FANFIC - A PENA DO ANJO - CAPÍTULO 13

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 13° capítulo de "A Pena do Anjo". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.

Autora : ValentinaLB

Categorias: Saga Crepúsculo

Classificação: +18

Gêneros: Drama

Avisos: Sexo

Capítulo 13

... “Sentei-me ao seu lado para ajeitar o travesseiro e fiquei ali, velando seu sono com uma alegria sem precedentes tomando conta de mim. Não tinha nada mais lindo do mundo do que ver Bella dormindo...

De repente imagens meio apagadas de uma garotinha sonolenta rezando, deitada em uma cama que parecia muito antiga invadiram minha mente.

“ Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege...me guarde... me governe... me ilumine, amém!” – Pedia uma vozinha meiga e infantil.

As lembranças, assim como vieram, sumiram, mas uma sensação de plenitude tomou conta da minha alma.

– Dorme, Bella, eu estou aqui com você... – Sussurrei.

E foi o que fiz o resto da tarde. Era melhor nem procurar explicação para o que acabara de acontecer”...

Rodeie a cama, sentei-me ao seu lado, encostando-me nos travesseiros, e estiquei as pernas no colchão.

Bella dormia tranquilamente. Meus olhos não se afastaram dela um minuto sequer. Enquanto ela estivesse ao meu lado, sob a mira do meu olhar, eu sabia que nada de ruim poderia lhe acontecer. Eu me sentia aliviado em tê-la por perto.

Fiquei me lembrando da garotinha rezando, sem entender de onde tirei aquela imagem que passou por minha cabeça. Seus cabelos eram da cor dos de Bella.

Teria eu sido um anjo realmente? Aquela menininha era Bella? Eu evitava pensar naquele desconhecido e principalmente em suas palavras, mas a cada dia coincidências e mais coincidências tornavam crível sua estória. Uma hora eu teria de voltar àquela igreja e ver se o encontrava novamente. Ele tinha muito que me explicar ainda.

A tarde passou sem que eu notasse. Não senti cansaço, nem sono, nem tédio. Ficar vendo Bella dormir tinha sido completamente prazeroso e encantador. Faria isso o resto de minha vida se fosse necessário.

Com movimentos delicados e sensuais, ela foi se movendo, esticando braços e pernas, num espreguiçar de tirar o fôlego, até que despertou completamente.

– Boa tarde, Bella adormecida! – Brinquei, fazendo um trocadilho com seu nome.

Ela olhou para mim, arregalou os olhos e sentou-se rapidamente, tampando as pernas com o vestido. Dava a impressão de não entender bem o que fazia ali.

– Edward, o que estou fazendo aqui? – Sua expressão era de susto.

– Calma, meu amor, eu te explico. Você dormiu no carro, depois de sairmos da casa dos meus pais. Fiquei com vergonha de te levar para casa e ter de enfrentar minha sogra antes mesmo de sermos apresentados – disse, sorrindo para ela. – Então resolvi trazê-la para cá. Espero que não fique chateada com minha atitude.

– Por que não me acordou? – Agora ela parecia constrangida.

– Eu bem que tentei, Bella, mas seu sono estava tão pesado...

– Ai que vergonha, meu Deus! Você me convida para sair e eu durmo a tarde inteira. É por isso que não gosto de tomar estes remédios. – Ela estava realmente constrangida.

– Bella, não fique assim, eu adorei ficar aqui vendo-a dormir. Foi uma das melhores tardes da minha vida, juro. E nem pense em interromper sua medicação por causa disso, eu não me importo!

– Como eu cheguei aqui?

Senti um frio na barriga. Será que ela ficaria brava por eu tê-la carregado?

– Eu te trouxe em meu colo, Bella. Fiz mal? – O sorriso que eu trazia no rosto poderia tanto acalmá-la quanto deixá-la furiosa. Mesmo sabendo disso era impossível evitá-lo ao me lembrar de seu corpo quente junto ao meu.

