FANFIC "DE FRENTE PARA O CRIME" - CAPÍTULO 11!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 11° capítulo de "De Frente para o Crime". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.

CAPÍTULO 11 - A ÚLTIMA VINGANÇA

Bella Pov

Eu não queria dizer nada. Não queria chatear Edward. Mas eu estava apreensiva. Eu sempre ficava assim toda vez que Edward se arriscava. Ele agora olhava atentamente o folder sobre a próxima exposição de obras de arte. Estava tão quieto e compenetrado que nem parecia que eu estava ao seu lado. Achei melhor nem perguntar nada. Provavelmente ele não me diria. Meu medo maior era que Jacob estivesse à espreita, o que era bem provável.

Suspirei e levantei-me da cama.Ha mais de um mês nos encontramos com Jacob no restaurante enquanto comemorávamos nosso noivado. E desde então eu vivia sempre com um pé atrás sempre que Edward saía sozinho. Como se eu pudesse protegê-lo de tudo.

Fui até a cozinha preparar um lanche. Passava um pouco das três da tarde de sábado. Edward e eu passamos a manhã inteira na cama. Saímos apenas para almoçar e voltamos em seguida.Eu tinha certeza que isso devia-se ao fato de estar planejando alguma coisa para a exposição que aconteceria no dia seguinte.

O que me impressionava era o fato de Edward planejar alguma coisa tão em cima da hora.

Estava tão distraída que não percebi quando Edward entrou na cozinha. Abraçou-me por trás, beijando meu pescoço.

- Por que saiu do quarto?

- Vim preparar alguma coisa pra gente comer. Pensei que não iria perceber minha ausência.

- Desculpe-me. Deixei você sozinha.

- Não estou reclamando. É que estava tão distraído que pensei realmente que não iria notar.

- Eu sinto o vazio quando não está por perto, Bella.

Girei meu corpo ficando de frente pra ele e abraçando sua cintura. Coloquei minha cabeça em seu peito.

- Serei sincera, Edward. Eu morro de medo toda vez que você vai...fazer essas coisas.

- Por que,amor? Ha quanto tempo estou nessa vida? Mas sinceramente... eu já estou decidido a me afastar dessas coisas. Pode ficar tranquila, meu anjo. Como sempre voltarei intacto.

- Deixe-me ir com você, Edward.

- De forma alguma. Ficou doida?

- Se não tem riscos...

- Bella...

Ele foi interrompido pelo toque da campainha.

- Está esperando alguém?

- Não.

Foi até a sala e abriu a porta. Jasper e Alice estavam ali para fazer uma visita.

- Que surpresa. Entrem.

Alice me abraçou e depois Jasper fez o mesmo.

- Não estamos atrapalhando nada?

- Claro que não. Estava preparando alguma coisa para comermos.

- Eu precisava falar com você, Edward.

Edward franziu o cenho. Jasper parecia nervoso e Alice da mesma forma. Eu já podia imaginar do que se tratava. Pensei que Jasper tivesse mudado de idéia, mas parecia que não.

- Algum problema, Jasper?

- Não exatamente um problema. Bem, eu estive pensando que o Jacob irá tentar de tudo agora para pegar você...inclusive jogar sujo. Além da raiva que sente de você ..agora tem a Bella. Eu acho que deveria fingir arrependimento e voltar para o FBI.

Edward levantou-se imediatamente.

- De jeito nenhum. Ele não é bobo, Jasper. Eu conheço Jacob ha anos...não é bobo. Isso está completamente fora de questão.

- Mas Edward...pense bem. Eu posso descobrir os passos dele.

- Eu sei os passos dele, Jasper. Ele simplesmente colocará seus homens em todas as exposições de arte, inclusive na de amanhã. Eu sempre o despistei quando ia para fora do pais. Era como se eu embarcasse para um lugar e na verdade estava em outro. Mas não direi como fazia isso. Mas dessa vez... eu irei pegar o Jacob.

