Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 36° capítulo de "Bella Problema x Edward Solução". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.
Autora : Lunah
Classificação: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Gêneros: Aventura, Comédia, Drama, Lime, Romance
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Drogas, Heterossexualidade, Violência, Homossexualidade.
4ª Fase: Capítulo 1 - Esconde
Bella´s POV
Assim que as portas do elevador se fecharam, comecei a gargalhar, contente. Meu coração tripudiou dentro do peito. Rever o rosto do Edward foi revigorante. Sentia imensa saudade, mas não pretendia deixar isso transparecer.
Com o endereço de Alice e Rose nas mãos, andei pelo corredor em busca do apartamento 23. Não foi difícil achá-lo. Apertei a campainha e esperei, sentindo meus punhos doloridos, devido o excesso de tempo que passei pilotando a Ducati até New Hampshire. A porta abriu-se lentamente e, então...
– AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – Fofolete berrou, surpresa, enquanto eu tapava os ouvidos. – BELLA? BELLA?
– Não! Madre Teresa de Calcutá! – Murmurei, contra gosto.
A maluca jogou-se em cima de mim, dando-me um forte abraço. Retribuí, sentia saudade dela. Aliás, de todos. Ela me puxou para dentro do apartamento, saltitando.
– OLHA QUEM ESTÁ AQUI! – Disse Alice.
Rosalie estava sentada em um grande sofá roxo com um punhado de retalho nas mãos. Havia tecidos de diversas cores espalhados pela sala e uma garrafa de vinho em cima da mesinha de centro branca. Esme tinha razão, o lugar era aconchegante, porém, muito simples. Janelas de vidro grandes, paredes, curiosamente, cor-de-rosa, flores e enfeites, tipicamente, femininos. Perguntei-me se não tinha encontrado, acidentalmente, a casa da Barbie.
– O que está fazendo aqui? – A sebosa falou confusa.
– Faculdade! – Sorri. – Tem lugar pra mais uma aqui na casa da Barbie? Me joguei no sofá, exausta.
Logo as duas ficaram à minha volta, feito mosca na merda.
– Mesmo? Quer...dizer... e o Edward? – Alice enrugou a testa. – Achei que não gostaria de ficar tão próxima dele.
Eu, que estava deitada, sentei-me, as encarei e afirmei:
– Ele é um dos motivos pare eu ter vindo.
– Fala sério? – Não entendi porque minha irmã fez aquela cara de espanto. O que ela achou? Que eu realmente desistiria do EDZINHU?
– Eu explico isso depois, com calma. Hoje, estou muito cansada. Então? Posso ou não ficar?
– CLARO! – Minha prima, animada, bateu palmas, pulando. Ela devia estar achando aquilo de morar sozinha, o máximo, quase um clube da Luluzinha.
– Vai ser legal! Papai sabe que você veio? – Rosalie falou, demonstrando conforto com minha presença, porém, alguma curiosidade.
– Sim. Ele não ligou? – O tom da minha voz não disfarçou meu espanto. Durante a longa conversa com a mosca morta, a fiz prometer que impediria Carlisle de avisar os outros da minha decisão. Pretendia surpreendê-los. Realmente, não cheguei a acreditar por completo que ela iria manter a palavra.
– Bella? – Sussurrou Fofolete, me desligando de meus pensamentos.
– O que?
– Não temos um quarto para você. Todos já estão ocupados. – Se entristeceu e eu também.
– Espera, e o sótão lá em cima? É bem grande, quem sabe, com uma limpeza e uma ajeitadinha...
– Isso mesmo! – Alice não deixou Rose terminar de falar. – O sótão é meio sinistro, mas você já é sinistra, então... vai dar certo.
– Quero vê-lo! – Exigi, levantando-me.
Foi nesse momento que olhei em volta e senti falta de algo. Aliás, de alguém.
– Cadê a bichona?
– Está trancado no quarto na maior depressão.
– Mentira? – Gargalhei, sem querer.
– Vem, ele tem que te ver! – Minha prima puxou-me, sem me dar escolha e a sebosa nos seguiu.
O quarto ficava ali perto da sala e, em segundos, já estávamos diante da porta. Alice deu duas batidinhas.
– SÓ ENTRE SE FOR UM BOFE ESCÂNDALO! – Gritou a voz afeminada e melancólica.
Sem paciência, empurrei a porta e invadi, querendo ver a criatura e saber o porquê da depressão.
