FANFIC "UM AMOR INESQUECÍVEL" - CAPÍTULO 6!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 6° capítulo de "Um Amor Inesquecível". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.



CAPITULO VI

Tivemos uma boa oferta pelo ran­cho. Eu acho que Carlisle deveria aceitá-la.

A declaração foi rudemente direta. Bella sentiu o ar lhe faltar. Seu pior pesadelo havia se confirmado. Tentara se iludir com a ideia de que, quanto mais a permanência de Edward no rancho se prolongasse, mais fortes se tornariam os apelos de suas raízes. Em vez disso, durante todos aqueles dias, ele só se preocupara em encontrar compradores para a alma do avô.

— Mas... como? — ela se dirigiu a Carlisle, zangada e aflita. — Não deixe que Edward faça isso conosco!

Carlisle parecia ter envelhecido anos naqueles instantes. Ela se ajoelhou ao lado dele e segurou-lhe as mãos frias.

— Está se sentindo bem?

Já estive melhor — ele admitiu, apertando-lhe as mãos, para de repente soltá-las. — Estou acostumado a enfrentar problemas e a ser— honesto. Não poderia me deitar sem que você fosse informada de um assunto dessa importância.

— Não está querendo me dizer que está decidido a vender, está?

— Estou querendo dizer que tenho de pensar a respeito.
No momento essa é a única promessa que posso fazer.

Bella lançou um olhar tão acusador a Edward, que Carlisle resolveu intervir.

— Não quero os dois se atracando novamente, ouviram?

Ambos acreditam que estão certos, mas para cada história sempre há duas verdades. Você, Bella, é para mim uma filha e também uma neta. Eu cortaria meu braço antes de ma­goá-la. Sei que está tentando cuidar dos meus interesses, mas quero que se lembre que ainda estou em condições de cuidar de mim mesmo. Quanto a você, Edward, sei que tudo o que está fazendo é por amor.

— Vovô... — Edward murmurou, como uma criança. Seu olhar se tornou tão triste que Bella não pôde evitar o espanto.

— Preciso de tempo. Não adianta quererem decidir minha vida por mim. Vou pensar e pensar seriamente. Quando encontrar a solução, os dois serão os primeiros a saber.

Bella precisou se controlar para não insistir. Tinha certeza de que queria o melhor para Carlisle, mas e Edward, também queria?

Quarenta minutos depois, os dois jovens se encontraram na cozinha. Após acomodarem Carlisle em seu leito, Bella havia se retirado para seu próprio quarto. Tomou um banho, vestiu uma camisola e um penhoar, e depois resolveu descer para comer alguma coisa.

Edward deveria ter sentido fome, também, pois estava sa­boreando um enorme pedaço de torta de maçã, quando ela chegou.

— Foi uma sujeira o que fez comigo — ela esbravejou, enquanto abria a geladeira.

— Do que está falando?

— Esperou que eu saísse para contar a Carlisle sobre a oferta.

Primeiro ele acabou de comer. Em seguida, ergueu os olhos indecifráveis.

— A oferta foi feita no instante em que você avisou que lria sair. Tentei detê-la para que conversássemos, mas você não me atendeu, se está lembrada.

Bella se serviu de um copo de suco de laranja.

— Estou lembrada de que você pediu que eu ficasse, antes do telefonema.

— Não costumo mentir — Edward retrucou. —- O assunto vem sido discutido há dias. Eu pretendia preveni-la. Não podia imaginar que a oferta final fosse ser feita exatamente naquela hora.

— Obrigada pela consideração. De quem se trata? Al­guém que deseja transformar o rancho em um hotel fazenda?

— Não.

— Especuladores? Devastadores de terras?

— Esse é o seu grande problema, Bella. Você quer ser sempre a dona da verdade. O pior é que, na maioria das vezes, está errada.

Bateu o copo na mesa com tanta força que poderia tê-lo quebrado. Irritava-a sobremaneira que Edward se mostrasse calmo, enquanto ela estava a ponto de explodir.

— Vai me dizer ou não quem é o infeliz?


— Claro que vou, agora que pediu com tanta educação. A interessada é uma companhia do oeste do Texas que lida com gado. Desejam devolver a este rancho seus dias de glória.

Bella replicou, na defensiva.

