FANFIC "UM AMOR INESQUECÍVEL" - CAPÍTULO 9!

Hoje vamos curtir o 9° capítulo de "Um Amor Inesquecível". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.




CAPÍTULO IX

O que Edward estava fazendo ali? Bella sentiu os lábios ressecarem. Ele deveria estar lon­ge, no leste. No entanto, viera participar da reunião, mais atraente do que nunca. Com as costas apoiadas contra a parede, os pés cruzados nos tornozelos, e usando um chapéu preto, parecia o Edward de que ela se lembrava.

O Edward  pelo qual se apaixonara.

Um murmúrio coletivo se seguiu à declaração do médico. Não havia uma única pessoa presente que não soubesse da recusa ferrenha de Edward a colaborar na festa.

— Não é justo, doutor, zombar de nós dessa forma — Angela protestou. — Eu já me cansei de pedir a Edward para aceitar o papel do pistoleiro ou qualquer outro. Eu lhe daria até mesmo o de Amy!

O médico não pareceu se ofender com a reprimenda.

— Tente mais uma vez. Tenho um forte pressentimento de que o sr. Taggart reconsiderará sua decisão.

A sala entrou em erupção. A figura de Edward ficou oculta conforme os presentes o rodeavam. Da próxima vez que Bella o viu, ele estava avançando para o palco, em largas passadas.

— Tenham calma! Parece, companheiros, que terei de me inclinar à vontade de vocês! Se acreditam realmente que sou a pessoa indicada, estou disposto a...

— Espere um minuto. — Bud Williams subiu ao palco com ar beligerante. — Se está pensando em ficar com o papel do xerife Jack, esqueça.

Edward ergueu os braços para silenciar a plateia.

— Bud, meu velho colega, eu não sonharia em arruinar sua única chance de se tomar um herói. O papel que tenho em mente é o do pistoleiro misterioso.

Foi a vez de Bella se levantar e protestar.

— Nesse caso, eu me demito!

Atuar ao lado de Edward Cullen? Ser beijada por ele diante de toda a cidade? Preferia morrer!

Mas antes que pudesse manifestar sua decisão, Edward estava ao lado dela, segurando-lhe as mãos.

— Vai dar certo, Isabella. Confie em mim.

Bella  se recusou violentamente.

— Não! Não basta você ter arruinado minha vida? Quer me fazer de tola, também?

As sobrancelhas de Edward se contraíram.

— É isso o que pensa que estou fazendo?

— Sim! — Ela tentou se desvencilhar. — Por que voltou? Não acha que já me feriu o suficiente?

Por um momento ele apenas fitou-a. Em seguida suspirou e soltou-a.

— Alguém nesta sala exerce alguma influência sobre esta jovem? Caso contrário, estaremos diante de outro problema.

Ele voltou para o palco e para perto de Angela.

Assim que deu voz à sua indignação, Bella se arrependeu. Sabia que não haveria meios de sustentar sua posição. Não havia tempo para uma substituição. Por outro lado. como teria condições de atuar ao lado de Edward?

As cenas eram íntimas demais. Os momentos partilhados com Harry haviam sido puramente mecânicos. Com Edward, adquiririam um novo significado. Talvez a tensão entre eles, na vida real, viesse a contribuir para o realismo da inter­pretação, mas a que custo?

E quanto ao relacionamento entre Edward e Bud? Os dois personagens teriam uma série de encontros físicos; alguém não escaparia ileso!

Apesar de todos esses pensamentos sombrios, Bella não os apresentou à plateia que implorava por sua reconsideração. No final, como não. poderia deixar de ser, ela teve de ceder.

Acertado o elenco, Edward tornou a falar.

— Acabo de conferenciar com nossa diretora e ela me pediu para lhes informar que haverá algumas alterações no texto. Pretendemos injetar uma dose de realidade no enredo.

— Mas... não há tempo! — Foi o protesto geral.

— Não se preocupem. Apenas a participação do xerife Jack e do bando serão modificadas.

Enquanto Edward se afastava com os "bandidos" para um canto mais sossegado, Bella foi ao encontro de Angela.

— Pelos céus, Angela, o que está havendo?

— Ele tem provas, Bella — Angela desabafou.

— Provas de quê?

— De que vínhamos contando a história de forma errada. Eu não podia negar as evidências trazidas por um Cullen-Taggart, não acha?

— Por que não? Não é um pouco tarde demais para alterações? E quem conseguiu as tais provas, afinal?

— Carlisle. Edward  já havia discutido comigo a respeito. Sabia que a história não estava sendo exibida de maneira fiel e era por isso que se recusava a participar. Eu afirmei que faria as devidas alterações, caso ele provasse a verdade, e ele provou. Não tenho outra escolha.