– Marius? – Ergui uma sobrancelha ao vê-lo estendido na cama, vestido num pijama das Meninas Super-Poderosas, pantufas de gatinhos felpudos e seus pequenos cachinhos envolvidos em bobs vermelhos. – Entrou em estado de decomposição, viado? – Perguntei, com nojo de seu rosto, empapado de uma meleca verde.
– CHAPEUZINHO VERMELHO? – Ele arregalou os grandes olhos azuis, saltou da cama e veio me abraçar. Estranhei a demonstração de afeto. – EU SEMPRE GOSTEI DE VOCÊ! – Declarou ainda agarrado à mim. – Já que somos amigas, super, mega unidas... – Fez carinha de anjo e aquele lá, de anjo não tinha nada. – Não poderia me emprestar... assim... míseros cinco mil dólares?
– Não tenho dinheiro. – Respondi de imediato.
O maldito me empurrou pra longe, violentamente! Cadê toda aquela felicidade e carinho por mim?
– SAIAM, RALÉ! QUERO MORRER SOZINHA COMO UMA DIVA DO CINEMA! – Gritou, jogando-se na cama, choroso. Em seguida, pegou, no criado mudo, muitos comprimidos brancos e os enfiou todos na boca.
– NÃO! – Alarmada, subi na cama, de joelhos, na tentativa de impedir o suicídio.
– HUM! HUUUUUUUUUUUUM! – Ele gemeu, lacrimejando, com a boca bem fechada enquanto eu lhe dava fortes tapas nas costas, esperando que ele cuspisse os comprimidos.
– NÃO SE MATE, SEU BURRO! – Fiquei mesmo preocupada. – GENTE, AJUDEM-ME AQUI! – Olhei pras meninas que apenas riam.
Em puro desespero, dei mais um tapa nas costas do suicida com toda a minha força. Os comprimidos voaram de sua boca e espalharam-se na cama e no chão. Sorri satisfeita por ter salvo uma vida.
– SUA ANTA! – O pavão me fulminou com os olhos. – GOBIRA DESGRAÇADA!
– Ei! – Revoltei-me. – Salvei sua vida! – Cruzei os braços, carrancuda.
– AQUILO ERA TIC TAC! QUE RAXA uÓ!
Fiquei de pé rápido, pegando um dos supostos comprimidos e, ao sentir o cheiro de menta, não tive alternativa, a não ser rir, constrangida.
– Opa... – Dei de ombros.
– Nós já passamos por isso. – Rosalie pronunciou-se, divertida.
– Por que o drama? – Questionei.
– O Michê o abandonou e o roubou. – Alice disse, com pesar.
Gargalhei, involuntariamente.
– EU JÁ DISSE QUE NÃO ESTOU TRISTE POR CAUSA DO CHOCOLATE DO MAU! – Falou Marius, furioso, jogando travesseiros em minha prima, que desviava sem sucesso. – ESTOU TRISTE PORQUE EU SOU UMA MENINA POBRE! PRATICAMENTE, UMA GATA BORRALHEIRA! – E o lunático voltou a choramingar. – E EU ODEIOOOOOOOO ESSA CIDADE!
– Por quê? – Não sei pra que eu fui perguntar.
A bicha ficou de pé na cama, encarando-me como se eu fosse uma completa imbecil.
– ESSA PORRA DE HANOVER NÃO TEM NADA! NADA! – Ergueu as mãos para o ar. – NÃO TEM BOATE GAY, NÃO TEM SHOPPING, NEM GLAMOUR, OU RESTAURANTES CHIQUES! ESTAMOS NO FIM DO MUNDOOOOOOO! – Os vizinhos, com certeza, ouviram aquilo.
Parei para pensar por alguns segundos e constatei que o viado estava certo. Hanover era pequena e chata. Mesmo assim, não consegui deixar de rir.
– Já falei que, quando abrirmos nossa boutique, as coisas irão ficar animadas, Marius, não seja criança. – Alice o interrompeu. – E você falou que gostou dos rapazes lá de Dartmouth.
– Ah, minha filha, homem é bom em qualquer lugar do mundo! Isso não conta, tá?! HU!... OHOHOHOHOHO! – Desabou na cama.
Revirei os olhos, suspirando.
– Onde é o sótão? Quero resolver logo isso. – Lembrei das minhas prioridades.
– Ah, sim! Venha comigo. – A sebosa saiu do quarto.