— Este rancho nunca perdeu sua glória. Carlisle nunca deixou de cuidar de seus cavalos e do gado. Como se atreve a sugerir que isto é apenas um passatempo para ele?

Assim que a palavra foi dita, Bella se arrependeu. Aquela era a pura verdade. Nos últimos tempos, o rancho se trans­formara exatamente em um passatempo para Carlisle, que o entregara aos cuidados de alguns poucos empregados.

— Seja razoável, Bella. Essa seria a solução perfeita. Carlisle deixaria o rancho com a consciência tranquila, sabendo que a terra não seria abandonada nem transformada em algo inadequado a cidade. Minha intenção é levá-lo para o leste, onde poderia zelar por ele. Ela poderia saltar sobre o pescoço de Edward.

— Está pensando só em você mesmo. Fala em consciência, porque a sua o incomoda. Por quantos anos negligenciou seu avô?

Jamais negligenciei minhas responsabilidades ou meu avô, Isabella Swan. Quem você acha que cuidou dos interesses financeiros da família durante todos estes anos? Quem você acha que...

Ele se deteve e respirou fundo.

— Tentei tudo para não magoar seus sentimentos, mas foi em vão. Este assunto é de interesse exclusivo dos membros da família. Portanto, não se intrometa.

Naquela noite, sem conseguir dormir, Bella não parava de pensar nas palavras finais de Edward. Era injusto. Mesmo que ele não a considerasse parte da família Cullen-Taggart, Carlisle era a única família que possuía.

Quando se levantou, na manhã seguinte, Edward já havia saído. Após atender o avô e lhe servir o desjejum, deixara-o no terraço.

— Edward voltou para Nova York? — Bella indagou. Esperava que sim, pois não queria tornar a vê-lo, e rezava que não, porque nada ficara acertado.

— Não. Foi para San António. Mas não falemos sobre ele. Tenho muito em que pensar, menina. Você poderia me levar para dar uma volta? Sempre raciocino melhor quando estou afastado da civilização.

Bella não esperou que o pedido se repetisse. Ela, também, precisava pensar.

Dirigiram-se, no Cadillac de Carlisle, ao final do pasto, e pararam sob a sombra de um agrupado de carvalhos. O dia estava quente e úmido, mas, à sombra das árvores, soprava uma fresca brisa.

Por um momento, Carlisle e ela permaneceram em silêncio. Carlisle foi o primeiro a falar.

— Lá vem eles — declarou com óbvia satisfação. — Creio que os bois são os animais mais curiosos que existem sobre a face da Terra.

Bella se moveu no assento. Estava mais interessada nele do que no gado. Talvez fosse a emoção que a fizesse en­xergar mais do que devia, mas ela tinha certeza do orgulho e do amor que transparecia no semblante daquele homem ao contemplar sua terra e seu pequeno rebanho.

Pela centésima vez cogitou no que seria dele trancado em um apartamento na cidade mais movimentada do mundo.

— Aquele está mancando! — ele exclamou, de repente.
Bella olhou para os animais, sete ou oito, que rodeavam o carro.

— Não estou vendo.

— Aquele — Carlisle indicou. — Terei de chamar o Dr. Wagner para examiná-lo. Talvez até consiga persuadi-lo a me enfrentar, depois, em uma partida de damas.

— Telefonarei a ele, Carlisle. Ele a fitou com ar de censura.

— Não sou um inútil. Eu mesmo ligarei.

Surpreendida com a bronca, Bella se calou. O gado estava gordo e folgazão. Mas era tão pouco. A palavra "passatem­po" voltou à sua mente.

— Desculpe, menina. Não deveria ter sido tão bruto.


O tom de voz meigo a surpreendeu.

— Tudo bem. Entendo que está sob forte pressão.

— Isso não justifica.

Ele olhou à distância e Bella examinou seu perfil. Os traços de Carlisle ainda eram fortes e bem-definidos, apesar de sua idade avançada.

— Quantos anos você tem? — ela se viu perguntando.

— Nasci em 1908, no ano em que lançaram o Ford T. Continuo aqui e ele não. — Carlisle riu. Em seguida, o riso foi substituído por uma expressão melancólica. — Nasci nesta terra. Eu e meus meninos.


— Travis, Daniel e Jesse — Bella nomeou-os.

— Você sabe muito sobre os Cullen-Taggart.

