FANFIC - A PENA DO ANJO - CAPÍTULO 14

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 14° capítulo de "A Pena do Anjo". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.

Autora : ValentinaLB

Categorias: Saga Crepúsculo

Classificação: +18

Gêneros: Drama

Avisos: Sexo

Capítulo 14

... “- Meus pais vão se mudar para New York, Edward, e fazem questão que eu vá com eles. Eu já os fiz sofrer demais, não posso usar minha maioridade para me negar a ir.

Aquilo não podia estar acontecendo. Eu não sobreviveria sem ela ao meu lado. Por que isso agora, meu Deus?

– Quando vai ser isso, Bella? – Perguntei, com medo do que ela me responderia.

– Mês que vem. Meu pai até já alugou um apartamento. A proposta que ele recebeu é irrecusável. Ser sócio daquele escritório é a realização de seu maior sonho.

Fiquei tentando lutar contra a minha falta de palavras.

– Você acha que nosso namoro sobreviverá na ponte aérea, Edward? Você aguentaria até eu preparar meus pais para me deixarem morar sozinha aqui em Chicago?

Ver Bella uma vez por semana apenas? Não, era impossível aguentar. Só tinha uma solução para isso...

– Não vai ter ponte aérea e nem você vai morar sozinha aqui, Bella, porque nós vamos nos casar neste mês.”

– Hã? – Bella me olhou assustada, duvidando do que tinha acaba de ouvir.

Eu mesmo não acreditava que tinha tomado aquela decisão, mas, mesmo agindo por impulso, me parecia agora uma ideia maravilhosa.

– Quer casar comigo, Bella? – Repeti, olhando no fundo de seus olhos.

– E... Edward, vo... você está falando sério? – Ela mal conseguia falar.

– Claro que estou, meu amor. Eu não tenho a menor dúvida de que você é a mulher da minha vida. Apesar de namorarmos a pouco tempo eu sinto como se nos conhecêssemos a vida toda.

A cada dia eu acreditava mais e mais naquela possibilidade. As forças terrenas não eram suficientes para explicar a intensidade do meu amor por Bella.

– É exatamente assim que me sinto em relação a você, Edward. Desde que te vi pela primeira vez eu senti que só me sentiria bem estando ao seu lado. Não sei explicar, mas é como se um ímã nos atraísse. Eu fui atrás de você, com a desculpa de pegar aquele isqueiro, mas o que eu realmente queria era estar com você mais um pouco. 

– Então Bella, case-se comigo e não precisaremos ficar separados nunca mais. – Pedi, torcendo para que ela aceitasse embarcar comigo naquela aparente loucura.

– Mas Edward, você está se esquecendo que eu não...

– Não Bella, eu não me esqueci de seu problema, mas juntos e casados terei mais chance de te ajudar. Tenho certeza que ainda teremos uma família completa, com filhos, netos, bisnetos... – Bella seria minha e eu não tinha a menor dúvida disso.

– Eu queria ter a mesma certeza que você – falou, com um tom de tristeza na voz.

– Confio no meu poder de sedução, Bella. Eu sou irresistível – brinquei, dando-lhe um sorriso malicioso.

Bella ficou vermelha como um tomate e balançou a cabeça, rindo do meu convencimento.

– Pior que é mesmo – falou bem baixinho, antes de me beijar apaixonadamente.

– Isso é um sim? – Perguntei, ainda sentindo meus lábios queimarem de desejo.

– Casar com você me parece tão louco, mas ao mesmo tempo tão certo...

– Vai Bella, fala. Você tem alguma fobia da palavra sim?

– Edward, já imaginou o susto que nossos pais levariam?

– Bella, pelo amor de Deus, fala logo.

– Eles achariam que estamos loucos.

– BELLA!!! – Falei um pouco mais alto, tentando fazer com que ela prestasse atenção em mim.

– O que, Edward? Depois eu que sou a doida...

– Você ainda não falou se aceita – falei, desesperado.

– Já sim... É claro que eu aceito, Edward. Sim, sim, sim, sim...

E os “sins” só foram silenciados pela união de nossas bocas famintas. Havia um gosto diferente naquele beijo, um sabor de “felizes para sempre”.

Sentamos num dos degraus da escadinha da varanda e ficamos olhando para frente, digerindo o que tinha acabado de acontecer.

– Meu pai vai querer me internar. – Bella comentou.

– O meu também...

– Vamos entrar e jogar a bomba de uma vez ou devemos esperar um pouco? – Bella perguntou.

