FANFIC "UM AMOR INESQUECÍVEL" - CAPÍTULO 4!

Boa noite Flores!!! Hoje vamos curtir o 4° capítulo de "Um Amor Inesquecível". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.


CAPITULO IV

Amy CullenTaggart! Para Bella , Amy era tão importante quanto a Miss América ou a rainha da Inglaterra. Como todas as jovens solteiras da cidade, ela sempre sonhara em ser escolhida para estrelar a lendária personagem, mas jamais acreditara que seu sonho, um dia, se tornaria realidade.

A felicidade era tanta que ela chorou ao receber os abraços e congratulações dos demais membros do comitê. Quando poderia imaginar que conseguiria tanto na vida, depois de ter sido abandonada, há treze anos, na porta do rancho Rocking Taggart? Parecia um milagre. Significava que era aceita sem restrições na cidade que a adotara.

Alguém apertou seu braço e ela se virou. Era Edward. Preparou-se para o escárnio que certamente viria, embora rezasse para que nada viesse destruir a emoção do momento. Ele sorriu.

— Parabéns. Posso lhe dar um beijo?

Ela ergueu o rosto e fechou os olhos, trémula, mas o beijo foi dado apenas na pontinha de seu nariz.

— Muito bem, pessoal, vamos nos sentar pois há muito a ser feito — Angela declarou. — A primeira providência será marcarmos a data dos ensaios. Mas queremos agradecer, antes de tudo, a presença de Edward Cullen. O que precisamos fazer, Edward, para que aceite o papel do xerife Jack?

— Eu já lhe disse, Angela, que não acredito nessa festa anual de mitos e lendas. Sei que é interessante para a cidade em matéria de negócios, mas não tenho o menor interesse em participar.

Sissy Williams não se conteve.

— Você não respeita seus ancestrais!

— Não é desse modo que encaro a situação — Edward se defendeu.

— Tenham calma — Angela interviu. — E você, Edward, está precisando ouvir umas verdades. Há cinquenta anos, quando foi realizada a primeira festa, trabalhou-se muito em matéria de pesquisa histórica. Podemos ter acrescentado um ou outro detalhe em enriquecimento ao drama, mas a história basicamente está correta.

Edward não se mostrou convencido.

— Traga-me provas e alteraremos o texto — ela propôs.

— Não é necessário. Vocês podem fazer o que quiserem. Apenas me deixem fora.

— Estou falando sério — Angela insistiu. — A honra de sua família está em jogo. Traga-me provas: cartas, diários, qualquer coisa que indique a verdade.

— Nunca me importei com o assunto. Não tenho provas. Teria de procurá-las no sótão. Só que nos desviamos da conversa. Você queria que eu aceitasse o papel de Jack, e eu recusei.

— Talvez possa ser, então, o pistoleiro misterioso. A plateia explodiu em riso.

— Se eu quisesse tomar parte nessa encenação ridícula, já teria aceito. Minha resposta continua sendo não.

— Ninguém pode dizer que eu não tentei — Angela anunciou. — Nesse caso, Edward, por favor guarde suas.dúvidas para si mesmo, pois, a menos que traga provas em contrário, continuaremos a representar a peça nos moldes dos anos anteriores.

Edward viajou para San António, na manhã seguinte, sem uma finalidade específica. Pela primeira vez, depois de sua chegada, Bella almoçou sozinha com Carlisle. O homem estava mal-humorado e ranzinza. Quando a sobremesa foi servida, no entanto, ele demonstrou interesse pelos preparativos para a festa.

Bella falou em detalhes sobre a reunião e lhe contou, tam­bém, sobre o convite de Angela para que Edward tomasse parte. Sua voz assumiu um tom condenador.

— Ele se negou alegando ter dúvidas sobre a veracidade da lenda.

— Baboseira.

— A atitude de Edward? — Bella franziu o cenho.

— Não. O festival.

Bella se levantou, incrédula.

— Edward tinha razão? Por que o senhor nunca falou nada?

— Porque eu não sabia. Tinha minhas suspeitas, mas só descobri a verdade há pouco. — Ele fez uma pausa. — O que você tem?

