sim, eu sei, eu estava lá", eu disse, intrigado.
"Sim, mas eu fiquei imaginando porque naquele momento. E então me ocorreu que um pouco antes eu falei para ela fazer um pedido".
"Um pedido?", eu falei cético. "Você acha que ela desejou ir para 1918?".
Alice revirou os olhos. "Eu duvido que tenha sido tão específico, mas tem uma razão para ser supostamente cuidadoso com o que se deseja. Seja o que for que ela tenha pedido deve a ter levado para lá. É a única resposta que consigo pensar".
"É loucura", eu disse. "Mas tudo que aconteceu hoje também é. Até mesmo essas novas lembranças...elas estão vindo mais rápidas do que poderiam estar acontecendo".
Alice deu de ombros. "Nada disse faz sentido, Edward. Por que isso seria diferente?".
Eu assenti, mas suspirei, e a Alice sentou ao meu lado, talvez sentindo meu humor.
"Estou com medo, Alice", eu admiti, "Isso tem o potencial de terminar em desastre de tantas formas, e eu não posso fazer nada".
Alice colocou seu braço em volta de mim em um meio abraço. "Você só tem que confiar que o seu eu do passado vai tomar conta dela".
"Eu confio", eu disse com um pequeno riso. "Isso é o que mais me assusta".
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