Confiram a maravilhosa crítica feita pela Natália Bridi do Omelete:
Li On The Road pela primeira vez não muito depois de ter mudado para Porto Alege. Eu tinha acabado de começar a faculdade de jornalismo, ainda incerta sobre os rumos que queria tomar. Da leitura de uma edição da coleção L&PM Pocket, impulsionada pela empolgada introdução do tradutor Eduardo Bueno, veio a descoberta dos Beats, principalmente Allen Ginsberg, do jazz, e de um gosto novo por ler, escrever, ver, descobrir.
Essa é a grande qualidade do livro de Jack Kerouac, a de despertar. Escrito em 1951, a lenda coloca a prosa espontânea parcialmente autobiográfica em um rolo de papel de quase 40 metros, datilografado ao longo de três semanas sob os cuidados de muito café (adoçado com benzedrina) e acompanhado por uma rádio de Bepop (o estilo de jazz frenético nascido da década de 40 que combina improvisação e virtuosismo). A publicação veio apenas em 1957, após inúmeras tentativas frustradas e um longo processo de edição, se transformando não apenas em um marco da Geração Beat – aquela que experimentou, liberou sexualmente, flertou com o budismo, rejeitou o materialismo e transformou a sociedade contemporânea, tornando possíveis muitas das liberdades básicas que desfrutamos hoje -, mas em um acontecimento importante de muitas vidas ilustres, como as de Bob Dylan, Hunter S. Thompson, Tom Waits, Jim Morrison, Francis Ford Copolla, Johnny Depp e do diretor brasileiro Walter Salles.
É desse respeito, dessa noção de antes e depois causada pelo livro de Kerouac, que nasce o Na Estrada de Salles. A versão para o cinema da história de como o alucinado vagabundo de Denver, Dean Moriarty (Garrett Hedlund), mudou a vida de Sal Paradise (Sam Riley), se apresenta orgânica, fiel e inspirada. Da fotografia bela e certeira do francês Eric Gautier (Diários de Motocicleta, Na Natureza Selvagem), da escolha da trilha sonora, ora frenética pelo jazz, ora melancólica como o blues, às atuações de um elenco que se manteve fiel ao projeto por oito anos, o filme é resultado prático do despertar causado pela leitura de On The Road.
Leia o resto da resenha de Natália Bridi no Omelete clicando aqui.
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