Olá Flores!!! Hoje vamos curtir o 9° capítulo de "Despertar do Amor". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
Capítulo IX
A viagem de volta ao rancho foi uma tortura para Bella. Edward dirigia
como um maluco, as mãos apertando o volante e as mandíbulas crispadas, os olhos
fixos na estrada e o pé no acelerador.
Mas era o silêncio que mais a assustava. Ele não dissera uma única
palavra desde que emergira do quarto da avó. Perguntas cruzavam sua mente,
exigindo respostas que só ele podia oferecer, mas não tinha coragem para formulá-las,
temendo enfurecê-lo ainda mais.
Quando finalmente chegaram em casa, Bella encarou-o e descobriu que não
poderia mais suportar o silêncio.
– Ela o chamou de Sam.
Edward puxou o breque de mão e olhou pela janela.
– Sam era o irmão dela – disse sem se mover. – Está morto há mais de
quinze anos. Às vezes ela o confunde comigo.
– E Caius?
– Era o marido dela.
A amargura em seu tom de voz era eloqüente. Marido dela. Não meu avô.
– Caius... ainda está vivo?
– Não.
– Sinto muito. Sua avó parecia muito perturbada, como se realmente temesse
por sua segurança. Cheguei a pensar que a ameaça fosse real.
– Ela perdeu a lucidez. Vive no passado.
Então o que dissera fora retirado de alguma lembrança real, uma
recordação fragmentada pelo medo.
Não conseguia imaginar a vida em um lar tão cheio de ódio, um lugar onde
as pessoas temiam pela própria vida. E tudo devia ter acontecido há muito
tempo, quando Edward ainda era um menino. No entanto, ele levara a raiva, o
ressentimento e os pesadelos para a vida adulta.
Edward desceu da caminhonete e bateu a porta com força. Depois de
contornar o veículo, abriu a porta do passageiro e estendeu a mão para ajudá-la,
embora a fitasse com ar contrariado.
– Por que está zangado comigo? – Bella perguntou ao descer. – Por que não
me conta o que está acontecendo? Por que não me deixa ajudá-lo, confortá-lo?
– Esqueça.
– Esquecer? Eu amo você, Edward! Não suporto vê-lo sofrendo! – Os olhos
dele buscaram os seus, e só então ela percebeu o que acabara de dizer, o que
havia revelado. Teve a impressão de ver a tristeza no rosto crispado, mas logo
uma máscara de indiferença encobriu todos os sentimentos.
– Quer saber sobre minha família? Pois bem, vou lhe contar a história dos
Cullen. Sou um bastardo. Nunca conheci meu pai. Não sei nem qual era seu nome.
Ele engravidou minha mãe e desapareceu, deixando-a sozinha para arcar com todas
as conseqüências.
Bella ergueu a mão para conter a aproximação lenta e ameaçadora.
– Por favor, está me assustando.
– É mesmo? – ele perguntou, dando mais um passo em sua direção,
encurralando-a entre a caminhonete e a parede de músculos de seu peito. – Não
sabe o que é sentir medo. Não teve de conviver com ele todos os dias, sem saber
quando viria a próxima surra. Eu matei minha mãe, Bella.
– Não – ela sussurrou, incapaz de acreditar no que ouvia. – Chocante,
não? Pois eu a matei. Foi um gesto tão certeiro quanto disparar uma arma contra
sua cabeça. Ela queria morrer. Estava disposta a enfrentar o inferno, se fosse
preciso, desde que pudesse escapar do pai. Ele a chamava de prostituta e vadia
por ter ficado grávida, e nunca a deixou esquecer a vergonha que devia ter
causado ao nome da família. Finalmente minha mãe desmoronou. Não suportou a
pressão. Decidiu matar-se e acabar também com minha vida. Dirigiu o carro do
pai até o riacho, enfiou uma batata no cano do escapamento e trancou portas e
janelas conosco lá dentro. Depois ligou o motor. – Edward fechou os olhos, como
se não suportasse as lembranças nítidas, e virou-se de costas para ela. – Mas
eu arruinei o plano. Não morri com ela. Fiquei enjoado e rastejei para fora do
carro.