– Não, Edward... – Bella ficou pensativa, me deixando apreensivo.

– Desculpe-me, não tive a intenção de me aproveitar da situação...

Bella me interrompeu.

– Eu não estou chateada, Edward, só estou lamentando o fato de que estive em seus braços e nem mesmo me lembro. – Disse, presenteando-me com seu costumeiro sorriso tímido.

– Você sente vontade de me abraçar, Bella? – Perguntei com o coração aos pulos. Sempre que ela expunha seus sentimentos por mim eu ficava assim.

– Às vezes eu sinto tanta vontade, Edward, que chego a pensar que conseguirei, mas logo as lembranças daquela noite invadem a minha mente e eu só consigo me lembrar da dor que o corpo dele me causou – falou, cheia de rancor.

– Bella, me dê suas mãos – pedi.

Ela se virou um pouco mais para meu lado, sempre se preocupando em tampar as pernas com o vestido e me estendeu os braços, tocando minhas mãos com as dela.

Segurei-as firme.

– Olhe para mim, meu amor. Acha mesmo que eu lhe faria algum mal? Que eu a magoaria?

– Claro que não, Edward. Sei que seria incapaz de fazer algo para me machucar, por isso mesmo estou aqui, fechada em um quarto e em cima de uma cama com você.

– Então,Bella... Eu sei que nunca vai conseguir esquecer o que te aconteceu, mas precisa começar a superar, meu amor. Precisa se permitir ser feliz e entender que o fato de eu ser do mesmo gênero e da mesma espécie do estuprador não me faz necessariamente igual a ele. O mal que ele carregava estava em sua mente doentia e não em seu corpo.

– Eu tento pensar assim, não faz ideia do quanto eu me esforço, mas o medo é mais forte do que eu – Bella se explicou.

– Eu sei, meu amor, eu entendo e percebo o quanto luta contra isso. Só quero que saiba que eu também sou louco para te abraçar. Tê-la em meus braços hoje, mesmo que dormindo, foi muito especial para mim. Ainda sou capaz de sentir seu perfume e a maciez da sua pele, Bella.

– Eu sou suja, Edward! – As lágrimas já molhavam sua face.

– Não é não, Bella! Não diga um absurdo desses! Você é a pessoa mais pura que eu conheço. O que te aconteceu não foi por sua vontade. Já me relacionei com mulheres que tiveram dezenas de parceiros. Já participei de festas da faculdade onde meninas transavam com mais de cinco caras numa mesma noite, quando não com mais de um num mesmo momento. Por que você, que nunca agiu promiscuamente, iria se sentir suja, Bella?

Ela apenas chorava, olhando para nossas mãos entrelaçadas.

– Tira ele de cima de mim, Edward. – Num sussurro sofrido, Bella pôs para fora o que eu já suspeitava: Ela ainda não tinha conseguido sair daquele galpão.

– Ele não está mais sobre você, Bella... Agora você está comigo, está segura. Eu te protegerei e nunca mais deixarei que nenhum mal lhe aconteça. Acabou, meu amor, ele já se foi há muito tempo. Ele vive apenas em sua cabeça e é daí que precisa extirpá-lo – disse, beijando sua testa.

Aproximei-me mais dela, ainda sentado na cama e afaguei seus cabelos.

– Agora vá lá no banheiro, lave esse rosto lindo e vamos sair. Não quero mais te ver chorando.

Bella sorriu e não resisti. Puxei seu rosto para perto do meu e nos beijamos apaixonadamente.

Estar sobre uma cama com ela deixava muito mais difícil minha tarefa de me manter controlado. Encerrei o beijo antes que fizesse alguma bobagem.

Ela se levantou e entrou no banheiro.

Deitei a cabeça no travesseiro e respirei fundo. Minha mãe já tinha me avisado que não seria fácil, e não estava sendo mesmo.

Comemos um lanche no restaurante do hotel e levei Bella em casa. Despedimos-nos com um beijo mais longo que o de costume.