– Vamos planejar tudo primeiro, depois reunimos toda a família e anunciamos nosso casamento para todos, de uma vez só. O que você acha?

– É um bom plano.

– Temos de decidir a data, como vai ser a festa, onde vamos morar, onde vamos passar a lua de mel, o seu vestido, meu terno, se vamos casar na igreja, comprar o enxoval, comprar os móveis, fazer lista de presentes...

– Pára, Edward!!! Está me deixando desesperada. Desse jeito esse casamento só sairá em 2020.

– Tá bom, exagerei, mas temos de correr contra o tempo sim, Bella. Temos muita coisa a fazer.

– Edward, que história de lua de mel é essa? – Sempre que o assunto transitava pela área do sexo, Bella se assustava.

– Claro que teremos uma lua de mel, Bella. – Não ia perder a oportunidade de viajar com minha esposa. Era gostoso pensar em Bella como “esposa”...

– Eu não sei se... não sei se... se estarei pronta até lá. – Lá estava ela, toda nervosa só de imaginar que teríamos de fazer amor.

– Bella, já te falei que não acontecerá nada entre nós enquanto não estiver preparada e quiser. Então acalme-se, independente de ter sexo ou não, teremos uma lua de mel linda, no lugar que escolher.

– Você é um anjo – falou, beijando minha bochecha.

“Não sou não, Bella, mas já fui.” Sorri ao constatar o quanto meu ceticismo tinha diminuído. A ideia de ter sido um anjo me parecia bem aceitável.

– Você faz aflorar o que há de melhor em mim, Bella. Eu te amo mais do que acreditei que um homem poderia amar uma mulher.

– Também te amo assim, Edward. Talvez não entenda o que eu vou te dizer agora, mas você salvou minha vida.

“Fala, Edward! Conta agora, o momento é perfeito.”

– Bella, tem uma coisa que eu...

– Meninos, fiz um suco para nós. Sinto muito interromper o namoro de vocês, mas está uma delícia e quero que bebam enquanto está gelado.

– Vem, amor, realmente estou com sede. Bella se levantou e me puxou pela mão, sem que isto me movesse um centímetro que fosse. Ela era tão fraquinha que me assustava.

Acompanhei as duas até a cozinha e lamentei mentalmente não termos podido continuar nossa conversa. O momento teria sido perfeito. Quem sabe outra oportunidade surgiria.

Depois de nos despedirmos de seus pais e mais uma vez eu ficar apavorado ao ouvir Renée dizer que não sossegaria enquanto não se lembrasse de onde me conhecia, fomos para o hotel acabar de planejar nosso casamento.

Resolvemos que nos casaríamos dentro de vinte dias. Pretendíamos fazer a cerimônia no jardim da casa de meus pais, apenas para as famílias e alguns amigos bem íntimos.

Compraríamos um apartamento, de preferência decorado. Queríamos que fosse pequeno para que ficasse bastante aconchegante. Bella fez questão que ele tivesse dois quartos. Achei melhor não perguntar por que. Infelizmente eu sabia o motivo.

Bella se vestiria de noiva, atendendo a um encarecido pedido meu. Ela seria a noiva mais bonita do mundo.

Pensamos em contratar uma firma especializada, mas se fizéssemos isso mataríamos Alice de desgosto, então resolvemos deixar a festa por conta dela. Ela amava organizar eventos e era muito boa nisso. Como o hospital onde trabalhava era de nosso pai, conseguir uns dias de férias não seria difícil.

Faltava escolher o destino de nossa viagem de lua de mel.

– Wallace, em Idaho. – Bella falou de repente.

– Onde?

– Podemos ir para Wallace, Edward! Eu vou adorar, sempre tive vontade de conhecer aquela cidadezinha. – Bela estava eufórica.

– O que tem de especial nesta cidade, meu amor?

– É onde gravaram “O Inferno de Dante”, lembra? É um lugarzinho lindo, super romântico.

– Então está decidido. Idaho, aí vamos nós!!!! Vamos reservar o hotel agora mesmo.

Percebi que Bella ficou séria de repente. Seu rosto estava meio pálido.

– Podemos reservar dois quartos conjugados, Bella. Assim ficamos juntos, mas você terá privacidade na hora que desejar. – Não foi difícil adivinhar que o problema era esse.

– Obrigada, Edward. Além de perfeito você agora vai começar a adivinhar meus pensamentos?

