FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 23

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Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?


Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Capítulo 23



Bella pov’s


Menta.

Meus lábios sofriam uma delicada pressão com um gosto adorável de menta. Minhas pálpebras tremeram e então abri os olhos encontrando um par de olhos, cor de ouro, me fitando. Ofeguei e num átimo eu me afastei de Edward.

–Mas o que...? –Olhei envolta. Era dia e eu estava no meu quarto. Edward estava vestido com roupas casuais, uma pólo azul e calça caqui, diferente das roupas usadas quando vai a empresa. Ele ergueu-se sentando na cama, rindo da minha expressão atordoada. 

–Você fica uma graça com essa carinha atordoada, sabia? –Disse-me reprimindo uma risada.

–Como eu cheguei aqui? A última cosia que me lembro é que eu estava no bar e...
–Não se lembra de que eu a trouxe de carro? Viemos para cá e os elevadores estavam com problemas por isso tivemos de ficar no hall de entrada por alguns minutos. Você estava exausta então eu a carreguei até o seu quarto e, bom, você tomou banho e trocou de roupa. –Edward dizia com seus olhos fixos em mim, avaliando minha reação as suas palavras. –E, com a sua permissão, eu dormi aqui.

–Ah, ta. –Foi tudo o que consegui dizer. Continuei a olhar para o meu quarto, distraída, e naquele momento olhei o relógio no criado mudo. –MERDA! PORCARIA! –Esbravejei pulando da cama. Por pouco meu desequilíbrio não se transformou num violento tombo.

–O que foi? –Edward perguntou enquanto eu arrancava meu pijama já correndo para meu banheiro.

–To atrasada! Porcaria! Por que não me chamou? Se você não está a fim de trabalhar eu to! –Gritei enquanto abria o chuveiro e entrava. Edward me acompanhou até o banheiro. Só então percebi que eu estava nua dentro do Box transparente e Edward estava me encarando. Pensei em expulsa-lo de lá, mas estava tão atarantada pelo meu atraso que não liguei. Continuei a dar atenção ao meu banho.

–Não precisa se preocupar. Já comuniquei sua falta para o RH. Você não precisa ir hoje. –Edward disse. Eu o olhei com desagrado. Ele olhava boquiaberto para meu corpo e então, percebendo a gafe, virou-se de costas.

–Desculpe, eu... –Murmurou constrangido. Na certa pensando que meu aborrecimento se devia ao fato dele estar de pé me olhando tomar banho.

–Pouco me importa se você está ai plantado me olhando nua. Até parece que já não conhece cada centímetro do meu corpo! O que eu não me conformo é que você poderia ter me chamado e não o fez. –Disse enquanto colocava xampu em meus cabelos.

Cautelosamente, Edward entrou no banheiro e sentou-se em um banco que lá havia.

–Você estava exausta ontem. Eu achei que seria melhor deixá-la descansar por mais de oito horas para recuperar as energias. Ora vamos não adianta se desesperar agora! Você vai estar atrasada demais a essa altura!

E Edward tinha razão, claro. De que adiantava me arrumar e sair correndo para a empresa naquele horário? Eu não chegaria nem antes do horário do almoço! Suspirei pesadamente ante a constatação.

–Eu não vou ficar o dia inteiro aqui em casa. –Reclamei enquanto deixava a água morna do chuveiro retirar os vestígios de xampu no meu cabelo. –Eu não estou habituada a ficar aqui, ainda mais a toa. –Peguei a esponja e o sabonete líquido a fim de limpar o meu corpo.

–E quem disse que ficaremos aqui? Alice retornou da fazenda e nos convidou para almoçarmos em sua casa. Arrume-se e iremos para lá.

–Alice e Jasper retornaram? –Perguntei olhando-o. Pude ver que Edward evitava olhar para mim diretamente, seu rosto corado.

–Sim. Era para ser um jantar, mas como vieram cedo será um almoço. E então? Você já recusou muitos convites de Alice por motivos óbvios, mas agora não tem por que recusar.

–Eu sei que não tenho. Tudo bem Edward eu vou com você. Agora pode me dar licença? Eu quero me arrumar. –Pedi. Edward prontamente me atendeu.

De fato agora que Edward e eu havíamos nos entendido não havia motivos para me esquivar de sua família. Tentei me concentrar em meu banho, mas como sempre miha mente seguia por um rumo diferente do que eu queria, pensando na figura

...

Edward me esperava na sala. Magdalena e Eli estavam na cozinha atarefada com seus afazeres diários. Primeiramente eu as cumprimentei e só depois fui ao encontro de Edward. Eu estava vestida com um vestido azul e sapatos brancos que havia encontrado em cima da minha cama. Acredito que Edward deixou as roupas lá para que eu as vestisse; certamente as comprou antes.

Quando me viu trajando as roupas com que me presenteou, Edward pareceu em júbilo.

–Que bom que está com as roupas que comprei! Pensei que as recusaria. –Disse enquanto se levantava do sofá.

–Eu estava com preguiça de catar algo para vestir no closet. Afinal de contas quando você comprou isso? –Apontei para o vestido tomara-que-caia azul anil.

Edward me olhou atentamente e então seus olhos perderam um pouco o foco, como se estivesse imerso em pensamentos.

–Foi há muito tempo. Esse presente estava guardado no meu closet. Eu os achei essa manhã enquanto me vestia. Você gostou dos vestidos e do sapato? Achei bonito e essa cor fica maravilhosa em você. –Tomou minha mão despreocupadamente, seus olhos em mim.

Eu estava embasbacada. Era a primeira vez que Edward me dava um presente sem nenhuma pretensão. Das outras vezes me dava coisas para um fim, como o dia em que me pagou para acompanhá-lo em um evento bancando roupas, jóias e produção.

–Hmmm... Obrigada. –Murmurei sem graça.

–Vamos então? Já está tarde e você deve estar com fome visto que pulou o café da manhã. –Puxou minha mão até seus lábios e a beijou. Eu o olhei sentindo-me desnorteada. Edward me puxou para a saída despedindo-se de Magdalena e Eli e então fomos para o seu carro estacionado na garagem do condomínio.

Edward havia mudado e para melhor. Agora ele era exatamente o marido que desejei. Era estranho, perturbador. Eu passei tanto tempo acostumada ao seu cinismo de outrora que me custa acreditar que de fato Edward mudou. E mais ou menos como se eu estivesse assistindo a um filme em que Edward é bondoso e parece me amar.

E mesmo tomada por duvidas e medos...

–Você está muito calada. O que houve? Ainda está se sentindo indisposta? –Edward perguntou. Eu o olhei.

–Não é nada. Eu estou bem. Eu só não tenho o que falar. –Disse tentando mostrar calma quando na verdade algo explodia dentro de mim.