Soluçando, Bella estendeu a mão para tocá-lo.
– Edward, você não a matou. Sua mãe pôs fim à própria vida! – Ele à
encarou com o corpo trêmulo e os olhos cheios de lágrimas.
– Eu a matei. Fechei a porta ao sair e a deixei sozinha, entregue à
morte. Fui me esconder no celeiro, temendo que ele me encontrasse. E ele me
encontrou. E espancou-me. Culpou-me pela morte da filha, por ter causado ainda
mais vergonha à família. Lançou sobre mim toda sua amargura, todo o ódio e o
ressentimento que até então despejara sobre minha mãe, e me fez pagar por seus
erros, e pelos meus também, até o dia em que morreu. – Um soluço formou-se em
seu peito, mas Edward sufocou-o, respirando fundo e cerrando os punhos,
recusando-se a entregar-se à dor. – É esse tipo de homem que você quer amar, Bella?
É esse tipo de homem que quer para pai de seu filho?
Tremendo, certa de que nenhuma resposta o satisfaria, ela abriu o
coração.
– Eu amo você.
– Então é uma idiota!
Furioso, entrou na caminhonete, ligou o motor e partiu, deixando-a
sozinha e devastada.
Bella não esperou para saber quando ele retornaria. Chamou um táxi, fez
as malas e escreveu um bilhete. Não podia ficar. Porque, se ele retornasse,
acabaria por destruí-la. Já cometera o erro de entregar seu coração a um homem
que não o queria. Não sobreviveria para reconstruir a própria vida se tivesse
de enfrentar a mesma humilhação pela segunda vez.
Antes de sair, deixou o bilhete sobre a Bíblia na sala de estar. Já
estava perto da porta quando se lembrou do atestado de óbito entre as páginas
amareladas e voltou sobre os próprios passos. Rezando para não estar cometendo
mais um lamentável engano, retirou-o do livro e deixou-o junto com o bilhete.
Seguindo um último impulso, decidiu passar pelo asilo a caminho do aeroporto.
Sem saber o que a esperava do outro lado da porta, Bella entrou hesitante
e respirou aliviada ao ver a avó de Edward sentada em uma cadeira de rosas na
frente da janela, livre das amarras que aprendiam à cama.
– Sra. Cullen? Posso entrar?
A mulher virou-se e sorriu.
– Qualquer visita é bem-vinda. Melhor do que passar o dia todo olhando
pela janela.
– Pelo menos tem uma bela vista.
– É verdade. A paisagem me faz pensar em meu jardim, no prazer de lidar
com a terra.
– Posso imaginar.
– Sente-se.
– Obrigada. Não posso demorar muito. Deixei um táxi esperando lá fora.
– Um táxi? Aposto que conheço o motorista. Conheço todas as pessoas desta
cidade. Mas... não me lembro de você.
– Porque não me conhece, sra. Cullen. Meu nome é Isabella. Sou amiga de Edward.
Um sorriso iluminou o rosto enrugado.
– Realmente? Ei, é bom saber que ele não tem passado o tempo todo com
aqueles dois imprestáveis com quem costuma viajar.
– Emmett e Jasper?
– Então os conhece?
– Não, mas Edward fala muito sobre eles.
– São bons rapazes. Às vezes tenho de censurá-los para que se lembrem das
boas maneiras, mas é só isso.
– Não posso falar pelos dois, mas fez um bom trabalho com Edward. Ele é
um homem muito gentil e educado.
– O mérito não é meu. Edward só teve de seguir sua natureza para ser um
bom homem. Apesar de como foi criado...
O comentário a fez lembrar todos os terrores que avó e neto deviam ter
enfrentado.
– Quantos anos Edward tinha quando perdeu a mãe, sra. Cullen?