O sótão ficava logo após a modesta cozinha. Alice puxou uma portinha de madeira antiga no teto. Subimos alguns degraus e, em pouco tempo, já estávamos dentro do cômodo escuro e empoeirado. Rosalie tateou o nada até achar uma cordinha. Isso fez a lâmpada iluminar fracamente o ambiente. Caixas largadas, latas de tinta, uma cômoda super velha em um canto, precisando de uma boa pintura e jornais amarelados espalhados pelo chão.
– Muito bom, hein? – Resmunguei, cruzando os braços. – Acho que vou ficar com o sofá.
– Se preferir. – Fofolete falou, sem graça.
– O que é aquilo? – Apontei para outro lance de escadas que levavam ao teto.
Minha prima respondeu algo que não dei importância, pois eu já havia subido os degraus, empurrando, com força, a porta média feita de aço. O local para onde ela levava me surpreendeu.
Saí correndo, maravilhada com o terraço solitário e a vista magnífica. Dava para ver boa parte de Hanover, suas ruas pouco movimentadas e a vasta vegetação.
– Não vejo nada demais aqui. – Disse minha irmã tapada, não conseguindo visualizar o mesmo que eu.
Aquele lugar era perfeito para compor, tocar minha guitarra e violão e, com certeza, dar umas festinhas.
– Como pode haver uma entrada particular para o terraço? – Bestificada, analisei o local.
– Eu não sei... – Alice coçou a cabeça. – Os antigos inquilinos devem ter feito isso. Jasper sabe melhor que eu sobre esse lugar, já que foi ele quem conseguiu alugar o apartamento para nós.
Realmente, precisava interrogar o suposto maconheiro. Aquele sótão era incomum. Devia ter, no mínimo, uma boa história.
– Vou ficar com o sótão! Lógico que vou precisar comprar alguns móveis, mas vou dar um jeito punk em tudo! – Afirmei, satisfeita. – Hoje vou dormir no sofá mesmo.
– Que seja! – A sebosa foi a primeira a sair do terraço.
Edward´s POV
Chegávamos ao nosso apartamento quando o bisonho, depois de ter ouvido o meu longo pedido de ajuda para resistir ao meu frango e não abandonar o plano antes da hora, perguntou:
– Deixa eu ver se entendi... – Sentou-se no sofá preto de couro, coçando o queixo. – Não podemos deixar você ficar com sua ex-namorada que mora no poço?
Irritado, bati a porta da frente com força e, bufando, me joguei em uma poltrona.
– Porra, Emmett, eu tenho falado isso há semanas! Se você não entendeu até agora, não vai entender nunca! – Praguejei.
– DESCULPA TER NASCIDO! – Gritou, magoado.
Seu maldito porco ouviu voz dele e saiu do quarto correndo, juntando-se a nós, usando uma ridícula camiseta do UMass, time de futebol de Dartmouth e seu típico bonezinho.
– Vem cá, Toicinho. – Pegou o suíno no colo. – O cabeçudo está com TPM. Não fique perto dele, está me ouvindo?
Revirei os olhos.
– Relaxa, cara. – Jazz pôs uma mão no ombro do idiota. – Edward está com SAD!
O bisonhento e eu encaramos nosso irmão, sem entender.
– SÁDiperto? – Fingi não ouvir a asneira de Emmett.
– Explica isso! – Exigi, de pé, me aproximando do mano sabe-tudo.
– SAD é: Síndrome de Abstinência Demorada. Há semanas, tenho notado em você todos os sintomas: mente confusa, problema de memória, reação emocional exagerada ou apatia, distúrbio do sono, problemas de coordenação motora, sensibilidade ao stress. Um típico viciado com SAD.
Fiquei meio chocado com as palavras de Jasper.
– Mas, cara, eu não sou viciado em nada. – Me defendi, sabendo que, realmente, tinha os sintomas nos últimos tempos.
– E o seu frango? – Sorriu.
Fitei o chão, perplexo. Seria isso possível? Estaria viciado na pirralha?
– NOSSA! – Meu irmão mais velho pegou o celular do bolso. – É melhor eu cancelar logo a pizza de frango com catupiry.
– Jazz, o que faço? – Indaguei, confuso.
– Precisa ter calma. Infelizmente, vamos ter que lhe tratar como um viciado em recuperação. Sabe como é... qualquer recaída pode pôr fim em todo o plano pelo qual você pagou um alto preço.
