Decifrando Amanhecer.
LOS ANGELES – um casamento adolescente e lua de mel, uma gravidez de meio-vampira, um violento nascimento — e isso é apenas a primeira parte do conto.
O diretor Bill Condon sabia que trazer o romance juvenil de Stephenie Meyer, Amanhecer, para a telona significava vagar por alguns temas seriamente intensos não tradicionalmente vistos em um filme com censura 13 anos.
Enquanto ele fazia seu caminho através do livro como preparação para filmar A Saga Crepúsculo: Amanhecer — parte 1, que estreou à meia-noite de quinta-feira, ele ficou impressionado com o número de pontos no enredo a que ele se refere como “questões delicadas”.
“Eu lia e pensava, ‘Uau, tanta coisa acontece nesta história,’” diz Condon. “Ele certamente não joga seguro. Foi assustador”.
Felizmente, o vencedor do Oscar (pelo roteiro de “Gods and Monsters”) encontrou palavras de inspiração para a sua primeira incursão no mundo da ficção teen.
“Houve uma idéia muito consistente que continuava a aparecer”, diz ele. “Não o enfraqueça. Há algo louco e intenso sobre este livro e você só tem que aceitar”.
O quarto e último livro Crepúsculo de Meyer está a 163 semanas na lista de livros best-seller do USA TODAY desde o seu lançamento em 2008. Condon espera que a legião de fãs “Twi-hard” também abrace o fechamento da série de filmes de grande sucesso, que foi dividido em dois (a parte 2 será lançada em novembro do próximo ano).
“Este foi o maior livro,” diz Condon. “Não sinto como se eu fizesse dois filmes, sinto que fiz um capítulo final realmente muito longo. Teria sido dada pouca atenção a ele se fosse feito em um filme.”
A série de filmes de romance vampiro provou ser uma força monstruosa em bilheteria, com os três filmes anteriores (Crepúsculo de 2008, Lua Nova de 2009 e Eclipse de 2010) ganhando um montante de $791 milhões. Mas os fãs do filme podem ser inconstantes. Amanhecer — Parte 1 será um indicador claro para ver se eles ainda estão sentindo a paixão pelo triângulo amoroso entre o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson), a humana Bella Swan (Kristen Stewart) e o lobisomem Jacob Black (Taylor Lautner).
Keith Simanton, editor executivo do banco de dados de filme do IMDb.com, diz que filmes a estrear tais como Jogos Vorazes de 2012, estão tomando a atenção on-line do fenômeno Crepúsculo. Ele diz que “Se isso se traduz no controle do mundo real, nós apenas teremos de ver. Vamos descobrir neste fim de semana se esta série envelheceu bem ou mal”.
Condon, 56, sentando-se em um sofá em um escritório escassamente decorado no antigo estacionamento da Warner Bros., insiste que não sentiu qualquer diminuição no entusiasmo enquanto os fãs dissecavam cada movimento seu. A atenção tem sido tão grande que, quando um trabalhador sobe uma escada para limpar sua janela, Condon brinca que é um Twi-hard espiando ele.
Ele diz que “Certamente houve muitos olhos em você direto desde o início, já que as pessoas se importam tanto com isso. É ótimo. Mas há a sensação de que você não pode estragar isso para eles”.
Cerveja e Debate
Condon reuniu-se com estrelas do filme para saber sobre suas experiências com Crepúsculo. A primeira reunião de pizza e cerveja com Pattinson na casa temporária do ator em LA começou lentamente.
“Passamos provavelmente metade da conversa tentando descobrir exatamente como fazer o pedido no Domino’s”, Pattinson diz timidamente. “Eu não sabia qual era meu próprio endereço”.
Pattinson, 25, teve de procurar seu empresário para pedir seu próprio endereço. Mas uma vez que a comida chegou, as bebidas fluíram (“Tomamos muitas, muitas cervejas,” diz Condon), assim como as idéias.
“Bill foi sensível ao fato de que todo o elenco basicamente cresceu junto,” diz Pattinson. “Ele queria estar na mesma sintonia que todo mundo”.
Condon também desenvolveu uma estreita relação de trabalho com a roteirista Melissa Rosenberg, que tem escrito todos os roteiros de Crepúsculo. Ela chama de “a melhor colaboração de minha carreira”.
“Esse filme realmente teve as grandes cenas,” diz Rosenberg. “Você tinha de fazê-las certo ou enfrentar a pena de morte dos fãs”.
Especialmente grande foi o casamento de Edward e Bella, que teve seus desafios na primavera do noroeste do Pacífico.
“É sempre difícil interpretar vampiros que não deveriam sentir frio,” diz Pattinson. “Estava congelante. Eu estava vestindo um smoking completo com almofadas de aquecimento em todas as camadas.”
Enquanto o set de filmagem na floresta fosse impressionante e o vestido Carolina Herrara de Stewart fosse divino, houve outros problemas para Condon.