– Cinco, mas já possuía a experiência de um homem. Na verdade, ele
cuidava mais de Elisabeth Masen do que ela dele. – Balançando a cabeça com
tristeza; a pobre mulher tirou do bolso um delicado lenço branco para secar as
lágrimas. – Amava aquela menina com todo meu coração, mas tinha consciência de
suas fraquezas. E a amava apesar delas. Mas Caius... Bem, talvez ele a tenha
amado demais. Esperado demais. Não sei. O fato é que tornou-se duro, como um
cão raivoso que morde a própria perna, que causa dor a si mesmo.
– Soube que a mãe de Edward cometeu suicídio.
– Ela deve ter chegado ao limite da tolerância. Não suportava mais a vida
que levava, e por isso pôs um fim nela.
– Como ela morreu?
– Overdose de drogas. Tomou um vidro inteiro de tranqüilizantes, depois
trancou-se no carro do pai e ligou o motor. Acho que quis ter certeza de que
alcançaria seu objetivo, caso os comprimidos não surtissem efeito.
– Mas foram as pílulas que a mataram, não?
– Oh, sim! Ela tomou o suficiente para matar um cavalo.
– Edward estava com ela?
– Não. É claro que não! Também teria morrido, caso houvesse estado com a
mãe naquele automóvel.
– Tem certeza disso?
– Sim, eu tenho. Por quê?
Bella balançou a cabeça. Não tinha o direito de perturbá-la com a
realidade. De que adiantaria? Nada poderia mudar o passado.
– Por nada. Lembro-me de ter mencionado que ele cuidava da mãe, e pensei
que talvez...
– Não, Elisabeth Masen estava sozinha. E mesmo assim, Edward ainda se
culpa pelo gesto desesperado da mãe.
– Entendo. Bem, agora tenho de ir, sra. Cullen. Foi um grande prazer
conhecê-la.
– Volte quando quiser.
Num impulso, Bella abaixou-se para abraçá-la. A sra. Cullen retribuiu o
abraço e riu.
– Trate de dar um desses abraços em meu neto, mocinha. Ele precisa de
carinho. Não teve o suficiente quando estava crescendo, sabe?
Emocionada, ela assentiu e saiu sem dizer mais nada. Uma palavra, e
romperia em lágrimas diante da avó do homem que amava.
Era quase meia-noite quando Edward voltou para casa e, assustado, viu as
janelas escuras.
Ela não podia ter ido embora. Deus não o castigaria de maneira tão dura. Bella
o amava. Apesar de tudo que fizera e dissera, ela tivera a coragem necessária
para confessar seu amor.
Com o coração galopando no peito, correu até a porta dos fundos.
– Bella?
Mas a única resposta foi o silêncio. Um silêncio pesado e opressor, como
as garras de desespero que apertavam seu peito. Desesperado, caiu de joelhos e
enterrou o rosto entre as mãos, chorando como há muito não chorava.
Edward enfrentava o trabalho como um trem desgovernado. Precisava
manter-se ocupado, ou enlouqueceria. Depois de passar o dia todo consertando
cercas, empilhando feno e manejando a enxada na luta contra o mato, rastejou de
volta para casa e enfiou-se em uma banheira com água quente.
Ficou ali por mais de uma hora, acrescentando água quente para manter a
temperatura estável, cansado demais para pensar. Gostaria de dormir, mas sabia
que seria impossível. Por isso enrolou uma toalha na cintura e caminhou
descalço até a sala de estar. Disposto a não pensar em Bella e na dor que
sentia, ligou a televisão e deitou-se no sofá, apoiando os pés na mesa de
canto.
Estava tentando acomodar-se quando o telefone tocou. Assustado, correu
até a cozinha para pegar o celular sobre a mesa, o coração invadido por uma
onda de esperança.
Talvez fosse Bella.
– Alô!
– Edward? É você?
A voz conhecida foi motivo de alegria e desapontamento.
Jamais havia imaginado que um ser humano pudesse experimentar os dois
sentimentos de uma só vez.
– Vovó?
– Sim, querido, sou eu. A sra. Denali permitiu que eu usasse o aparelho
da sala das enfermeiras.
– Algum problema?
– Nenhum. Só liguei porque senti saudade de você.
Era difícil conter a emoção que assumia a forma de um nó em sua garganta.