— Nada. — Bella esboçou um sorriso pálido. — Apenas não tive a sorte de saborear, por muito tempo, a maior honra de minha vida.

— Não serei eu a estragar a festa da cidade. — O velho lhe deu um tapinha na mão. — Vá em frente. Não fará mal a ninguém continuarem a representar como se tudo fosse verdade.

— Minha curiosidade é mais forte. Você se importaria se eu investigasse o assunto? 

Ele hesitou por um instante, mas acabou concordando.

— Os registros poderão ser encontrados no sótão. Só não me culpe, depois. Às vezes é melhor ignorar.

Terminaram a refeição e Bella leu um trecho de um livro. Algumas horas mais tarde, subiu para o sótão. Ao abrir a porta, ficou imóvel. O pó tornava o ambiente cinzento e fosco. Havia pilhas de caixas por toda a parte e móveis antigos. Ela sentiu uma emoção estranha. Aquilo era história. História de uma família da qual fazia parte, embora não tivessem mesmo sangue.

Avançou alguns passos e abriu a gaveta do móvel mais próximo. O primeiro item que encontrou foi um bordado inacabado. Estava escrito: "Lembre-se de mim" e continha uma pequena flor.

Uma espécie de premonição a dominou, fazendo com que sua pele se arrepiasse. Bella poderia jurar que era um trabalho feito por Amy Cullen-Taggart.

Na gaveta ao lado, encontrou um lenço debruado de renda e amarelecido pelo tempo. As iniciais "D.L." apareciam em um dos cantos. Teria pertencido à avó de Carlisle, que se chamara Diana?

Havia muito o que se ver, tocar e explorar. Bella não sabia por onde continuar. Sentia inveja. Queria mais do que qual­quer outra coisa que aquelas lembranças fossem também dela. Mas o que trazia em sua mente eram passagens muito diferentes.

Sua mãe sempre dissera que ela havia nascido em Hol­lywood.

Aos dez anos, contudo, Bella teve acesso a seu re­gistro de nascimento e descobriu que sua cidade natal era Salinas. Pior ainda. Sempre pensara que o nome de seu pai fosse Charlie Swan; afinal fora o que sua mãe lhe ensinara, embora ele a tivesse abandonado antes do nascimento da filha. Na certidão de nascimento constava um outro nome, que ela nunca ouvira e que provavelmente não era, tam­pouco, o nome de seu pai.


Bella cresceu no sul da Califórnia, cercada por palmeiras e estranhos. Reneé, sua mãe, era uma atriz em busca de uma chance. Enquanto ela não surgia, aceitava qualquer tipo de emprego que lhe surgisse à frente. O preferido era o de vendedora de cosméticos. E também o mais fácil, já que era uma mulher muito bonita.

Bella se lembrava de que a mãe e a tia June a consideravam uma criança independente e um tanto excêntrica, caracte­rística da qual a desculpavam por ser morena.

— O temperamento dela combina com o cabelo — cos­tumavam dizer.

Para aqueles que a tratavam com bondade, Bella era um doce. Adorava a mãe. Nas ocasiões em que ela precisava viajar, por motivo de trabalho, e que a deixava com a dona da casa onde moravam, Bella  se sentia perdida.

Quando completou doze anos, a senhoria resolveu vender a casa e se mudar de cidade. Foi o fim de sua infância. Ela perdeu sua âncora e também a mãe. Não por ela ter morrido, pois a morte só a levou depois de outros sete anos, mas para o tempo e as circunstâncias. Bella estava ficando mocinha e Renneé dizia que não era seguro deixá-la, enquanto saía para trabalhar. Explicou, também, que com uma filha quase adulta, ela não estava mais conseguindo os papéis que que­ria. Sugeriu, então, uma viagem ao Texas. Bella ficaria, por uns tempos, na casa da tia June e se divertiria com os ca­valos. A promessa que fez foi de buscá-la assim que con­seguisse um papel em uma produção de alta classe. Nessa ocasião voltariam a viver juntas, como antes.

Bella fingiu acreditar, embora seu coração estivesse partido. Não foi o orgulho que a levou a concordar, mas a certeza de que a decisão já havia sido tomada, e o medo de que a mãe nunca mais a procurasse, caso ela atrapalhasse seus planos.