– Eu já te disse que te conheço a minha vida inteira, Bella. É fácil decifrar as expressões desse rostinho lindo.

Puxei-a pelas mãos e beijei sua boca com uma ousadia que até então tinha evitado. Desta vez não segurei meus gemidos, deixei que ela percebesse o seu poder de me deixar completamente louco.

Suas mãos foram para minha nuca e seus dedos se entrelaçaram meus cabelos, me causando arrepios. Bella também não parecia a mesma de sempre.

– Bella, é melhor pararmos com isso. Eu não sou tão controlado assim – falei próximo de seus lábios, num breve momento em que nossas bocas se separaram. – A não ser que queira continuar.

Bella mordeu os lábios e se afastou.

– Não é questão de querer, Edward, é questão de conseguir. Não se esqueça nunca disso – falou, esfregando o rosto com as mãos.

Olhei para baixo é vi que meu estado era constrangedor. A camiseta curta não era suficiente para disfarçar minha excitação.

– Bella, me dê licença só um minutinho.

Pela cor de sua cara, mais vermelha que um tomate, sabia que realmente a coisa estava vexatória.

– Tudo bem, Edward – falou, evitando olhar para mim.

Assim que entrei no banheiro sentei-me no chão e coloquei a cabeça entre as mãos.

Como é que eu ia aguentar esse casamento sem intimidades? Eu já estava literalmente entrando em erupção. Não havia lugar mais apropriado para irmos do que Wallace. Se Bella não cedesse pelo menos um pouco os moradores de lá iriam ver a vida imitar a arte na mais literal das definições. “O Inferno de Edward” iria se repetir.

Arranquei a roupa e tomei uma chuveirada gelada. Isso sempre dava certo nos livros e filmes.

– Você tomou banho? – Bella me perguntou, olhando para meus cabelos molhados, enquanto me aproximava dela.

– Ham, ham – falei, dando-lhe um selinho. – Desculpe-me, Bella, nem tudo é controlável.

– Edward, eu não me importo se...

– Bella, nem ouse terminar esta frase – falei bravo, já imaginando o que ela me proporia. – Eu nunca faria isso com você, meu amor, nunca!

Nem com seu consentimento eu procuraria uma mulher para me satisfazer. Eu a esperaria a vida toda se fosse preciso.

– Se tivéssemos nascido há dois séculos atrás – brinquei- nós não teríamos sequer nos beijado como a pouco. Ou seja, estamos agindo corretamente, apenas vivemos na época errada – falei rindo, afagando seus cabelos.

– Está bem, você me convenceu. Edward, para falar a verdade não sei se aguentaria imaginar você com outra.

– "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla." Esta é outra das minhas partes preferidas de “O Pequeno Príncipe”, Bella. Você é para mim como a flor é para o principezinho: Única e especial. E eu já sou completamente feliz apenas por tê-la ao meu lado. Contemplá-la já me basta.

Bella me olhou e sorriu. Havia muito amor naquele gesto.

Ficamos namorando mais um pouco e então liguei para minha mãe para marcarmos o jantar onde eu faria o pedido oficial da mão de Bella e comunicaríamos a data do casamento. Ainda bem que teria vários médicos por lá. Porém era provável que depois de anunciarmos nosso casamento, sobrasse para mim, sozinho, a tarefa de acudir todo mundo.

– Mãe, terça-feira eu e Bella vamos dar um jantar aqui no hotel para que nossas famílias se conheçam. Faço questão que todos estejam aqui. Reorganizem seus plantões para que possam vir – sugeri.

– Claro, filho. Faremos todo o possível para estarmos com vocês. Quer que eu avise Emmet e Alice, eles estão aqui.

– Ótimo, mãe, assim não precisarei ligar para eles. Terça, lá pelas dezenove horas, heim!!

– Pode deixar que estaremos aí, filho.

– Deixa que os meus pais eu aviso – disse Bella, assim que desliguei o telefone.

Ela também não contaria nada a eles antes da festa.

Liguei na recepção e pedi que preparassem tudo. Avisei que seria meu noivado e que queria tudo muito bem decorado.

– Pronto, por hoje chega! – Falei, jogando o corpo para trás, caindo deitado no colchão macio da minha cama. Bella fez o mesmo. Ficamos deitados, com as pernas para fora da cama, fitando o teto.

– Falta alguma coisa que ainda não pensamos? – Perguntei.

– Falta. – Bella falou de um jeito meio estranho.