Estava deitado em minha cama quando meu celular tocou. Já passavam das vinte e duas horas. Era Bella.

– Oi amor! – Atendi, feliz por poder ouvir sua voz antes de dormir.

– Te acordei? – Perguntou toda preocupada.

– Não, estava acordado, pensando em você.

– Pensando o que?

– Melhor você não saber. – Soltei uma risada debochada, já imaginando a cor que deveriam estar suas bochechas.

– Bobo!!

– Sou mesmo...

– Pode vir almoçar aqui em casa amanhã? Vou te apresentar para meus pais. Eles estão ansiosos para te conhecerem.

– Claro, Bella! Também quero muito conhecê-los. A que horas devo chegar?

– Vem lá pelas onze, assim teremos tempo de namorar um pouco antes do almoço.

– Com um argumento desses estarei aí às oito da manhã – brinquei.

– Tchau, amor! Te amo.

– Tchau, Bella! Também te amo.

Se antes já estava difícil dormir, imagina depois que soube que conheceria meus sogros...

Assim que estacionei o carro na frente da casa, comecei a ficar nervoso. Levava em minhas mãos dois buquês. Um para Bella e um para Renée.

Bella veio me receber antes mesmo que eu tocasse a campainha.

Ficou feliz com as flores que lhe dei, mas algo em seu olhar estava diferente. Faltava brilho neles. Imaginei que fosse por estar tão nervosa quanto eu, afinal eu era o primeiro namorado que apresentaria aos pais... Na verdade seu primeiro em tudo.

Em homem alto, de bigodes e mais novo do que imaginei estava na sala quando entramos.

– Pai, este é Edward Cullen, meu namorado.

– Edward, este é meu pai, Charlie Swan.

Estendi minha mão e recebi um aperto forte e um sorriso amigável.

– Prazer em conhecê-lo, Sr. Swan.

– O prazer é meu, Edward. Sinta-se à vontade em nossa casa.

Ele me mostrou o sofá e fez sinal para que sentássemos. Eu e Bella ficamos na poltrona maior, enquanto ele sentou-se em uma cadeira de balanço que parecia bem antiga.

Logo em seguida uma mulher loira de semblante alegre entrou na sala.

Levantei-me para cumprimentá-la.

– Mãe, este é Edward. – Bella nos apresentou também.

Entreguei-lhe as flores que ainda estavam em minhas mãos.

– É um prazer conhecê-la também, Sra. Swan.

– Renée. Pode me chamar de Renée, querido, e obrigada pela gentileza – disse, admirando o buquê e puxando-me logo em seguida para um abraço carinhoso.

Ela fixou o olhar em mim e uma ruga se formou no meio de sua testa.

– De onde eu te conheço? – Perguntou.

Deus do céu, como eu não tinha pensado nisso??!! É claro que ela iria se lembrar de mim... Eu tinha salvado sua filha na sua frente. Senti o chão me faltar. Eu estava pedido!

Bella deve ter reparado minha palidez, pois também enrugou a testa.

– Vocês já se conheciam? – Perguntou, olhando para a mãe.

– Seu rosto não me é estranho. – Renée insistiu, não se preocupando em responder à filha.

Eu contava agora com a possibilidade de o desespero em que ela se encontrava naquele dia tivesse lhe causado algum tipo de bloqueio.

– Não me lembro de já tê-la visto – menti. - Talvez eu apenas pareça com alguém que conheça – tentei por fim àquele assunto.

– Pode ser... Mas eu me lembraria se conhecesse alguém tão bonito quanto você.

O constrangimento fez o sangue voltar ao meu rosto.

Bella riu secamente com a espontaneidade da mãe.

– Mãe, desse jeito vai deixá-lo envergonhado.

Renée riu e saiu para colocar as flores em um vaso. Pude enfim respirar um pouco. Aquele almoço poderia se transformar em um desastre se ela se lembrasse de onde me conhecia.