— O que foi que fizemos de errado até "agora? — Bella quis saber.

— Edward lhe dirá.

Bella olhou na direção do grupo. Pelo grito de Bud, en­tendeu que as modificações o afetariam e muito.

— Não! Não foi assim que aconteceu! Todos sabem...

Edward comentou alguma coisa e Bud se calou. Após alguns minutos, o grupo se dissipou.

— Obrigado por ficar aguardando. — Edward lhe sorriu.

— Temos muito o que conversar.

— Não, não temos. Não somos parentes, nem amigos, nem... — Ela mordeu o lábio.

— Nem namorados?

Bella endireitou os ombros, furiosa com o rubor que sentiu lhe subir pelas faces.

— Eu queria dizer... Oh, não importa o que eu queria dizer. Fiquei esperando para saber notícias sobre Carlisle.

— Ele ficou no leste, curtindo o bisneto.

— E você, quando chegou?

— Anteontem.

— Eu não imaginava.

— Porque se mudou do rancho.

Ainda bem, Bella pensou. O que seria dela, sozinha com Edward ?

— Suas idas e vindas não me interessam. Só concordei em continuar na peça por causa de Angela e da cidade. Pode me dizer que mudanças são essas que pretende fazer?

— Mudanças que trarão a verdade a tona. Será uma sur­presa.

— O que diz não faz sentido. — Ela o encarou, desconfiada. — A história toda gira em torno de Amy. Como poderei atuar sem ser informada sobre o novo enredo?

— Faça o que ensaiou e siga seus instintos. Confie em mim.

— Prefiro confiar em uma cobra, Edward Cullen!
— Você nunca me perdoará, não é? — Ele segurou-lhe o queixo e penetrou no fundo de seus olhos.

Uma sensação de calor se espalhou pelo corpo de Bella . Deveria repelir o carinho. Edward estava apenas se divertindo com a estrela do show. Ela precisava se proteger.

Com um gemido, virou o rosto e os lábios de Edward  pousaram em seu rosto.

—Não! — ela sussurrou. — Por favor! 

Ele segurou sua cabeça com ambas as mãos e a obrigou a encará-lo.

— Você não está sendo sincera. Não sabe por que eu voltei?

— Por orgulho. Com a aparição em cena, no último mo­mento, se transformou no herói local.

Edward franziu o cenho.

— Você está querendo me agredir. Eu não seria capaz de um comportamento tão baixo.

É exatamente isso o que penso. Você quis provar que sempre — consegue o que quer, mesmo que, para isso, tenha de manipular as pessoas e obrigá-las a tomar decisões das quais se arrependerão pelo resto da vida.

— Está se referindo a Carlisle ou a si mesma?
Pensara em Carlisle, mas a resposta também se aplicava a ela, Bella admitiu.

— Fique longe de mim, Edward Cullen-Taggart! Não quero nada com você! Após o festival, espero nunca mais vê-lo na minha frente.

— Isso me dá uma semana para fazê-la mudar de ideia.

— Nem pensar! O Blake original teve mais chance com Amy, do que você tem comigo. E ele acabou morto no meio da rua!

Domingo, o primeiro dia

A população de Showdown, em trajes da época, ocupava a rua principal, dando início à festa. Em cada extremidade da rua, havia cartazes com o nome da cidade, Jones, e o ano de 1876.

Todas as evidências de modernidade haviam sido afas­tadas. O tráfego, principalmente, havia sido desviado da área.

Por volta do meio-dia, a rua estava apinhada de crianças, cachorros, carroças e homens a cavalo.

Bella , que deveria permanecer alojada em um dos quartos do hotel durante toda a semana, aproveitou para dormir o máximo possível. Precisava de todas as energias possíveis para enfrentar a tensão de se tornar alvo da observação pública até o fim do festival.

Só levantou da cama no momento em que não suportou mais ouvir o burburinho na rua. Trémula de excitação e medo, vestiu o vestido estampado de flores azuis e prendeu o cabelo.

Sete dias-e a tortura estaria terminada, falou a seu reflexo no espelho. Então Edward voltaria para Nova York ou para Londres e ela jamais o veria novamente.

A mulher no espelho a fitava pálida e infeliz. Considerou o uso de maquiagem, mas descartou a ideia. Em vez disso, massageou as faces para avivar-lhes a cor.

Uma vez na rua, a excitação a dominou, permitindo que o dia transcorresse rápido. O primeiro dia, aliás, era apenas uma preparação para que o pessoal se imbuísse do espírito da lenda. A representação, propriamente dita, só teria início na segunda-feira, e isso significava que não veria Edward até lá. A perspectiva a fez relaxar e até flertar mais à vontade com o xerife Jack, sempre pronto a exibir suas armas e explicar seu funcionamento aos garotos entusiasmados.