De repente ela levantou o corpo da cama, ficando novamente sentada e me olhou fixamente.

– Eu preciso te contar uma coisa, Edward. Não quero que haja segredos entre nós.

Engoli seco. Aquelas palavras tinham que ter saído era da minha boca.

– O que quer contar, Bella? – Não havia muita coisa em sua vida que eu já não soubesse.

Ela retirou as pulseiras que lhe cobriam os pulsos e, meio insegura, me mostrou suas cicatrizes.

– Eu já tentei me matar, Edward. Foi há dois anos atrás. Estava muito deprimida e não aguentava mais sentir tanta dor e tanta angústia. Só não morri porque os paramédicos que me acudiram fizeram um esforço sobre- humano para me salvar. – Ela olhava o tempo todo para seus pulsos.

– Nossa Bella, nem imagino o desespero a que tem de se chegar para tentar algo assim. Você ainda pensa em acabar com sua vida, Bella? – Perguntei, tocando de leve a marca do corte em seu braço.

– Aquele dia que nos encontramos, no alto daquele prédio, eu ia tentar de novo, ia pular. Eu havia parado de tomar meus remédios e toda aquela angústia tinha voltado. Eu só queria que tudo acabasse, mas quando meus olhos cruzaram com os seus e percebi que a paz que eu procurava estava lá, naquele olhar. Não sei se acredita em amor à primeira vista, mas acho que foi exatamente isso que aconteceu. Eu me vi ao seu lado pelo resto da minha vida, como se um filme do futuro passasse na minha mente.

– Você ia ter coragem de pular mesmo, Bella? – Eu sabia que sim, eu tinha visto seu corpo pendendo para baixo.

– Ia, Edward. Você, sem querer, salvou a minha vida. Mesmo depois de ter ido à festa do Ethan eu ainda tinha vontade de morrer. Eu pensei que nunca conquistaria um homem como você e que o sentimento que eu estava começando a sentir só me faria sofrer mais, mas aí você desmaiou na minha frente eu vi que se acontecesse alguma coisa com você eu sofreria muito. Eu fiquei transtornada, não podia te perder logo depois de tê-lo achado. Isso me fez lembrar os meus pais e o desespero que eu lhes causaria. Resolvi sumir porque eu queria voltar a tomar meus remédios antes de te conhecer melhor. Não queria que me visse destemperada daquele jeito. Sabia que se me desse um tempo, o amor que nascia dentro de mim me salvaria, afastando aquele desejo de morte.

– Eu tive tanto medo de não te ver mais, Bella. Pensei que enlouqueceria. No dia que você foi me procurar no hotel eu estava voltando da igreja, tinha ido pedir a Deus que a trouxesse de volta para mim. E ele atendeu meu pedido, mesmo eu sendo um descrente.

– Você pode não ter descoberto Deus ainda, Edward, mas Ele deve se orgulhar muito de tê-lo como filho. Você é a pessoa de coração mais puro que eu já conheci. Não é à toa que eu te comparo a um anjo. Eu voltei a viver depois que o conheci. Você é o responsável pelo meu renascimento, faz parte de uma nova e feliz fase da minha vida. O que eu mais gosto em você é que não tem nenhuma ligação com meu passado tenebroso. Você só conhece a nova Bella. Isso me deixa muito leve, muito bem; me faz esquecer quase tudo o que passei, pois sei que não me viu sofrer, não acompanhou o martírio dos meus pais, ou seja, não faz parte de meus pesadelos.

Deus do céu, como eu poderia contar-lhe que ela estava enganada e que eu fazia sim parte disso tudo? Eu ia estragar todo o seu processo de recuperação. Tudo o que conseguimos iria por água abaixo. Eu estava sem saída...

– Eu tinha que lhe contar isso antes de nos casarmos, Edward, para que possa realmente me conhecer e saber se ainda me quer. – Bella tinha lágrimas nos olhos, temendo que eu não a quisesse mais depois de saber disso.

– Eu nunca vou deixar de te querer, meu amor – falei, acariciando seu rosto. - Você é perfeita para mim, Bella. Só te peço que se esta angústia voltar e pensar em acabar com sua vida novamente, que converse comigo para que eu possa ajudá-la. Não faça nada sem nos dar a chance de lutarmos pelo nosso amor, por favor.

– Eu não farei, Edward, prometo.

Ela me beijou aliviada e eu, sentindo o peso do mundo nos ombros.

O meu segredo, que antes era um problema, agora tinha virado um problemão.

Continua...