Foi difícil fazer a comida descer. Eu tinha perdido completamente a fome devido ao medo que me consumia. Bella não me perdoaria se soubesse toda a verdade daquela forma. Ela nunca mais confiaria em mim.

– Edward, o papai está falando com você – Bella sussurrou, chamando minha atenção.

– Ah, sim, desculpe-me a distração – desculpei-me com Charlie. – Estava saboreando esta comida deliciosa.

– Estava dizendo que conheço profissionalmente seu pai. Meu escritório já prestou serviços para o hospital dele. Ele é uma excelente pessoa. Um homem muito honrado.

– Obrigado, Sr. Swan, vou falar do senhor com meu pai e numa oportunidade poderemos fazer um almoço para que conheçam o resto de minha família.

– Seria um prazer, Edward.

Renée não tirava os olhos de mim, claramente demonstrando que estava procurando em sua memória de onde me conhecia.

Depois do almoço voltamos para a sala. Bella e Renée foram para a cozinha.

– Sr. Swan, espero que esteja de acordo com meu namoro com sua filha. Eu a amo muito e tenho muito respeito por Bella.

– Dá para notar o quanto estão felizes juntos. Bella me disse que você já sabe o que aconteceu a ela e que entende pacientemente as fobias que ela desenvolveu. É bom mesmo que não tenha nenhum segredo entre vocês. – Meu estômago deu uma revirada ao ouvir suas palavras. Parecia que todos me davam indireta a todo o momento.

– Sim, ela me contou. Não tem como não se revoltar com o que lhe fizeram. Foi muita crueldade.

– Foi sim, Edward. Essa menina sofreu muito, mas do que um ser humano é capaz de aguentar. Não sei como eu e Renée conseguimos passar por este desespero todo. Minha filha praticamente morreu depois daquilo. Já passamos por momentos críticos desde então. Agora, depois que te conheceu, estamos vendo a vida voltar ao corpo de Bella. Você faz muito bem a ela. É uma pena que logo agora...

– Pronto, já terminamos com a arrumação da cozinha. Não vai mais monopolizar meu namorado, pai. – Fomos interrompidos por Bella, que se aproximou e segurou em minha mão.

Os olhos de Charlie rapidamente captaram seu gesto. Um sorriso se formou em seu rosto.

– Edward, vamos até a varanda, quero conversar com você.

– Eu vou para meu escritório. Fiquem à vontade.

Charlie sumiu pelo corredor e olhei então para Bella. Parecia triste. Alguma coisa estava acontecendo com minha garotinha...

Assim que chegamos à varanda, Bella começou a chorar.

– Bella, o que está acontecendo, meu amor? – Coloquei as mãos em seu rosto e tentei decifrar o que tinha por baixo daquelas lágrimas. Eu estava apavorado. Será que Renée tinha se lembrado e contado a ela?

– Meus pais vão se mudar para New York, Edward, e fazem questão que eu vá com eles. Eu já os fiz sofrer demais, não posso usar minha maioridade para me negar a ir.

Aquilo não podia estar acontecendo. Eu não sobreviveria sem ela ao meu lado. Por que isso agora, meu Deus?

– Quando vai ser isso, Bella? – Perguntei, com medo do que ela me responderia.

– Mês que vem. Meu pai até já alugou um apartamento. A proposta que ele recebeu é irrecusável. Ser sócio daquele escritório é a realização de seu maior sonho.

Fiquei tentando lutar contra a minha falta de palavras.

– Você acha que nosso namoro sobreviverá na ponte aérea, Edward? Você aguentaria até eu preparar meus pais para me deixarem morar sozinha aqui em Chicago?

Ver Bella uma vez por semana apenas? Não, era impossível aguentar. Só tinha uma solução para isso...

– Não vai ter ponte aérea e nem você vai morar sozinha aqui, Bella, porque nós vamos nos casar neste mês.

Continua...