FANFIC "UM AMOR INESQUECÍVEL" - CAPÍTULO 5!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 5° capítulo de "Um Amor Inesquecível". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.



CAPITULO V

Edward subiu até o sótão em busca de uma bengala para o avô, mas ao surpreender Bella em piruetas lentas e graciosas diante do espelho, não con­seguiu se mover nem falar. Aquela não era a pequena Bella que conhecia. Era uma linda e desejável mulher. Com os cabelos castanhos presos no alto da cabeça, a luminosidade se infiltrando pelas janelas e atingindo as partículas de pó ao seu redor, ela parecia uma fada, um ser mágico.

Bella prendeu o fôlego ao notar a expressão daquele rosto. A mão que sustentava os cabelos, deslizou para a garganta. A cascata sedosa ocultou seus ombros, mas ela não notou. Teria sido a força de seus pensamentos que trouxeram o Cullen de seus sonhos à sua presença?

Ele avançou um passo e parou. Seus olhares diziam tudo. Então, como se um poder invisível os impulsionasse, apro-xirnaram-se. A sensação de irrealidade era tão intensa que Bella sentiu como se flutuasse.

Edward murmurou seu nome em tom de indagação, como se não pudesse acreditar que estava diante da mesma pessoa que conhecera quando criança. Ao som de sua voz, a última barreira se desfez e os dois se abraçaram e beijaram... e beijaram.

Através da abertura do vestido, nas costas, Edward tocou a pele fina e quente. Bella se entregou ao prazer do momento ha tanto esperado. Sua inibição foi completamente esquecida diante do toque carinhoso e também ousado. Resistência era o último pensamento que poderia lhe passar pela mente, conforme Edward , as mãos em seus ombros, tentava tirar o vestido.

Bella! Edward! Se um de vocês não vier aqui imediata­mente, vou levantar desta cama nem que seja voando!

O grito familiar de Carlisle quebrou o encantamento. Bella enrijeceu. Carlisle resmungou, afastou-a e ajeitou o vestido. Ela se limitou a fitá-lo, abalada com o que acabara de acon­tecer e ainda mais chocada com o que poderia ter aconte­cido.

— Se está a espera de um pedido de desculpa, desista — Edward declarou, os olhos escuros de paixão. — A verdade é que gostei muito de beijá-la aquela noite no curral, e que gostei ainda mais agora.

— Que diabos vocês estão fazendo aí em cima? Se um dos dois não me responder agora, vou chamar a polícia!

— Não posso me despir com você me olhando — Bella se queixou.

— Sei disso. Você está com vergonha. Seu rosto enru­besceu.

Ela ficou ainda mais corada.

— Não sabe como é desagradável, na minha idade, corar por qualquer motivo.

— Este não foi um motivo qualquer, a meu ver — ele replicou, sorrindo. — Ou então, perdi minha capacidade de sedução.

Edward estava caçoando dela, como sempre fazia. Se fosse por uma outra razão, em outras circunstâncias, ela teria gos­tado desse retomo ao passado, mas os sentimentos que Edward lhe despertara eram novos e perturbadores demais para servirem de piada.

Um estrondo a fez gemer.

— Oh, meu Deus, ele deve ter se machucado!

Não fosse Edward segurá-la pelo braço, Bella teria corrido escada abaixo.

O mais provável é que Carlisle tenha atirado aquele vaso de rosas contra a porta. Eu irei ver o que está acon­tecendo enquanto você veste algo mais confortável.

Muito tempo depois, Bella ainda estava diante do espelho, com o vestido, tentando raciocinar. Como era possível que quase houvesse se entregado a Edward?  Continuava apaixo­nada por ele?

Após a partida de Edward para a universidade, as coisas nunca mais foram as mesmas. Dois anos depois, ela se for­mou no colégio e ingressou na faculdade de enfermagem, graças ao apoio de Carlisle . Nesse tempo, recebeu a notícia sobre o falecimento de sua mãe e sobre a necessidade de vir ao rancho para o funeral, pois foi para as terras dos Cullen, que o corpo foi trazido. Edward também compare­ceu, o que lhe serviu de conforto, embora rápido demais.

Para Bella , o rancho sempre fora seu lar, mesmo sem a presença de Edward ou de Emmett. Até quando a tia June se aposentou e se mudou para a Flórida, ela continuou visitando Carlisle, a cada oportunidade. Carlisle era seu ponto de apoio, a única constante em sua vida.