Vendo-o agir daquele jeito, recebendo todo aquele carinho e atenção, eu queria me arriscar. Eu queria... Não, eu precisava contar a ele a verdade. Contar que eu o amava. Um ato aparentemente simples, mas para mim extremamente arriscado. Isso por que no passado eu deixei claro que o amava e Edward me rejeitou, e eu temia que isso voltasse a acontecer.

...

–Estou feliz que tenha aceitado meu convite. E então? Como está a comida? Espero que esteja do seu agrado. –Disse Alice alegremente para mim.

Nós chegamos a sua casa sendo recepcionados por Alice, Jasper e alguns empregados. Mal nos cumprimentamos e fomos para a sala de estar comer a magnífica refeição que Alice organizou. Agora estávamos almoçando e conversando quando era possível.

–A comida está maravilhosa maninha, mas por que não foi você que preparou. –Edward disse provocativo. Ele estava sentado em frente a mim, ao lado de Jasper. Alice estava sentada ao meu lado.

–Não seja chato! –Alice resmungou dando-lhe a língua. Jasper riu. E eu continuei a olhar para Edward. Se eu iria perder um dia aquela boa fase, ao menos queria memorizar o seu sorriso, o seu olhar, tudo que vinha dele. Edward deve ter percebido minha estranheza, mas continuou interagindo com os outros. Pouco falei, ocupando minha boca com a deliciosa comida ao invés de falar algo. Captei um pouco da conversa, Alice estava tentando convencer Edward e eu a viajarmos com ela e Jasper para algum lugar paradisíaco. 

–Eu irei, desde que Bella vá comigo, claro. E então amor? O que você acha? Seria uma boa oportunidade para termos nossa lua de mel. –Edward disse olhando para mim. Demorei um pouco mais de tempo para responder.

–Desde que isso não me prejudique no trabalho... –Disse enquanto olhava os empregados se aproximarem para retirar os pratos e servirem a sobremesa.

–Não se preocupe com o seu trabalho Bella. –Edward disse com um tom desagradável na voz. Eu sabia que ele estava irritado por eu sempre priorizar o trabalho ao invés de nós dois, apenas repetindo o que ele me fizera assim que nos casamos.

–É mesmo Bella. Você em que se aproveitar do Edward, de sua posição. –Alice disse num tom brincalhão. Edward bufou com suas palavras.

–Bella não é assim, Alice.

–Mas ela precisa viajar com você. Quando você assumir a presidência não terá muito tempo para regalias como essa. –Alice disse provando de sua sobremesa.

–Então você já soube? –Edward perguntou retoricamente.

–Soube. O boato correu na empresa. Aro está pressionando você a assumir o posto de nosso pai. Você deve estar empolgado, não é? Era o que você queria. Você estará muito atarefado quando se tornar presidente. E Bella em seu posto não o verá muito então é bom aproveitarmos para viajar.

Edward pareceu não gostar de Alice falar sobre aquele assunto. Não fiquei surpresa em saber que Edward iria assumir o cargo do pai. No entanto fiquei incomodada em saber que teríamos menos tempo para nós dois. As coisas ainda não estavam bem e se Edward se afastasse talvez nossa situação não evoluísse. Havia uma forma, porém, de evoluirmos e só dependia de mim.

“Será hoje que direi?” –Pensei.

Após o almoço Jasper convenceu-me a jogar videogame com ele. Aceitei mais para agradar ao meu cunhado, mas acabei verdadeiramente me divertindo. Edward ficou conversando com Alice durante algum tempo. Passamos boa parte do dia com os dois, ora no videogame de Jasper, ora conversando e até planejando a desejada viagem a quatro. No final da tarde Edward e eu voltamos para casa.

...

–Eu deveria ter dito a você sobre a presidência antes da Alice. –Edward dizia enquanto sorvia sua taça de vinho. Chegamos a nossa casa e, após algum tempo nos preparando para dormir, fomos para a gigantesca sacada no apartamento. Edward estava encostado no parapeito com uma taça de vinho nas mãos enquanto eu estava deitada em uma espreguiçadeira; um livro em minhas mãos.

–Não se preocupe. Eu já esperava por isso.

–Eu estava pensando em uma coisa para passarmos mais tempo juntos. Se você fosse minha secretária ficaríamos o tempo todo juntos, mesmo que eu tivesse que viajar. O que você acha? –Edward perguntou para mim. Fitei o livro em minhas mãos.

–Eu sou contadora, e me formei nisso. Eu não saberia ser uma secretaria. –Disse sem olhá-lo sabendo que minhas palavras aborreceriam Edward.

–Posso contratar alguém que lhe prestará consultoria. Seria muito melhor para você. Um emprego não tão cheio de incumbências e que pagará melhor. –Edward queria me convencer, mas eu não cederia. Eu estava acostumada com minha posição de contadora, fugir disso me parecia estranho.

Edward deve ter visto a hesitação em meu rosto. Não precisei verbalizar nada, ele já dizia a sua defesa. 

–Prometa pelo menos pensar, está bem? Eu quero demais poder ficar mais com você. –Pediu e justificou. Eu assenti ainda com os olhos em meu livro. Isso pareceu deixá-lo aliviado.

–Antes de eu assumir a presidência nós viajaremos, ou com Alice e Jasper ou sozinhos. Quero nossa lua de mel. Você pode escolher o local; para mim não importa onde, mas com quem estarei. –Falou numa voz afável.

Fiquei paralisada por alguns instantes e então o livro que eu segurava caiu de minhas mãos no chão. Um braço foi para meus olhos, tapando-os. Procurei reprimir o choro que ameaçava me tomar, mas foi impossível.

–Bella? –Edward chamou. Ouvi seus passos e então se sentou na espreguiçadeira ao meu lado. Senti sua mão em meu braço, o braço que cobria meu rosto. Edward tentava ver o meu rosto.

–O que houve meu amor? Você está chorando? –Conseguiu após algum esforço retirar meu braço. Quando viu meus olhos tomados por lágrimas, Edward estacou. –Bella! O que houve? –Perguntou com preocupação.

Meus olhos se fixaram nos seus olhos, embora a imagem estivesse um pouco borrada pelas minhas lágrimas. Minha garganta estava apertada, como e algo estivesse preso e, se eu não expulsasse o corpo estranho, morreria asfixiada.

–Eu amo você.

Silêncio.

Edward me encarava pasmo. Enquanto isso meu corpo relaxava sentindo uma leveza sem igual. Eu havia me libertado e me sentia extremamente bem, eu estava mesmo sentindo uma forte necessidade de contar a Edward isso. E então eu voltei a chorar.

–Por que está chorando? –Edward perguntou acariciando meu rosto com uma mão, enxugando minhas lágrimas. –Por um acaso está chorando de felicidade?