Na hora de deitar, quando apagou sua lâmpada de que­rosene, Bella já se sentia imersa na personagem de Amy Cullen-Taggart. Fora divertido conversar com os turistas, embora es­tivesse ciente de que aquele dia fora apenas uma pequena amostra do que viria. Mais e mais pessoas visitariam a ci­dade, em especial no sábado quando ocorreria o clássico tiroteio.

Na cama, completamente insone, Bella tentou se convencer de que o restante da semana seria tão tranquilo quanto aquele dia.

Segunda-feira, o segundo dia

— Ele está apontando na rua principal com seu cavalo! — anunciou o filho de Angela,  de doze anos, aos berros, antes de sumir em disparada. Bella , que estava costurando com ou­tras mulheres, espetou o dedo. Em seguida, comprimindo o ferimento, saiu para a rua, seguida das companheiras. To­dos os olhares se dirigiam a oeste...

Cavalo negro e cavaleiro vestido de negro. Ao ver Edward montado no garanhão que derrubara Carlisle, Bella prendeu o fôlego. Mas Edward segurava firmemente as rédeas e nin­guém duvidava de quem estava no comando.Bella notou os pontos de espuma no focinho e nas bordas da sela, além do suor que molhava o pescoço e os flancos. Edward deveria ter galopado desde o rancho até a cidade, provavelmente para amansar o animal antes de expô-lo à multidão. Como um bandido perigoso, Edward não olhava para nin­guém, e seu comportamento impressionou o povo. Se sou­bessem que ali estava, na verdade, um sofisticado advogado de Nova York!

Diante da calçada de madeira, onde Bella se encontrava, Edward puxou as rédeas. As mulheres recuaram, assustadas. Edward , então, saltou do cavalo e tirou o chapéu.

— Senhorita, acredito que seu nome seja Amy Cullen-Taggart.
Os olhos de Edward  se fixaram em sua boca e ela se deu conta de que estava chupando o dedo. Imediatamente o afastou.

— Sim, sou a srta. Cullen-Taggart, mas não estou acostumada a falar com estranhos.

Erguendo a cabeça com altivez, ela voltou para o interior do hotel. Às suas costas, ouviu-o dizer.

— Não seremos estranhos por muito tempo, srta. Cullen-Taggart. Acredite no que estou dizendo.

Aplausos encerraram a cena.

Terça-feira, o terceiro dia

Os cavaleiros estavam prontos para dar início à corrida. Aguardavam ansiosamente o tiro de pistola. A rua estava apinhada. Bella , com uma sombrinha sobre o ombro direito, se colocou próxima à linha de chegada. Quando o xerife Jack ganhasse, ela precisaria lhe dar um beijo de congratulação.

Até aquele momento, o festival se realizara sem qualquer incidente. Apesar da preocupação de Angela  com a falta de tempo para ensaios, apesar da insistência de Edward em fazei-as coisas à sua maneira, nada dera eirado. Até mesmo Bud estava representando seu papel de modo correto.

Acima de tudo, os turistas chegavam sem parar e pareciam dispostos a comprar todas as mercadorias em exibição nas prateleiras das lojas.

Chelsea, vestida como a cunhada de Amy, Diana Cullen-Taggart, subiu na plataforma.

— Acha que meu irmão conseguirá vencer? — Amy perguntou.

— Aquele cavalo foi criado no estábulo do meu pai e é capaz de vencer todos os demais —- Diana garantiu.

— Não sei, não. Tenho a impressão de que o vencedor será o xerife...

Um tiro cortou suas palavras. Bud, como o xerife, e Lee Cox, como James Cullen-Taggart, disputavam o primeiro lugar. Entretanto, nenhum deles venceu. Edward e o garanhão negro foram os primeiros a alcançar a linha de chegada.

— Raios! — exclamou Chelsea. — Eu tinha certeza de que meu marido seria o ganhador.

— E eu pensei que seria o xerife Jack — Bella grunhiu.

— Acho que precisamos lhes oferecer consolo.

Quando tentou descer da plataforma, Bella tropeçou nas saias e caiu. Mas segurou-se antes de chegar ao chão.

— Chelsea, socorro! Não vou conseguir me aguentar por muito tempo.

Não foi Chelsea quem veio salvá-la, mas Edward . Ele a enlaçou pela cintura e a trouxe novamente para cima da plataforma.

— O que está fazendo? — ela protestou, empurrando-o com a sombrinha. — Como ousa me tocar?

Um sorriso diabólico surgiu nos lábios de Edward .

— Vim cobrar o meu prêmio.

— Que prêmio?

— O vencedor não ganha um beijo?

— De mim? Você deve estar brincando!