Na sua opinião, Edward poderia ter ficado mais rico e ter ingressado no mundo da alta sociedade, mas, para isso tivera de abrir mão de valores muito mais importantes: como a família, raízes e o amor. Para não encontrá-lo, evitara viajar para o Texas quando sabia que ele viria. Mas as visitas começaram a se tornar cada vez mais espaçadas até que cessaram completamente, quando ele se mudou para Londres. Nesse Ínterim, seu amor e sua dedicação a Carlisle passaram a ser o centro de sua vida. Ela lhe devia tudo. Jamais poderia recompensá-lo o suficiente. Dessa forma, era bom que não se deixasse empolgar por alguns simples beijos. O amor verdadeiro era aquele que colocava o bem-estar do outro acima do próprio.

Ninguém magoará Carlisle enquanto eu estiver aqui, ela decidiu, nem mesmo seu neto. Passou-lhe pela mente a possibilidade de Edward tê-la beijado em causa própria, mas logo afastou o pensamento. Edward era honrado demais para fazer esse tipo de jogo. Assim como ela, fora envolvido por um momento de paixão.

— Xeque — Carlisle avisou, com um sorriso malicioso. — Se quiser, pode desistir. A vitória é minha.

Bella fez uma careta.

— Como é que sempre consegue ganhar? Não seria por que sempre escolhe as peças pretas enquanto eu tenho de ficar com as vermelhas, que me dão azar?

Carlisle deu uma gargalhada e se recostou na cadeira de rodas.

— E a incursão ao sótão? Ao menos nisso você teve sorte?

— Muita — Bella concordou. Encontrei uma porção de objetos interessantes. Mas quanto a algo que nos ajude a elucidar a história dos Cullen, não vi nada. Claro que mal comecei a vasculhar as gavetas e baús. Fiquei tão maravilhada com meu primeiro achado, que esqueci de todo o resto. Trata-se de um vestido de noiva.

Edward chegou naquele instante e ela não conseguiu mais falar. O que, aliás, não adiantaria, pois Carlisle a esqueceu por completo, para se comprazer na companhia do neto.

— Que acha de um rápido jogo de damas com seu velho avo?


Edward  estava cheirando a loção de barba, os cabelos ainda úmidos do banho, e Bella se perdeu em admiração.

— Por que não?

— Sente-se e comece a arrumar o tabuleiro. Por favor, continue, Bella .

.— Não me lembro mais do que estava falando.

— Estava me contando sobre algo interessante que en­controu no sótão.

Por alguma razão, ela estava embaraçada em pedir um favor a Carlisle na frente de Edward .

— Não era nada.

— Como nada?!

— Ela quer que você lhe empreste o velho vestido de noiva para usar na festa da cidade.

— Como você sabe, Edward ?

— Uma fada me contou.

Bella sentiu um calor que vinha desde os pés até o último fio de cabelo.

— Não se acanhe, menina — Carlisle comentou, sem en­tender o verdadeiro motivo do rubor. — Explique-se melhor. Eu não sei de que vestido vocês estão falando.

— O vestido que pertenceu a minha tataravó Diana — Edward respondeu. — Temos um retrato dela, em algum lugar, usando o vestido.

— Incrível que você reconheça um vestido através de uma foto. A maioria dos homens não se preocupa com esse tipo de detalhe.

— Na minha profissão, uma boa memória é essencial, e os detalhes contam.

Carlisle olhava de um para o outro.

— Você quer usar o vestido quando fizer o papel de minha tia-avó Amy?

— Foi apenas uma ideia — Bella se desculpou. — Sei que é antigo e precioso demais para nos arriscarmos a danifi­cá-lo. Esqueça que o mencionei.

— Besteira.

A resposta veio de Edward , e não de Carlisle . Tanto o velho quanto Bella se mostraram perplexos.

— Eu concordaria — Edward declarou. — Se você pudesse ver como Bella ficou linda com ele, a deixaria usá-lo agora mesmo.

Bella sufocou um grunhido. Não queria que Carlisle soubesse que se atrevera a experimentar o vestido. Provavelmente ele não iria reprová-la, mas sentia-se como se tivesse abu­sado de seus direitos.

— Não importa o quanto ela fique bonita — Carlisle res­mungou.

— Seja mais complacente — Edward mais ordenou do que pediu. — Ela está determinada a usá-lo...

— Não, não estou! — Bella retrucou, tensa. — Se fiz essa sugestão, foi apenas porque o vestido, que vem sido usado nos últimos anos, rasgou e precisa ser substituído. — Ela se virou para Edward . — Apenas pensei que...

— A mim você não precisa explicar nada. Estou do seu lado — Edward a interrompeu.