–Não, não é felicidade. É tristeza mesmo. –Murmurei. Edward pareceu se assustar com minhas palavras.

–Está triste por me amar? Pessoas que amam e são correspondidas geralmente não ficam felizes pelo sentimento que possuem? –Era uma pergunta retórica de Edward, eu sabia. Vi um sorriso em seus lábios, mas seus olhos emitiam tristeza.

–Eu era mais feliz quando odiava você. Tudo era tão mais simples! Eu sentia que estava fazendo o que era certo e que estava evitando futuros males quando eu o destratava. Mas agora você me trata desse jeito e já não posso ser a mesma. Já não posso mais me esconder envolta do muro que criei e isso me assusta. Eu te amo e a verdade é que odeio isso. Odeio te amar.

Desabafar aumentou ainda mais a vazão de minhas lágrimas. Edward continuou sentado, seu rosto baixo olhando para mim, uma mão em meu rosto acariciando-o. Parecia perdido em pensamentos até que um sorriso sutil surgiu em seus lábios.

–Eu sei o quanto deve ter custado a você dizer tudo isso, por isso eu agradeço. Obrigado por dizer que me ama. Eu precisava disso. Muito.

–Não faça com que eu me arrependa disso, por favor. Se você me magoar novamente Edward, eu... –Fechei fortemente os olhos e numa explosão de consciência continuei. -... Eu não irei perdoá-lo se fizer algo para me machucar. –Disse com a voz firme. Edward assentiu com expressão facial grave. 

Eu senti um estranho relaxamento. Meu corpo antes tenso pareceu repousar agora na espreguiçadeira.

Eu vi a intenção nos olhos dele. Eu poderia impedi-lo, mas não quis. Para que resistir? Eu já havia feito o pior, dizer que o amava, então me entregar de vez a esse sentimento não era nada.

Edward inclinou-se beijando minha testa, logo mais depositou cálidos beijos em minhas pálpebras, nas minhas têmporas, nas minhas bochechas, na ponta do meu nariz, no meu queixo e, por fim, nos meus lábios. Encostou sua testa na minha, os olhos cor de ouro semicerrado.

–Acabou finalmente. –Edward sussurrou. Eu dei um meio sorriso enquanto o encarava, seu rosto colado ao meu.

–É. Acabou.

No instante em que parei de falar, Edward me ergueu da espreguiçadeira. Aninhou-me em seus braços guiando-nos para o seu quarto.

Como se eu fosse frágil, uma boneca de porcelana ou coisa assim, Edward me deitou em sua cama com delicadeza. Suas mãos tateavam meu corpo em carícias provocantes. Meu corpo antes frio agora se esquentava. Arfei sentindo seus lábios em meu pescoço em beijos curtos e molhados.

–Edward... –Sussurrei seu nome enquanto sentia no corpo a impaciência de Edward por mais. Eu estava igualmente impaciente querendo me perder nele como Edward queria se perder em mim.

Edward, após explorar longamente meu corpo com seus dedos, começou a retirar minhas roupas. Seus lábios estavam sempre me beijando seja minha boca ou o meu corpo. Enquanto suas mãos hábeis tentavam me despir eu o ajudei enquanto pude, ao contrário das outras vezes. Agora eu não via problemas em mostrar o quanto eu queria me unir fisicamente a ele. Quando eu estava despida, minhas mãos foram para suas roupas retirando-as tão apressadamente que certamente Edward ficaria com alguma marca pelo corpo.

Era evidente que minha impaciência em despi-lo e o fato de eu estar me incumbindo dessa tarefa o deixava feliz. Notei que Edward foi ficando quieto, diferentemente de antes. Em pouco tempo ele estava deitado apenas me olhando enquanto eu fazia todo o resto. Quando dei por mim Edward estava nu e eu estava segurando o que restava de suas roupas. Como se só agora eu me desse conta do que estava fazendo, meu rosto ficou vermelho e eu voltei a me deitar na cama, ao lado de Edward, escondendo meu rosto no travesseiro. 

–O que foi amor? –Edward perguntou deitando-se sobre mim. Sentir o seu corpo fez com que o fogo em meu corpo aumentasse. –Por que parou? Eu estava adorando vê-la arrancar minhas roupas. –Falou divertido.

–Não sei o que deu em mim. Eu só reagi a você, mas passei dos limites. –Falei contra o travesseiro. Senti o passeio dos dedos de Edward em minha coluna.

–Reagiu a mim? Então me diga: o que eu posso fazer para você reagir desse jeito novamente? –Beijou minha nuca enquanto sua mão direita enroscou-se nos meus cabelos. Eu arfei enquanto me tornava consciente do seu corpo másculo e nu colado ao meu, quase por cima do meu.

–Não sei se voltarei a perder o controle novamente... Não sou assim. –Sussurrei; meus olhos fechados.

–Eu deveria ficar parado deixando somente você agir. No entanto se eu fizer isso... –Deitou-se sobre mim, sem membro encostando-se as minhas nádegas. Perdi o ar. –Nós não faremos nada e eu confesso que estou faminto por você. –Mordiscou minha orelha.

Eu me virei (minha respiração aos arquejos) e o beijei com paixão. Minhas mãos o puxavam mais para mim enquanto senti Edward entrar em mim. Fui devorada por Edward, minha boca foi devorada pela dele e minha feminilidade pelo seu membro viril.

Numa doce tortura, Edward prolongou o prazer sempre parando de investir contra mim quando sentia que eu estava chegando ao ápice do prazer. Sem pedir permissão, ele manipulou meu corpo, nas mais diversas posições; novidades estas que aumentavam a nossa entrega.

Eu não encontrei a timidez em mim. Eu estava envolvida demais com ele para pará-lo. Eu me deixei conduzir naquela loucura, participando um pouco mais do ato, movendo meu corpo contra o de Edward quando ele pedia, mudando de posição quando ele queria me mostrar algo novo.

Perdida no frenesi da entrega, eu esqueci o tempo e o cansaço, concentrada apenas na avalanche de prazer que tomava meu corpo a cada caricia de Edward, a cada beijo, a cada pressão de seu corpo contra o meu. Sempre querendo mais, como a pessoa gananciosa que nunca imaginei que havia em mim, exigindo de Edward e recebendo muito mais do prazer que eu queria.

Eu sabia que tudo era um erro, entregar-me a ele sem pudor era um erro, confessar meu amor era um erro. Provavelmente Edward iria me machucar novamente. Ainda assim, eu não iria me arrepender do que fiz. Eu nunca me senti mais feliz e completa. Eu pertencia a ele e a ninguém mais. Se algum dia nós nos separássemos, tenho certeza de que morreria só.

Eu era de Edward para todo o sempre.

...