— Não tanto quanto gostaria de saber — confessou, apoiando-se no volante. — Seus filhos, por exemplo. Sei que foram embora, mas nunca me contaram o que foi que realmente aconteceu.

— Jesse morreu na Coreia e Daniel em um acidente de moto. Travis...

— O pai de Edward e de Emmett?

— Sim. Ele morreu em 1971, aqui mesmo, devido a uma queda de cavalo. A esposa, Shirley, o precedeu em dois anos. Os meninos ficaram comigo. Talvez você ainda não saiba, mas foi Travis quem assumiu o controle dos negócios do meu irmão, quando ele se foi.

Uma companhia petrolífera, Bella se lembrou.

— Eu sinto muito, Carlisle.

— Foi há muito tempo. Meu irmão nunca se casou. Talvez por ter trabalhado demais. Ele deixou uma fortuna.

— Poderia me falar sobre seu pai, também, Carlisle?
Um sorriso se estampou no rosto do homem.

— Ele foi um sujeito formidável. Nasceu em 1876 e passou a vida inteira neste rancho. Viajou um pouco, é claro, e conheceu outros lugares, mas se minha mãe não houvesse insistido algumas vezes, aposto que não lhe passaria pela cabeça tirar férias. — O olhar de Carlisle se perdeu no horizonte. — Meu pai costumava dizer que não havia nenhum lugar sobre a face da Terra que se comparasse ao Texas, e especificamente ao nosso rancho. Eu sempre acreditei nele.

— Quem foi o pioneiro? Quem foi o primeiro Cullen-Taggart texano?

— Meu tataravô, presumo. Thomas Cullen-Taggart se mudou do Tennessee para o Texas em 1821 com a esposa e o filho de dois anos. O segundo filho, Jake, nasceu poucos dias depois que a família se instalou aqui. Thomas foi um dos cinquenta e nove texanos que prepararam os termos da declaração de independência do Texas perante o México, em 1836. Perdeu a vida logo depois em uma luta com as tropas mexicanas. O filho mais velho, James, morreu no Álamo. Jake, apesar de ser pouco mais do que um menino, sobreviveu à luta sem um arranhão.

O homem se deteve e balançou a cabeça.

— Bons tempos aqueles em que um homem lutava por aquilo em que acreditava, e até morria, se fosse preciso.
Os Cullen-Taggart, além de combaterem no Álamo, se defenderam dos comanches e dos apaches. Com sua bravura, nenhum índio conseguiu lhes tomar Handbasket Creek, onde Emmett e Rosalie resolveram morar, nem este rancho. Meu bisavô, Jake, também foi rancheiro. Entretanto, foi chamado a se apresentar quando houve a guerra.

— A Guerra Civil?

— Sim. Quando ele voltou, contudo, o rancho estava um caos. O gado e os cavalos roubados, as colheitas perdidas, as crianças crescendo sem rumo...

— James e Amy?

— Eles mesmos. Meu avô James e minha tia-avó Amy. Eles ainda não tinham dez anos quando a guerra estourou. Apesar da tenra idade, contudo, James trabalhou como um adulto, ajudando a mãe a cuidar do rancho. Showdown, ou Jones, como a cidade era chamada na época, não sofreu a ação direta da guerra. Muitos de seus homens, no entanto, perderam a vida nos campos de batalha. — Carlisle deu um pequeno sorriso. — Meu bisavô recebeu uma medalha. Em suas buscas pelo sótão, acabará encontrando-a qualquer dia. Isso se ele não se livrou dela. Meu bisavô não gostava de falar sobre a guerra e nada que se relacionasse a ela. Assim que terminou, seguiu para o norte. Missouri, a princípio, e depois acabaram indo até Kansas. Menina, como eu gostaria de ter vivido naquela época!

— Deve ter sido excitante. Sabe se seu avô James par­ticipava das caças aos facínoras?

— Lógico que sim!

— Mas ele não participou no verão de 1876, quando Blake, o pistoleiro misterioso chegou a cidade!

Ele contou que não pôde sair de casa porque estava com um — braço quebrado. Ficou furioso. Eu ainda era muito pequeno quando ele morreu, mas algumas de suas histórias ficaram gravadas em minha mente.

— Eu não sabia disso! —Bella exclamou. — O fato deveria constar na celebração da cidade.

Carlisle ergueu uma sobrancelha.

— Essa não é a única falha na representação da história de Showdown.