Se fosse uma boa menina, se obedecesse a todas as ordens sem reclamar, se ajudasse a tia June e não criasse problemas a ninguém, talvez...

Decidiu que o melhor seria se manter calada. Ninguém perceberia sua presença na casa. Não se aproximaria de ninguém e ninguém se aproximaria dela enquanto esperava pela mãe.

Foram esses os planos, mas não a realidade.

Sentada em um banco, no sótão abafado, Bella recordou o dia em que chegou ao rancho. A tia foi buscá-la na estação, em San António. Era uma mulher simpática, bem mais velha do que a irmã Reneé, e nem de longe tão bonita, mas sor­ridente e afável e aparentemente feliz em ver a sobrinha.

Tia June fora casada e tivera um filho, que morrera. Nos últimos dez anos trabalhara como governanta de um rancho no Texas, segundo as informações de sua mãe.

Após uma viagem, que pareceu interminável a Bella , elas che­garam ao rancho. A casa era grande e branca. Ela nunca havia visto outra mais bonita. Saltou do ônibus com sua mala e com uma sacola com seus mais caros tesouros e ficou parada, cogitando no que aconteceria, a seguir.

— Chegamos, querida — a tia anunciou.

Naquele instante a porta da casa se abriu e um homem de cabelos brancos, entre dois garotos, começou a descer as escadas. Todos sorriam dando-lhe as boas vindas. Bella sentiu tanto medo que teria fugido, não fosse a tia abraçá-la pelo ombro.

— Seja bem-vinda a Rocking Taggart, minha jovem —disse o homem.

Talvez tivesse sido o jeito sincero do homem falar, ela não sabia, mas algo a fez desabar em pranto. Começou a amar Carlisle naquele instante, embora só viesse a admitir essa verdade depois de muito tempo. 

Com firmeza, ele mandou que Emmett levasse a mala para o quarto dela. Isso a surpreendeu. Não imaginara que fossem lhe dar um quarto exclusivo.

Enquanto chorava, Edward se aproximou e tentou pegar a sacola que continha tudo o que mais gostava: seus livros, uma foto autografada de Harrison Ford, que a mãe conse­guira especialmente para ela, e uma entrada para a première de um filme no qual a mãe havia feito um pequeno papel. Ela puxou a sacola e desafiou Edward com o olhar marejado. Ele recuou, espantado, e ela percebeu imediatamente que havia cometido um erro. A intenção do rapaz fora apenas ajudá-la. Não queria ficar com nenhuma de suas preciosi­dades.

Bella balbuciou um pedido de desculpas. Ele lhe deu uma piscada e colocou as mãos nos bolsos da calça jeans. Em seguida, falou:

— Nasceram vários gatinhos no celeiro. Quer vê-los?

Foi naquele instante que ela começou a amar Edward. Há tanto tempo...

Bella folheou um velho diário, encadernado em couro ver­melho. A caligrafia era tão rebuscada que não teve sucesso em decifrá-la. Procurou por um nome, uma data, qualquer indicação quanto a autoria. Não encontrando nada, considerou seu próximo movimento.

Um baú, escondido atrás de uma torre de caixas, perto de uma janela empoeirada, captou seu interesse. Era lindo. Se Carlisle não objetasse, o levaria para baixo a fim de lim­pá-lo. Talvez até pudesse ficar com ele. Um móvel daquele não merecia ficar esquecido em um sótão sujo e abafado.

O baú estava trancado, mas sua chave havia sido depen­durada em um prego, ao lado da janela. Após duas tentativas, Bella conseguiu abri-lo.

Uma folha de papel de seda ocultava o conteúdo. Ela a levantou com cuidado.

Um vestido de noiva! Um magnífico vestido todo feito em cetim e rendas. Tirou-o do baú, como se fosse quebrar, e se virou lentamente para a velha penteadeira a um canto, cujo espelho a refletiu da cabeça aos pés.

A quem teria pertencido o vestido? A Diana? A Amy? Que noiva da família havia percorrido a nave da igreja para se unir ao homem que amava, naquele vestido encantador? Bella encostou o rosto no tecido macio e sentiu que seus! olhos umedeciam.