– Também sinto sua falta, vovó.
– Hoje recebi uma visita.
– É mesmo? De quem?
– De uma jovem doce e adorável. Não consigo lembrar o nome dela, mas sei
que é sua amiga.
Não podia ser...
– Ela era loura? Delicada, frágil?
– Exatamente. É sua namorada?
– Sim. Não. É só uma amiga, vovó. Uma boa amiga.
– Devia tentar aprofundar o relacionamento, Edward. Não vai encontrar
outra moça como ela.
Apesar da dor, Edward conseguiu rir.
– Tem razão, ela é especial.
– Está se alimentando bem?
– Sim, senhora – mentiu. Não havia comido nada desde a noite anterior.
Não conseguia.
– Ótimo. Está em fase de crescimento e precisa de muita energia.
– Por favor, nem pense nisso! Se continuar crescendo, meus pés arrastarão
no chão quando eu estiver sobre a sela.
Ela riu, e o som teve o poder de agir como um bálsamo sobre seu coração
partido.
– Bem, agora tenho de desligar. Não quero abusar da bondade da sra. Denali.
– Ligue quando quiser, vovó. E diga a sra. Denali que eu pago a conta.
– Você é um bom menino, Edward.
– Amo você.
– Também amo você, querido. Boa noite.
– Boa noite.
Edward desligou e precisou de alguns instantes para engolir as lágrimas.
Depois olhou para o telefone e sentiu-se tentado a discar outro número. Antes
que sucumbisse à tentação, afastou-se da mesa e voltou à sala.
Estava se aproximando do sofá quando notou alguns papéis sobre a Bíblia
da família. Curioso, pegou-os para guardá-los entre as páginas, mas reconheceu
a caligrafia de Bella no envelope e, abandonando o outro documento, abriu-o.
Dentro dele havia uma folha de papel, e ele leu a mensagem.
Edward,
É difícil encontrar as palavras
para expressar o que vai em meu coração. Por isso, tente entender, por favor. Estou
indo embora. Não por não amá-lo. Pelo contrário.
Estou partindo porque o amo. E por
amá-lo, considero impossível permanecer aqui, vendo você sofrer, sabendo que
não vai permitir que eu ofereça o mesmo conforto e a mesma compreensão com que
me consolou quando nossos papéis eram inversos.
Embora entenda a culpa com que
convive, sei que não é responsável pela morte de sua mãe. Mas também sei que,
enquanto não for capaz de livrar-se da culpa, não será livre para aceitar o
amor que tanto quero lhe dar. Você me chamou de idiota, e suponho que minhas
atitudes passadas sirvam de base para sua afirmação. Mas não sou idiota o
bastante para continuar onde não sou desejada. Quero o final feliz de que falamos,
mas isso é impossível, há menos que haja amor de ambas as partes.
Nosso relacionamento seguirá de
acordo com a proposta original: teremos apenas um acordo comercial. Assim que o
bebê nascer, você será informado, e então tomaremos todas as providências para
que nosso divórcio se concretize.
Espero que a mensagem não assuma o
caráter frio e insensível que tanto temo. Por favor, esteja certo de que sou e
sempre serei grata pelos sacrifícios que fez por mim e pelo bebê. Como disse
antes, você é um bom homem. O melhor...
Edward fechou os olhos e apertou a carta contra o peito. Como deveria
responder? O que poderia dizer?
Nada! Droga. Amava Bella. Amava-a acima de tudo.
Mas jamais poderia revelar seus sentimentos. Ela estava certa. A culpa
que sentia pela morte da mãe estaria sempre eles. Deprimido, levantou-se para
andar pela sala, lembrando mais uma vez a horrível cena que marcara sua vida.
Por que a deixara sozinha naquele carro? Por que não deixara a porta aberta?
Por que não antecipara sua intenção?
Furioso por ainda estar pagando pelos erros do passado, amassou a carta e
atirou-a contra a parede. O papel rolou pelo chão e parou bem perto do
documento que havia estado sob o envelope, em cima da Bíblia.