— Mas nós, quero dizer, toda a equipe que trabalha para a realização do evento, sempre se preocupou com a fideli­dade dos fatos.

— Passaram-se mais de quarenta anos, lembre-se, e os casos foram contados por outros que não os Cullen-Taggart.

— Você fala com tanta certeza! Seu avô chegou a lhe contar realmente o que aconteceu naquele verão em que Blake chegou a cidade?

— Não, e eu nunca lhe perguntei, porque ninguém na família queria comentar sobre minha tia-avó Rose. A briga que ela causou não era motivo de orgulho. Engraçado como, mais tarde, o episódio tenha mudado de figura — ele acres­centou, rindo.

— Está me dizendo que não acredita que a lenda seja verdadeira? — Bella perguntou,

— Cem por cento verdadeira? — Carlisle balançou a cabeça. — Nada neste mundo é cem por cento verdadeiro. E que diferença faz, se apenas dez ou vinte por cento for, desde que todos se sintam felizes?

— Acho que você tem razão — Bella mentiu. Era uma mulher absoluta. Não acreditava em meias verdades. Queria que a lenda fosse cem por cento verdadeira, assim como ela tinha cem por cento de certeza sobre o que era melhor para Carlisle e para o rancho.

A ideia a fez lembrar de Edward e de uma outra dúvida.

— Carlisle, sua avó Diana foi tão apaixonada por Blake, como dizem?

— Difícil de responder. Se não foi, a lenda é totalmente falsa. Por outro lado, por que minha avó batizaria seu primeiro filho com o nome do pistoleiro? E se ele era tão mau, por que a cativou tanto? Bella se mostrou pensativa.

Depois de algum tempo, os dois seguiram para o pequeno túmulo da família, que ficava sobre uma colina a certa dis­tância da casa. Todos os Cullen-Taggart estavam lá: Jake, nascido em 1821 e falecido em 1888; James, 1850-1910; a esposa Diana e dois filhos que não chegaram à maturidade; o pai de Carlisle  1876-1927, e sua esposa Martha; e por último, a querida esposa de Carlisle  Aggie, que partira cedo demais, à idade de 26 anos, e seus três filhos.

Observando Carlisle se inclinar para depositar flores sobre a sepultura da esposa, Bella sentiu um aperto no coração. Quase um século e meio da história dos Cullen-Taggart estava ligado àquele pequeno pedaço do Texas. Quando Edward compreendesse isso, não persistiria, não poderia persistir, com seu plano diabólico.

O velho Dr. Wagner não apenas voltou, no final da tarde, como também aceitou o convite para um jogo de damas acompanhado por discussões sobre política.

Edward, aproveitando que o avô teria companhia por al­gumas horas, fez um convite a Bella.

— Que tal jantarmos em uma churrascaria? Temos muito o que conversar.

— Não posso —- ela declinou bruscamente do convite.

— Tenho ensaio às seis horas. Além disso, alguém tem de ficar aqui para cuidar de Carlisle.

— Duvida da capacidade do dr. Wagner? — Edward a provocou.

Apesar de parecer entretido com a arrumação do tabuleiro, o médico ergueu a cabeça e sorriu.

— Podem sair sossegados. Ficarei com Carlisle até vocês chegarem. Não tenho mais nenhum compromisso para hoje.

Edward  a fitou, inquiritivo. Ela não queria aceitar. Não queriaconfiar nele, mas reconhecia a necessidade de um diálogo. Quando soubesse da profundidade dos sentimentos de Carlisle, ele certamente desistiria da ideia de vender o rancho. 

— Está bem. Aceito uma carona até a cidade. Só não terei tempo de jantar com você. Peço que me deixe na sede do centro comunitário. Rachel me trará de volta para casa, mais tarde.

— Como preferir, srta. Rose — ele respondeu, com uma mesura. — Continua furiosa?

— Não estava furiosa — ela mentiu.

— Desapontada??

— Sim — Bella concordou, virando-se para Edward.

— O que está tramando desta vez?

— Eu? — indagou, surpresa. — Não estou tramando nada. Apenas queria conversar com você sobre... sobre...

— A venda, por que não diz logo? Vá em frente, garota.

— Eu estava pensando... bem, ocorreu-me que... depois de você ter se ausentado daqui por tanto tempo, talvez...

— Continue, doçura.