Olhei para Edward, alarmada. Ele estava planejando algo. Agora eu podia ver em seus olhos.

- Edward... o que está planejando? Por que não medisse nada?

- Confie em mim, Bella. Dessa vez eu derrubo Jacob Black e o tiro de vez do meu caminho.

Minhas pernas tremeram. Jacob podia ser ordinário quando queria. Já o vi se valer de meios nada adequados para o cargo que ocupa. Dizendo claramente: ele não tem escrúpulos.

- Alice..pode me ajudar a preparar alguma coisa? Deixe Jasper e Edward conversarem.

Alice seguiu comigo para a cozinha. Minhas mãos tremiam ao pegar os ingredientes para preparar um café.

- Está temendo por Edward, não é?

- Você não conhece Jacob como eu, Alice.

- Claro que conheço. Ha anos Edward fala dele. Sei que não vale nada. Só por ter deixado o amigo morrer cruelmente...

- Ele é bem pior que isso,Alice. Ele mente, joga sujo...

-Edward é muito mais esperto que imagina,Bella. Meu Deus...pense bem...quantas vezes ele agiu em exposições altamente seguras...e saiu ileso?

- Você...você sabe como ele age, Alice?

- Sabe que já me perguntei isso um milhão de vezes? Se tem um segredo guardado a sete chaves...é esse.

- Eu também já pensei milhares de coisas. Cada uma mais absurda que a outra.

- Bella, o importante é: Edward sabe o que faz. Confie nele e tudo ficará bem.

Voltamos para a sala e encontramos Jasper e Edward conversando descontraidamente. E para minha surpresa falavam sobre casamento.

- Que lindo...dois homens falando sobre casamento.

Coloquei a bandeja sobre a mesa e peguei a mão que Edward estendia para mim, sentando-me em seu colo.

- Estou falando o quanto estou louco para me casar com essa mulher, Alice.

Beijei sua boca sem me importar com o outro casal. Ouvir isso de Edward, embora eu já soubesse, era sempre muito bom.

- Eu também, Edward. É o que mais quero.

Passamos o resto da tarde jogando conversa fora e nos divertindo com as histórias que Alice contava sobre a infância deles. Até consegui me esquecer um pouco do que viria no dia seguinte. 

-Não gosto de ver esse rostinho assim...

Edward falou assim que Alice e Jasper se foram. Pegou-me pela mão seguindo para o quarto.

- Não consigo deixar de pensar, Edward. Sinto muito.

- Eu já te disse que irei me cuidar. Venha tomar um banho comigo. Está precisando relaxar.

Entretanto nem mesmo o banho morno, as mãos de Edward em meu corpo e a intensa noite de amor que ele me proporcionou foram suficientes para aquietar meu coração.

E me decidi que no dia seguinte, sem que Edward soubesse, eu estaria naquela exposição.

Mas Edward era esperto. Ou, como ele dizia, eu era um livro aberto. 

No dia seguinte enquanto ele se vestia, eu o observava deitada na cama.

-Nem pense em fazer o que está pensando, Bella.

- Não estou pensando nada.

Edward veio ate a cama e me beijou

- Vou repetir. Nada irá me acontecer. Quando menos esperar, estarei de volta.

- Promete?

- Prometo. 

Acreditei nele. E mudei de ideia. Era incrível seu poder sobre mim. Ou talvez nem fosse isso. Eu confiava plenamente em nosso amor. E sabia que Edward sempre cumpria o que prometia. Pelo menos até hoje. 

Edward POV

Eu odiava deixar Bella angustiada dessa forma. Mas era inevitável. E por mais que eu fizesse, ela sempre ficaria com aquelas desconfianças e medo de que algo ruim viesse a me acontecer.

Entretanto, isso logo teria fim. Hoje eu colocaria Jacob em seu devido lugar e jogaria sua reputação no lixo.

-Posso esperar você?