Um sono sem sonhos. Não era ruim. Meu corpo estava dolorido, mas eu me sentia relaxada, em paz. Minha mão deslizou por uma superfície macia e ao abrir os olhos percebi que acariciava o peito de Edward.

Edward estava acordado, uma face sonolenta, e me encarava. Sorriu ao notar que eu o olhava. Apertou-me mais contra o seu corpo nu e quente apesar das horas em que esteve dormindo.

–Pensei que não a encontraria quando acordasse. –Murmurou após algum tempo em silencio. –Você parecia sempre querer fugir de mim após fazermos amor. 

Eu me aproximei lentamente e o beijei na curvatura do pescoço me aconchegando melhor nele. Edward gemeu baixinho.

–É tão bom tê-la assim receptiva a mim. Espero que isso não seja algo momentâneo. –Disse. Fiz uma trilha de beijos de seu pescoço até os seus lábios. Parei e fiquei olhando para Edward.

–Eu também espero que continue assim. –Falei baixinho, uma mão pousada no rosto de Edward.

–O que você quer que continue assim? –Edward perguntou fechando os olhos e aproximando minha mão, antes pousada no seu rosto, em direção aos seus lábios beijando-a. Ele não percebeu o quanto eu estava séria naquele momento.

–Você.



Edward pov’s

Acariciava seu rosto enquanto a culpa me tomara. Eu devo contar a ela, pensei. Eu deveria contar sobre o contrato, mas...

Um barulho soou em outro cômodo. Levantei deixando Bella deitada em sua cama e segui para o meu quarto. Era o meu celular. Bufei ao identificar a ligação.

–O que você quer? Está cedo demais para incomodar os outros. –Disse com azedume.

–Estou ligando para avisar que eu e Jasper já estamos de volta. Almoço hoje. Não falte! –Alice disse desligando em seguida.

–Que baixinha mais malcriada! –Resmunguei desligando o celular e deixando-o em cima do criado mudo do meu quarto. Eu sabia que logo Bella acordaria e iria querer trabalhar. E eu sabia que dormir apenas por oito horas não era o suficiente para ela.

Antes de me arrumar fui ao quarto de Bella e desliguei o relógio despertador que ficava próximo de sua cama. Voltei ao meu quarto, tomei um demorado banho. No corpo algumas marcas já curadas das vezes em que Bella foi minha. Para mim aquelas cicatrizes imperceptíveis eram um troféu dos novos e bons tempos.

Quando fui ao meu closet selecionar roupas que usaria no almoço com Alice e Jasper, encontrei algo. No fundo do closet uma sacola de uma boutique feminina. Curioso, peguei a sacola e a levei para a minha cama. Fiquei surpresa ao encontrar aquela sacola, nela havia um vestido e sapatos que comprei para Bella certa vez. Na época eu a tratava mal, mas no dia que comprei eu queria ser diferente com Bella, queria que nos entendêssemos. Foi naquele dia que Bella passou a me destratar.

“Acho que não há problema em dar esse presente.” –Pensei recolocando o vestido e os sapatos dentro da sacola. Daria a Bella quando ela acordasse, decidi. Vesti uma roupa bem casual (camisa pólo, calça e sapa tênis) e fui para a sala de estar.

–Bom dia senhor Cullen. –Eli cumprimentou.

–Bom dia. –Disse sentando-me na mesa. Ela fez menção de me servir, mas eu disse que estava tudo bem. Tomei um gole de café, escovei meus dentes e logo estava na companhia de Bella.

Ela ainda dormia tranqüila. Não resisti em apenas contemplá-la e me juntei a ela deitando-me ao seu lado. Não sei quanto tempo se passou desde que eu acordei ou quanto tempo fiquei olhando Bella dormir. Acariciei seu rosto e então me inclinei em direção a Bella beijando-a. Senti meu corpo entrar em combustão, algo normal quando se tratava de Bella. Ouvi murmúrios vindos de Bella e ao me afastar eu a vi abrir os olhos vagarosamente. Bella me fitou por alguns instantes e então se afastou.

–Mas o que...? –Bella olhou em volta atarantada, como se não tivesse idéia de como chegou ao lugar onde estava. Olhou para mim avaliando-me dos pés a cabeça, parecendo surpresa com algo. Talvez fossem minhas roupas; dificilmente eu usava algo diferente de terno e gravata.

Eu me ergui da cama e extravasei, rindo abertamente de sua expressão desnorteada.

–Você fica uma graça com essa carinha atordoada, sabia? –Disse a ela.

–Como eu cheguei aqui? A última cosia que me lembro é que eu estava no bar e... –Bella parecia perdida em pensamentos, certamente tentando se lembrar como veio parar ali.

–Não se lembra de que eu a trouxe de carro? Então viemos para cá, os elevadores estavam com problemas e ficamos esperando no hall de entrada. Eu a carreguei até o seu quarto e, bom, você tomou banho e trocou de roupa. E, com a sua permissão, eu dormi aqui. –Expliquei. Enquanto eu a olhava, Bella absorva em minhas palavras, queria demais tocá-la. Meus dedos formigavam diante dessa ânsia, dessa nova fome, mas procurei me conter. Bella era inconstante demais para ousar fazer algo que poderia irritá-la. 

–Ah, ta. –Disse como se não tivesse outra opção do que falar. Olhou em volta, parecia estar me evitando. –MERDA! PORCARIA! –Disse subitamente me assustando um pouco. Levantou-se e quase caiu. Saiu tirando o pijama e indo ao banheiro.

–O que foi? –Perguntei seguindo para o banheiro. Bella estava nua dentro do Box transparente, já ligava o chuveiro.

–To atrasada! Porcaria! Por que não me chamou? Se você não está a fim de trabalhar eu to! –Bella disse entrando debaixo da água morna. Virou-se e estacou. Mas eu ignorei sua surpresa, meus olhos percorreram seu corpo lindo que tive o privilegio de provar. Bella era linda, um corpo que incitava meus desejos mais primitivos rapidamente. 

–Não precisa se preocupar. Já comuniquei sua falta para o RH. Você não precisa ir hoje. –Murmurei incapaz de desviar os olhos dela, côo se eu fosse uma mariposa atraída pela luz. Bella me olhava e então notei o quanto estava sendo evasivo olhando-a daquele jeito. –Desculpe, eu... –Murmurei.

–Pouco me importa se você está ai plantado me olhando nua. Até parece que já não conhece cada centímetro do meu corpo! O que eu não me conformo é que você poderia ter me chamado e não o fez. –Prosseguiu com o seu banho como se eu não estivesse ali. Fiquei surpreso com o seu ato. Ela estava realmente permitindo que tivéssemos intimidade.

Entrei cautelosamente no banheiro e sentei em um banco que havia lá. Procurei não olhar muito para Bella embora ela não ligasse para eu ato, ou procurasse ignorar. 