– Tem toda razão. – Concordei. – Depois de todo o sofrimento que passamos, seria burrice se eu, simplesmente, corresse para lá e a agarrasse. Apesar de querer muito fazer isso. – Cobri o rosto com as mãos. – Precisa ir lá sondar, tem que descobrir os motivos que a trouxeram até aqui. – Empurrei o cara em direção à porta, mas ele desvencilhou-se.
– Por que eu? – Pareceu-me tímido.
– Eu vou! – Emmett deu um pulo do sofá.
– NÃO! – Quase gritei, sinalizando com a mão. Imaginei, rapidamente, o desastre que seria se o animal fosse até ela. – Essa é uma missão para o ex-virgem. – Pedi, receoso, enquanto ele engolia seco.
– Tudo bem. – Murmurou, certamente, com medo da Swan. – Eu vou!
– Ela não morde, medrosão. – O bisonhento provocou.
– Para falar a verdade, morde sim. – Falei, meio sem querer, relembrando as vezes em que a maluca me mordeu, em nossas brigas ou em momentos íntimos. Sorri.
– Coragem, soldado! – Emmett veio até nós. – Toca na barriga do Tocinho pra dar sorte. No primeiro jogo da temporada, fiz isso e marquei 4 touchdowns! Vai fundo! – Ele ergueu o leitão, exibindo sua barriguinha rosada. O animal não pareceu gostar muito, pois roncou.
– Seu idiota, o único jeito de eu tocar nessa criação de bactérias é se ele estiver bem assado em um prato!
Meu irmão mais velho fechou a cara e tapou os ouvidos do seu mascote.
– Voador preconceituoso! Cabeçudo... – Virou-se para mim. – Fala para ele que bactérias não existem!
– Vai logo Jazz, pelo amor de Deus. – Fiquei impaciente.
Bella´s POV
Mal havíamos voltado para a sala, quando o suposto maconheiro entrou no apartamento.
– Amor... – Alice correu até ele. – Bella estava mesmo querendo falar com você.
Sentei no sofá e, sem nenhuma cerimônia, me servi do vinho que lá estava.
De pé, perto do sofá, ele me encarou de forma estranha, parecia-me tímido.
– Então... Bella? Por que está aqui? – Questionou, com a Fofolete ao seu lado, feliz.
– Faculdade. – Dei um grande gole na bebida.
– Vai morar aqui com as meninas?
– Sim.
– Por que demorou a vir? O que ficou fazendo em Forks?
Senti-me em um interrogatório. O que aquele maníaco por limpeza estava querendo? Ignorei totalmente suas perguntas e rebati com outra, totalmente fora do assunto.
– Por que esse apartamento tem um acesso exclusivo ao terraço?
– Ah... eu não sei bem, deve ter sido feito pelos antigos inquilinos.
– Viu só? – Minha prima meteu o nariz onde não foi chamada. – Foi exatamente o que eu disse.
– Já percebi isso! – Fala sério! Que povo mais lerdo! – Quem eram os antigos moradores?
– Não sei. Na verdade, esse apartamento é um tanto peculiar. Ficou abandonado por muito tempo, nem sei ao certo quanto. Precisei conversar com os vizinhos para conseguir o número de telefone do proprietário. Eles me contaram algumas histórias fantasiosas sobre esse lugar.
– Fantasiosas? – Levantei-me e cheguei mais perto dele, ardendo em curiosidade.
– Sim. – Jasper riu. – Disseram que aqui é mal assombrado. – Balançou a cabeça, demonstrando não acreditar no boato.
– Por que não me contou isso? – Alice empalideceu.
– Não queria te assustar à toa. Óbvio que é só fofoca da vizinhança, esse prédio inteiro é antigo. Alguém ia acabar inventando uma história boba qualquer. Como esse local era o único desocupado, foi a vítima. No entanto, como estão vendo, é um bom apartamento.
– O que mais falaram? – Minha irmã, finalmente, pareceu se interessar.
– Dizem que acontece coisas estranhas e anormais. – Respondeu ele, com uma expressão zombeteira.
– Estamos aqui há uns 4 dias, não notei nada de diferente. – Alice disse, olhando à sua volta.
– 4 dias? – Indaguei.
– Sim, ficamos em um pequeno hotel até Jazz arranjar essa casa mal assombrada para nós.