-Pode e deve. Trarei... algo pra você. E obviamente vou querer uma recompensa.

Bella sorriu e se enroscou em mim, feito uma gata no cio.

- Fazer isso comigo é covardia.

-Por que?

-Porque vou querer ficar e não posso.

-Claro que pode.

Apertei de leve a ponta de seu nariz antes de beijá-la.

-Valeu a tentativa,sua pilantra.

Dei um último beijo nela, estreitando-a em meus braços.

-Durma um pouco. Quando acordar já estarei de volta.

Sai de casa, mas com um peso no coração. Mais por Bella que por qualquer outra coisa. Enquanto ela não me visse de volta são e salvo, não conseguiria relaxar.

E eu estava disposto a não me demorar. Já tinha em mente qual quadro eu queria, então era só agir.E esperar pela queda do Jacob.

Cheguei ao local da exposição um pouco depois de ter sido aberta ao público. Entrei sem olhar para os lados, mas minha visão periférica registrava tudo ao meu redor, inclusive alguns homens do Jacob. E qual não foi minha surpresa ao reparar que havia alguns policiais por ali. Jacob realmente estava confiante. Que pena. Seu fim seria lamentável. Ajeitei o chapéu na cabeça e tomei a direção oposta ao local onde se concentravam a maioria dos homens do FBI. O chapéu, além de ser usado pela quase maioria dos homens presentes, ainda disfarçaria meus cabelos rebeldes.

Fui direto procurar o responsável pela exposição.

-Senhor Forbes?

-Pois não?

O homem baixo e calvo olhou-me com curiosidade.

-Edward Cullen...muito prazer.

-Ah..prazer Senhor Cullen. Foi o senhor que entrou em contato,não foi?

-Sim. Eu mesmo. E então, aceitou minha proposta?

- Obviamente que sim. O valor que o senhor me ofereceu está um pouco acima do que tinha fixado.

-Ótimo. Poderemos ir a um lugar mais tranquilo?

Acompanhei o senhor Forbes até uma sala privativa.

- Fiquei surpreso com sua ligação, senhor Cullen.

-Eu pretendo dar esse quadro de presente à minha noiva. Não queria arriscar a ficar sem ele.

-Deve amar muito sua noiva. Um presente de milhões de dólares.

Dei de ombros.

-Vamos fazer o negócio? Estou com um pouco de pressa.

- Perfeitamente.

-Eu tenho apenas uma condição, senhor Forbes.

-Qual?

- Gostaria que omitisse a informação da venda desse quadro, pelo menos por algumas horas

- Por mim, não há problemas.

Sorri, satisfeito enquanto assinava o cheque. Peguei o recibo da compra do quadro e mais alguns documentos relativos a ele. Enquanto isso o senhor Forbes me entregava o quadro que não tinha sequer ido para ser exposto.

Essa seria uma armação perfeita. Assim que todas as janelas que ocultavam os quadros fossem abertas... o famoso Renoir não estaria lá. E Jacob entraria em ação... direto para o fundo do poço.

-Meus parabéns, senhor Cullen. Foi uma excelente escolha.

-Obrigado senhor Forbes...por atender ao meu pedido.

-Espero fazer negócios novamente com o senhor.

-Com certeza.

Sai da sala privativa, fazendo questão de esquecer meu chapéu por lá, assim Jacob me veria mais facilmente. Percebi que as janelas já estavam abertas... então era hora de partir. Lancei um olhar meio de lado, notando que alguns homens já haviam percebido o volume sob meu braço. Andei tranquilamente até meu carro para dar tempo de a ausência do quadro ser notada. Dei um tempo e abri a porta do carro, colocando o quadro sobre o banco traseiro.

-Senhor Cullen?

Meu corpo retesou-se ao reconhecer a voz. Girei meu corpo e encarei Jacob.

-Pois não?

Homens do FBI e policias estavam à minha volta.

- O senhor está preso.

- Preso? E existe motivo para isso?