Olhando para a página amarelada, Edward aproximou-se para pegá-la e parou
pouco antes de devolvê-la ao livro, tomado por uma súbita fraqueza ao
identificar o documento.
Certificado de Óbito. Texas. Condado de Smith. Elisabeth Masen Cullen.
Rapidamente, leu a causa da morte. Overdose de drogas.
– Não – murmurou confuso.
Overdose? Sua mãe havia morrido sufocada, envenenada por monóxido de
carbono. Estivera com ela no carro. Vira quando ela enfiara a batata no cano de
escapamento. Ficara sentado ao lado dela enquanto o motor produzia o gás que a
mataria.
Lembrando cada detalhe daquela tarde, sentiu o estômago rebelar-se, a
cabeça doer e a tontura ameaçá-lo, provando mais uma vez o gosto amargo do gás.
Podia ouvir os gritos do avô, sentia o impacto do golpe que o atingira no rosto
e o jogara longe.
Mas talvez...
Sabendo que era inútil, voltou à cozinha e pegou a lista telefônica que
guardava em um armário. Recusando-se a alimentar esperanças, consultou as
páginas amarelas e encontrou o número do médico legista da cidade.
– Jim? Edward Cullen. Preciso de um favor. Pode verificar uma informação
para mim?
Bella foi arrancada de um sono profundo por uma dor intensa no abdome.
Assustada, sentou-se na cama e, arfando, apoiou a testa nos joelhos
flexionados, esperando que a onda passasse. Depois respirou fundo e tocou o
ventre, tentando acalmar-se.
Havia algo de errado com o bebê. Precisava de ajuda, decidiu, lutando
contra o pânico. Tinha de ir ao hospital. Não podia perder seu bebê.
Tremendo, levantou-se devagar e deu dois passos incertos antes de
dobrar-se ao meio, tomada por uma nova onda de dor. Apoiada no sofá, tentou
respirar e sentiu um jato quente entre as pernas.
Horrorizada, viu o sangue que escorria e formava uma mancha no chão.
Desesperada, arrastou-se até a mesa onde ficava o telefone e, tentando não perder
o controle, ligou para a casa dos pais.
– Xerife Swan falando. Em que posso...
– Papai, preciso de ajuda! – ela o interrompeu chorando. – Estou
sangrando!
– Sangrando? Bella! O que aconteceu?
– Por favor, papai, venha depressa! Estou perdendo o bebê!
– Bebê! Que bebê?
Bella desmaiou antes de responder.
Edward desembarcou no aeroporto de Phoenix e alugou um carro para seguir
até Forks, onde chegou pouco depois de uma da manhã. Foi direto para o
apartamento de Bella, sem dar importâncias às regras de etiqueta ou aos bons
modos.
– Isabella! – gritou enquanto esmurrava a porta. – Abra! Sou eu! Edward!
Nenhuma resposta. Por que ela não abria, se seu carro estava na garagem?
Erguendo o punho, preparou-se para bater novamente e parou, notando manchas
escuras no chão do corredor.
Sangue!
Aflito, correu de volta ao carro alugado e partiu cantando pneus, tomando
a direção da casa dos Swan, praguejando quando não encontrou ninguém lá. A
última alternativa que tinha era o hospital local.
Depois de interrogar um comerciante no centro de Forks, descobriu que o
hospital ficava a três quarteirões da igreja onde se casara com Bella, e
estacionou numa vaga reservada para os médicos de plantão. Que guinchassem o
carro, se quisessem.
– Por favor – pediu ofegante ao localizar a recepção. – Isabella Cullen...
Swan... – esclareceu, sem saber que nome ela havia usado. – Ela está aqui?
– Sim, foi internada hoje.
– Em que quarto?
– No 112, mas o horário de visitas já terminou. Terá de voltar amanhã.
– Isto é o que você pensa! – E correu para a porta de comunicação com o
interior do edifício.
– Pare! – A enfermeira levantou-se. – Pare ou terei de chamar a
segurança!
– Chame a polícia! Os bombeiros! Chame quem você quiser – ele respondeu
sem se deter.