– Meu amor, são só histórias! – Afagou o rosto da namorada. Desviei o olhar, tentando imaginar os motivos pelos quais considerariam aquele apartamento mal assombrado.
– Eu concordo! – Ri. – São só histórias, esse povo de cidade pequena é muito medroso!
– Você não tem medo?... Assim, de ver um fantasma? – Rose gargalhou.
– Claro que não! Que venham! – Ironizei, presunçosa. – Não existem fantasmas! – Enfatizei.
E foi aí que aconteceu. Do nada, tudo ficou absurdamente escuro.
– AAAAAAAAAAAAAHHHHHH! – A sebosa e Fofolete berraram, histéricas.
Congelei, devido o grande susto. O barulho estrondoso que veio a seguir me fez sobressaltar. A porta da frente bateu contra a parede, abrindo-se e dois vultos grandes entraram.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – Mais gritos femininos foram ouvidos.
– CALMA, CALMA! SOMOS NÓS! – Reconheci a voz do meu Cullen.
A luz suave do luar que adentrava as janelas de vidro foi o suficiente para que eu reconhecesse, ao menos, as duas figuras paradas diante de mim.
– VOCÊS ESTÃO BEM? – Emmett, armado com um bastão de baseball, verificou a sala, aparentando mais medo que as covardes garotas.
– Óbvio que estão bem! Larga esse taco, seu serial killer, é de dar arrepios! – Confessei, séria.
– Vou procurar uma lanterna. – A sebosa, finalmente, foi fazer algo útil.
– Por que os gritos? – Perguntou Edward.
– Contei a elas que o apartamento tem fama de mal assombrado. – O suposto maconheiro mantinha minha prima junto ao peito.
– Por favor... – Dei as costas pros babacas, com a intenção de voltar ao sofá. – Não existem fantasmas!
Nesse exato momento, arregalei os olhos diante da aparição branca e reluzente. Me arrepiei dos pés à cabeça! O pavor dentro de mim se manifestou.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH! – Gritei trêmula.
Não olhei por mais de dois segundos para o fantasma. Saí correndo, pulei por cima do sofá, tropecei nele, caí no chão e me arrastei como louca, tentando me esconder atrás das cortinas.
Abaixada, segurando a cortina firmemente, meu coração ameaçou explodir. Fechei os olhos e comecei a rezar.
– BELLA!
– AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH! – Berrei, ao sentir uma mão no meu ombro.
– Sai daí! – Me puxaram para cima, contra a minha vontade. Abri os olhos só para me deparar com Edward. – É só o Marius! – Apontou.
Gelada, olhei, incrédula, para o pavão, enrolado em um lençol branco, segurando o celular reluzente na mão.
PUTA MERDA!
Tentando fazer o meu corpo parar de tremer, dei um passo atrás, distanciando-me do Cullen.
– BEM DOIDA! Tinha que ser a gobira pra armar um barraco desses! – Irritado, o viado empinou o nariz.
O ódio fervilhou em minhas veias, queria depenar aquele pavão. Quando todos riram do meu patético momento de fraqueza, me dei conta de que não poderia descer o braço no infeliz como eu queria. Afinal, estava ali para mostrar que era uma nova Bella.
– Eu sabia que era ele. – Sussurrei, sem alternativas.
– Eu te entendo, Samara, essa bichona me dá medo até no claro. – O bisonhento pareceu falar sério.
– Não encontrei uma lanterna, mas achei velas. – Disse Rose, iluminando o local.
Cerca de vinte minutos depois, estávamos amontoados na sala, bebendo vinho sob a luz de algumas velas, à espera de Edward e Jasper, que haviam ido em busca do zelador do prédio para saber o que havia acontecido, já que nosso prédio era o único sem energia elétrica na rua.
– Vamos ficar no escuro. – EDZINHU disse, adentrando a casa da Barbie.
– Como assim? – Fofolete era a única ainda amedrontada.
– Deu um curto na rede elétrica do prédio e só vão poder consertar amanhã. – Explicou ele.
Não consegui tirar os olhos da futura vítima de meus sedutores planos. Ele estava mais magro, porém, igualmente lindo. Notei que estalava os dedos das mãos, parecendo nervoso.
Nossos olhares se encontraram, tentei parecer firme e indiferente. Não era o momento de ele saber que eu queria loucamente beijar-lhe.
– O que vamos fazer no escuro? – Rose indagou.
Fingi não ver Edward sentar-se no braço do sofá próximo à Alice.