-Está preso pelo roubo do Bal Au Moulin de la Galette, de Renoir.

- Eu roubei? O senhor tem noção da ofensa que está me fazendo?

Ele nem pareceu ouvir.

-Homens...podem levá-lo.

-Edward...

Eu fechei meus olhos ao ouvir aquela voz. O que aquela maluca estava fazendo aqui?

Bella saiu abrindo espaço entre os homens e parou ao meu lado.

-Edward, meu amor... o que estava acontecendo?

-O que está fazendo aqui?

Falei entredentes.

-Senhor Cullen...terá direito a um advogado e...

-Vocês é que irão precisar de um advogado. Onde já se viu me acusar assim?

Os homens me empurraram e eu mais que depressa protegi Bella com meu corpo. Abriram meu carro pegando o quadro no banco do carro. Algumas pessoas, inclusive fotógrafos se aproximavam, curiosos.

-Aqui está a prova do crime, senhor Cullen.

-Crime? É crime gostar de arte e comprar uma?

Peguei o recibo e os documentos e balancei à frente deles.

Jacob olhou e empalideceu, mas não perdeu a pose.

-Isso é falso. Confirmei que nenhum quadro foi vendido ainda.

-Por que não conversa com o senhor Forbes?

Bella tremia abraçada ao meu corpo. Retirei meu casaco e obriguei-a a vesti-lo.

-É o que farei. Homens...olho nele.

Jacob se afastou e só então olhei diretamente pra Bella.

-Deveria castigá-la por isso.

-Desculpe-me, Edward. Não consegui me controlar.

Em menos de dez minutos Jacob voltou com um assustado senhor Forbes em seu encalço.

-Senhor Cullen, o que houve?

Jacob empalideceu novamente.

-Estou sendo acusado de roubo.

- QUE ABSURDO. ISSO É ABUSO DE PODER. FIQUEM SABENDO QUE O SENHOR CULLEN NEGOCIOU DIRETAMENTE COMIGO.

Ele berrou com raiva.

-Mas como? Meus homens verificaram e foi confirmado que nenhum quadro foi vendido ainda.

-Isso foi um acordo entre o senhor Cullen e eu.

Só então Jacob pareceu entender que havia caído numa cilada. Suas narinas inflaram e ele ameaçou avançar sobre mim. Eu falei alto.

- Olhem só...além de calúnia e difamação terei que processá-lo por agressão?

O silêncio foi constrangedor. Entretanto a coisa ficou pior quando o superior imediato do Jacob apareceu. O senhor Forbes se encarregava de dar sua versão.

Bella apertou levemente minha mão.

-Já estamos indo,amor.

Levou muito tempo para finalmente ficar tudo esclarecido. Falei bem baixo para que apenas Jacob ouvisse.

-Viu só, Jacob? Um plano simples, quase infantil...e você caiu feito um pato. Acho que seu ego falou alto demais.

Ele não teve tempo de responder. Seu superior parou ao nosso lado.

-Senhor Cullen...sinto muito. Foi um engano e...

-Eu sinto muito... afinal eu fui humilhado. Foi um ultraje à minha integridade. Podem esperar que amanhã mesmo entrarei com um processo contra vocês.

-Senhor Cullen...

-Agora se me dão licença... minha noiva precisa descansar.

A cara do Jacob ficou púrpura e pensei que teria um infarto ali mesmo.

Agradecei ao senhor Forbes e entrei com Bella no carro, dando a partida em seguida.

-Edward, me desculpe.

-Tudo bem. Já passou.

Bella segurou minha mão e me encarou.

-Você planejou isso tudo? Sozinho?

Dei um sorriso de orelha a orelha.

-Sim, meu amor. Foi minha última vingança...pelo meu amigo Alec.

Eu disse a última vingança porque fatalmente Jacob seria motivo de chacota e com certeza sairia do FBI. Eu não tinha mais nada a fazer.

Ali terminava minha vida no mundo do crime.