— Não foi uma boa ideia — ela continuou, sem jeito.

— O vestido é pequeno para mim. Não deu sequer para abotoá-lo na cintura.

— Não percebi — Edward mentiu desavergonhadamente.

— Talvez eu não seja tão observador quanto pensei.

Bella receou que seu rosto fosse explodir de tão vermelho.

— Querem me deixar terminar o que estava dizendo? — Carlisle pigarreou, por fim. — O que eu quis dizer era que não importa se Bella fica ou não bonita com o vestido. Por mim, se ela o quiser, pode ficar com ele.

Uma alegria imensa invadiu o coração de Bella .

— Carlisle , você tem certeza?

— Está querendo me provocar, garota? — ele ralhou. —Pareço ter perdido o juízo?

Ela se pôs a rir.

— Obrigada. Prometo que tomarei cuidado.

— É bom que tome. Espero que Edward se case algum dia. Eu teria muito gosto se sua noiva entrasse na igreja com esse vestido. Se Rosalie e Emmett não tivessem se casado em segredo, eu a teria convencido a usá-lo, podem apostar. Quanto a Alice, não houve jeito. Ela é alta demais. Minha última esperança é o Edward .

As palavras de Carlisle exerceram um estranho poder sobre ambos. Edward se esquivou, evitando fitá-la e a alegria, que ela sentiu diante do prospecto de usar o vestido, desapa­receu no ar.

Todas as vezes que o tocasse, a partir daquele instante, estaria imaginando-o no corpo de alguma outra mulher do leste, mais esbelta e capaz de abotoá-lo sem dificuldade.

Apertando os dentes, Bella jurou a si mesma que não des­cansaria enquanto não encontrasse um espartilho no sótão e perdesse alguns quilos. No dia da festa, teria a cintura fina como a de uma vespa.

Carlisle e Edward haviam se distraído com um outro as­sunto. Ela se levantou e o movimento lhes chamou a aten­ção.

— Preciso ir para a reunião do comitê. Estou muito grata por você ter me emprestado o vestido, Carlisle . O pessoal vai adorar.

— Fique à vontade para procurar o que quiser.

— Pretendo lhe cobrar a promessa!

— Espere um minuto — Edward pediu. — Há algo que preciso lhe falar antes que se vá.

Uma forte excitação a invadiu.

— Não dá para esperar? — ela consultou o relógio de pulso. — Se eu não correr, chegarei atrasada.

— O que eles poderão fazer? Começar sem você? É a estrela do show.

O telefone tocou e Carlisle atendeu.

— E para você, Edward .

— Eu estava aguardando a ligação — Edward justificou.

— Só levará um minuto, Bella .

Ele ainda não havia terminado de falar e Bella já estava recusando com um movimento de cabeça.

— Desculpe, mas preciso correr. Talvez na volta. Não vou demorar.

— Você se arrependerá se não me der uma chance de...


Uma súbita intuição a fez interrompê-lo.  
— Agora não, Edward . Fica para outra vez.

Ela desceu as escadas e subiu em seu pequeno carro. Suas mãos tremiam. Mal conseguiam introduzir a chave no contato. O que quer que Edward tivesse para lhe dizer, ela tinha certeza de que não desejaria ouvir.

Angela ficou entusiasmada ao ouvir sobre o empréstimo do vestido.

— Isso nos dará tempo para providenciarmos uma reposição para o próximo ano. Desde que sobrevivamos a este, é claro.

Bella  entendia a razão desse receio. Via de regra, no mês de junho, os preparativos básicos para a celebração já es­tavam concluídos. Naquele ano, contudo, devido a circuns­tâncias inesperadas, tudo ficara em suspenso.

Procurou um lugar vago entre a multidão, encontrando um ao lado de uma loira de pele bronzeada.

Oi — Bella cumprimentou. — Acho que ainda não nos— conhecemos. Meu nome é Bella Swan.

— Amy Cullen-Taggart, minha cunhada! — a loira exclamou, estendendo a mão. — Sou Chelsea Merton, ou Diana Cullen-Tag­gart.

O sotaque da outra a intrigou.

— Como foi que se envolveu nessa confusão, Chelsea? Obviamente não é de Showndown.

A garota franziu o nariz.

— Como foi que descobriu? Sou da Califórnia. Vim pas­sar as férias de verão com minha tia Esme. Você a conhece? Seu nome é Esme Merton.

— Todos conhecem Esme.

— É o quê tenho notado. Foi ela quem me incentivou a tomar parte na festa. Não me preveniu, contudo, de sua importância — ela acrescentou, um tanto apreensiva. — Estou me sentindo como um peixe fora d'água entre vocês, texanos.