– JÁ SEI! – Marius, ainda de bobs, se levantou em um pulo. – Vamos brincar de esconde-esconde... HU!... OHOHOHOHOHO! – O tom de sua voz denunciava a malícia de sua mente.
Emmett ergueu o bastão de baseball, carrancudo. O Cullen, imediatamente, o tomou de suas mãos.
– Ao menos vamos relaxar. – Sorriu minha otimista prima. Poderíamos estar em um navio indo a pique que ela diria, sorridente: ao menos vamos nos refrescar!
– Quem topa minha brincadeirinha? – O viado insistiu na infantilidade.
Alice, Jasper, Rose e, por incrível que pareça, Edward, levantaram os braços. O que tinha dado nele? Achei que ele seria o primeiro a ridicularizar a ideia.
– Que fique claro que só estou topando isso porque o vinho começou a fazer efeito. Se alguém me perguntar se participei dessa brincadeira, vou negar até a morte! – Minha irmã deu uma risadinha.
– Já que Emmett não levantou o braço, ele que deveria nos procurar. – Sugeri.
– Ah, não! – Reclamou o maníaco por limpeza. – Assim vai ser muito fácil!
– O que você está querendo dizer com isso? – O burro ergueu uma sobrancelha.
– Vamos logo começar, ou vai acabar todo mundo desistindo. – Alice já estava de pé, empolgada.
– Tudo bem, eu vou procurar! Sou bom nesse jogo, vai ser um massacre! MUUUUAAAAHAHAHAHAHA! – Esfregou as mãos, maquiavélico. – Esperem só um segundo, vou acordar o Toicinho pra me ajudar! – Saiu correndo, antes que alguém falasse pra deixar o porco em paz.
Cinco minutos depois, eu já estava no terraço que me encantou, escondendo-me do bisonhento. Anta do jeito que o cara era, nunca me encontraria ali, então, relaxei, degustando meu vinho e apreciando a paisagem.
Emmett´s POV
Fingi que contei até 100. O meu amigão, Toicinho, ficou próximo a mim, meio elétrico. Perguntei-me por um momento se devia ter dado energético a ele. O carinha ficou fuçando a lata, então, deixei ele tomar o restinho.
– EMMETT, QUANTAS VEZES VOCÊ CONTOU ATÉ 100? – Gritou o voador, de algum lugar da casa.
Peguei meu amigão nos braços e dei uma esfregadinha na barriga dele para dar sorte, depois o coloquei de volta no chão.
– PRONTOS OU NÃO... AÍ VOU EU! AGORA O BICHO VAI PEGAR! – Falei com voz de monstro.
Saí correndo pelo apartamento com o meu fiel escudeiro atrás, dando cobertura. Olhei atrás das cortinas da sala, atrás dos sofás e nem sinal dos manés.
Mirei o quarto da Alice. Sorrateiro, chutei a porta, me pus de joelhos e sinalizei, silenciosamente, para que o Toicinho fosse checar o local. Fiquei de tocaia. Operante e alerta.
Meu camarada mais pareceu interessado em fuçar o sapato largado no chão do que caçar os manés. Dei uma chance a ele, o cara devia estar farejando.
Nesse momento, ouvi um barulho vindo de debaixo da cama. Engatinhei até lá, levantei a colcha da cama e, então:
– ALICE ENCONTRADA! – Gritei. – É! EU MANDO BEM! – Pulei, deixando a anãzinha resmungando.
Fui para a cozinha, mas não me desliguei da sala, precisava proteger aquele local.
– NÃO SE FAÇAM DE DIFÍCEIS... EU VOU ACHAR, HEIN!? – Ri, provocando.
Atrás do balcão de mármore, próximo ao fogão, era um bom lugar para se esconder. Com certeza, tinha alguém ali. Rolei no chão, feito soldado na guerra e, de mansinho, me aproximei. O super porco saiu em disparada, tomando à frente, corajoso e da pesada!
– ECAAAAAAAAA! TIRA ESSE PORCO DAQUI! – O voador se entregou, saindo de seu esconderijo.
– É!... – Soquei o ar. – Voador foi pego! Mandou bem, soldado! – Apontei pro meu mascote maluquinho, rodando no mesmo lugar, cheio dos energéticos.
Fui em busca dos outros.
Como ainda não tinha ido ao banheiro, corri até lá. A porta estava aberta. Entrei de mansinho na ponta do pé. Cerrei os olhos, encarando a cortina branca de peixinhos rosados. Teria alguém ali atrás?