–Você estava exausta ontem. Eu achei que seria melhor deixá-la descansar por mais de oito horas para recuperar as energias. Ora vamos não adianta se desesperar agora! Você vai estar atrasada demais a essa altura! –Tentei argumentar. Eu queria passar o dia com ela, algo que não aconteceria se Bella fosse ficar enfurnada em seu cubículo. Pude notar quando Bella compreendeu meu discurso e o aceitou relutante.

-Eu não vou ficar o dia inteiro aqui em casa. Eu não estou habituada a ficar aqui, ainda mais a toa. –Resmungou.

–E quem disse que ficaremos aqui? Alice retornou da fazenda e nos convidou para almoçarmos em sua casa. Arrume-se e iremos para lá. –Eu esperava que Bella aceitasse, mas duvidava. Bella tinha prazer em me contrariar.

–Alice e Jasper retornaram? –Perguntou olhando diretamente para mim. Oh droga! Eu estava novamente olhando para ela, apreciando sua nudez e os movimentos graciosos que fazia em uma tarefa tão corriqueira como seu banho. Devo ter corado, isto era humilhante!

–Sim. Era para ser um jantar, mas como vieram cedo será um almoço. E então? Você já recusou muitos convites de Alice por motivos óbvios, mas agora não tem por que recusar. –Falei rapidamente tentando ser novamente coerente.

–Eu sei que não tenho. Tudo bem Edward eu vou com você. Agora pode me dar licença? Eu quero me arrumar. –Pediu. Como se eu fosse um robô, eu me levantei e segui para a saída.

Bom, eu fiz bem em sair. Lembrei do presente que havia comprado para Bella e por algum motivo eu queria que ela usasse hoje. Fui ao quarto e o peguei deixando em cima de sua cama. Eu não me surpreenderia se Bella acabasse usando qualquer coisa que não fosse à roupa que escolhi, mas queria ver se ela me surpreenderia abrindo uma nova concessão.

...

Eu a esperava ansiosamente na sala. Queria muito de Bella hoje. Queria sua companhia, queria que Bella me permitisse tocá-la, queria ser de fato seu marido. Será que Bella me permitiria esse tanto? Ainda que por um único dia? Ouvi a voz de Bella e de minhas empregadas, ela havia ido primeiramente para a cozinha.

E então ela apareceu em meu campo de visão, linda como uma deusa, vestida com o vestido azul tomara-que-caia e os saltos brancos que comprei e havia deixado em sua cama. E a felicidade que senti por aquela pequena aceitação foi enorme. Queria tanto correr e beijá-la, agradecê-la pelo singelo presente, mas resolvi me conter e extravasar no momento certo.

–Que bom que está com as roupas que comprei! Pensei que as recusaria. –Disse levantando do sofá.

–Eu estava com preguiça de catar algo para vestir no closet. Afinal de contas quando você comprou isso? –Apontou para o vestido.

Não iria contar. Não queria relembrar coisas dolorosas. O dia em que comprei o presente para Bella foi o dia em que ela mostrou todo o seu desprezo por mim. Nunca soube muito bem o porquê da mudança, mas acredito que seja por que ela descobriu que eu tinha um caso com Tânia. 

–Foi há muito tempo. Esse presente estava guardado no meu closet. Eu os achei essa manhã enquanto me vestia. Você gostou dos vestidos e do sapato? Achei bonito e essa cor fica maravilhosa em você. –Peguei sua mão. Bella pareceu ficar perdida em pensamentos.

–Hmmm... Obrigada. –Murmurou.

–Vamos então? Já está tarde e você deve estar com fome visto que pulou o café da manhã. –Puxei sua mão até meus lábios e a beijei. Ela estava tão perfumada e macia! Se pudesse, tentaria convencê-la a ficar em casa, dispensaria as empregadas e eu a manteria ali só para mim. Eu me despedi de todas e fui para o estacionamento.

Durante muito tempo ficamos em silencio. Mas com o tempo o silencio se tornou incômodo. Bella estava anormalmente quieta e eu temia seu silencio. E se ela estivesse pensando em me deixar? Eu sei, eu estava sendo paranóico. Ainda sim...

-Você está muito calada. O que houve? Ainda está se sentindo indisposta? –Eu perguntei enquanto seguíamos de carro para a casa de Alice. 

–Não é nada. Eu estou bem. Eu só não tenho o que falar. –Disse simplesmente. Eu a conhecia bem demais para saber que ela estava mentindo para mim. Procurei enterrar a tensão que sentia e por reflexo segurei sua mão no banco para diminuir as duvidas que grasnavam em mim sobre o futuro do meu relacionamento com Bella.

...

Chegamos. Alice e Jasper nos recepcionaram alegremente. Fomos direto para o almoço pomposo preparado por Alice. Agora Alice tentava conversar com Bella enquanto comíamos o prato principal. 

–Estou feliz que tenha aceitado meu convite. E então? Como está a comida? Espero que esteja do seu agrado. –Disse Alice para Bella.

–A comida está maravilhosa maninha, mas por que não foi você que preparou. –Disse provocativo a Alice que estava sentada a minha frente. -Não seja chato! –Alice resmungou dando-me a língua.

Bella conversava monossilabicamente com Alice e notei que me olhava furtivamente. Aquilo estava me enervando. O que estava acontecendo com Bella? O que se passava em sua cabeça quando ela parecia perdida em pensamentos? O que ela pensava de mim quando me olhava?

Tentei interagir para que minha aflição não fosse notada.

–Eu irei, desde que Bella vá comigo, claro. E então amor? O que você acha? Seria uma boa oportunidade para termos nossa lua de mel. –Disse olhando, testando, sua reação. Bella demorou a responder.

–Desde que isso não me prejudique no trabalho... –Murmurou.

Trabalho. Sempre o trabalho. Isso me irritava.

–Não se preocupe com o seu trabalho Bella. –Disse com desagrado.

–É mesmo Bella. Você em que se aproveitar do Edward, de sua posição. –Alice disse e desaprovei suas palavras.

–Bella não é assim, Alice. –E não era mesmo. Eu bem queria que ela fosse assim às vezes. Eu não a entendia nessa sua forma, tão difícil de agradar!

–Mas ela precisa viajar com você. Quando você assumir a presidência não terá muito tempo para regalias como essa.

Merda! Definitivamente não queria que Bella soubesse dessa forma!

–Então você já soube? –Perguntei fulo da vida.

–Soube. O boato correu na empresa. Aro está pressionando você a assumir o posto de nosso pai. Você deve estar empolgado, não é? Era o que você queria. Você estará muito atarefado quando se tornar presidente. E Bella em seu posto não o verá muito então é bom aproveitarmos para viajar.

Pronto, Alice contou tudo o que eu pretendia dizer quando a oportunidade surgisse, mas não agora. Não queria preocupar Bella. 