— Não, madarne. — Ele avançou um passo. — Eu não teria entrado na competição se não tivessem me contado que todos os anos o vencedor ganha um beijo da garota mais bonita da cidade. E essa garota, srta. Amy, é você.

— Mas era o xerife quem deveria vencer! — Bella olhou ao redor a procura de Bud. Onde ele estava, afinal?As mãos de Edward se fecharam em tomo dos seus braços e, antes que ela pudesse protestar, foi levantada do chão e beijada.

Subitamente não eram mais Blake e Amy, mas Edward e Bella . Seus olhos se arregalaram. Atrás de Edward , ela viu o xerife Jack e ele estava transtornado.

— Eu agradeceria se soltasse a moça — ordenou, amea­çador.

Edward colocou Bella no chão com cuidado e não a soltou até ter certeza de que ela estava segura. Havia algo de es­tranho em seu sorriso. Então ele se virou para Bud e o sorriso desapareceu.

— Só estava cobrando meu prêmio, xerife.

Tocando o chapéu com a ponta dos dedos, em despedida a Amy, Blake saltou quase nos braços de Sissy, cuja apro­ximação passara despercebida, apesar do vestido de cetim vermelho e rendas negras.

— Volte para o bar comigo, meu bem. Lá eu garanto
que receberá todos os prêmios de que tem direito.

Assim dizendo, Sissy plantou um beijo ruidoso nos lábios de Edward , piscou para um senhor na multidão e deu um tapinha na cabeça de um garoto.

Não só Edward como todos os homens da área a seguiram.

— O que esse cara está planejando? — Bud indagou, tão perplexo quanto Bella . — Ele não está jogando conforme Ele é quem está ditando as regras, pelo que entendi. E não estou gostando disso!

Quarta-feira, o quarto dia

Bella , que estava ajudando Angela a arrumar uma vitrine, não presenciou a luta entre James e Blake, mas desconfiou que ela já havia começado pelo súbito êxodo das pessoas. A sós, as duas mulheres riram e relaxaram.

— Como estão as coisas? — Angela perguntou, girando o pescoço para aliviar a tensão. 

— Quem pode saber? — Bella fez um gesto vago com as mãos. — Edward parece andar na direção oposta do restante de nós.

— Faz sentido, não acha, se levarmos em conta o lendário Blake.

— Estou com medo, Angela  — Bella desabafou. — Não sei o que Edward tem em mente. Espero que não avance o sinal.
Se isso acontecer, eu...

Passos apressados a interromperam. Mike Lopez apontou na esquina e continuou correndo até se aproximar de ambas.

— Srta. Amy, srta. Amy, venha depressa!

— O que foi, Mike? O que houve?

— Seu irmão. srta. Amy. Aquele estranho bateu nele.
Foi a maior luta que o povoado já viu.

Bella não esperou pelos detalhes. Atravessando a rua, di­rigiu-se à cena da batalha.

Seu "irmão" estava sentado e encostado em um poste, com dificuldade para respirar. Havia sangue em seu rosto, ou tinta, mais provavelmente.

— James, meu Deus, você está sangrando.

— Fique fora disso, Amy. Faça o favor de me deixar.

— Não posso. Você é meu irmão. — Ela se ajoelhou e ergueu a barra do vestido para limpar o pó daquele rosto.

— Céus, o que aquele animal fez com você?

— Nada que eu não tenha tentado fazer primeiro. Fui até ele para tomar satisfações pelo seu comportamento com você, no dia da corrida.

Lutando para respirar, James se levantou. Estaria real­mente ferido? Bella não sabia até que ponto se tratava ou não de um teatro. Por sorte, Lee conseguiu lhe dar uma piscada, que a tranquilizou.

— Abram alas, com licença, por favor. Eu sou médico.
A multidão fascinada deu passagem, relutantemente, ao dr. Preston. Ele estava usando um terno preto, camisa branca e gravata preta, também. Em uma das mãos, carregava uma valise antiga que, segundo os comentários, havia pertencido ao primeiro médico da cidade.
O dr. Preston se inclinou para James. — Consegue andar? Otimo. Vamos até meu consultório onde poderei examiná-lo melhor.

— Sim, acompanhe o doutor. Daqui a pouco irei até lá —Amy avisou.
James a deteve.

— Por que não vem comigo? O que está pensando fazer.
Bella  fez um sinal em direção ao bar.

— Não, Amy. Você não pode entrar naquele antro. Ne­nhuma mulher decente se atreveria.

Bella ergueu o queixo.

— Não? Observe! Impulsionada por uma grande dose de adrenalina, Bella entrou no bar. Tinha muitas diferenças para acertar com Edward Culln, e não iria perder aquela chance.

1 comentários:

Juh Araujo disse...

Noossa, vai caprichar no tapa. kkk

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