Toicinho, que continuava no meu pé, me olhou.
– Shhh! – Coloquei o dedo indicador próximo aos lábios.
Sorri, agarrando a cortina. Então, a puxei com força, gritando:
– PEEEEEIIIIII!
Para minha surpresa, a bichona arregalou os olhos, pôs a mão no peito e caiu com tudo na banheira seca.
– MATOU, AGORA COME! – Abriu os braços. – HU!... OHOHOHOHOHOH!
– Viado sem vergonha, encontrado! – Falei, com nojo.
– GANHEI! – Ouvi uma voz vindo da sala.
Saí em disparada.
– Oh, não! – Gemi, vendo que a bandida havia batido na parede onde eu deveria estar vigiando.
– EU GANHEI, BABY! – Zombou de mim. Safada!
Bella´s POV
Fiquei alerta assim que ouvi o ranger da porta de ferro abrindo-se, alguém estava subindo o terraço. Poderia eu estar enganada a respeito de Emmett?
– Ah... não sabia que estava aqui. – Sorriu meu Cullen.
– Tudo bem. – Murmurei. – Ainda estamos jogando?
– Acho que sim. Ouvi gritos vindos da sala, quando estava escondido na área de serviço. Não tenho certeza se alguém conseguiu ganhar do Emmett. Quando éramos crianças, ele sempre nos enrolava, fingindo que o jogo tinha acabado, então... – Deu de ombros. – Vou ficar aqui, ok?
Dei as costas, nervosa.
OK, BELLA, HORA DE AGIR! CONCENTRE-SE, TENTE SE LEMBRAR DO QUE ELE TE ENSINOU.
Pela minha visão periférica, vi Edward encostar-se no gradeado que circundava o local. Dei um grande gole no vinho. Respirei fundo e parti pro ataque.
– Então... verdade que Jake está por aqui? – Coloquei a taça em cima do muro atrás de mim e puxei o zíper da minha jaqueta de couro, abrindo-a lentamente, com os olhos focados na presa.
– Sim... – Respirou fundo. – Estamos promovendo uns rachas, mas o local não é muito bom. Black quer mudar nossa localização para perto de Dartmouth. – Ele desviou o olhar quando tirei a jaqueta por completo e a encostei em um canto, exibindo a regata colada branca.
Estava fazendo um frio filho da mãe, me arrependi de ter me livrado da jaqueta. Agora era tarde, eu ia ter que aguentar. A brisa fria fez os pelos dos meus braços eriçarem. Ser sexy era mais difícil do que imaginava.
– Pode me dar o número do celular dele? Assim como você, ele parece ter mudado de número. – Tentei não demonstrar a ponta de mágoa que me atingiu.
Edward enrugou a testa, parecendo meio confuso e relutante. Estaria enciumado? Preferi não tirar conclusões precipitadas.
– Hã... ok! – Estalou os dedos antes de pegar o telefone no bolso da calça. Ficou de olho no visor por alguns segundos, então, me estendeu o aparelho.
Dei quatro passos na direção dele. Peguei o celular, roçando levemente minha mão na sua. Minha respiração sumiu sem deixar rastros.
OH, DEUS! QUE SAUDADES!
Forcei-me a copiar o número do telefone dele para o meu, implorando para que minha concentração voltasse. Não queria que ele notasse minhas reações involuntárias à sua presença.
– Obrigada. – Respondi cordialmente, devolvendo o aparelho. Ergui a cabeça e lhe lancei um olhar penetrante, ao menos, foi essa a minha intenção.
Para minha surpresa, ele deu um passo à frente, respirando forte, seu corpo ficando mais pertinho do meu. Mordi o lábio, temerosa. Se ele chegasse perto demais, talvez não o resistisse. Quando nossos rostos ficaram a centímetros, foi que eu percebi que Edward estava inclinando-se para pegar a taça de vinho atrás de mim. Com ela em sua mão, afastou-se.
Tive vontade de chutar a mim mesma. Que merda era aquela? Estava ali para envolvê-lo, e não para agir feito pateta.
CORAGEM, MULHER!
Incentivei-me.
Balancei a cabeça, deixando o vento passar pelos meus cabelos.
– Vai dormir onde? – Deu sinais de interesse. – Porque aqui só tem três quartos.