“terei que conversar com Bella.” -Eu pensei desviando inteligentemente do assunto.

...

Bella jogava videogame com Jasper. Eu a olhava, adorando seu rosto sereno e os risos que surgiam aqui e ali quando ela conseguia golpear Jasper. Alice, que antes estava sentada ao lado de Jasper dando apoio moral ao marido (e ajudando Bella a ganhar dizendo o que deveria fazer), levantou-se e veio até mim. Eu estava do lado de fora da sala, na grande sacada que dava para o jardim, olhando Bella a distancia. Alice postou-se ao meu lado, escorando-se no gradil. Olhava a cena diante de nós, Bella a Jasper se divertindo no sofá.

–Parece que Jasper a trocou rapidamente por outra companheira para jogar videogame. –Provoquei. Alice bufou.

–Tá brincando! Eu deveria ser grata a Bella por ficar no meu lugar. Minhas mãos estão calejadas de tanto jogar, parecem mãos de trabalhador braçal. Agora que Bella está como companheira de jogo de Jasper eu poderei submeter minhas mãos a um tratamento e deixá-las como antes, como mãos de uma compradora compulsiva. –Falou com satisfação. Revirei os olhos. Mulheres são sempre assim, pensei. Menos Bella.

Continuei a olhar para Bella. Estava bonita e eu achava engraçado o modo como ela jogava. Corpo curvado para frente quase como se quisesse levantar e socar pessoalmente o lutador escolhido por Jasper.

–A Bella parece... –Alice começou.

–... Feliz? –Completei. Alice me olhou.

–Eu ia dizer bem. Gostei do look que escolheu para hoje.

Eu vi nos olhos de Alice que ela havia percebido. Ela percebia tudo, provavelmente sabia de tudo antes mesmo de eu contar.

–Você percebeu, não é? Bella ainda não age naturalmente, parece não estar à vontade.

–Ela vai mudar Edward. Só não está adaptada com essa nova fase da vida dela. Alias mocinho você não me disse o que houve.

–Alice, eu contei a você o que aconteceu na fazenda. –Disse. Alice me olhou irada.

–Não falou com detalhes. Quero saber de tudo! Até as roupas que usavam, ou não usavam. –Olhou-me maliciosa.

–Não sou uma menininha que participa de festas do pijama e conta a você tudo o que acontece na minha vida. –Falei asperamente. Alice fingiu um olhar tristonho.

–Eu queria que você fosse gay. –Declarou numa voz chorosa. Eu a olhei feio.

E naquele momento percebi que era disso que eu precisava. Eu precisava desabafar com alguém sobre os problemas que ainda enfrentava com Bella. Alice era a única que podia me ouvir e até aconselhar.

–Bella... –Parei. Minha voz chamou a atenção de Alice.

–Bella...? –Perguntou incentivando-me a falar. Escute aqui se você falar algo como “eu me cansei dela”, eu juro por Deus que...!

–Não é nada disso Alice! –Esbravejei. Respirei fundo. Recomecei. –Claro que não.

–Então qual é o problema? –Agora eu podia sentir aquela voz maternal que Alice desenvolveu após alguns meses depois da morte de nossa mãe. Ela estava verdadeiramente preocupada.

–Bella... Não age naturalmente. Mesmo que ela tenha decidido ficar comigo, ela... Ela se mantém afastada de mim, embora negue. São pequenas coisas que poderiam passar imperceptíveis no dia-a-dia de um casal, mas que eu noto. Ela não dorme no meu quarto, sai quando estou dormindo; quando durmo em seu quarto ela se afasta de mim assim que surge a chance; não procura saber mais sobre mim e é quase monossilábica; e ela...

–Nossa, a lista é grande. –Alice comentou pasma. Eu a olhei amargurado.

–Você não faz idéia.

–Em outras palavras Bella está insegura, está envolta em uma proteção criada por ela e isso aborrece você?

–Nossa estou surpreso com sua capacidade de sintetizar o que levei um tempo para dizer. –Falei com sarcasmo. E então voltei à seriedade. –Não sei o que fazer. –Confessei. 

–Pois eu sei o que deve fazer para que tudo volte à normalidade com a Bella. –Alice dizia com uma expressão presunçosa.

–E o que seria? Se você disser algo como “se humilhar todos os dias” eu lhe digo que faço isso quase sempre.

–Não Edward. –Disse Alice com uma expressão séria atípica dela. Emudeci. –Você tem que contar a ela Edward.

Eu sabia o que Alice queria dizer com aquelas palavras, mas arrisquei perguntar só para que ela voltasse a falar.

–Contar o que? –Perguntei asperamente virando-me de costas para olhar o jardim a minha frente.

–Contar a Bella sobre o contrato. Você já deveria ter contado há muito tempo. Não sei por que adia.

–Alice, eu não posso. –Murmurei.

–Claro que pode! Ora essa! Edward, pare de bancar o idiota e simplesmente conte logo sobre isso! Não pode fundamentar esse relacionamento com mentiras! –Alice esbravejava. Num surto eu falei alto demais.

–Não posso. Não posso me arriscar a perdê-la! –Falei num tom desesperado. Alice calou-se quase que instantaneamente. Ela compreendia agora o quanto eu amava Bella e o quanto eu temia perder o pouco que tenho. Ela sabia.

–Eu entendo seu medo Edward, mas...

–Não Alice, você não entende. Você não sabe o que é amar alguém desesperadamente e viver agoniado achando que quando ela está pensativa é por que pensa em deixá-lo, quando está fria é por que descobriu algo ou quando ela some é por que escolheu outra pessoa. Eu vivo desse jeito, mas eu sei que é melhor do que nada. Eu não quero perder o pouco que conquistei.

Esse foi sem dúvida meu discurso mais apaixonado. Nunca fui de mostrar meus sentimentos, especialmente a Alice, então ambos estavam surpresos com minha explosão.

Suspirei cansado. Senti no meu ombro a mão de Alice.

–Você tem razão, eu não entendo por que eu não estou na sua pele. Edward faça o que quiser, mas eu continuo afirmando que você deveria contar a ela. Nenhum relacionamento consegue se sustentar com uma mentira.

–Eu vou contar Alice. Eu só preciso de um tempo. Nós ainda não estamos bem. No momento certo eu contarei. –Disse e a olhei. Alice me olhou de cara fechada.

–Tenho a impressão de que não haverá o momento certo.

Eu a olhei fixamente.

–Provavelmente você está certa.

...

Na sacada do nosso apartamento eu estava recostado no parapeito sorvendo vinho tinto. Bella estava deitada em uma espreguiçadeira com um livro em mãos. Conversávamos quando era possível.

–Eu deveria ter dito a você sobre a presidência antes da Alice. –Disse analisando como Bella reagiria.