— Não deveria. O fato de você ser uma forasteira não poderia ser mais providencial. Diana não era uma texana. Ela veio do leste e acabou se casando com um Cullen-Taggart, e se estabelecendo em Showdown, ou Jones, como o lugar era chamado na época.

Os olhos castanhos de Chelsea brilharam.

Você está mesmo por dentro da história local. Conhece os Cullen-Taggart? Tia Esme contou que alguns deles ainda moram no rancho da família, mas que isso não vai durar muito.

As palavras, embora verdadeiras, foram como uma pu­nhalada no coração de Bella .

— Carlisle Cullen está ficando velho, mas tem dois netos. Um deles talvez continue seguindo as tradições da família.

— Minha tia contou que um é casado e que possui seu próprio rancho, e que o outro mora em Nova York e não liga a mínima para este lugar. — Sem ter noção do quanto seu comentário estava magoando Bella , Chelsea acrescentou — Ela disse, também, que ele é tão lindo, que sua beleza o desculpa pela falta de interesse na vida mais simples.

— Mas o que importa, no momento, é trabalharmos para que a festa seja um sucesso, não acha? — Bella indagou, ansiosa por mudar de assunto. — Eu moro no rancho desde criança e adoro todos os Cullen-Taggart. Dessa forma, tenho um interesse especial na parte que eles representam em relação à lenda de Showdown.

Angela pediu silêncio para o início da reunião e a conversa foi interrompida. Segundo os prospectos distribuídos entre os presentes, a festa teria início em um domingo e terminaria no sábado seguinte, o que significava uma semana inteira de atividades e desafios para os organizadores, "artistas" e voluntários.

Conforme o costume, o centro da cidade seria isolado por cordões e não seria permitido o tráfego de veículos. As pessoas seriam convidadas a vestir roupas da época. No caso dos lojistas e empresários locais, contudo, e principal­mente do pessoal que tomaria parte na representação, o uso de trajes antigos seria obrigatório.

— Até o momento, não temos nenhuma mudança ou surpresa a declarar — Angela continuou. — A abertura do festival será o desfile. A peça, propriamente dita, que é a atração principal, terá início na segunda-feira, com a chegada de Blake, o pistoleiro misterioso, na cidade. Nesse mesmo dia, ele conhecerá Amy. Na terça-feira, acontecerá a corrida de cavalos, na rua principal. Como todos sabem, o xerife Jack será o vencedor, e como prémio reclamará um beijo de Amy Cullen-Taggart.

— Um momento! — Chelsea levantou a mão. — Será que sou a única no grupo que não conhece a lenda?

Ninguém se manifestou, mas Angela não deixou a forasteira sem uma resposta.

— O tempo é escasso e não será possível interrompermos a reunião para que a história da cidade lhe seja transmitida.
Durante o ensaio, tenho certeza de que terá sua curiosidade saciada. Por outro lado, caso surja alguma dúvida, todos nós teremos prazer em atendê-la.


— Obrigada. — Como eu estava dizendo — Angela prosseguiu —, na terça-feira haverá a corrida de cavalos, e Blake, o vilão perseguira Amy.

— Quem fará o papel do vilão? — Chelsea cochichou para Bella .

— Harry Meeks.

— Onde ele está?

Bella  procurou o homem com os olhos. Ao encontrá-lo, indicou-o à moça.

— Não acredito! — Chelsea murmurou, espantada. —O homem é miúdo e parece um amor de pessoa,

— Parecerá mais perigoso quando se vestir adequadamente — Bella respondeu, embora também duvidasse que isso fosse possível.

— Na quarta-feira — Angela retomou a palavra —, Blake dará um soco em James, o irmão de Amy, e ela se vingará do bandido, diante de uma série de testemunhas, presentes no saloon, agredindo-o. Nesse mesmo dia haverá a exibição do filme "A Lenda de Texas Amy". Na quinta, o bando dá Blake invadirá a cidade e, mais tarde, o xerife Jack pedirá Amy em casamento.

— Ouviu isso, Bella ? — Bud se levantou e riu. — Terá de me aceitar, quer queira, quer não. Não se pode mexer com a história.

— Não — Angela concordou —, assim como você não pode mexer com a atriz.

Toda a plateia riu.

— Mas eu terei de beijá-la, certo?