– No sofá. – Sorri torto. – Ainda quer? – Delineei o lábio inferior com o dedo indicador.
– Como? – Edward arregalou os olhos, visivelmente alterado.
– O vinho. – Apontei para a taça em suas mãos. – Ainda quer o vinho?
– Hã... não! – Juntou as sobrancelhas, confuso, estendendo a taça para mim.
A levei à boca e, como um dia ele me ensinou, deixei uma gota escapar. Ela escorreu lentamente até o queixo. Fingi estar distraída, porém, tinha certeza que ele me observava.
– EDWARD! – Gritou Jasper, de pé, próximo à porta.
Nota mental: MATAR O MACONHEIRO!
– O que foi? – Meu Cullen baixou a cabeça, parecendo constrangido coma atitude do irmão.
– SAD! – O irmão dele sinalizava para a saída, de forma estranha. – SAD!
– Tchau! – Edward murmurou, sem me olhar.
QUE PORRA É SAD?
Quando os dois saíram, chutei o ar, frustrada. Foi aí que percebi que as coisas seriam mais difíceis do que eu imaginava. Precisava de ajuda, mas de quem?
No dia seguinte, logo cedo, Alice, Rosalie e Marius foram a Manchester, uma cidade vizinha muito mais agitada e populosa. Os ouvi tagarelar sobre costureiras, enquanto tentava dormir no desconfortável sofá. Sozinha em casa, pude refletir sobre meu estado financeiro.
Queria “dar uma geral” no sótão, comprar alguns móveis, principalmente uma cama. Sentada, brinquei com o cartão de crédito pago por Carlisle. Havia falado com ele minutos atrás, lhe explicado que estava maravilhosamente bem. Ele pareceu contente com minha atitude, embora tivesse me passado um sermão sobre ter saído às escondidas. A boa notícia era que, em dois dias, eu já poderia frequentar as aulas em Dartmouth.
Dei uma última olhada no cartão e, por um impulso que certamente me arrependeria, o parti ao meio. Estava recomeçando minha vida em Hanover, não queria ser a mesma Isabella que dependia do papai. Senti a necessidade de mais independência, principalmente financeira.
Esfreguei o rosto, sem saber onde arrumaria grana para me manter. Trabalhar me pareceu uma boa opção, só que o salário ia demorar a sair e eu estava necessitada. Além disso, não queria um emprego do qual não gostasse. Não ia aguentar um dia.
Roí a unha, lembrando-me de que Edward havia citado que Jake e ele estavam organizando rachas. Foi como se uma luz se acendesse no fim do túnel.
Peguei meu celular e liguei para Black. Após alguns toques, ele atendeu.
– Jake Black! – Falou rouco e devagar.
Prendi o riso, contatando que o tinha acordado.
– Jake, sou eu, Bella. Tudo bom?
Passou alguns segundos em silêncio.
– Oi, sim... tudo bom. E com você?
– Estou legal. Escuta, fiquei sabendo que está promovendo rachas... por acaso, daria para me encaixar em um? – Precisei ser direta ou ele pensaria que eu estava querendo reviver os velhos tempos.
– Você? Correr? – Gargalhou.
Fechei a cara, irritada.
– Por que não?
– Tem um hoje por volta da 23h. Vai encarar? É um local novo, uma auto-estrada próximo a Dartmouth.
– Lógico que encaro! – Respondi, confiante.
– Me diz uma coisa... quanto tenho que pagar para participar?
– Hum... – Esperei ele pensar. – Quanto tem?
– Trezentos dólares. – Fui sincera. Duas notas de 100 e duas de 50 eram tudo que eu tinha na mochila.
– Serve. – Riu baixinho. – Vou te abrir uma exceção, mas tem que manter segredo. Edward tem administrado tudo com mão de ferro. Ele é um chato!
Gargalhamos.
– Pode deixar! Ele não vai saber.
– Te vejo mais tarde, então?
– Lógico!
– Ok, beijos, garota!
– Beijo. – Respondi, desligando o aparelho.
Fiquei de pé, com o estômago embrulhando de nervosismo. Ia ser a primeira corrida ilegal da minha vida e eu tinha a obrigação de vencer, ou estaria ferrada!
– O que Edgayzinhu vai pensar quando me ver chegando lá para competir com ele? – Perguntei a mim mesma em voz alta. Mal podia esperar para ver a reação dele.
(Continua...)
1 comentários:
Isso ainda vai acabar maus....kkk
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