–Não se preocupe. Eu já esperava por isso. –Falava com indiferença, como se não ligasse se o nosso tempo diminuísse.

–Eu estava pensando em uma coisa para passarmos mais tempo juntos. Se você fosse minha secretária ficaríamos o tempo todo juntos, mesmo que eu tivesse que viajar. O que você acha? –Sugeri querendo muito que Bella aceitasse. Tudo seria mais fácil para nós dois se ela fosse minha secretária.

–Eu sou contadora, e me formei nisso. Eu não saberia ser uma secretaria. –Falou num tom decidido. Eu já imaginava que diria algo assim.

–Posso contratar alguém que lhe prestará consultoria. Seria muito melhor para você. Um emprego não tão cheio de incumbências e que pagará melhor. –Tentei persuadi-la. E pude ver que, apesar do silencio momentâneo, Bella não iria ceder. Eu até entendia seu lado, mudar para uma função diferente poderia ser desconfortável. Ainda sim...

–Prometa pelo menos pensar, está bem? Eu quero demais poder ficar mais com você. –Pedi e com satisfação eu a vi assentir; os olhos no livro. Senti um alivio.

–Antes de eu assumir a presidência nós viajaremos, ou com Alice e Jasper ou sozinhos. Quero nossa lua de mel. Você pode escolher o local; para mim não importa onde, mas com quem estarei. –Anunciei satisfeito com a decisão tomada durante o almoço na casa de Alice. Queria consertar um pouco a burrada feita por mim no passado. Eu iria ser o marido perfeito, ou pelo menos tentar.

Olhei a noite que fazia e pensei em uma ótima forma de terminar aquele dia incrível. Eu sentia saudades do corpo de Bella; eu a queria novamente. Quando fazíamos amor, Bella cedia um pouco mais e até era carinhosa, tocando-me sem reservas. 

Um barulho soou e automaticamente olhei para o lugar de onde vinha. O livro que Bella segurava caiu no chão. Olhei para ela e vi que estava imóvel, o rosto coberto com um braço e podia ouvir um barulho sendo produzido por ela.

–Bella? –Chamei. Caminhei até ela e sentei no lugar onde estava deitada. Minha intuição dizia que Bella estava chorando, mas eu não tinha certeza. Eu peguei seu braço e tentei, gentilmente, retira-lo do rosto dela.

–O que houve meu amor? Você está chorando? – Retirei o seu braço e estaquei ao ver seus olhos marejados. –Bella! O que houve? –Perguntei preocupado.

Bella fixou seus olhos em mim, refletiam uma dor sem precedentes. Ela abriu a boca querendo justificar seu choro, mas parecia simplesmente não conseguir falar. Talvez estivesse emocionada demais para falar. E eu queria saber por que estava tão triste, estava agoniado para ajudá-la e desfazer aquela tristeza que se abatia sobre ela. E o pior de tudo era aquela desconfiança de que eu era o culpado e...

–Eu amo você.

Aquela simples frase ecoou em minha cabeça deixando-me subitamente zonzo. Embora eu tivesse testemunhado o que havia acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar. Eu imaginava qualquer coisa que motivasse as lágrimas de Bella, até mesmo a descoberta da verdade, menos... Isso.

Bella pareceu relaxar, como se há muito tempo carregasse aquele fardo, o peso daquelas palavras, e agora tivesse se libertado. As lágrimas cessaram apenas por alguns segundos e retornaram mais uma vez. Não entendi.

–Por que está chorando? – Perguntei atrevendo-me a acariciar seu rosto. Eu queria entender o que estava acontecendo para livrar Bella daquela angustia. Era difícil quando uma felicidade, após suas palavras, explodia em mim. –Por um acaso está chorando de felicidade?

–Não, não é felicidade. É tristeza mesmo. –Murmurou e suas palavras me pegaram desprevenido. Triste por me amar? Eu que hoje correspondo e sempre deixo claro o quanto eu a amo?

–Está triste por me amar? Pessoas que amam e são correspondidas geralmente não ficam felizes pelo sentimento que possuem? –Perguntei (ou será que afirmei?) sentindo-me amargurado pela minha incapacidade de fazê-la feliz. Mesmo tentando, ao que tudo indicava, eu não estava conseguindo.

–Eu era mais feliz quando odiava você. Tudo era tão mais simples! Eu sentia que estava fazendo o que era certo e que estava evitando futuros males quando eu o destratava. Mas agora você me trata desse jeito e já não posso ser a mesma. Já não posso mais me esconder envolta do muro que criei e isso me assusta. Eu te amo e a verdade é que odeio isso. Odeio te amar.

E naquele momento eu entendi tudo. Estava tão claro e fui burro por não perceber. Era por isso que Bella era reservada e tentava se afastar, ela não gostava dos sentimentos que eu despertava nela. Mesmo me amando a ponto de me escolher, Bella ainda tentava lutar contra esse sentimento. Parece que a luta havia acabado; Bella perdera.

Bella continuou a chorar; um sofrimento que beirava a histeria. Eu tentei acalmá-la enquanto pude acariciando seu rosto.

Eu me sentia um lixo. Eu estava radiante por ela me amar, mas Bella sofria por esse amor. Ela merecia coisa melhor, vida melhor. Se eu a amasse eu deveria deixá-la seguir com a sua vida. Eu a amava, mas amava muito a mim mesmo para abandoná-la. E eu precisava dizer alguma coisa.

–Eu sei o quanto deve ter custado a você dizer tudo isso, por isso eu agradeço. Obrigado por dizer que me ama. Eu precisava disso. Muito. –Confessei. Eu devia tanto a ela! Ela me salvou de uma vida miserável, superficial, e eu a desgracei. Despertei com sua voz.

–Não faça com que eu me arrependa disso, por favor. Se você me magoar novamente Edward, eu... Eu não irei perdoá-lo se fizer algo para me machucar. –Disse com a voz firme. Eu assenti seriamente. Eu jamais a entristeceria. No entanto, havia a verdade. A verdade sempre estaria a espreita querendo acabar comigo, conosco.

Bella relaxou ainda mais, parecendo exausta pela súbita explosão de sentimentos. E eu queria lhe dar amor, prazer, e fazer com que ela confiasse em mim. Queria que Bella me amasse e se sentisse feliz por isso. Inclinei-me e a beijei na testa, nas pálpebras, nas têmporas, bochechas, nariz, em qualquer lugar feliz por senti sua pele macia e perfumada em minha boca. Encostei minha testa na sua olhando para ela.

–Acabou finalmente. –Disse como uma afirmação, mas na verdade eu queria perguntar a ela. Teria acabado tudo agora que Bella tinha dito que me amava? 