Não foi difícil localizar o quarto 112, mas, diante da porta fechada, Edward
hesitou. Talvez devesse ir embora e voltar no dia seguinte. Talvez devesse
esquecê-la...
Era inútil. Determinado, tocou a maçaneta para abrir a porta, mas foi
detido por uma enfermeira.
– Lamento, senhor, mas o horário de visitas terminou.
– Sim, eu sei, mas... Isabella está aqui?
– Sim, mas não pode vê-la agora.
– Os pais dela estão no quarto?
– Não. Partiram há cinco minutos.
– O que aconteceu? Como ela está?
– Vai ter de conversar com o médico para obter informações sobre a
paciente, senhor.
– Onde posso encontrá-lo?
– Agora? – ela riu. – Na casa dele. Na cama, certamente. Edward deu um
passo na direção da jovem.
– Escute aqui, minha esposa está dentro daquele quarto, e quero saber o
que aconteceu com ela. Por que está aqui. Vai me ajudar, ou prefere que eu
localize o médico e explique a ele que fui forçado a procurá-lo porque o corpo
de enfermagem é negligente, relapso e...
– Por favor, senhor, mantenha a calma. Sua esposa sofreu uma ameaça de
aborto.
– Aborto?
– Fale baixo. Temos pacientes tentando dormir, e todos precisam
descansar.
Tentando recuperar a calma que perdera ao ver o sangue na porta do
apartamento de Bella, Edward passou a mão pelo rosto.
– Por favor, diga que ela não fez um aborto.
– E claro que não! O quadro é espontâneo, normalmente provocado por
stress severo.
Ele cerrou os punhos, consciente de que o stress sofrido por Bella era
sua culpa.
– E o bebê? – perguntou. – Está bem?
– Só o médico pode responder a essa pergunta, mas a hemorragia foi detida.
E os exames revelaram batimentos cardíacos normais por parte do feto.
– E Bella? Ela vai ficar bem? – Era difícil conter as lágrimas.
– Está fraca por conta da perda de sangue e bastante abalada, mas o
médico aplicou um sedativo e agora ela está repousando.
– Preciso vê-la.
A enfermeira abriu a boca com a intenção de protestar, mas não disse
nada. Depois virou-se de costas.
– Se alguém entrar em um quarto quando eu não estiver olhando... – E
afastou-se.
Edward murmurou uma frase breve de gratidão e abriu a porta, fechando-a
sem fazer barulho antes de aproximar-se da cama. A luz proveniente de uma
pequena luminária na parede era suficiente para que identificasse o corpo
imóvel de Bella. E ela parecia ainda menor e mais frágil naquela cama.
Com o coração disparado e os olhos fixos no rosto pálido, segurou sua mão
e inclinou-se para beijá-la na testa.
– Sinto muito, Bella. De verdade – sussurrou emocionado. Ela se moveu e
gemeu. – Shhh – ele a acalmou, afagando os cabelos . – Tudo vai ficar
bem. Estou aqui.
– Edward....
– Sim, docinho. Sou eu.
Os dedos apertaram os dele.
– O bebê...
– Continua no mesmo lugar.
– Graças a Deus! – O suspiro aliviado foi acompanhado por algumas
lágrimas. – Senti tanto medo...
– Eu sei, docinho. Eu sei.
– Edward?
– Hum?
– Abrace-me.
Ele hesitou um instante antes de acomodar-se ao lado dela. Erguendo sua
cabeça do travesseiro, passou um braço sob os ombros delicados e o outro em
torno de sua cintura, formando um escudo protetor com o próprio corpo.
– Vai ficar comigo, não vai?
– Pode estar certa disso. Agora durma. – E beijou-a na testa mais uma
vez. – Durma.
5 comentários:
nossa que capitulo maravilhoso,e sempre com gostinho de quero mais.
Parabens pela fanfic
ameiii maravilhoso ;)
ÓTIMO... E MUITO ENVOLVENTE, NÃO DA VONTADE DE PARA DE LER!!!
A cada capitulo lido a gente fica anciosa pelo próximo.
Chorei muito cm ese capitulo .. Parabens bjuculos
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