Aos doze anos, amara Edward Cullen e por amá-lo, te­mera que seria apenas uma questão de tempo até ele deixá-la, como a mãe fizera. Seus temores tiveram fundamento. Logo depois, ele foi para a faculdade e ela passou a viver para os períodos de férias.

Só que quanto mais velho Edward ficava, menos tempo tinha para ela. Não que a tratasse mal. Ao contrário. Sempre que estavam juntos, dedicava-lhe o máximo de atenção. Fos­se durante os passeios a cavalo, os mergulhos no riacho ou ajudando a tirar os pratos sujos da mesa, todas as atividades com Edward pareciam uma aventura.

Aos olhos da menina de catorze anos, Edward era o homem mais atraente e corajoso do mundo. A seu lado, ela sentia que, pela primeira vez, teria um amor permanente em sua vida.

Edward era seu príncipe encantado. Algum dia viria bus­cá-la em um cavalo branco e a levaria para seu castelo, como nos contos de fadas.

No verão em que ele representara o papel de Jack, ela estava com quinze anos e no auge da paixão. Edward, no entanto, em seus últimos momentos antes de partir para a universidade, não notou a garota ansiosa, na primeira fila, enciumada com os flertes entre ele e a garota que estava representando Amy Cullen-Taggart.

Ela, que já se considerava uma mulher e que esperara ser beijada no momento da despedida, tivera de suportar vê-lo com a gola da camisa manchada de batom, ao chegar em casa.

Diante do espelho, segurando o lindo vestido a sua frente, Bella recordou o dia em que Edward partiu. Ela havia se es­condido entre as árvores, tentando não chorar. Edward viera a sua procura.

— Adeus, gatinha. Não se esqueça de mim, está bem? — ele beijou suas mãos.

Seu coração transbordante de amor não permitiria que Edward partisse daquele jeito. Segurou-lhe o rosto com as duas mãos e confessou que o amava.

— Eu também te amo — foi a resposta que ele deu, sorrindo. Seja uma boa menina. Se algum garoto a magoar, diga e terá de se entender com Edward Cullen.

Ele se inclinou e lhe deu um beijo na ponta do nariz, igual ao da noite em que ela foi escolhida para ser Amy. Em seguida se levantou e foi embora.

Bella apertou, os lábios diante do espelho. Naquela época, urna felizarda contracenara com ele. Agora, o papel de Jack caberia a Bud Williams, o homem que estava tentando dei­tá-la no banco traseiro de seu carro, desde que viera morar em Showdown.

Estendeu o vestido sobre uma cadeira e tirou a camiseta. Lembrava-se, com detalhes, da cena em que Edward abraçara Marcella e proclamara:

— Amy, meu amor, você será minha!

Chutou as botas com raiva e tirou o jeans. O mais provável era que não conseguiria caber dentro do vestido, mas queria tentar. Teria cuidado. O vestido deveria ter mais de cem anos. Embora Carlisle não fosse recriminá-la, caso alguma costura estourasse, ela preferiria morrer a aborrecê-lo.

Foi difícil, mas conseguiu fazer com que o vestido passasse por sua cabeça e pelos ombros. Em seguida, ajustou a saia sobre os quadris. Agora, faltava o pior. Abotoar os botões de pérolas, às costas.

Oh, Deus, os botões e as casas mal se encontravam! Ela precisaria perder alguns quilos se quisesse vesti-lo algum dia. Prendeu a respiração e se olhou no espelho. Uma mecha de cabelo caiu sobre a testa e ela teve uma ideia. Ergueu todo o cabelo para o alto.

Assim estava melhor! O vestido era maravilhoso. Nunca usara nada mais bonito. Sentia-se como uma princesa, uma rainha... uma noiva.

Virou-se, então, de perfil, para admirar a longa cauda. Pela primeira vez em sua vida, sentia-se realmente bonita. Sorriu. Seus olhos, então, se encontraram com os de Edward, através do espelho.

1 comentários:

Juh Araujo disse...

owwn, ele estava observando-a como ela fez com ele lá no curral. *--*

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