Bella sentiu uma onda de prazer invadi-la. Edward não se mostrava impaciente nem irritado. Parecia estar gostando de sua companhia, apesar das diferenças.

— Talvez você tenha se esquecido do quanto este rancho significa para seu avô.

— Não esqueci.

— Sei que não deveria estar insistindo, pois, afinal, não sou uma Cullen-Taggart, mas...

— Sinto muito, Bella.

— Sente muito pelo quê, Edward ?

— Estou envergonhado de mim mesmo desde o dia em que lhe dei essa resposta. Você não merecia. Vive conosco desde criança e também é uma de nós. Tem todo o direito de emitir sua opinião sobre as situações que nos envolvem.

— Direito? Não estou interessada em direitos. Estou interessada em seu avô. Estou interessada em preservar a his­tória de uma família que amo e invejo!

A última palavra escapou de sua boca antes que pudesse se aperceber. Tentou mudar de assunto, mas não funcionou. . — Inveja? O que há para se invejar em minha família? O dinheiro?

— Não, não se trata de dinheiro! Você não entende nada, Edward Cullen- Taggart. Nem poderia. Sempre teve uma fa­mília.

— Você também teve mãe e sua tia June. — Ele se deteve por um instante. — Nunca a ouvi mencionar seu pai.

A voz de Bella soou carregada de sarcasmo.

— Poderia ser pelo motivo de que eu nunca soube quem ele era?

— Sinto muito. Eu não sabia.

— Porque nunca se interessou em perguntar — Bella retrucou. — Não é um segredo. Só não acho que deva anunciar o fato aos quatro ventos. Na adolescência tive vergonha.
Mais tarde descobri que ninguém se interessava.

— Não é verdade.

— Esqueça. Carlisle sabia e compreendia. Esse foi um dos muitos motivos que me levaram a amá-lo. No dia em que tia June me apanhou na estação, em San António, e me trouxe aqui pela primeira vez...

— Eu me lembro. Você ainda era bem pequena.

— Carlisle com seus cabelos brancos e porte intimidador começou a descer as escadas. Dois rapazes o acompanhavam.

— Emmett e eu.

— Sim. Minha vontade era dar meia volta e correr. Provavelmente o teria feito, não fosse minha tia me segurar.

— Sardas, cabelos vermelhos, e olhos grandes e apavo­rados.

— Eu estava mais apavorada do que você imagina. Então, Carlisle me disse que era bem-vinda ao rancho e eu comecei imediatamente a amá-lo. Os Cullen-Taggart, quer queiram quer não, se tornaram minha família, desde aquele dia.

— Todos nós sempre a consideramos assim, Isabella.

Bella sentiu as esperanças aumentarem. Talvez Edward a agora, com o coração.ouvisse, 

— Não estou querendo causar problemas. Apenas desejo a felicidade de Carlisle, e também a sua, é claro, e a de Emmett, Rosalie, Jasper e Alice. Só que Carlisle  em primeiro lugar. Ele adora o rancho, Edward.

Chegaram ao estacionamento do centro comunitário. Edward desligou o carro e segurou-lhe as mãos.'

— Eu entendo.

Bella o fitou por entre uma cortina de lágrimas.

— Quer dizer que não vai vender o rancho?

— Claro que não! — ele respondeu como se ela tivesse dito um absurdo.

— Graças a Deus! — O alívio foi tão grande que Bella
sentiu os ombros se inclinarem para a frente. Talvez ela tivesse conseguido o milagre. — Quando foi que mudou de ideia?

Ele franziu o cenho.

— Não mudei de ideia, Isabella. Jamais pretendi tomar essa decisão. Meu avô está perfeitamente lúcido. Ele mesmo fe­chará o negócio.

Mãos de gelo lhe apertaram a garganta.

— Mas você disse que entendia!

— E entendo. Mas entendo, também, que meu avô está envelhecendo. O certo seria ele ficar comigo e eu moro em Nova York.

Agitada, ela o segurou pela camisa com ambas as mãos.

— Mas sua vida poderia ser aqui! Por que insiste em morar naquele lugar horrível? O que tem lá, que não poderia ter aqui, e muito melhor? Uma mulher, foi a resposta que ocorreu, subitamente, a Bella.

1 comentários:

Juh Araujo disse...

Nossa, tô muito ansiosa para ver o próximo capítulo! 

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