–É. Acabou. –Sua voz musical disse. Não hesitei mais. Eu a tomei em meus braços guiando-a até o meu quarto.

Eu a deitei delicadamente; Bella exigia cuidados. Minhas mãos não perderam tempo tateando seu corpo; reconhecendo ali seu lugar; estimulando Bella a reagir a mim. Meus lábios beijavam seu pescoço, provando seu sabor único e maravilhoso. Minhas mãos tateavam a tudo tocando mais fortemente os pontos mais sensíveis. 

–Edward... –Bella sussurrou e sua voz acendeu ainda mais o fogo que havia em mim. Eu estava faminto por ela e precisava saciar um pouco dessa vontade. Bella estava tão suscetível! Eu adorava aquela faceta dela.

Trabalhei nas peças de roupas retirando-as, louco para ver aquele corpo incrível, o mesmo que vi naquela manhã no banheiro. Lembro da vontade que tive de tocá-la ali, e a força que tive de fazer para suprimir esse desejo tão primitivo. Meus lábios a beijavam, querendo marcá-la aqui e ali como minha. E Bella colaborou comigo facilitando sua entrega, seu vestido deslizou mais facilmente com a sua ajuda.

Após despi-la eu não tive tempo de apreciar sua beleza, as curvas de seu corpo, pois Bella lançou-se sobre mim tentando me despir. Fiquei quieto deixando Bella agir, adorando sua impaciência. Ela me queria. Isso era maravilhoso. Fui deitando na cama e Bella colocou-se sobre mim retirando mais rapidamente meu pijama.

A cena era excitante. Bella arfante, minhas roupas em suas mãos, as pernas abertas, em cada lado do meu corpo. E então ela recuou deitando-se ao meu lado e enterrando seu rosto no travesseiro. Seu corpo nu a mostra, as nádegas firmes e brancas. Por isso postei-me sobre ela e reprimi um gemido ao sentir sua pele nua em contato com a minha.

–O que foi amor? –Por que parou? Eu estava adorando vê-la arrancar minhas roupas.

–Não sei o que deu em mim. Eu só reagi a você, mas passei dos limites. –Falou contra o travesseiro, tímida. Tão delicada! Tão linda! Acariciei sua coluna vendo o corpo de Bella se arrepiar, sentindo o calor aumentar. 

–Reagiu a mim? Então me diga: o que eu posso fazer para você reagir desse jeito novamente? –Beijei sua nuca sentindo nos dedos de uma mão os seus cabelos. 

–Não sei se voltarei a perder o controle novamente... Não sou assim. –Sussurrou enquanto o corpo inteiro tencionava para o prazer que eu iria proporcionar. 

–Eu deveria ficar parado deixando somente você agir. No entanto se eu fizer isso... – Eu me posicionei bem em cima de seu corpo. Meu sexo em contato com a sua pele. –Nós não faremos nada e eu confesso que estou faminto por você. –Mordisquei sua orelha.

Bella se virou (a respiração tão pesada quanto a minha) e me beijou de um jeito tão intenso que quase desfaleci. Suas mãos exerciam uma força maravilhosa puxando-me para ela, querendo que nos uníssemos mais rapidamente. Eu a penetrei com ânsia e encontrei tudo o que sempre quis de novo. Umidade, aceitação, amor. Amor... Sim, amor. Bella me amava. Eu a beijei e a penetrei com rapidez e força, querendo marcá-la como minha e em júbilo por Bella me aceitar.

Minha Bella, minha adorara Bella.

Fui um pouco sádico. Eu não queria dar a Bella o prazer que ela buscava, não agora. Parei quando senti que iria chegar ao ápice do prazer.

–Não Edward! –Bella protestou. Eu a calei com um beijo.

–Relaxe. Deixe-me agir. Você não vai se arrepender. Tenho tanto a lhe ensinar Bella. –Sussurrei em seu ouvido.

–Tá. –Sua voz fraca disse. Mordi levemente seus lábios e a devorei com a boca.

Eu a manipulei ao meu bel prazer? Não, eu não faria isso. Esse era o Edward de antigamente. O Edward preocupado em dar prazer ao seu corpo e nada mais. Com Bella era diferente. Eu manipulava seu corpo para dar prazer a ela. Com satisfação fui seu professor ensinando a ela como obter prazer. E adorava, ah como adorava, quando Bella agia sem que eu pedisse. Uma amante sensacional, ajustando seu corpo ao meu no momento certo, exercendo a pressão que eu queria e me dando prazer embora eu não buscasse isso.

–Minha Bella... –Murmurei contra o seu cabelo sentindo uma pequena dor no ombro, Bella me mordia. Ficaria uma marca, mas eu não ligava.

–Desculpe. –Ela pediu em meu ouvido. –Eu feri você. Eu não consegui me conter. Eu... –Bella murmurava desculpas. Eu me afastei minimamente e lambi seu pescoço da clavícula ao queixo.

–Eu sou seu. Faça de mim o que você quiser. –Pedi beijando-a. –E eu te amo.

Agora sim eu tinha uma vida perfeita.

...

A principio pensei que havia sonhado. Não era. Bella estava deitada bem próxima a mim, ressonava tranqüila. Ela era perfeita. Eu nunca havia notado o quanto era bela dormindo, talvez por que ela sempre dava um jeito de sair antes que eu acordasse, ou de dormir de costas para mim.

Senti no peito o passeio preguiçoso de seus dedos. Eu a encarei. Ela não me olhava assustada, me olhava reconhecendo quem eu era e o que eu seria de agora em diante: seu marido, seu amor.

–Pensei que não a encontraria quando acordasse. Você parecia sempre querer fugir de mim após fazermos amor. 

Para minha surpresa e grande satisfação, Bella aproximou-se da curvatura do meu pescoço e beijou aquele local. Gemi baixinho.

–É tão bom tê-la assim receptiva a mim. Espero que isso não seja algo momentâneo. –Disse sentindo Bella beijar mais e mais a mim. Como esta carinhosa! E como eu adorava isso! 

–Eu também espero que continue assim. –Falou enquanto sua mão era colocada em meu rosto.

–O que você quer que continue assim? –Peguei sua mão e, fechando os olhos, eu beijei sua delicada mão. A mão que uma vez me espancou; a mesma mão que me acariciou tantas vezes na noite anterior.

–Você. –Falou simplesmente.

Ela não precisaria se preocupar e sabia disso. Eu seria a cada dia melhor para ela.

O assunto do contrato esquecido.




Continua...



3 comentários:

tete disse...

o que sera que vem por ai? espero que muito amor chega de sofrimento beijos e uma otima noite para vce

tete disse...

o que sera que vem por ai? espero que muito amor chega de sofrimento beijos e uma otima noite para vce

Val RIBEIRO disse...

ALICE esta certa não se constrói uma relação em cima de uma mentira...

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