“Estava chovendo, havia um helicóptero com paparazzi. Parecia que iria levar a magia embora,” diz ele. “Mas o helicóptero foi embora, o sol saiu e Kristen andou pela nave. Foi mágico”.
A fagulha de verdade na cena, de acordo com Condon, foi a reação de Stewart ao ver Pattinson no altar.
“As pessoas sempre dizem que quando você põe o vestido e a noiva brilha,” diz Condon. “Mas Kristen segurou seu brilho até que viu Rob. E, então, foi como se uma luz acendesse”.
Enlouquecendo sobre a cena de sexo.
Pattinson estava especialmente preocupado em trabalhar na cena da lua de mel com Stewart, 21. A consumação da relação, que tem sido mostrada nos três filmes anteriores, foi difícil de tratar.
“Quando há tanta expectativa sobre uma cena de sexo, os atores meio que enlouquecem,” diz Pattinson. “Ninguém quer sentir como se estivesse fazendo pornô ou algo do tipo”.
Mas Condon guiou o casal por todo o processo e discutiu cada tomada em detalhe, atenuando as preocupações.
“Todo mundo estava tão aterrorizado sobre filmar, que se tornou meio que fácil,” diz Pattinson. “Eventualmente chega ao ponto onde você está simplesmente meio que está saturado e não sente qualquer expectativa”.
As cenas resultantes são intensas mas “não gráficas”, ele insiste. Pattinson diz que os closes em seu rosto e no de Stewart durante a cena de amor ajudaram a capturar os aspectos emocionais, em vez dos físicos. Mas filmá-los foi “estranho”.
“É meio difícil capturar essa expressão crucial em um close inteiro sem parecer um idiota,” diz Pattinson. “No filme, você realmente não percebe o constrangimento final e absoluto de quando estávamos filmando estas cenas.”
Outro choque: lidar com relacionamento de Jacob com a filha pequena de Bella e Edward, Renesmee. Black eternamente se liga a menina, após seu nascimento, em um processo chamado “imprinting”. A cena precisou de um tratamento cuidadoso. Condon diz que andou na linha para descrever claramente Jacob como “protetor” da criança.
“Ele está se apaixonando,” diz Condon. “Mas não chega a ficar nada íntimo”.
A cena enfatizou que Jacob poderia imaginar uma versão mais velha do bebê.
Rosenberg, diz: “O objetivo sempre foi mantê-lo espiritual, em vez de físico. Caso contrário, iria ficar muito estranho.”
O clímax do filme centra-se na experiência de quase-morte de Bella no parto e as tentativas de seu novo marido de revivê-la injetando seu veneno vampiro em todas as partes do seu corpo. Condon deixa o sangue fluir durante a cena do parto.
“Suas raízes de horror realmente estavam começando a aparecer,” diz Rosenberg. “Eu não achei que teríamos Edward mordendo a placenta, mas Condon disse, ‘obviamente teremos ele mordendo a placenta."
Cena aprovada pela autora.
O diretor ficou impressionado com a maturidade de seus jovens atores em lidar com os aspectos emocionais da cena. Até mesmo o brincalhão Pattinson estava mortalmente sério enquanto se preparava para canalizar os sentimentos de potencialmente perder sua esposa na tela.
“Rob normalmente tem esse senso de humor onde ele ri de tudo,” diz Condon. “Mas não naquele dia. Era como se ele estivesse se prendendo ao que ele iria sentir se perdesse Kristen.”
Meyer, perto para assistir as filmagens, ficou tocada. “Havia pessoas chorando assistindo a cena”, diz ela. “Você podia realmente vê-lo perdendo a pessoa mais importante para ele.”
Mesmo depois de encerrar o filme, Condon não terá a oportunidade de respirar. Ele já está trotando pelo mundo em uma turnê de publicidade, e, em seguida, estará novamente em estúdio para continuar editando a parte 2. Ele espera concluí-la no próximo verão (inverno aqui no Brasil).
Mas ele foi capaz de ver a parte 1 em meio a uma multidão de mais de 5.000 pessoas durante sua estréia mundial na noite de segunda-feira, sua primeira oportunidade de obter uma reação dos fãs. As exclamações freqüentes do público foram um sinal de que o diretor havia atingido a marca. Rosenberg encontrou um animado Condon quando os dois saíam do cinema.
“Bill estava, ‘funcionou, não é? Todas as coisas que nós estávamos preocupados. Todas eles funcionaram,’” Rosenberg lembra. “Ele ficou tão satisfeito. Estávamos ambos mais do que um pouco tontos”.
1 comentários:
“Rob normalmente tem esse senso de humor onde ele ri de tudo,” diz Condon. “Mas não naquele dia. Era como se ele estivesse se prendendo ao que ele iria sentir se perdesse Kristen aaaaahhhhhhhhhh quase morri quando li isso
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