— Sabe que sim — Angela assentiu a contragosto, pedindo silêncio. — Preciso de colaboração, pessoal. Ainda resta muito a ser feito. Na quinta-feira, que coincidirá com o dia quatro de julho, teremos queima de fogos à noite. O baile e a briga final, ambos no celeiro, acontecerá na sexta-feira.
Espero que ninguém saia ferido desta vez.

— Alguém se machucou no ano passado? — Chelsea indagou, preocupada.

— Alguém sempre sai machucado em todos os anos —Bella respondeu. — Mas nada de sério.

— O encerramento será no sábado com o grande confronto entre Harry e Bud. Como vocês estão, rapazes, em matéria de pesquisa e de preparação?

— Tenho praticado vários golpes. Não se preocupe —afirmou Bud.

— E você, Harry? — Angela se dirigiu ao outro. — Já está preparado para marcarmos um ensaio da luta final? — De repente, a expressão dela se tornou taciturna. — O que foi, Harry?

— Não sei se quero continuar com isso, Angela. Ofereci-me para o papel, mas... Será que Edward Cullen não poderia...

Um murmúrio geral se fez ouvir.

— Harry, Edward não fará o papel. Já pedi a ele. Outros também pediram. E você?

— Eu também.

— O que ele disse?

— Que não, mas e se eu conseguir que mude de ideia? Angela respondeu clara e distintamente.

— Se conseguir, melhor para você. Mas e se não conseguir? Deixaremos de fazer a peça por sua causa?

Chelsea se moveu na cadeira.

— Estão querendo que um cara chamado Edward Cullen faça o papel de um homem chamado Blake? Agora é que fiquei realmente confusa.

Não mais confusa do que eu, Bella cogitou mais tarde, no caminho de volta ao rancho. Desde que Edward a beijara, não conseguia pensar em mais nada. Não queria admitir, mas a verdade é que aqueles beijos fizeram desabrochar novamente todo o amor que havia sentido no passado.

Não seria maravilhoso se Edward resolvesse ficar mais um pouco? Se concordasse em participar do festival? Po­deria ser Jack, o herói, ou mesmo o vilão. O importante era o contato que teriam, trabalhando juntos. Além disso, ambos os papéis implicariam em uma cena de beijo.

Ela estacionou o carro e entrou na casa, em silêncio, para nãoacordar Carlisle. Havia luz na sala, mas preferiu ignorá-la e subir diretamente a seu quarto.

— Bella ?

Ela se deteve ao pé da escada, a pele se arrepiando em um mau presságio.

— O que foi?

— Poderia vir aqui por um minuto? — Edward pediu, muito sério, da porta da sala.

— Algo errado com Carlisle ?

— Ele está bem.

Bella entrou, relutante. A expressão naquele rosto era im­placável e ela detestava se sentir acuada.

— O que foi? — insistiu, surpreendendo-se ao encontrar Carlisle na sala.

— Sente-se primeiro — Edward sugeriu.

— Quer falar de uma vez? — ela quase gritou. — Está me assustando. Aliás, vocês dois estão me assustando!

— Eu pretendia prepará-la para esta eventualidade, mas você estava com pressa e não quis me ouvir.

— Preparar-me para o quê? Para dizer que está de partida para Nova York? Se for isso, poupe-se o trabalho.

— Gritos não irão ajudar — Carlisle intercedeu.

— Está tentando me dizer que quer que eu vá embora?

— E por quê eu não deveria querer? Com seus ares de superioridade e autoritarismo...

— Edward , Bella !

A tentativa de apaziguar os ânimos, por parte de Carlisle , foi mais uma vez ignorada.

— Você se tornou um outro homem, Edward Cullen. Arrogante e insensível. Decidiu voltar, depois de um século, e age como se fosse o dono de tudo e de todos.

— Cale-se!

— Não vou me calar! E você não pode me obrigar, só porque é maior do que eu! — ela o desafiou.

— Não posso?

O olhar zangado travou com o dela, para, em seguida, se fixar nos lábios trémulos. Quando Bella percebeu o que estava para acontecer, virou-se para fugir.

Ele a impediu. Suas mãos a seguraram pelos ombros, rodopiando-a.


— Não preciso de força para fazê-la se calar, e ambos sabemos disso. Só não vou dar uma prova porque Carlisle 
poderia ficar chocado.

— Até quando vou ter de esperar que acabem de brigar? — Carlisle esbravejou.

Os dedos de Edward pareciam garras em seus ombros. De repente a soltaram. Ela olhou para Carlisle , mas a atenção do homem estava concentrada no neto.

— Conte a ela — ele ordenou. — Conte a ela o que me contou.

1 comentários:

Juh Araujo disse...

que suspense ! 

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